quinta-feira, 30 de abril de 2015

Não se culpe por colocar seu filho na escola tão cedo

Algumas mães me perguntam muito a respeito do sentimento que têm em relação à idade adequada para colocar seu filho na escola. Vivem se questionando sobre a idade certa, sobre seus sentimentos em relação a isso, sobre o fato de que, muitas vezes, sentem culpa porque precisam trabalhar e, com isso, o filho deverá ir para uma instituição educacional com quatro ou cinco meses de idade, logo após terminar o período de licença gestante da mãe, enfim, são muitos questionamentos e todos eles gerando angústias.

Sei que deve ser difícil se separar de uma criança que parece tão frágil e inocente com apenas quatro meses, que ela precisa de atenção e de cuidados especiais, porém, se não existe outra alternativa, não vejo problema algum e nem mesmo prejuízo para a sua formação; ao contrário: quantas oportunidades estas crianças terão em uma instituição de ensino que, às vezes, em casa, não teriam porque os adultos ─ ou os adolescentes ─ que com elas ficariam, não saberiam estimular adequadamente em cada fase nova de suas vidas.

Educar para a vida é ensinar desde pequeno a realidade como ela é, sem medos ou traumas, mas com cuidados. O importante a se fazer é observar e ter referências sobre a instituição educacional à qual a criança irá, justamente para trazer mais segurança para os pais; mas culpa, não! Deve-se pensar sempre o lado positivo que as situações da vida nos oferecem. Já imaginou se você não estivesse trabalhando? Será que isso não seria pior para sua família, em termos financeiros? Já imaginou privando o seu filho de alimentos, de roupas, de alguns confortos necessários dentro de uma casa, porque você não poderia oferecer, pelo fato de não ter dinheiro para tal?


Reverta seu pensamento sem culpas e, mais do que isto, sem querer compensar seu filho por sua ausência enquanto trabalha, sendo permissiva demais, deixando que ele coma o que quiser na hora que quiser, comprando brinquedos em excesso, tornando-o um incapacitado para lidar com frustrações e demais aspectos que a socialização nos brinda. Agir assim, não é formar alguém para viver a vida de maneira saudável e sociável!  Afinal, a vida é cheia de limites e de desafios e esse aprendizado a gente consegue ter desde a idade mais tenra. Saber o porquê do sim e o porquê do não é fundamental! Então, vá realizar o seu trabalho; você trabalha porque precisa e parte do que você ganha é destinada a custear a educação e o desenvolvimento de seu filho. Vamos viver sem culpas e também sem exageros! 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

“Não aguento mais esta casa bagunçada, guardem estes brinquedos agora”

Uma mãe reclamou muito para mim da bagunça que seus filhos fazem com brinquedos. Ela verbalizou a frase: “Quando eles vão brincar pegam tudo, esparramam tudo, mas na hora de guardar não querem, deixam tudo espalhado eu vou lá e guardo na caixa, mas todos os dias é a mesma coisa, não sei o que fazer. Me ajude!”

Bem, vamos às dicas: Perguntei a ela como era a organização do seu armário de roupas, seu armário da cozinha, suas louças na pia, e as roupas do dia a dia. Ela me respondeu que, na medida do possível, faz uma organização, mas que não dá tempo por que ela trabalha fora e que nos finais de semana, tem tanta coisa para fazer que, muitas vezes, guarda só por guardar.

Então, se quisermos crianças organizadas, também teremos que ser organizados; afinal, exemplo é tudo. Propus a ela que organizasse seus armários e que, juntamente com as crianças, organizassem os armários delas também. Quanto aos brinquedos, sugeri que adquirissem caixas organizadoras para separar e classificar os objetos. Por exemplo: carrinhos pequenos em uma caixa separada, bonecos em outra. Com a separação dos brinquedos e lugares específicos para guardarem, as crianças se organizam melhor e, desta forma, é mais fácil para assimilarem que devem guardar tudo depois que brincarem, principalmente quando vem algum amigo que não conhece a organização dos lugares e as caixas selecionadas.


Essa mãe agradeceu e disse que nunca tinha pensado nisso. Que ela colocava todos os brinquedos em um baú e que as crianças viravam tudo, todos os dias, no chão, para procurar algo com que queriam brincar. Se queriam somente os carrinhos, os outros brinquedos também ficavam espalhados. Então ela pôde perceber que esse baú em nada ajudava na organização, pelo contrário, atrapalhava ainda mais.  Organização é fundamental e facilita na hora de brincar e de guardar. Mas lembrem-se sempre: vocês também precisam manter a organização na casa inteira! Não é somente as crianças que precisam ser organizadas; afinal, não dá para cobrar dos pequenos aquilo que o adulto com quem ela convive diariamente também não é!

terça-feira, 28 de abril de 2015

O exemplo dos pais

Uma amiga, que estava dirigindo em pleno trânsito das 07h50min da manhã, ao parar o carro diante da faixa de segurança do pedestre ─ porque ali estava uma senhora querendo atravessar a rua ─, acabou tomando uma buzinada bastante insistente do veículo que estava atrás dela. Minha amiga apenas fez um sinal para o carro informando que ela estava esperando a senhora atravessar. Mas parece que a pessoa que estava dirigindo o carro de trás estava bastante impaciente, e acabou gritando e xingando, dizendo que estava atrasada e que ninguém tinha o direito de segurar o trânsito, assim, atrapalhando-a em seu horário.


