Uma
mãe, em pleno shopping em Campinas, na frente de várias pessoas que passavam,
verbalizou a frase acima para seu filho de, aproximadamente, seis anos de
idade. O menino queria sentar e tomar sorvete; pedia que a mãe parasse de
entrar em tantas lojas, e comprasse um sorvete para ele. A mãe não ouvia e
continuava a entrar nas liquidações e mais liquidações de janeiro. E ainda
dizia assim: ”Filho, eu não posso parar agora; as liquidações acabam”.
Pensei
comigo, “que pessoa consumista”... mas segui os dois, sem que eles percebessem,
para ver até onde isto iria dar. A mãe entrava, saía, entrava e saía de
lojas... E o menino não parava de pedir
à mãe que lhe comprasse um sorvete, e que se sentasse um pouco. Até que a mãe,
sem paciência alguma ─ porque a única coisa que lhe importava naquele momento
eram as compras, e não seu filho ─ deu-lhe uma bronca dentro de uma loja que
estava cheia de gente, por conta das liquidações.
O
menino começou a chorar e aí foi pior ainda. Ela o recriminava o tempo todo e
mandava que ele se comportasse pela idade que tinha, perguntando se ele era um
homem ou um bebê chorão! A cena foi de
cortar o coração! Nessa situação, podemos ver que o garoto estava sendo
repreendido por duas situações vexatórias na frente de todos: a bronca por
pedir o sorvete com relativa insistência, e o próprio fato de receber o
corretivo diante de um bom número de pessoas, com a sua intimidade sendo exposta,
da mesma forma como estavam expostas as mercadorias das liquidações!
Pais
e mães: evitem fazer isto! Aposto que se aquela senhora parasse um pouco de
atender apenas à sua vontade e fosse atender à vontade do menino, ela poderia
continuar a fazer suas compras alucinadamente! Agindo da forma como agiu, a
atitude dessa pessoa demonstra que ela dá mais valor ao material, às bugigangas
que o mundo consumista nos oferece, que ao próprio filho, com suas vontades,
queixas e pedidos! Pode isto? Afinal, o
que são roupas, acessórios e objetos perante a formação e a consideração para
com um ser humano? Em minha opinião, NADA! Roupas estragam, ficam velhas;
objetos quebram, saem de moda... E o relacionamento entre pais e filhos, se não
for cultivado com respeito, amor e consideração, acabará por se deteriorar para
sempre! E depois, não adianta reclamar quando eles forem grandes: “Meus filhos
não gostam de mim!” Quando os relacionamentos entre pais e filhos são tecidos
de maneira saudável, temos vontade de ficar perto, de estar junto, de
compartilhamos das derrotas e vitórias. Agora, quando o relacionamento se
deteriorou, não temos vontade nem de ligar, quanto mais de ver a pessoa, mesmo
que seja um pai ou uma mãe!
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