quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Oi, estou aqui, alguém me enxerga...

Esta cena aconteceu em Campinas. Eu saía de carro para trabalhar quando o sinal fechou. Dentro de outro carro parado estavam um pai e um bebê de uns 2 anos aproximadamente na cadeirinha. O pai estava no banco da frente esperando alguém. O bebê brincava com suas mãos, já que estava amarrado no banco de trás, percebi que o bebê estava feliz brincando com seus próprios gestos.

Quando uma mulher chega ao carro, o bebê gesticula, abre os braços como se quisesse colo. A mulher estava conversando no telefone celular, entra no carro correndo, não dirige seu olhar para a criança, que ainda insiste, mas nada acontece. O bebê ainda tenta pegar os cabelos da mulher, mas em vão, começa a chorar. Pior é que a mulher continua no celular como se nada tivesse acontecido. Fiquei pensando...

O que aquela criança queria era atenção, carinho, um olhar, um gesto de afeto, mas o mais importante naquele momento para aquela mulher era falar no celular. Quantos de nós, adultos, muitas vezes queremos que alguém somente nos olhem, escutem sem nada em troca... Como os afetos estão sendo deixados de lado, por que o mais importante são o celular, o iPhone, o iPod, o computador, as redes sociais. Se não demonstrarmos nosso afeto quando crianças, como poderemos querer que este bebê quando adulto tenha afeto por alguém e possua uma vida saudável em todos os aspectos...


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Come todo o resto de comida já!

Alguns adultos insistem em fazer com que as crianças comam todo o resto de comida que não querem mais. Precisamos pensar e refletir sobre esta atitude. O nosso cérebro possui um mecanismo que quando está saciado emite a informação – “chega, não quero mais”. Isto serve para nos indicar que está na hora de parar de comer. Pois bem, nem sempre é a criança que coloca a comida que deseja e sim um adulto que não sabe a  quantidade certa de alimento, e ele não sente a fome do pequeno. Depois,  insiste para a criança  comer tudo.

Pior: ainda verbalizam uma série de frases do tipo: “Tem criança que não tem o que comer e você desperdiçando o que tem”. “Tanta gente passando fome e você jogando fora comida é pecado”. Não vou entrar aqui no mérito religioso, não é isto. Quero que percebam somente o que falam para os pequenos. Se a criança nunca viu alguém passar fome, como ela terá o conhecimento deste fato? Se ela ainda não sabe nem quem é direito, pois está se constituindo como ser humano, como sabe o que é pecado e o que não é?  Quanta bobagem...!


Por favor, não insistam para que as crianças comam aquilo que não aguentam mais, isto poderá trazer sérios problemas de saúde, como a obesidade infantil, porque cada vez mais ela precisará de mais comida para que seu cérebro libere a informação “estou saciado”. As crianças podem sim deixar comida no prato se não aguentam mais; se você acha que é desperdício, então guarde o que sobrou para que ela possa comer em outra refeição. Mas nunca force algo que não seja espontâneo e saudável. Não estou dizendo aqui que a criança não deve comer para trocar pela sobremesa, não é isto, mas não force algo que ela não quer e também não verbalize expressões que ela pode não entender.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Fala de uma criança para seu pai: “Você está chato hoje”

Vou contar-lhes a cena para vocês perceberem o que uma criança fala e o que ela está dizendo nas entrelinhas e que muitos adultos não dão valor, mas que podem machucar muito os pequenos.

O pai chega do trabalho e começa a mexer em seu computador. Bem, a criança começa a contar sobre o seu dia na escola, mas ele, sem paciência, não ouve direito o que ela está falando. Pior, verbaliza assim: “estou ocupado, não está vendo, não tenho tempo para ficar ouvindo as mesmas coisas todos os dias, você já me contou isto ontem”. A criança sem saber o que fazer diz assim: “não contei não, por que isto aconteceu hoje, nossa como você está chato hoje”.