Nessa hora, supostamente o marido que estava ao lado da motorista impaciente e deselegante, começou também a destratar minha amiga dizendo que sua esposa estava coberta de razão, e que se ela não saísse logo dali chamaria a polícia porque sua esposa estava grávida e estava sendo destratada em pleno trânsito; que não se deve parar assim para dar condições de passagem a um pedestre em uma avenida importante e de alto fluxo como aquela... enfim, ambos falavam aos gritos, fazendo usos de palavrões e xingamentos. A discussão parecia que iria esquentar muito, se não houvesse uma dose de bom-senso, por parte de minha amiga, diante daquela absurda manifestação de egoísmo! Ela resolveu seguir seu destino, mas antes disso olhou melhor para o carro que só faltava pular de tanta gritaria e movimentação por parte de seus dois passageiros, e acabou percebendo que, no banco de trás daquele veículo havia uma criança, um menino de, aproximadamente, quatro anos de idade. Minha amiga continuou seu percurso e me contou, dias depois, a história completa. E eu fiquei pensando sobre o fato de que, além da criança que estava no ventre daquela motorista impaciente e deselegante ─ com o marido a referendar toda a sua falta de educação ─ ali ainda estava uma criança assistindo a tudo, ao mau exemplo que estava sendo dado, por parte dos pais, aos dois filhos: um de quatro anos e o outro ainda por nascer! 

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Ensinar as crianças a pouparem dinheiro

Uma mãe me perguntou como fazer para que seu filho de cinco anos de idade comece a poupar o dinheiro que recebe dos avós, tios e dos próprios pais. Disse que ele ganha muitas moedas e que as coloca no porquinho, mas que ela não sabe como conduzir e ensinar a poupar para, depois, quando ele ficar maior e mais velho, saber usar o dinheiro que ganha de forma adequada.

Pedi à mãe que perguntasse para o garoto o que ele gostaria de comprar para si, qual era o seu desejo. Depois, que ela soubesse o que ele gostaria de obter, que ela fosse com ele até uma loja e que, juntos, descobrissem o valor daquele objeto desejado e escolhido por ele. É claro que nesta idade o garoto não conhece dinheiro e nem sabe fazer conta, mas a mãe pode ir educando dizendo que para ele comprar aquele brinquedo que tanto deseja ele precisa de “ x” moedas de R$1,00 por exemplo.


É preciso mostrar à criança quanto ela precisa poupar para obter aquele desejo, ou durante quanto tempo ela teria que ir guardando suas moedas, sem tentar gastar nenhuma, para conseguir comprar e pagar o tal brinquedo desejado; mas em hipótese alguma deve-se comprar o brinquedo antes. E assim, quando o garoto ganhar as moedas por parte dos avós e tios, deve-se conferir, com ele, quanto ainda falta para comprar o que quer. Pais: quero que entendam que para economizar é necessário que se tenha um objetivo em mente! É assim que juntamos as economias e fazemos esforços para obtermos o que desejamos em nossa vida adulta. Se não tivermos algum objetivo, para quê vamos economizar? Objetivo e planejamento são fundamentais para uma vida adulta de sucesso. 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

“Eu queria que você nunca tivesse nascido”

Uma mãe desesperada com seu filho, por tantas reclamações que vinham por parte da escola, verbalizou com raiva a frase do título deste texto para o garoto de sete anos de idade. Sei que muitas mulheres não gostam de ser mães, que talvez seu projeto idealizado fosse diferente, mas o filho está aí e as coisas acontecem...

Percebo que muitas mães têm esse descontentamento pelo jeito como tratam seus filhos, mas tenho que dizer que eles não pediram para nascer! Na hora do sexo ninguém pensou em se prevenir, ou na hora de dar um filho para o seu companheiro, esperando que com isso o casamento ficasse consolidado e eterno, é uma grande ilusão, mas muitas mulheres engravidam com essa situação em mente e aí, bem... aí acontece a gestação e a criança vem, cresce, vai à escola, começa a descobrir a vida... e ela não tem culpa disso tudo não!

Estas mães que não queriam ter filhos, mas que por algum motivo acabaram tendo, não são maternais, não se assumem nesse papel e acabam não sabendo como educar e cuidar de seus filhos. Devido a essa falta de disponibilidade interna, o resultado do comportamento destas crianças só pode ser de agressão, desobediência e indisciplina, pois são rejeitadas pela própria mãe o tempo todo.

Todo ser humano, seja criança, adolescente, adulto ou velho necessita de apoio. Todos temos o sentimento de sermos desejados e amados de verdade, isto é inerente ao ser humano. Se as crianças não se sentirem amadas, como poderão dar amor a outras pessoas se não possuem exemplos de amor em casa? NUNCA verbalizem sua insatisfação, ou frustração para com um filho (a). Quem não deveria ter nascido é você, mãe, que diz uma barbaridade a um menino de apenas sete anos, que ainda está em formação do seu ser. Colocar um ser no mundo é muita responsabilidade, podemos construir ou destruir sua vida para sempre! E uma vez destruído, jamais recuperamos o que foi perdido, pois o tempo passa e novas fases virão.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

“Eu cansei! não te amo mais!”

Esta frase pode ser verbalizada entre pares de cônjuges, mas nunca entre pais para com seu filho (a). Quem ama de verdade não cansa, não desanima, não desiste nunca. Pelo contrário, quem ama de verdade ajuda, auxilia nos momentos difíceis, está junto nas alegrias e nas conquistas.

Estar junto de alguém é ter clareza do papel na vida do outro, é saber que você é o alicerce para que seu filho (a) possa, na idade certa, caminhar com autonomia por ter aprendido, com você, o que necessitava. Veja só: aprendeu a ser forte, a enfrentar a vida de frente, a ter discernimento em muitos momentos distintos, enfim, ele aprendeu com você a viver na vida!

