Devido ao acumulo de trabalho neste período, comunico que não estarei postando textos novos até o dia 31 de Julho.
Volto a postar em agosto, aproveitem e leiam textos já publicados, é sempre bom renovar nossas ideias.
Obrigada e boas férias a todos!
quarta-feira, 24 de junho de 2015
segunda-feira, 22 de junho de 2015
Dicas para ir ao banheiro da instituição de ensino, sem precisar pedir.
Vários professores se incomodam
com as crianças que querem ir ao banheiro, ou mesmo beber água. Em meu conceito
de educação, em cada sala de aula deveria haver um bebedouro e um banheiro; mas
quando isto não é possível, pois encarece a instituição, uma saída importante é
ter um crachá com o nome da criança, e dois ganchinhos para que eles possam
sair sem pedir.
A princípio, o professor
controlador poderá ter alguma dificuldade em não ter que ser solicitado para
autorizar a saída da criança; mas, por outro lado, os alunos se tornarão capazes
de se organizarem, podendo na sala ter um gancho para os meninos e um outro para
as meninas. Cada um pega o seu crachá e pendura no gancho correspondente a sua
vontade do momento, saindo naturalmente, sem tumulto algum.
Estou dando esta dica porque
soube de uma história na qual uma criança de sete anos estava impaciente na
sala de aula, andando de um lado para o outro, e a professora não o deixou sair
para ir ao banheiro, achando que era frescura do menino! Mas o absurdo
continuou... Ela ficou indignada com o fato do aluno sentar e se levantar
muitas vezes, pedindo para sair, e acabou encaminhando-o até a diretoria e a
coordenadora pediu que ele escrevesse, em seu próprio caderno, um bilhete para
sua mãe, dizendo que ele estava causando tumulto dentro da sala de aula. Que
falta de humanidade! Queria saber se alguém fizesse isto com a professora, qual
seria a reação dela? Precisamos entender que necessidades fisiológicas precisam
ser supridas para que as crianças consigam prestar atenção no processo de ensino
e aprendizagem e que, muitas vezes, as crianças têm vergonha de pedir à
professora, abertamente, que elas querem ir ao banheiro! Assim sendo, os
ganchos com os crachás funcionariam perfeitamente! O que vocês acham?
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Mães tigresas: saibam o que isto significa
Conhecem aquelas mães que querem
que o filho (a) tenha um desempenho excelente na escola, ou em qualquer outra
atividade? Pois bem, elas são chamadas de “mães tigresas”. Elas imprimem regras
e disciplinas, muitas vezes exaustivas para as crianças! Seus filhos são
criados para que sejam “o primeiro lugar” e “a nota dez” em tudo! Essas
crianças, muitas vezes acabam se tornando limitadas, socialmente, porque o tempo
de que dispõem não é para socializar e brincar, mas para se prepararem para serem
pessoas “bem sucedidas profissionalmente”, no futuro. Por isto elas são
treinadas, desde crianças, para serem excelentes em alguma coisa e, neste caso,
exercem uma rotina quase que desumana, como se fosse um trabalhador adulto,
embora elas estejam, ainda, vivendo a vida mirim. Estas mães pensam que as
crianças, para vencerem na vida precisam ter determinados comportamentos e
disciplinas que, por vontade própria, nunca terão!
Existe uma rigidez muito grande
na educação destas crianças, um adestramento desde pequenas para serem os
melhores, quando sabemos que ninguém é 100% em tudo. Em pleno 2.015, exigir que
uma criança se prepare para ser bom em tudo é muito difícil, com tantos
estímulos diferentes e tanta tecnologia... será que temos que ser tão rígidos
com a educação de nossas crianças?
Não seria melhor deixarem que
elas vivenciem o seu período da infância de forma salutar, em vez de ficarem
preocupadas para que elas sejam melhores e se sobressaiam em tudo? Como fica o
período das brincadeiras, dos jogos e brinquedos tão importantes para o
desenvolvimento infantil? Será que tanta exigência e cobrança a estas crianças não
os tornarão adultos tristes e deficitários em autonomia e satisfação diante da
vida? Será que eles não serão adultos dependentes de drogas antidepressivas no
auge de sua vida adulta? Ou marionetes dentro de um sistema cruel e
competitivo?Pensem nisso, “mães tigresas”!
quinta-feira, 18 de junho de 2015
“Eu faço o meu filho ficar pianinho, e fazer tudo o que eu quero!”