A criança sai de perto e vai brincar em seu quarto, sozinha. Fiquei pensando como alguns adultos só dão ouvido às crianças quando eles querem. Será que o computador é mais importante que uma conversa com os filhos (as)? Que valores morais e educativos estamos dando hoje para as nossas crianças? Depois reclamamos que elas passam horas em seus aparelhos conectadas e que não conversam mais. Será que não somos nós, adultos, que ensinamos elas reagirem assim?  O pior: não se tem tempo para ouvi-las, mas quando ficam adolescentes podem ter certeza que os aliciadores de drogas terão tempo para elas. Depois não reclamem ou digam onde errei, pode ser tarde demais.


Ouça o que elas têm a dizer, brinquem, dancem, passeiem, cantem, sorriam, chorem, sejam autênticos e espontâneos se quiserem que seus filhos (as) sejam adolescentes e adultos felizes, compreensivos, amorosos, enfim, pessoas bem resolvidas psicologicamente.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Crianças viciadas em TV, computadores, tablets: o que fazer?

Bem, primeiro preciso alertá-los que as crianças não nasceram com tais objetos; eles foram comprados ou presenteados por alguém. Por que digo isto? Porque a culpa recai sempre sobre a criança, enquanto, o adulto se esquiva deste comportamento.

Muitos pais dão estes objetos para seus filhos (as) para que eles fiquem quietos enquanto realizam seus afazeres domésticos, depois reclamam que seus filhos (as) ficam viciados em eletrônicos. Já vi muitas cenas familiares assim: “vai assistir TV ou brincar no computador enquanto a mamãe faz o jantar”. Os adultos incentivam esta prática quando lhes convêm. Que tal dizer assim: “filho (a) fique aqui com a mamãe olhando o que eu faço para você aprender a fazer igual”. Ou então: “fique aqui comigo, quero e adoro a sua companhia, enquanto eu cozinho”. Olhe a diferença de relacionamento quando você ama de verdade alguém, você quer ter por perto por que a companhia é agradável e quanto mais tempo tiverem um para o outro melhor.

Mas não é  isto que costumo ver em alguns lares. Os adultos precisam rever seus comportamentos perante as crianças, elas gostam de ajudar, de estarem presentes e, muitas vezes, são estas pequenas atitudes que fazem a diferença em estar junto de alguém de fato ou somente estar presente. Quando se está presente, podemos estar em qualquer ambiente, quando estamos juntos somos parceiros em todos os momentos. Reflitam se não foram vocês, adultos, que incentivaram os vícios e agora não sabem o que fazer. Reverter isto dependendo da situação e do caso pode ser impossível. Hoje é o vício do computador, da TV, do tablet, e amanhã...


Se quiserem que seus filhos não sejam viciados em eletrônicos comecem há planejar o dia deles juntos com vocês, eduquem e ensinem com exemplos, mas vocês também não podem passar horas em seu computador e se esquivando da presença dos mesmos. Amar alguém é querer sua presença nas coisas mais simples da vida, como por exemplo, escolher um feijão, arroz juntos.  Cuidado com suas atitudes!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Pais e professores autoritários decidem tudo; pais e professores com autoridade decidem juntos

Há uma diferença enorme entre ser autoritário e ter autoridade. A pessoa autoritária manda; a que tem autoridade pede. O autoritário geralmente é prepotente, tem medo de que as coisas saiam do seu controle. A pessoa com autoridade acredita e valoriza o potencial de cada um.

Existem momentos que temos que decidir pelas crianças, mas em outros devemos deixá-las escolher junto. Por exemplo, que tal ela poder escolher sua roupa, sua comida, seu material escolar, seu brinquedo, o suco que quer tomar etc.? Estas pequenas escolhas vão educando e ensinando a ter autonomia e a viver em democracia.


Já quando os pais e professores decidem tudo a criança vai crescendo dependente, sem opinião própria, e também possui uma insegurança enorme, porque não aprendeu a ter escolhas próprias. Depois, quando as crianças se tornarem adolescentes não reclamem que elas vão para caminhos que talvez não sejam as melhores escolhas; elas não aprenderam este comportamento quando pequenas.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

“Não tenho tempo para reuniões de pais. Diga para sua professora que não sou dondoca, que trabalho...”

Ouvi isto de uma mãe para sua filha de oito anos. Veja o que esta mãe faz com a criança. Primeiro, faz a filha de dona de recado, por que ela mesma não vai conversar com a professora ou então manda um bilhete para a mesma. Segundo, não valoriza o estudo desta criança por que quando ela tem uma resposta desta é como apontar para a menina e dizer “olha o que você faz lá não tem tanta importância assim.”