Dizer que você se cansou de uma criança porque já falou 10, 20, 30 vezes a mesma coisa e ela ainda continua a fazer errado ─ sob o seu ponto de vista ─ não é amar nem a si próprio e nem ao outro. Já imaginou se alguém falasse para você, adulto, ...”cansei de você e não te amo mais”! Com certeza iria doer muito, não iria? Imaginem, então, para uma criança que ainda não está com sua autoestima formada, que ainda não sabe ao certo porque determinadas ações precisam ser realizadas de um jeito, e não de outro, ou mesmo que não podem e não devem ser realizadas. Vejam que, às vezes, há atitudes e situações que são permitidas de se fazer/realizar em ambiente familiar, mas não o são em ambiente externo, social. Então, como querer que a criança tenha um tipo de comportamento se o seu contato com ela é de uma pessoa controladora e não de alguém que ensina?


Pais, cuidado com o que falam e com a forma como falam! Vejam que a fala tem um poder imenso na vida de outra pessoa; ela expressa seus sentimentos bons ou ruins e, achar que falando algo negativo acabará por surtir o efeito desejado é ilusório de sua parte. Aliás, ao contrário: a fala negativa acaba gerando mais raiva, rancor, frustração, ou seja, mais comportamentos negativos. Se você está perdido e não sabe o que fazer, que tal analisar seu próprio comportamento primeiro? Ou será que você é perfeito em tudo e somente as crianças é que estão erradas?

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Infantolatria: criança toma conta da vida da família

O termo infantolatria é designado para famílias cuja criança não é somente o centro, mas aquela que toma conta da vida da família em todos os sentidos. Pertence a uma família que faz com que tudo gire em torno da criança, por exemplo, as músicas do carro são somente aquelas que a criança gosta, os filmes ou programas de TV são sempre do gosto da criança, nunca dos adultos. Ou seja, os adultos deixam de lado seus desejos e gostos para atender somente os das crianças. Isto não é saudável e pode causar sérias consequências para o casal e para esta criança na adolescência e vida adulta.

Quando a criança chega da maternidade, logo após o seu nascimento, exigindo cuidados especiais por um determinado tempo, é claro que ela passa a ser o centro das atenções e dos cuidados por parte de toda a família! Mas, à medida que ela cresce, é importante que ela tenha e perceba qual é o seu espaço dentro da família, assim como de cada um dos outros membros: o pai, a mãe, os irmãos, avós e tios, se estes morarem junto com a família, enfim, cada um tem o seu espaço e o seu campo de atuação. Por exemplo, no segundo ano de idade é importante que a criança comece a perceber que todos têm o direito e a dinâmica de compartilhar um programa de TV, uma música, um filme, um passeio, uma escolha de alimentação...

Quando os pais deixam que seus filhos se tornem o centro de tudo, o reizinho ou a princesa da casa, eles projetam nos filhos uma insegurança sua, e querem que eles sejam a parte melhorada de si mesmo. Um grande problema é que muitas vezes a relação do casal fica prejudicada nesta situação: se a mãe vira a santa e o filho é o deus, onde fica o pai nesta história? Além disto, não é adequado e nem é saudável para criança, além de ser um grande fator de desgaste na relação íntima do casal. É muito comum a criança querer dormir na cama com os pais, não se acostumar com sua cama e com seu quarto e os pais acabam protelando e nunca fazem a adequação de que cada um tem o seu lugar. Esse tipo de situação é muito mais frequente e comum do que se possa imaginar, ocasionando muitos casos de separação dos casais. Isso porque um é deixado de lado, acaba se sentindo rejeitado e, com a porta aberta para o rompimento sempre surge um outro elemento na relação que faz com que a família se esfacele!


Além das questões relacionadas aos casamentos e aos casais, a infantolatria também tem sérias consequências na adolescência e na futura vida adulta daquela criança. Será difícil para ela perceber que nada na vida gira em torno de si mesma, que cada um tem o seu lugar, mas que na vida social é preciso conquistar e desbravar novos contatos, novas relações, aprendizados e até mesmo simpatias. Que precisamos conviver com diferentes opiniões, hábitos e costumes. Uma criança, que é o centro de tudo, terá grandes dificuldades de convivência na escola e em outros ambientes sociais quando ela se der conta de que não é o centro de tudo.  Se as correções não forem feitas a tempo, pelos pais, essa criança poderá desenvolver o Transtorno de Personalidade Narcisista, apresentando comportamentos doentios, fechados, egocêntricos e solitários. Cuidado pais!

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Brinquedoteca Sustentável - Faculdade de Hortolândia - Curso de Pedagogia - Coordenação Vanda Minini

Mais uma Projeto de Brinquedoteca Sustentável sendo construído.

Areia do parquinho: cuidados necessários

Vejo muitas crianças pequenas brincarem na areia, quer seja de locais abertos como praia, condomínios e parque públicos, como em instituições de ensino. Alguns cuidados são necessários com crianças pequenas com relação à areia. Ela deve ser limpa, sem ter a presença de visitantes diurnos ou noturnos como gatos, pombos, ou mesmo cachorros que podem, ali, fazer as suas necessidades impregnando a areia com urina ou fezes, fato muito comum de acontecer em locais públicos como praças ou jardins.  Areia suja com fezes e urina de animais pode ocasionar diversos tipos de micoses como sarnas, bicho geográfico, ou até mesmo leptospirose (ocasionada pela urina do rato, podendo ser letal em 10% dos casos).