Fazer o filho ficar pianinho, o
que significa isto, de fato? Adestrar para que ele responda somente ao que você,
adulto, quer, e quando quer? E a autonomia infantil, onde fica? E a questão da
personalidade de cada um, como se forma? E a independência para se tornar um
adolescente e um adulto forte e saudável, psicologicamente e fisicamente, como
se aplica?
Levantei estas questões para que
todos pensem em como podemos influenciar na construção ou destruição de um ser
humano em formação. Vocês devem estar se perguntando: “então tenho que deixar a
criança fazer tudo o que ela quer?” Não, claro que não. Na vida adulta existem
frustrações e limites. Não temos, ou conseguimos, tudo o que queremos na hora
que queremos, mas desde crianças precisamos entender como é a vida, de fato.
Crianças “pianinhos” são submissas, sem coragem para enfrentar a vida de
frente; precisam sempre de alicerces e escoras para se estabelecerem, e não
conseguem andar sozinhas e de cabeça erguida ao longo da vida. Sempre estarão
ancoradas em outras pessoas, precisando sempre de alguém para se sentirem
fortes. E quando a escora se vai, elas se perdem totalmente!
Não somos imortais, então, temos
que ensinar às crianças, desde pequenas, a não serem “pianinhos”, mas a saberem
tocar a música de suas vidas de sua própria forma, arcando com as vitórias e
aprendendo com as derrotas. É diferente ser o piano ou ser o maestro de sua
vida! Eu prefiro pessoas que sejam regentes de suas vidas e não um objeto
estático que não sai do lugar e que espera que um outro lhes dê as coordenadas
do próximo acorde! Para isto, precisamos educar e ensinar o que é certo e o que
é errado, ou seja, explicar é conversar, sem gritar, sem alterar a voz e sem
xingar. Se amamos alguém, de fato, queremos que esse alguém cresça e se torne
um grande compositor de sua vida, com aplausos e sucesso naquilo que escolhem
para ser.
quarta-feira, 17 de junho de 2015
“Camisinha é remédio para a mamãe não ficar grávida”
Esta história foi motivo de muita
risada dentro da sala de aula do curso de Pedagogia. A aluna me contou o
seguinte: ela tem uma filha de nove anos que brinca com os primos na casa da
cunhada dela.
A cunhada trabalha na área da saúde, e camisinha na casa dela é o
que não falta; ela deixa que as crianças brinquem como se fossem bexigas, enchendo-as
com ar ou água. Já na casa desta aluna, esse material não é tão disponível
assim, tão abertamente, e a filha não tem o hábito de ter essa brincadeira. Ela
ainda disse assim em nossa aula: “minha cunhada é louca mesmo. Só pode ser!”
Continuando a história, a filha
voltou para casa depois de brincar a tarde inteira com os primos e primas
enchendo as camisinhas de ar e/ou água e perguntou à mãe o que é camisinha e
pra quê servia? Ela, sem reação, ficou toda ruborizada e sem pensar disse o
título do texto acima, ou seja, que “... é remédio para a mamãe não ficar grávida”.
E todos nós, em sala de aula, rimos muito da reação daquela aluna.
Para piorar a situação, a menina
continuou com sua curiosidade e perguntou assim: ”Mãe, mas remédio a gente toma
pela boca! Como você toma a camisinha?” Tentando amenizar a situação, ou
melhor, tentando fugir da situação, minha aluna disse para a filha que quando
ela ficasse mais velha iria explicar, e que aquela não era hora dela saber
destas coisas. Pais: por favor! Não reajam assim diante de uma pergunta destas.
Se vocês acham que não está na hora de falar sobre como se prevenir de gravidez
e/ou DST (doenças sexualmente transmissíveis) usando a camisinha quando fazem
sexo, não inventem palavras para não complicar mais a situação de vocês. Ela
poderia ter perguntado para a filha o que ela sabia sobre o assunto, onde ela
tinha visto camisinha, e assim ela saberia por onde poderia dar continuidade ao
assunto respondendo de acordo com o que a filha queria saber! Assim, é possível se verificar até que ponto
a criança sabe, ou não, sobre o assunto abordado, e até onde a sua curiosidade chegará.