Todas estas atitudes no meu entender estão incorretas quando se quer que a criança tenha autoestima para os estudos, pois não está sendo valorizada em nada. As crianças fazem comparações umas com as outras; ela ficará sabendo que outras mães foram à reunião. Tudo bem, não pode faltar ao trabalho, então proceda de outra forma, telefone para a escola, converse com a professora, mostre interesse nos estudos da criança. Enfim,  dê atenção e valorize os estudos desta criança. Somente assim ela poderá ter certeza de que seus estudos são importantes para ela, mas também para seus pais.


Agora não mande recados para as professoras pelas crianças e cuidado com o tom de voz quando faz isto, porque demonstra que possui raiva. Isto pode prejudicar a aprendizagem da criança, uma vez que ela pode gostar da figura da professora e este comportamento de forma equivocada pode atrapalhar o bom rendimento escolar. Família e escola devem caminhar juntas e não um ser um ringue onde a criança está no meio. Se quiser que seus filhos (as) tenham um excelente aproveitamento escolar e sejam pessoas fortes, alie-se às escolas e professoras, e não o contrário.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

“Não coma isto que é caca”

Ouvi isto outro dia em um shopping quando a criança pegava uma batatinha que havia caído no chão. A criança não entendeu nada o que o adulto estava falando. Preciso comentar com vocês para que compreendam que, muitas vezes, nossa linguagem com as crianças não é a mais correta.

A batatinha estava na mesa para ela comer. Então quando cai no chão, ela imediatamente se curva para pegar e a avó verbaliza a frase dita no título. Percebo que a criança não entende e continua com o comportamento de buscar a batata no chão. Quando nós, adultos, nos referimos como o que caiu no chão é “caca”, as crianças não compreendem por que estão na fase concreta ainda. Para elas, batata é batata e não “caca”.  Ora, a criança não estava comendo batata e para ela a batata continua ali. Ela não relaciona sujeira com a batata, simples assim. Mas então o que fazer?


Explicar que no chão tomo mundo pisa que os sapatos trazem terra, sujeiras; que um alimento quando cai no chão pode pegar esta sujeira, por isto não devemos comer os alimentos que caem no chão.  Isto é explicar com lógica para que as crianças entendam o ocorrido e não repita a ação. Lembrem-se sempre: elas são crianças e precisam aprender tudo e nós temos obrigação de educar quantas vezes forem necessárias.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Tirar nota 10 faz a diferença na autoestima?

Este fato aconteceu com uma menina de oito anos. Ela sempre tirava as notas na média, mas seu sonho era tirar um dez em qualquer matéria. Resolvi assessora-lá nos seus estudos, já que percebia que tinha capacidade para tal, mas o problema estava na maneira inadequada que estudava.

Refizemos exercícios, desenhava para ela as matérias que pareciam difíceis, tais como o conteúdo de erosão, ela não entendia, então fui desenhando para ela o que isto significava. Em história íamos ao computador pesquisar imagens e fatos relevantes, em geografia viajávamos em imagens já que percebia que ela era mais visual do que auditiva. Pois bem: depois de um longo esforço vieram as provas e para sua surpresa suas notas foram de 9,0 para cima e finalmente o dez veio em Ciências, matéria que ela adora.

Sua felicidade foi tanta que ela até ficou emocionada, mas o que quero que reflitam é  que ela se sentiu capaz de tirar notas boas, sua autoestima melhorou muito, por que ela colocou na cabeça que outras coleguinhas eram inteligentes e ela não. Fui aos poucos mudando este conceito sobre si mesmo. Hoje ela consegue estudar sozinha e tirar notas boas, e o melhor: acredita em sua capacidade de vencer e de estudar.