Assim sendo, é importante estar atento a tudo isso e, em instituições de ensino esta parte do local deve ser fechada com telas ao redor e, em cima, com manta plástica. Também deve haver um portão para que o acesso só seja permitido às crianças ─ e não aos animais ─ e esta areia deve ser trocada pelo menos uma vez por ano, para que possa evitar qualquer problema. Outra dica é usar a areia hipoalergênica, ou seja, uma areia própria, adquirida em casas de produtos animais, utilizada em caixas para que os gatos domésticos façam suas necessidades nela. Portanto, é uma areia que não provoca nenhum tipo de reação na pele das crianças.


Então, aqui vai a dica: Pais, por favor, verifiquem se nas instituições de ensino que seus filhos (as) frequentam este cuidado está sendo efetivado. Se não, exijam que isto seja realizado, pois é a saúde de seu filho (a) que está em risco.  Já em locais públicos, cuidado quando as crianças quiserem brincar em tanques de areia sem o mínimo de higiene! Muito cuidado! 

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Colo: tem idade para parar de ter?

Ouvi uma mãe, em uma fila de banco, dizendo para um garoto de cinco anos de idade que estava sonolento e que queria colo, que ele era grande demais para querer colo. Que se ela o ficasse carregando, que sua coluna não iria aguentar, que ele já era homem e não mais um bebê para ser carregado... enfim, foi uma ladainha em cima do menino e, nada desta mãe pegar o filho no colo! Minha vontade ela de carregar aquele menino... mas, não tenho este direito de intervir!

Fiquei pensando: se eu que já sou adulta, muitas vezes quero o colo de alguém... e isto me traz uma sensação de aconchego, de felicidade, de paz, de carinho, de estar junto com o outro, de me sentir acalentada... É tão bom se sentir aconchegado no colo de alguém que amamos! Imagine este menino, de apenas cinco anos, com sono, num dia quente, querendo colo e recebendo, em troca, uma ladainha de “nãos”. Como ele deveria estar se sentindo? A última bolacha do pacote!

Quando alguém pede um colo é porque tem uma razão de ser. Prestem atenção em crianças pequenas porque se elas estão bem, então elas querem mesmo é brincar; mas se elas pedem aconchego, afago... Vejam que elas não param quando estão se sentindo confortáveis, mas quando estão com febre, com algum tipo de dor, ou desconforto ─ como sono, por exemplo,  ─ não tem uma cama por perto para se deitar, para dormir, então elas pedem colo! E por que negar?

Ainda não entendo muitos dos comportamentos dos adultos em relação às crianças, principalmente na frente de outras pessoas, querendo demonstrar e exercer o seu autoritarismo e não a sua autoridade. Reflitam...


quarta-feira, 15 de abril de 2015

Escola cara demais só para brincar!

Estava ouvindo duas avós conversando sobre seus netos de dois e três anos de idade, e ambas reclamavam de que os filhos pagam uma fortuna para que as crianças fiquem em tempo integral em uma determinada instituição de ensino. Pior: elas repetiam o tempo todo que as crianças lá só brincam, que é caro demais para somente brincar... enfim, essas coisas.

Vamos às reflexões: nesta idade, as crianças estão aprendendo a andar corretamente, a falar, a interagir, a brincar de forma mais socializada, e para que desenvolvam a interação entre criança - criança e adultos crianças, este é um período rico na formação de sinapses (cerebrais) e de desenvolvimento neuro-psico-motor. Eles não brincam por brincar, mas durante o brincar eles estão aprendendo e muito!

Ouço muito esta frase “as crianças só brincam”, mas o que gostariam que elas fizessem? Que trabalhassem com dois ou três anos de idade? Cada fase de estímulos é importante para o seu desenvolvimento, e a primeira infância é a fase das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos. A importância destas ações, nesta fase, é para que a mente da criança seja repleta de satisfações. Isto auxilia na formação da autoestima e, consequentemente, da felicidade interior. Crianças que brincam se desenvolvem e começam a se preparar para outras fases de sua vida de maneira alegre e autônoma, porque começam a aprender a buscar soluções para os problemas usando de sua criatividade.


Por isso, pais, avós, tios e adultos em geral, não fiquem achando ruim que as crianças só brincam! Elas precisam disto para não se tornarem rabugentos como aqueles que pensam que brincar é perder tempo, adultos que ficam sempre “no pé” das crianças querendo que o seu brincar seja ─ apenas ─ algo produtivo como arrumar o quarto, ou guardar os brinquedos!  Brincar é ser feliz, seja qual for a idade! Que tal vocês pararem de ler o texto e buscarem algo para se divertirem e relembrarem sua infância de maneira saudável? Que tal começarem a ser felizes ─ com esse brincar ─ assim como as crianças que estão brincando? Sempre é tempo!Estava ouvindo duas avós conversando sobre seus netos de dois e três anos de idade, e ambas reclamavam de que os filhos pagam uma fortuna para que as crianças fiquem em tempo integral em uma determinada instituição de ensino. Pior: elas repetiam o tempo todo que as crianças lá só brincam, que é caro demais para somente brincar... enfim, essas coisas.
Vamos às reflexões: nesta idade, as crianças estão aprendendo a andar corretamente, a falar, a interagir, a brincar de forma mais socializada, e para que desenvolvam a interação entre criança - criança e adultos crianças, este é um período rico na formação de sinapses (cerebrais) e de desenvolvimento neuro-psico-motor. Eles não brincam por brincar, mas durante o brincar eles estão aprendendo e muito!