Mas mentir, ou inventar, é pior, pois gera uma situação bem embaraçosa e a
criança percebe; e neste sentido, ela continuará a querer saber cada vez mais e
mais, e vocês não saberão como sair dessa!
Não compliquem as coisas, pais! Somente
perguntem sobre o que eles sabem sobre o assunto e falem em cima do que eles
sabem, sem exagerar e nem piorar a situação!
terça-feira, 16 de junho de 2015
Despertando a curiosidade da criança, sem estar na hora certa!
Uma mãe me disse que quando sua
filha, de nove anos, faz perguntas relacionadas ao assunto sexualidade/sexo,
ela não sabe o que responder e que, muitas vezes, a resposta que ela dá, quando
não tem jeito de silenciar, acaba dando margem a mais curiosidade ainda! Pois
bem, a filha lhe perguntou o que é sexo e ela respondeu que é ser feminino ou
masculino. Mas ela disse isto rindo, porque sabia que a resposta não era essa!
Não deu outra: a criança desconfiou de algo e continuou a pergunta, afirmando
assim: “isto eu sei, mãe! Nos banheiros da escola tem uma figura de uma menina
e de um menino e está escrito masculino e feminino. Mas você riu, por que você
riu?”
A mãe desconcertada disse à filha
que esse tipo de conversa, para explicar melhor o que é sexo, elas teriam que
ter em outro momento, quando sua filha estivesse mais velha! Vejam só: esta mãe
piorou a situação e, com isso, a curiosidade passou a ficar instalada!
Pais: muitas vezes, a reação que
vocês têm às perguntas das crianças acaba despertando ainda mais o interesse delas!
Qual seria o correto, nesse caso? Devolver a pergunta para a criança,
perguntando a ela o que ela sabe sobre o que é sexo? Com isso, o adulto começa a saber o que realmente
a criança quer saber, onde está a curiosidade dela! E isso deve ser feito sem
risos ou atitudes de desconcertos! A criança sempre nos dá a noção do que ela
exatamente quer saber. E não adianta o adulto projetar um tipo de pensamento de
que a criança quer saber “A” ou “B” sobre o assunto porque, se assim o for, o
adulto não acaba respondendo o que realmente a criança quer saber, mas o que ele
acha que a criança quer saber! E isso,
com certeza, despertará maior interesse e estará instalada a famosa “saia
justa”! Então, investigue o que ela sabe sobre o assunto, o que realmente ela
quer saber, e acabe com o assunto. Ponto!
Agora, se houver reações de risos
ou embaraços diante de perguntas simples, elas se interessarão muito mais pelo
assunto e o adulto, em questão, não terá mais sossego porque ele será invadido
mais e mais por perguntas e mais perguntas! O adulto tem noção do que seja
sexo, de suas implicações, do que representa isso na vida de uma pessoa, da
divulgação desenfreada que a própria palavra “sexo” ocorre na mídia... então, o
importante é saber o que paira pela cabecinha da criança e não pela do adulto!
Pensem nisso!
segunda-feira, 15 de junho de 2015
Como a publicidade tenta moldar os pensamentos infantis!
Esta história aconteceu com uma
menina de cinco anos. Ela viu na TV uma propaganda infantil sobre uma máquina
de fazer sorvete para crianças brincarem.
Pediu, chorou, fez chantagem para conseguir o presente, uma vez que não
era uma data especial e seus pais somente a presenteiam em datas especiais como
aniversário, dia das crianças e Natal. Não vou discutir aqui as datas em si,
mas o que aconteceu. Pois bem: seus avós compraram o brinquedo.
Quando a menina abriu ficou
maravilhada! Mas foi só colocar em prática que pôde perceber que a tal máquina
na TV fazia e acontecia, mas que na vida real não era bem assim. Logo ela se
desinteressou pelo brinquedo. A mãe, por sua vez, bastante indignada, me
perguntou o que fazer, já que a filha queria tanto e depois não quis mais, e
que perdendo o interesse lá estava a máquina, bem cara por sinal, encostada em
um canto da cozinha! Fiz a essa mãe seguinte pergunta: qual foi a resposta de
sua filha quando viu o brinquedo? A mãe me contou que a criança não quis mais o
objeto por que na TV ela fazia sorvetes de todos os sabores e cores, que a dela
estava quebrada por que não saia nada bonito e nem colorido.