O problema não estava nela, mas sim na forma que estudava. Verifiquem se seus filhos (as) e alunos (as) não estão tendo dificuldades devido à forma como estudam. E os ajudem de acordo como eles são; existem crianças que aprendem melhor ouvindo, outras olhando imagens como também existem crianças que precisam dos dois, fala e imagem. Prestem atenção de que forma seu filho (a), aluno (a) se enquadra e eduque e ensine segundo suas capacidades. Para isto você precisa conversar com as crianças e observar seus comportamentos, depois é só ensinar de acordo com o perfil de cada um.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Liberdade é sinônimo de responsabilidade

As crianças precisam ir aprendendo a ter liberdade e autonomia, aliás, este é um dos objetivos tanto em casa quanto na escola. Porém vejo que existem algumas confusões com este termo, pois algumas pessoas entendem que dar liberdade é deixar a criança fazer tudo que ela quer, na hora que ela quer. Isto é libertinagem e não liberdade. Irei explicar a diferença.

Liberdade é sinônimo de responsabilidade. Quanto mais livre uma pessoa é, mais responsável ela também deve ser. Quando criança ensinar que elas podem ser livres para desenhar, mas que têm que apresentar algum resultado, seja eles rabiscos ou desenhos; isto é ensinar a ter responsabilidade. Brincar e guardar seus objetos são ensinar a ter responsabilidade com suas coisas. 


Ser responsável é  saber fazer escolhas desde pequenos, isto é ser livre e ir adquirindo autonomia. Quando adolescentes e adultos saberão ter liberdade, mas principalmente saberão ter responsabilidade consigo e com os outros, pois vivemos em sociedade.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Como estimular que as crianças contem sobre suas amizades?

As crianças também fazem suas escolhas de amizades logo cedo, identificam-se mais com alguém do que com outros e assim vão fazendo suas amizades e preferências entre as amigas da escola, do prédio, do bairro, da igreja, etc.

Deixem que seus filhos (as) contem a vocês sobre estas amizades desde pequenos, assim eles vão confidenciando seus segredos, mas não reprimam ou deem conselhos, apenas os ouçam. Eles querem muitas vezes apenas contar os fatos que acontecem no seu dia a dia; isto é muito importante por que quando jovens e/ou adultos eles contaram a vocês o que se passa em sua vida, já se não o fazem isto desde pequenos como poderão fazê-lo quando adolescentes?


Mesmo que contem a mesma situação várias vezes, ouçam-nos. Quantos de nós, adultos, gostaríamos apenas de alguém para contar o nosso dia a dia e não temos. Quantos de nós gostaríamos de alguém para conversar por apenas 5 minutos que fossem. Se realmente amam seus filhos (as), não achem que o que falam é bobagem, apenas os ouçam e se pedirem sua opinião dê, mas se não quiserem não interfiram, é assim que desenvolvemos a vontade neles de contarem tudo o que se passa em sua vida.   Sem medo ou repreensão, mas como verdadeiros amigos e parceiros de seus filhos (as).   

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Estou parecida com a minha mãe

Algumas crianças gostam de usar os vestidos e sapatos de suas mães para brincar. Lembro-me de minha infância quando pegava as camisolas compridas de minha mãe para brincar de desfile de modas, isto é normal. Alguns especialistas dizem que não devemos incentivar esta prática para que as crianças não sejam adultas em miniatura. Uma coisa é se vestir igual, usando maquiagem carregada e vestidos que causam desconforto, incentivadas pelos adultos, pois as crianças não compram suas roupas e sim ganham dos adultos. Outra situação é se divertir usando as roupas, sapatos e bijuterias para fantasiarem alguma brincadeira. Não confunda gato com lebre.

Mães, não fiquem bravas se suas filhas quiserem brincar com seus pertences, pelo contrário,  incentive-as e entrem na brincadeira junto. Deixe-as desfilarem com suas roupas e sapatos, só tomem cuidado para que as crianças não caiam com os saltos altos e nem virem os pés, mas deixe-as brincar, estimulem a imaginação e a criatividade. Ensinem o que combinam ou não, quem sabe desta brincadeira as crianças não escolham uma profissão ligada à moda.  Tudo é uma questão de estímulo; se as mesmas se identificarem com este tipo de profissão desde pequenas, que mal tem nisto?

Mas, por favor, não deixem com medo e brigando com as mesmas para que elas não sujem ou rasguem suas roupas e sapatos. É claro que deve ensinar a tomar cuidado, mas sem repreensão e medo. Como ensinar isto aos pequenos? Dizendo se eles gostariam que estragassem uma roupa que eles adoram tanto; agora, se sujar, lembre-se que existem produtos maravilhosos que acabam com este problema em segundos.