Ouço muito esta frase “as crianças só brincam”, mas o que gostariam que elas fizessem? Que trabalhassem com dois ou três anos de idade? Cada fase de estímulos é importante para o seu desenvolvimento, e a primeira infância é a fase das brincadeiras, dos jogos e dos brinquedos. A importância destas ações, nesta fase, é para que a mente da criança seja repleta de satisfações. Isto auxilia na formação da autoestima e, consequentemente, da felicidade interior. Crianças que brincam se desenvolvem e começam a se preparar para outras fases de sua vida de maneira alegre e autônoma, porque começam a aprender a buscar soluções para os problemas usando de sua criatividade.
Por isso, pais, avós, tios e adultos em geral, não fiquem achando ruim que as crianças só brincam! Elas precisam disto para não se tornarem rabugentos como aqueles que pensam que brincar é perder tempo, adultos que ficam sempre “no pé” das crianças querendo que o seu brincar seja ─ apenas ─ algo produtivo como arrumar o quarto, ou guardar os brinquedos!  Brincar é ser feliz, seja qual for a idade! Que tal vocês pararem de ler o texto e buscarem algo para se divertirem e relembrarem sua infância de maneira saudável? Que tal começarem a ser felizes ─ com esse brincar ─ assim como as crianças que estão brincando? Sempre é tempo!

terça-feira, 14 de abril de 2015

Diferenças entre o casal: competição com os filhos

Quando vamos a algum casamento, percebemos entre o novo casal juras de amor eterno, companheirismo, alegria infinita. Pena que muitas vezes isto não dure para sempre! Se aquela emoção do dia do casamento durasse todos os dias, as famílias seriam bem mais felizes! Mas vamos lá, todo casal tem um desgaste natural na relação, mudam as preferências, os gostos, as influências, enfim, situações cotidianas que se não forem resolvidas vão detonando a relação. E nisto tudo existem os filhos (as) que estão presentes neste dia a dia, sofrendo com as intempéries desta relação.

Conheci um casal que, a partir de um determinado momento da vida, a mulher passou a ganhar mais que o marido, fazendo com que a relação dos dois mudasse completamente a dinâmica da família. Brigas e competições começaram a surgir; a mulher queria se separar, mas em função dos filhos e da falta de vontade de lidar com esse aspecto diante das famílias, acabaram não o fazendo, dando continuidade à falsa vida de casal; e assim, foram levando, com os filhos no meio daquilo tudo.  Embora já não existisse diálogo e companheirismo entre os dois, fizeram o possível para manter as aparências de um casal feliz diante dos filhos, parentes e amigos. Certo ou errado, cada um sabe onde aberta o calo do sapato! O problema começou a ficar mais gritante quando, sem perceber, a mulher passou a oferecer para os filhos viagens e passeios muito acima da condição que o pai poderia lhes oferecer; pior ainda, era o fato de que este não participava de mais nada em relação à vida dos filhos, sendo solicitado, apenas, que os levasse ou buscasse no aeroporto dia tal, hora tal! Era apenas um comunicado que a filha fazia ao pai, demonstrando que já não havia união, troca de contatos e de experiências, conhecimento de mundo e da vida. Agora o pai passava a ser apenas alguém que faria o transporte de um lugar a outro, como se fosse um mero taxista, sem a menor participação na vida de seus filhos nesses momentos. Pois bem: a família já não estava mais unida em torno do ideal ou do desejo de uma família de verdade!

Esta situação perdurou por muito tempo e cada vez mais a distância do relacionamento do casal e da competição da mulher com o marido ia aumentando. Não se podia mais dizer que eram uma família, mas dois adultos estranhos tentando sobreviver por trás das aparências, tudo para não deixarem os filhos lidarem com a situação real da separação do casal, seus pais!


Pois bem: os adultos que leem este texto e que, por algum motivo, passam por uma situação parecida com esta em suas vidas, sugiro que avaliem o significado da palavra “família” e, mais que isso, que vejam o que realmente querem que seus filhos sejam: pessoas de verdade ou pessoas que sobrevivem pelas aparências? Conheço muitas famílias que vivem de aparência para mostrar para os outros que são felizes quando, na verdade, estão se matando uns aos outros, deseducando seus filhos, falsificando suas vidas! Então, quando isso acontece, o melhor a se fazer é buscar ajuda em uma terapia, ou até mesmo partir para uma separação, agindo com respeito, verdade e até mesmo com amizade! Agora, fazer dos filhos motivo de competição e disputa de poder não é nem amar a si mesmo nem aos que tanto dizem que amam: seus filhos (as).

segunda-feira, 13 de abril de 2015

“Dei a mesma educação para meus dois filhos e eles são tão diferentes!”

Engana-se quem acha que dá a mesma educação para dois filhos, mesmo eles sendo do mesmo sexo e tendo idades bastante próximas. Cada criança foi gerada num período da vida do casal, com estabilidades e vivências diferentes. Portanto, jamais damos a mesma educação para dois filhos com idades diferentes.

Tem, também, outro fator importante para ser lembrado: cada criança tem sua própria maneira de ser, de copiar, de expressar suas referências na família. O mais velho pode copiar mais a mãe, e o outro o pai, ou qualquer outro membro da família. Um pode ser mais tímido, o outro mais extrovertido, são diferenças de comportamento que o fazem pensar, sentir e agir de forma própria e única. Além disso, o fato de um filho ter um tipo de comportamento ou jeito de ser diante das coisas e dos fatos, pode ser mais próximo ao que o pai ou a mãe desejam e têm como um ponto semelhante de ação, fazendo com que essa empatia permita criar mais compatibilidade entre um filho em detrimento de outro.


Pais: não tentem se enganar! Muitos dizem:” eu amo meus dois filhos igual”, mas não é verdade, porque sempre temos preferências e identificações mais com um filho que com outro. Isto é natural, faz parte da vida. Não estou aqui dizendo que devem verbalizar as diferenças que sentem em relação a cada um dos filhos, não é isto, mas somente para que não sofram se isto acontecer com vocês. O único recado que dou é que percebam estas diferenças, mas não se culpem ou cobrem! Aprendam a conviver com elas e não se estressem; somente isto. Muitas vezes o que criticamos nos outros são os comportamentos que nós temos e não percebemos. Muitas vezes não gostamos de um comportamento em nós, e o outro ─ que pode ser um dos nossos filhos ─ acaba servindo de nosso espelho. 