Pois bem, quando a criança quiser
um brinquedo que aparece na TV, o melhor a fazer é levá-la na loja, mostrar o
brinquedo em si, ler o que está escrito na caixa com calma, porque as
propagandas infantis são lindas e mágicas no vídeo, ou seja, lá tudo acontece:
bonecas com asas voam pela floresta, máquinas de sorvete fazem todos os sabores
e em grandes quantidades, monstrinhos comem bolachas... Por isso, o melhor a se
fazer é explicar, mostrar para a criança o que é real e o que é falso! Isso é
muito importante para que elas percebam que as propagandas e a publicidade são,
muitas vezes, enganosas e falsas, tendo como objetivo apenas provocar desejos
para a realização da venda, nada mais. Aposto que se a criança perceber antes
os fatos como são, com certeza ainda na loja não vão querer o brinquedo, e aí vocês
poupam dinheiro. É preciso ensinar ─ e aprender ─ que a publicidade infantil,
assim como a adulta, molda os seres humanos, e que nós deveremos estar atentos
para não sermos o tempo todo enganados!
quinta-feira, 11 de junho de 2015
“Aquelas pestes não param um minuto, o que eu faço?”
Esta ajuda me foi solicitada por
uma aluna do curso de Pedagogia que está sendo auxiliar de classe, juntamente
com uma professora. Não gostei do modo como ela se referiu às crianças, chamando-as
de “pestinhas”, um termo muito pejorativo. Ela contou que na classe onde está
existem 10 alunos de dois anos, que ela tem uma filha com essa mesma idade, mas
que sua filha é uma santa diante daqueles. Outra coisa que ela contava,
bastante indignada, era que a professora não trocava as fraldas das crianças e
que sobrava tudo para ela, enquanto a pedagoga ficava escrevendo no caderninho de
cada um dos alunos, aos pais, como tinha sido o dia de seus filhos na escola.
Confesso que eu fiquei bastante
indignada ao ouvir um relato desta natureza, por alguém que está cursando
Pedagogia! Perguntei a essa minha aluna se ela realmente gostava da profissão e
de trabalhar com crianças, porque, caso não fosse essa a sua escolha real,
ainda dava tempo de desistir do curso e se envolver com outra profissão.
Crianças com dois anos de idade
não podem pensar, sentir ou agir como nós, adultos; esse é um período da vida
de descobertas, de experimentações, de ampliação de mundo e não de punições e
ameaças do que é certo ou errado. Por exemplo, entrar debaixo de uma mesa pode
ser algo muito interessante nesta idade e todos fazem isso! Agora, querer que
eles não tenham esta atitude está errado; mas cuidar para que não se machuquem,
sem punir, sem usar de grosserias, é o mais correto a se fazer. E ainda mais:
se a professora, ou a auxiliar da classe entrar, também, debaixo da mesa para
ver o que eles estão fazendo, participar com eles de seu mundo da fantasia e da
brincadeira escolhida é o mais correto! É preciso entrar na magia que o mundo
infantil pode oferecer a quem dele quer se aproximar, e não ficar tolhendo as
atividades como se o ideal para uma criança de dois anos de idade fosse ficar
sentada o tempo todo brincando com objetos ou brinquedos. Nós, adultos, é que causamos stress nas
crianças! Elas vivem se divertindo, brincando, entrando em um mundo de faz de
conta, nos convidando o tempo todo a compartilharmos dessa alegria e desse
jeito salutar de viver, que é o mundo infantil! Vamos lá, gente: voltemos a ser
crianças junto com elas! Vejamos o quanto elas nos respeitam quando assim o
fazemos, e o quanto essa convivência nos traz alegria e bem-estar!
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Estímulos demais, concentração de menos
Estamos em 2015, vivendo a mil
por hora, com uma pressa danada, e cercados de muitos estímulos o tempo todo!