Na minha visão, mais vale uma criança vivenciar, brincar e se divertir do que uma roupa na máquina para ser lavada. Roupas se vão, experiências e vivências se passar do tempo certo podem causar prejuízos ao aprendizado das crianças para sempre em suas vidas. Como dou valor às pessoas e não a objetos fico com a experiência e aprendizado da criança do que com a roupa suja. Façam suas escolhas, o que é mais importante: o desenvolvimento do seu filho (a) ou uma roupa suja...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Deu tá dado, não peça de volta

Muitos adultos usam esta expressão “deu tá dado”, e às vezes se arrependem de algo que se desfizeram e que depois se arrependeram. Então por que exigir dos pequenos que ainda estão formando seus pensamentos que saibam fazer suas escolhas certas e que depois não venham a se arrepender? Presenciei este fato e preciso relatar a vocês.

Uma mãe pediu que uma criança escolhesse os brinquedos que não quisesse mais para doar para as crianças carentes. Até aqui, tudo bem, já que está educando que devemos também pensar nos outros. O grande problema é que esta criança não estava segura no que doava por que a mãe era quem dizia que deveria dar este ou aquele brinquedo, porque ela não brinca mais.

Pois a criança, meio sem saber como reagir, acabou aceitando. Fizeram a sacola, mas de noite a criança se arrependeu já que a escolha não havia sido sua e sim de um adulto, e pediu que tirasse um brinquedo da sacola. Para minha surpresa a mãe falou assim: “deu tá dado”, você não vai mexer mais na sacola que já separamos. A criança começou a chorar e mostrava sinal de arrependimento, a mãe insistia e ainda reforçava dizendo: “você tem que saber que a vida é assim, deu tá dado, e chega de frescura, vai para o seu quarto agora mesmo”.


Fiquei indignada com o fato, porque não é assim que educamos para a caridade e nem mesmo para serem crianças fortes, que saibam fazer suas próprias escolhas quando adultas. A escolha dos brinquedos deveria partir da criança sem a influência do adulto. Outra coisa: como ainda não havia sido doado, por que não podemos voltar atrás de alguma opinião ou vontade nossa? Quantos de nós adultos temos que rever nossos atos e atitudes, isto é ensinar a ser flexível diante da vida, já que ela nos prega surpresas, e se não soubermos ter flexibilidade, irão sofrer muito. Atitudes impensadas de alguns adultos fazem com que a criança seja mais insegura e rígida diante à vida; quando tiverem algum problema que exija flexibilidade não saberão como se comportar e sobreviver, podendo ter sérios problemas psicológicos e até mesmo físicos. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Crianças colecionadoras de objetos: cuidados e atenção necessária

É muito comum que algumas crianças comecem a colecionar objetos de seu interesse, elas passam horas organizando, limpando, olhando objetos de seu interesse, até aqui é normal. Porém temos que estar atentos se este hábito não se torna algo doentio ou de obsessão.

Vou explicar melhor o que quero dizer. Algumas crianças querem algo e utilizam de chantagens para que os pais comprem algum objeto para aumentar a sua coleção. Isto, em minha opinião de pesquisadora de comportamento infantil, não agrega em nada de maneira positiva  a vida da criança. Já acompanhei também alguns casos nos quais as crianças chegam a não dormir, não comer para que os pais possam ceder a chantagens e comprar o objeto de desejo. Cuidado!


Orientar as crianças quanto à forma de se colecionar algo de seu gosto é o mais correto. Não podemos comprar tudo só por que está chantageando; em nada isto agrega de construtivo na vida de uma pessoa quando adulta. Não ceder às chantagens, não querer compensar a ausência dos pais contribuindo para a coleção do filho é o mais acertado. Outra coisa: não quebre seu orçamento familiar somente para comprar objetos materiais para as crianças, elas precisam ser educadas dentro da realidade, e isto não vai torná-las frustradas; pelo contrário, isto vai torná-las fortes para aprender a conquistar algo de seu desejo, já que a vida é uma conquista diária. Prestem atenção se esta coleção é para seu prazer ou é para mostrar aos outros, se é para seu prazer deve ser conquistada, mas, caso contrário, cuidado para não tornar seu filho mais consumista ainda nesta sociedade capitalista.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Brinquedo na escola: o combinado tem que ser cumprido