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Meu filho (a) quando nascer será Corintiano, São Paulino, Palmeirense...

Outro dia fui visitar uma amiga, em uma maternidade, porque ela havia ganhado bebê. Quando cheguei, fiquei olhando o enfeite da recepção do quarto: era uma camisa pequena, de um determinado time de futebol. O pai, todo orgulhoso do filho que havia nascido, dizia o tempo todo: “meu filho será um grande torcedor do time X (para não identificar). Quem sabe até pode vir a ser um grande jogador deste time”.

Fiquei somente observando e pensando comigo mesma. Coitado deste menino: tem apenas um dia de vida e já estão escolhendo para qual time ele terá que torcer e até mesmo projetando uma profissão para o garoto! Pais controladores, frustrados, ou mera projeção?  Poderia ser admiração?????? Eram as interrogações que passavam pela minha mente, tentando entender, sem julgar, o que acontecia com aquele pai. Perguntei ao mesmo se ele havia escolhido o time para o qual torcia quando ainda era criança, ou se seu pai já tinha feito essa escolha, por ele, desde o seu nascimento. Ele me olhou, pensou, e acabou me respondendo: “Sabe, pensando bem, meu pai torce por outro time; eu é que escolhi por este quando eu tinha 12 anos de idade e vi pela primeira vez este time jogar em campo. Fiquei tão emocionado em ir a um estádio, assistir assim ao vivo; o estádio, na época, era bastante moderno e isso tudo entrou dentro de mim que eu passei a venerar este time”.

Entendi a escolha do pai, e percebi a incoerência pela qual ele estava entrando; já pensaram se daqui a alguns anos o menino resolve torcer por outro time que não seja o do pai? Como é que ele vai conseguir ter clareza e consciência sobre a sua escolha? E depois, caso realmente o garoto faça a opção por ser fã e torcedor de outro time de futebol, ele acabará tendo um conflito com esse pai!


Vai, então, um toque: Pais, por favor, não escolham nada para seus filhos! Deixem que eles façam suas próprias escolhas, e os apoiem da forma que vocês puderem. Vejam que, com relação à escolha por um time de futebol, nada há de negativo, amoral ou antiético ser fã e torcer por um time A, B ou C. Procurem não contrariar ou influenciá-los em suas escolhas. Façam o possível para admitir as  escolhas de cada um. Afinal de contas, somos seres livres para pensarmos, sentirmos e agirmos de acordo com nossas vontades. A vida pede que sejamos capazes de fazer escolhas e de arcar com elas com responsabilidade e ética! 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

“Você só sabe mentir!”

Uma mãe me perguntou por que as crianças mentem tanto; ela está apavorada porque seu filho de sete anos apresenta sempre este comportamento. Para poder entendê-la melhor, fiz alguns questionamentos: na sua casa você, ou seu marido, mentem para ele? Você o controla demais, ou deixa que ele escolha e siga as suas vontades? Você permite que ele conte tudo sobre a vida dele, os amigos, as aprontações infantis, sem interferências ou recriminações? Como é o seu relacionamento com ele quando conta algo que você não acha correto?  Bem, ela foi respondendo a cada pergunta mas, no fim, ela disse assim: “Nossa, eu sou mau exemplo para ele. É isto que você está me dizendo, não é?”

Então, vamos lá: ela e o marido frequentemente mentem para o filho, fazem promessas e não as cumprem, controlam tudo por medo de que tenham amizades inadequadas; na maioria das vezes, tudo tem que ser do jeito deles, enfim, os filhos (uma menina e um menino) não escolhem suas próprias coisas; tudo é a mãe quem faz, sob a aprovação ─ ou não ─ do pai das crianças. Além disso, ela costuma muito recriminar as falas do garoto.


Pais, se vocês querem que seus filhos sejam seguros e não mintam para vocês, é simples: façam o mesmo dando o exemplo. Uma situação que é muito comum acontecer nas famílias é quando toca o telefone e se pede para que a criança atenda, dando-lhe a recomendação de que se for fulano, ou se for de tal lugar, dizer que o pai ─ ou a mãe ─ não está em casa. Pronto: ensinou a mentir!  Sem perceber, inconsciente, mas ensinou. Para que a criança não minta, ela precisa se sentir segura e que não será recriminada em hipótese nenhuma. Ela precisa ter liberdade de expressão, sem julgamentos ou castigos; ela precisa ter o exemplo dos mais velhos. Criança é espontânea e fala tudo o que pensa; mas depois de ser muito recriminada ela passa a esconder ─ ou mentir ─ sobre fatos, por conta da opressão que recebe dos pais. A escolha é sua, sejam verdadeiros com seus filhos para que eles sejam verdadeiros com vocês.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Semanários com capas lindas, mas a realidade é outra!

Quando visito algumas instituições de educação infantil, percebo que os semanários das professoras é um capricho só. Capas pensadas com temas infantis e cheias de brilho são comuns de serem vistas. Como eu estava fazendo uma pesquisa com crianças em determinada instituição de ensino, pude observar que o que estava escrito no semanário discordava da prática da professora em seu cotidiano.

Eu não estava lá para verificar a prática da professora, e sim os relacionamentos entre as crianças, mas cheguei a algumas hipóteses e fiquei surpresa quando percebi a discordância entre o registro escrito e aquilo que era praticado. Fiquei pensando com os meus botões: Para que, então, fazer semanário se nada do que estava escrito ali fora realizado, de fato?