Este é o período da pós-modernidade, a nossa contemporaneidade! Onde chegaremos
com tanta pressa? Seria para morrermos mais rápido? Por que tantos estímulos?
Estarão eles sendo transformados em conhecimentos, de fato?
Estamos conectados ao mundo todo
em tempo real, recebendo um bombardeio de informações pela internet, pelas redes
sociais, televisão, rádio. E o que estamos aprendendo realmente com isto? Como
estamos utilizando estas informações em nossas vidas cotidianas para o nosso
bem-estar?
Vejo crianças abarrotadas de
horários, com mil atividades para serem feitas, estudos, esportes, aulas de
outras línguas e, ao mesmo tempo, conectadas com seus aparelhos eletrônicos.
Assistem aulas e mandam mensagens pelo celular, respondem nas redes por um novo
perfil que apareceu, por uma foto interessante que surgiu... Será que estão
aprendendo ou simplesmente seu nível de concentração, com tantas variáveis ao
mesmo tempo, acaba por deixá-las cada vez mais dispersas? Estudos comprovam que estímulos demais produzem
concentração de menos! É obvio, já que ninguém consegue ficar prestando atenção
em algo com tantas variáveis ao mesmo tempo. Dá para diminuir o estresse e
aumentar a concentração com este mundo atual do jeito que está? Precisaríamos
diminuir os estímulos e oferecer uma opção a cada vez, ou seja, cada hora a
oferta de um estímulo acompanhado de um objetivo para estabelecer o ritmo, ao
próprio cérebro infantil, de viver as experiências do dia a dia com mais foco e
integridade. Por exemplo, fazer as refeições sem os celulares por perto. Será
que conseguimos?
terça-feira, 9 de junho de 2015
Você sempre será a criança do papai e da mamãe!
Ouço esta frase muitas e muitas
vezes, seja por parte de pessoas conhecidas, seja por desconhecidos em filas,
restaurantes, supermercados... até mesmo com filhos de 26 ou 27 anos. Ouço,
inclusive, as justificativas: “Meus filhos (as) sempre serão crianças!” Cuidado,
pais, dessa forma vocês estarão infantilizando seus filhos, dizendo que eles serão
sempre crianças! É claro que eles sempre serão seus filhos, mas com a beleza que
cada idade possui! Seus filhos crescem e deixam de ser bebês para se tornarem
serem crianças; depois continuam crescendo e amadurecendo para se tornarem
jovens e, depois, adultos, com seus compromissos e responsabilidades. Agora,
quando os pais valorizam apenas uma época da vida de seus filhos, muitos destes
adquirem uma atitude e personalidade de se tornarem eternamente infantis; e
seus pais, na maioria das vezes, nem percebem o mal que isso lhes causa!
O correto é valorizar sempre o
presente, viver nele e educar para cada etapa da vida. Eles mesmos não gostam
de serem comparados a sua própria infância; alguns até dizem: “não sou mais
bebê. Não sou mais criança”! Na
adolescência, então, eles sentem até vergonha de serem chamados de crianças, principalmente
quando estão naquela fase de mudar de voz e de crescer os pelos pelo corpo!
Cada fase tem características
próprias, oferecendo maneiras de se pensar, de sentir e de agir no mundo de
maneira própria; então, por que não vivenciar cada fase como única e especial?
Pais: quando sentirem nostalgia de um tempo que não volta mais, olhem fotos,
façam uma sessão de recordações, mas vivam o presente e entendam que seus
filhos cresceram e que já saíram da barra de suas saias e calças para serem
pessoas construtivas! Lembrem-se de que vocês não viverão para sempre e nem precisarão
de seus filhos o tempo todo! O exemplo deve ser dado sempre, de maneira natural
e espontânea, já que o processo da educação se instala a cada momento como algo
único e especial! Mas é muito importante
respeitar e valorizar a idade que cada um tem!
segunda-feira, 8 de junho de 2015
“Você acha que dinheiro dá em pé de árvore?”
Uma menina, de sete anos, pediu
para sua mãe dinheiro para comprar um livro de histórias. A mãe, estressada, e
com o dinheiro apertado em tempos de crise, verbalizou a frase do título. A
menina respondeu, “eu sei que não dá em pé de arvore, senão eu já tinha
plantado esta árvore aqui em casa, e todo mundo teria várias delas. A mãe ficou
com mais raiva ainda e deu um tapa na filha. Depois se arrependeu e me
perguntou o que deveria fazer.