Não vou discutir aqui se está certo ou não a prática do “Dia do Brinquedo” na escola, mas sim vou querer que vocês reflitam sobre algumas atitudes infantis. Normalmente as crianças combinam na escola os brinquedos que irão trazer, chegando em casa comentam com seus pais que muitas vezes proíbem que as elas levem o que foi acertado com seus coleguinhas. Pois bem, isto gera uma confusão no outro dia entre as crianças, podendo até mesmo ocorrer agressões físicas.

Se existe este dia na escola e as crianças combinaram o que iriam levar, não interfiram nestas escolhas. Mas vocês devem estar se descabelando. “Mas como, se eles perdem ou estragam o brinquedo novinho que ganharam de tal pessoa?”. Lembre-se que só ensinarão responsabilidade aos pequenos se estes cuidarem do que é seu e se souberem administrar isto com outras pessoas, afinal vivemos em sociedade.

Não existe ensinamento sem experiências concretas. Então conversem, mas não repreendam porque muitos pais deixam que as crianças levem o brinquedo, mas fazem uma ladainha, que as crianças têm até medo de brincar porque certamente sofrerão represália dos adultos. Ensinar a cuidar é uma coisa, mas ensinar a não quebrar com medo é outra. Ensinem, mas digam aos mesmos: “Se quebrar não tem importância porque brinquedos quebram”.


Pais pensem o que é eterno nesta vida, nada. Nem mesmo nosso corpo é eterno; quando morremos o deixamos enterrado em um cemitério. Então deixem que seus filhos (as) vivam, experimentem, brinquem e aprendam a ter responsabilidade com seus objetos e com suas escolhas. Se forem eles que escolheram levar tal brinquedo, eles que arquem com as consequências; caso venha a ocorrer algo que os desagradem, isto deve ser conversado, mas não proibido ou colocado medo. Eduquem por meio da responsabilidade de suas escolhas. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Não falo mais com você”

Já ouviram isto de uma criança quando elas querem algo que vocês falam “não”? Isto é pura chantagem emocional, porque elas sabem que fazendo chantagens desta natureza elas conseguem o que querem.

O que fazer neste momento?

O mais correto é não ceder, mas sim explicar e argumentar o porquê do “não”. Se você cede, está ensinando e educando chantagens. Isto pode virar uma bola de neve e cada vez se tornarem maiores. Onde elas aprendem ser assim? Nos relacionamentos estabelecidos nas instituições de ensino, na família, no grupo de amigos em que convivem.


Em minha opinião, nunca devemos fazer chantagem com as crianças, isto não é um comportamento saudável, uma vez que pode gerar insatisfações e frustrações cada vez maiores.  Conseguir algo por meio de chantagem é sinal de fraqueza, de apelação, de querer ter o domínio de algo ou de alguém utilizando o ponto fraco da pessoa. Sejam fortes se querem ter filhos fortes e nunca façam ou cedam a chantagens emocionais.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Jogar junto com a criança requer alguns cuidados

Quando uma criança oferece para você, adulto, jogar algo com ela, faça-o, mas preste muita atenção no que vou escrever daqui para frente. Todo jogo possui regras claras e objetivas. Antes de iniciar combine as regras e se alguém burlar acerte uma punição para isto.

Por que digo isto? Porque ninguém gosta de perder e isto também tem que ser um ensinamento para as crianças; mas, por favor, você, adulto, também não deve burlar nenhuma regra. Lembre-se sempre: você é o exemplo.

Estabelecidas às regras e combinados inicie o jogo, mas se a criança estiver perdendo e começar a fazer chantagens do tipo “não jogo mais com você” ou verbalizar outras palavras, cuidado e não ceda e retome os combinados. Se ela desistir, converse sobre o ocorrido, pois na vida os vencedores nunca desistem de algo ou de alguém por pior que seja o obstáculo.