Perguntei à mesma por que ela não seguia o planejado e ela me respondeu que aquele caderno era somente para a coordenadora ver; que na prática do dia a dia ela seguia a vontade das crianças.  Indagada sobre o porquê disto, ela me relatou que as crianças daquela escola não conseguiriam seguir nada do que constava no planejamento, que elas não tinham condição de acompanhar as atividades propostas. Bem, eu estava ali como pesquisadora e não poderia intervir na realidade pedagógica, mas fiquei muito chocada com aquela resposta. Achar que um ser humano não é capaz é a pior coisa que poderia acontecer em uma instituição de ensino em 2015! E ainda mais, um grupo de crianças de educação infantil, quando o cérebro desses pequeninos está em uma fase brilhante de conexões e aberturas a novas aprendizagens? Como assim?  Todos nós temos limitações e somos capazes de realizar coisas extraordinárias, inclusive aprender coisas novas em qualquer idade que seja! No entanto, quando não somos estimulados para tal, podemos nos acostumar com não termos interesse pelas coisas, e aí poderemos ficar atrofiados. Como acreditar que as crianças, em pleno desenvolvimento, não são capazes? E depois, para quê fazer um caderno lindo, só pra mostrar para os superiores, totalmente oposto à realidade prática? Olhem, esta educação infantil precisa ser mudada...

terça-feira, 7 de abril de 2015

Você será sempre o bebê da mamãe e do papai!

Filhos nascem e são considerados bebês, depois crianças, adolescentes, adultos e, ao longo da vida se tornam idosos. Esta é a lei da vida, se não for interrompida em alguma etapa. Porém, vejo muitos pais se dirigirem aos filhos como se fossem crianças, mesmo estes tendo mais de vinte anos. E por conta desta situação, observo que muitas atitudes destes filhos acabam sendo bastante infantis, embora tenham idade de adultos.

Alguns pais não preparam seus filhos para a vida como ela é. Escondem fatos, superprotegem seus sentimentos como se seus filhos ainda fossem bebês; escondem verdades de sua vida conjugal, ou seja, não explicam que é possível, muitas vezes, não se gostar mais de uma pessoa e querer passar a conviver com outra. É muito comum o fato de todos saberem ─ ou sentirem ─ que o casamento já não existe mais, porém, para não magoar os filhos, ou para que eles não sofram decepções e frustrações, manterem uma aparência e uma imagem social.  A vida não é assim.

Existem momentos de dor, de raiva, de separação, de alegria, de guardar dinheiro para conseguir um desejo, de viajar, de passear, etc. A vida é o que ela é. Agora, querer poupar os filhos e tratá-los como bebês, ou crianças, não é prepará-los para saber enfrentar as diversidades e dificuldades que a vida apresenta. E elas são tantas na vida adulta!


Pais, vocês precisam entender que não são eternos, e que a vida é uma grande surpresa; não se sabe se amanhã vocês estarão vivos, por isso, é preciso ensinar seus filhos na idade correta para cada coisa. Conheço um casal, cujos filhos tem 25 e 27 anos, sendo que a filha ─ que é mais velha ─ não sabe cuidar de si em termos de compras e escolhas de roupas, de decisão sobre questões de trabalho e de amizades, porque sempre foi poupada pela mãe, sempre recebeu prontamente as decisões e definições pelas quais deveria traçar sua vida. Com o filho, idem. Aliás, na minha opinião, com o filho ainda é pior, porque além de caçula, é homem e a mãe sempre deixou claro que ele não sabia fazer escolhas por si mesmo, nem mesmo sobre o curso superior que ele iria fazer ─ que se tornaria a sua futura profissão! Pois bem, por circunstâncias de uma fatalidade, a mãe faleceu em um acidente automobilístico, e os filhos se viram perdidos, inseguros, sem saber como lidar com o pequeno patrimônio construído pelos pais ao longo dos anos. O pai, por sua vez, já separado da mãe há 4 anos, está em um segundo casamento, morando em outra cidade, e começa a ver que seus filhos, embora maiores de idade perante a lei, não sabem fazer o básico para sobreviver porque sua mãe sempre os poupou de tudo. Afinal, estamos educando para a vida, ou tratando os filhos sempre como crianças?

segunda-feira, 6 de abril de 2015

“Silêncio demais, tem arte!”

Um pai postou nas redes sociais esta frase com a foto do filho de uns dois anos tirando todas as roupas da cômoda e as jogando pelo chão. Ele ainda escreveu assim: “quando João Pedro (nome fictício) está quieto demais, é porque alguma coisa está acontecendo... e não é dormindo”.

Eu vi a foto e realmente as roupas estavam espalhadas pelo chão, mas respondi assim para este post: Isto significa criança saudável, experimentando novas situações. Não fique bravo, pai, apenas tire o foco dele deste lugar, leve-o para outra situação, arrume a bagunça e se isto o incomoda tanto, amarre as portas/gavetas; até tem um lacre especial para isso em lojas de produtos infantis! Ou então, curta a fase que seu filho está. Isto vai passar ─ e logo! Muito mais rápido do que você possa pensar ─ e quando ele ficar maior, vocês terão lembranças e mesmo saudades desses dias! Mas não brigue, não xingue, não bata nas mãozinhas dizendo que “não pode”. Ele tem apenas dois anos e está na fase de experimentar o mundo.