Pais: não falem absurdos para não
escutarem respostas que não querem ouvir! As crianças de hoje são espertas e
argumentativas, e muitas vezes são mal interpretadas por isto. Quem começou a
falar errado foi a mãe que estava estressada e reproduziu uma frase que ela
ouvia quando criança de seus pais. E isto não é educar.
Se você não tem dinheiro em um
dia, isto é normal; nem sempre temos dinheiro em nossas carteiras, nem sempre
estamos com disponibilidade financeira para fazer compras extras! Mas digam a
verdade, expliquem a questão financeira, os compromissos agendados. Conversem sobre o que gastam e porquê gastam,
com o dinheiro que ganham. Expliquem às crianças que, naquele dia vocês não têm,
mas que quando tiverem, poderão comprar atendendo ao seu desejo! Isto é ensinar
a educação financeira!
Então, quem diz absurdos vai
escutar absurdos! Vejam que, no caso do exemplo dado, não adianta dizer que a
criança é que está errada, quando quem provocou tudo foi sua mãe. E, pior ainda:
a criança apanhou por uma resposta atravessada a uma péssima explicação dada
por um adulto! Santa ignorância.
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Que notas ruins, seu burro!
Quantos de nós já ouvimos a frase
acima de nossos pais, irmãos mais velhos ou até mesmo de nossos professores!
Será que esta frase realmente ajuda na construção de conhecimento de alguém?
Penso que não!
Não perguntamos por qual motivo a
criança tirou nota baixa; não lhe perguntamos o que havia acontecido naquele
dia, como ela estava... não lhe damos a chance de responder o que ela acha que
deveria fazer para tirar notas melhores; o quanto ela estudou para aquela prova,
se ela sinalizou, antes da prova, que estava com dificuldades para compreender
e dominar aquele conteúdo, enfim, a maioria dos pais vão logo cobrando sem nem
saber o porquê e os professores acabam tendo o mesmo tipo de atitude, sem mesmo
considerar que o aluno tem o direito de refletir e de dar uma explicação sobre
o que aconteceu para que a nota fosse tão baixa! Os pais acabam repreendendo
seus filhos, como se eles fossem uns fracassados que não têm condições de
cumprir com o óbvio! Quanto aos professores, estes se esquivam de que a sua
responsabilidade era verificar, ao longo das atividades dadas em sala e das
tarefas enviadas para se fazer em casa, se o aluno em questão estava
conseguindo realizar e acompanhar de maneira suficiente as aulas e o conhecimento
ministrado! Infelizmente agimos como se o filho, ou o aluno, devesse ser o
melhor o tempo todo, sem ter o direito de se mostrar como um ser humano, com
direito a falhas e acertos!
Pois saibam, pais, que na vida
não gostamos de todas as disciplinas que temos na escola, ainda mais com este
currículo atual, tão defasado da realidade cotidiana. Professores: neste
momento não vou discutir o ensino em si, mas a atitude que os adultos têm,
diante de uma criança ou de um jovem que não conseguiu bons resultados nos
estudos.
O que fazer? Simples... Depois de
perguntar o que houve, para a criança, procurar educar e ensinar com paciência,
buscar outras maneiras de realizar o ensino para que a criança possa
compreender e aprender. Sentar junto, ficar ali disponível, ter uma atitude de
presença e de parceria diante do estudo, fazer a tarefa junto com a criança, ou
com o jovem... mas não com celular na mão! Observar seus erros e, com cuidado,
apontá-los para que sejam corrigidos. São atitudes que devem ser feitas com carinho
e atenção. Burro é quem chama o outro assim, por que não percebe que em nada
este comportamento ajuda na construção de um ser humano! Em nada fortalece a
sua capacidade de aprender e de refletir diante da dificuldade; pelo contrário:
pode até mesmo bloquear a aprendizagem de alguém para sempre. Que tal, em vez
de burro, dizer assim: “Você é inteligente; só não acertou naquele dia, mas
vamos juntos descobrir onde e por que você errou, para aprender para não errar
mais?”