Se quiser fazer de seu filho (a) um vencedor converse e não os deixe desistir. Por mais que pareça doer, não deixe também a criança ganhar e nem tão pouco a deixe burlar as regras.  Estes são ensinamentos para a vida, nem sempre ganhamos, mas também nem sempre perdemos, e ter sabedoria para lidar com os fatos da vida real também é algo a ser aprendido.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Feche a torneira, está acabando á água do planeta”

Ouvi esta frase de uma criança de 8 anos em uma instituição de ensino quando conversava com sua amiga. Elas estavam no horário de lanche, então perguntei a ambas: Como sabem que está acabando a água do planeta? Elas responderam assim: − Nossa professora acabou de falar sobre isto. Olhe como o que é ensinado para as crianças tem importância, se elas conseguiram entender o significado do assunto abordado. Quando há conhecimento elas conseguem transportar o que foi aprendido em suas ações no dia a dia. Agora quando somente é informação, elas não teriam o mesmo procedimento. Portanto, professores e pai tenham sempre em mente o que ensinam e educam. Se quiserem testar se o que estão ensinando e educando é conhecimento ou informação não é em um dia de prova escrita que saberão, mas sim nas ações dos pequenos no decorrer do dia a dia. Tudo o que for aprendido e tem significado real para a criança ela aplica em outras situações no seu cotidiano. Isto é aprendizagem significativa, responder somente para um dia de prova e esquecer o que foi aprendido não é conhecimento e sim informação. Pensem na diferença e ensinem e eduquem com significado para a vida como um todo e não somente para a prova.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ensinar a ser corajoso, também é necessário...

Ter coragem na vida também é um comportamento a ser ensinado e educado. Por que digo isto? Porque conheço alguns adultos que por possuírem tantos medos quando crianças tornaram-se adultos sem coragem para enfrentar os obstáculos que a vida nos impõe. Como fazemos isto desde pequeno? Vou explicar: quando uma criança deixar de fazer algo por que diz que está com medo, verbalize e pergunte o que tanto a incomoda e dê o apoio necessário para ela superar este trauma. Por exemplo, se ela diz que está com medo do escuro, dê a mão para ela e vá junto ao escuro. Feito isto, converse sobre o que sentiu como foi passar por esta experiência, desmistifique os medos, assim quando a criança se tornar adulta enfrentará a vida de frente sem autopiedade. Vejo muitos adultos errarem. Em vez de encorajarem, colocam mais medo na cabeça das crianças, pior, ainda tiram sarro e riem delas quando estas apresentam algum comportamento de medo. Isto em nada a torna um ser segura. Coragem é para poucos. Já ouvi esta frase de uma mãe para uma criança de 5 anos. Ora, com 5 anos temos que falar assim: “De que você precisa para enfrentar este seu medo, que medo é este, posso te ajudar, converse comigo sobre o que está pensando e sentindo”. Olhe a forma de encorajar sendo parceiro. Quando você verbaliza estas frases, você diz: “Estou com você acertando ou errando, mas não desista nunca”. A vida é assim.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Ensinamos mais pelas atitudes ou pelas palavras?

Este foi um questionamento de uma mãe numa rede social. Eis minha resposta: ensinamos mais pelas atitudes, mas como fazer isto? Não sendo contraditório. Explicarei melhor dando um exemplo: aprendemos a cozinhar bem quando alguém nos fala ou quando fazemos algo? Quando fazemos e experimentamos. Neste sentido, palavras o vento leva, mas gestos não ficam marcados em nossas mentes e corações para sempre. Portanto, reflitam sobre suas falas, mas principalmente sobre suas atitudes e não falem uma coisa e façam outra, isto é a contradição de que falei acima. Quando você fala algo e na ação faz outra você não ensina e educa ninguém da forma correta. Seja sempre coerente na fala e na ação. Se disser sim, explique o porquê do sim; se disser não, faça a mesma coisa. Isto é ser verdadeiro com você e principalmente com quem está ensinando e educando. Portanto, ensine pelas atitudes sempre, cuidado com o que fala e com o que faz...