Essa idade é quando a criança começa a explorar muito a sua motricidade em relação às coisas que circundam o seu ambiente: abrir e fechar, colocar e derrubar, trocar de lugar...Com dois anos é o momento dela brincar porque ainda não está pronta ─ neurologicamente falando ─ para saber o que é certo ou errado, principalmente em relação a tirar as roupas da gaveta, já que as roupas são dela, as gavetas também e o quarto idem!  Para ela, tudo é brincadeira e, com isso, ela está vivenciando novas situações de aprendizagem.


Vamos ver por outro lado? Quantas texturas ela experimentou, quantas risadas deve ter dado, quantas cores diferentes viu, quantos aromas presenciou, enfim, quanto estímulo para este cérebro! Então, cuidado, porque uma atitude negativa, por parte dos pais, pode inibir as novas aprendizagens, tornar confuso o que é seu, dentre outras coisas que podem ser armazenadas nessa memória.  O que é mais importante: novas aprendizagens ou uma gaveta arrumada? Tem tantos adultos que são bagunceiros... e ninguém vai lá bater em suas mãos para que não façam mais isto... 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

“Uma coisa me tira do sério: criança chorando.”

Um pai me relatou que não suporta ver o filho chorando e que esse comportamento da criança o irrita tanto que ele acaba ficando estressado e nervoso. Confesso que fiquei surpresa com esta frase dita por um pai que tem uma criança de três anos. Perguntei se ele realmente queria ter filhos e ele me respondeu que não; mas que sua esposa queria muito, e como ele a ama, resolveram ter um bebê.  Pior ainda: ele se sente culpado por ter esta atitude, mas me disse que não consegue controlar; que ama o filho, mas que não sabe por que surgiu esta irritação. Bem, fiz mais alguns questionamentos, inclusive perguntei se com outras crianças, que não são o seu filho, ocorre o mesmo e ele me respondeu afirmativamente que também se sente irritado com o choro de qualquer criança.

Conversa vai, conversa vem, descobri que ele era o filho mais velho de uma família com cinco irmãos, e que quando seus irmãos eram pequenos, sua mãe brigava muito com eles e a choradeira era total. Bingo! Descobri que o fator não estava no filho em si, mas em algo que vinha de sua infância. Aconselhei-o a procurar um especialista e a fazer um tratamento com psicólogos para buscar resolver esta situação, já que amava seu filho e sua esposa. Talvez o fato de não querer ter filhos era justamente por causa do peso que sentia  ─ como filho mais velho e irmão de mais quatro menores que ele ─ em sua infância.


Não podemos recriminar uma pessoa por seus atos sem, ao menos, procurar entender qual é a origem que está por trás de uma determinada atitude, ou de um sentimento.  É preciso levar em consideração que cada pessoa tem uma história  ─ fruto de uma infância ─ e que nem sempre isso é consciente, já que muitos anos se passaram e a vida adulta cobra objetividade e prontidão nas ações. Tudo em nossas vidas tem uma causa, e buscar esse conhecimento pode amenizar e ajudar a entender o presente sem culpas, ou até mesmo arrependimentos. Às vezes, um problema que parece tão grande para um, pode não ser para outro, e buscar ajuda de um especialista pode amenizar sofrimentos, tornando a vida mais leve e fácil de ser vivida e, principalmente, não produz traumas ou conflitos nas crianças que estão sob nossa responsabilidade. Pensem nisso!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

“Se você não parar de birra, vou embora e deixo você aí.”

Já imaginou alguém que detém o poder para te levar e buscar em qualquer lugar porque você ainda é uma criança? E esse alguém dizer isto, em público, como fator de ameaça? Pior ainda: essa frase falada bem alto dentro de um supermercado, porque a criança queria um biscoito de chocolate recheado e a mãe, também fazendo birra, não quis comprar?  Esta foi a cena que presenciei em um supermercado aqui em Campinas.

A mãe parecia não ter dinheiro suficiente para comprar o biscoito que a menina queria. Em função de como a cena se desenrolava, não dava para saber quem fazia mais birra: se era a criança ─ uma garotinha de uns cinco anos de idade ─ ou a mãe que fazia de tudo para mostrar que a palavra final era dela, claro! Ela dizia e explicava o tempo todo que já havia comprado chocolate, iogurte, que em sua casa tinha bolacha de chocolate, que dinheiro não nascia em árvore... mas a menina continuava querendo o pacote da bolacha tal, porque tinha os personagens do desenho que ela gostava de assistir na TV, e aí a birra foi aumentando e a mãe acabou ameaçando-a com a frase dita acima.


Vejo cada uma! Seria tão mais fácil resolver isto de outra forma, sem escândalos em público, sem falas desconexas e, principalmente, sem ameaças. Tudo poderia ser resolvido se a mãe levasse a criança em um canto, sem ninguém por perto, e explicasse que ela não tinha o dinheiro naquele dia, mas que em outro ela compraria a bolacha para ela; se ela conversasse com a filha com calma, olhando nos olhos, de igual para igual e com coerência na fala. Vocês acham coerente dizer que dinheiro não dá em árvore? Isto é uma expressão surreal, sem o menor nexo! Ao mesmo tempo, ser mais infantil que a criança, e ainda chegando a ameaçá-la de abandono ─ bem alto e diante de muitas pessoas em local público ─ isso não ajuda em nada na formação do discernimento de uma criança, para que ela possa aprender e entender sobre o que pode e o que não pode ser comprado em determinado momento, se é necessário, ou não, se o dinheiro é suficiente, ou se vai faltar, e ainda no fato de já haver outro biscoito em casa ─ que talvez não seja verdade e a criança saiba disso ─ enfim, são tantos fatores que podem contribuir para auxiliar na compreensão de uma criança na hora de uma determinada compra!  Infelizmente essa mãe não contribuiu em nada para a formação da criança; pelo contrário, só deixou a menina mais confusa, irritada e assustada!