Observem o que esta atitude pode
causar na vida de alguém!
terça-feira, 2 de junho de 2015
Pensar: capacidade de observar, compreender e criar
Muitos professores me perguntam
como fazer para a criança ter criatividade. Vamos lá: ninguém nasce criativo!
Trata-se de uma aprendizagem como outra qualquer, mas desde que se propicie às
crianças estímulos para isto. Por exemplo: deixar os bebês experimentarem o
manuseio com tintas; oferecer-lhes espaços abertos para rabiscarem o que quiserem
e como quiserem; permitir que sua sensorialidade seja estimulada
possibilitando-lhes que o tato, o olfato, o paladar, a audição e a visão
recebam estímulos diversificados. Com relação ao manuseio de tintas, essas que
são utilizadas nas escolas de educação infantil, isso é muito bom, ou será que
vocês acham que apenas quando as crianças tiverem três ou quatro anos é que
poderão mexer com tinta?
Estimular a criança a observar um
pássaro voando, uma flor se abrindo, um lago ou rio, peixes no aquário, enfim,
estimular na criança a sua capacidade de observação é o primeiro passo para o processo
de criação.
Compreender que o que a criança está
vendo é o segundo passo, ou seja, auxiliar nessa observação: ”isto é um pássaro
voando”. Mostrar a ela como é o corpo desse pássaro, como são suas penas, seu
formato, suas cores... qual a diferença entre um sabiá e um beija-flor, enfim,
estas são perguntas que farão com que a criança comece a ampliar sua visão de
mundo. No entanto, muitos professores acham que as crianças criam “do nada”,
que a criatividade é natural do ser humano, e que aparece assim, de repente! E não
é bem desse jeito! Para criar, temos que
ter modelos naturais, ou não, mas modelos. Agora, podar este processo, ou até
mesmo dizer que está errado ou feio, pode atrapalhar o desenvolvimento e a
criatividade de alguém. Portanto, deixem
que as crianças ─ desde bebês ─ experimentem estas sensações com liberdade de
criação. Assim, poderão ser artistas de sua própria vida, tecendo cada encontro
e cada situação com a arte da alegria, do bem-estar e da bem-aventurança! Experimentem permitir o nascedouro da
criatividade do Ser!
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Não admito que meu filho cometa erro! O que fazer?
Muitos pais projetam nos filhos
suas frustrações e inseguranças, e querem que eles sejam aquilo que eles não
conseguiram ser. Por isto, acabam por não admitir que os filhos errem, ou
melhor, não admitem os erros dos filhos. Isto não é saudável e nem ajuda na
construção da vida dos mesmos. Surtar quando seus filhos erram, não ajuda na
autoestima dos pequenos. Já ouviram o ditado popular “errar é humano”? Então,
todos nós podemos errar uma hora ou outra, isto faz parte do processo chamado
vida, e nela existem aprendizados que temos que passar para evoluirmos como
pessoas.
Existem duas maneiras de se lidar
com erros: ajudar os filhos a aprenderem e crescerem com o erro, ou
simplesmente dizer-lhes que os erros são ruins. A primeira alternativa traz
consciência dos fatos e, possivelmente, não ocorrerá novamente; já a segunda
alternativa, não constrói um ser humano forte e capaz de superação.
Todo erro causa uma frustração e
uma oportunidade de crescimento de forma saudável. Admitir erros, corrigir
problemas e se sentir bem, depois do processo, é algo que contribui para a
autoestima de qualquer pessoa. Não exigir sempre acertos, mas aprender com os
erros faz parte do processo chamado VIDA! Agora, existem pais que surtam com os
erros dos filhos e isto em nada ajuda na formação positiva de um ser; ao contrário,
se esta criança modelar o comportamento do pai/mãe, vai acabar por modelar,
também, o surto em vez de aprender a lidar com o problema. Na vida, às vezes,
precisamos pular um galho de árvore; algumas vezes encontramos troncos tão
fortes que temos que desviar e, em certas circunstâncias, o melhor a se fazer é
não bater de frente com o mais forte e esperar uma outra oportunidade. Isso sim
é viver! Mas se os adultos não oferecem um bom referencial aos pequenos, como é
que estes poderão aprender?
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