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Ambiente ameaçador

Nada mais horrível para se viver que estar inserido em um ambiente ameaçador. Já vi cenas deste tipo de comportamento tanto em instituições de ensino quanto em famílias. Esta forma de ambiente em nada é construtiva, porque é adestradora. Para controlar alguém se usa de ameaças, por exemplo, se não comer tudo não come o doce, se não se comportar direito não vamos ao cinema, entre outras. O que ensinamos e educamos agindo assim? Simples. Ensinamos e educamos a serem pessoas fracas, controladoras e com autoestima baixa. Ameaçar os outros é sinal de fraqueza, de desamor. Quem realmente diz que ama alguém seja um filho (a), aluno (a), não ameaça, pois sabe que se fizer isto não estará ensinando e educando, mas sim adestrando alguém para que este responda exatamente o que você quer. Pior, também é quem se deixa ameaçar e cede a esta pressão. Isto não é um ambiente salutar, mas sim de patologia psicológica. Quando alguém é forte não precisa usar deste tipo de comportamento, porque tem consciência que isto em nada constrói um ser humano, pelo contrário acaba-o sufocando, e viver dentro de um ambiente sufocador aos poucos; isto pode se tornar uma doença física. Pensem e reflitam sobre suas atitudes sempre, mais do que isto, reflitam e se autoconheçam sempre.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

"Tem que pedir para usar"

Uma criança disse assim a um adulto: “Você usou meu computador sem pedir?” O adulto estressado e sem entender direito o que havia sido pedido respondeu: “mas eu posso usar sem pedir, fui eu quem pagou este computador.” A criança muito esperta respondeu: “tá bom, se é assim posso usar as suas coisas também sem precisar pedir.” Ensinar e educar respeito exige que ambas as partes cumpram o combinado e o prometido. Se é uma regra em casa ou mesmo na escola que se for usar algo de outra pessoa deve ser pedido, a regra vale para todas as situações e pessoas, independente se as mesmas possuem diferenças de idade ou até mesmo de poder (dinheiro). A fala citada anteriormente demonstra que o pai teve uma atitude autoritária e mais ainda educou que o dinheiro é quem manda e não as pessoas. O “ter” está em primeiro lugar e não o “ser”. Eduquem e ensinem que pedir as coisas de outras pessoas é sinal de educação e respeito pelo outro.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Preocupações de crianças

Uma mãe me fez o seguinte questionamento em uma rede social. As crianças pequenas possuem preocupações? Vamos à resposta: SIM! As crianças possuem preocupações, diferentes das preocupações do adulto, mas que não deixam de ser preocupações. Outro dia conversando com uma menina de 7 anos: sua preocupação era o arranjo de cabelo que ela iria fazer para ir à escola. Vocês devem estar a pensar: mas que preocupação boba. Pois é, parece boba para nós, adultos, que temos que nos preocupar em ganhar dinheiro, em fazer nossos afazeres domésticos. Mas para a criança isto pode se tornar um problema quando, por exemplo, ela queira que seu cabelo seja liso e é crespo. As preocupações ao longo de nossa vida vão se modificando. Ensinar e educar desde cedo como lidar com elas é importante e necessário; assim, quando adultos saberão lidar com as preocupações maiores sem grandes problemas psicológicos e/ou físicos.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Desculpa para não ir à escola

As crianças algumas vezes não querem ir à escola e pedem para faltar. Cuidado com as desculpas que elas dão para não querer ir; dependendo do que seja a desculpa, desconfie e se certifique do que a criança está dizendo. Por exemplo: eu não quero ir à escola por que está frio, chovendo muito, é uma coisa quando isto é verdade. Já presenciei crianças mentindo e combinando situações com os amigos no condomínio para faltar à aula para brincar. E pior: cada um inventou uma desculpa e todos conseguiram enganar seus pais, isto é que eu digo que é perigoso. Portanto, certifique-se se estão falando a verdade ou não. Quando desconfiar de algo pergunte, investigue, mas não brigue e nem fale alto, somente pergunte e veja realmente qual é o motivo deles quererem faltar. Dependendo da situação, analise com as crianças o prejuízo desta falta, como farão para repor este conteúdo perdido, o quanto isto prejudica ou não sua aprendizagem. Isto é formar consciência, ensinar e educar de forma correta. Agora se a criança quiser faltar e arcar com os prejuízos depois, a escolha é dela. Não devemos mandar, cobrar, quem de nós nunca faltou à escola para fazer algo bem mais divertido? Mas isto deve ser uma exceção e não regra.