Fazer o filho ficar pianinho, o
que significa isto, de fato? Adestrar para que ele responda somente ao que você,
adulto, quer, e quando quer? E a autonomia infantil, onde fica? E a questão da
personalidade de cada um, como se forma? E a independência para se tornar um
adolescente e um adulto forte e saudável, psicologicamente e fisicamente, como
se aplica?
Levantei estas questões para que
todos pensem em como podemos influenciar na construção ou destruição de um ser
humano em formação. Vocês devem estar se perguntando: “então tenho que deixar a
criança fazer tudo o que ela quer?” Não, claro que não. Na vida adulta existem
frustrações e limites. Não temos, ou conseguimos, tudo o que queremos na hora
que queremos, mas desde crianças precisamos entender como é a vida, de fato.
Crianças “pianinhos” são submissas, sem coragem para enfrentar a vida de
frente; precisam sempre de alicerces e escoras para se estabelecerem, e não
conseguem andar sozinhas e de cabeça erguida ao longo da vida. Sempre estarão
ancoradas em outras pessoas, precisando sempre de alguém para se sentirem
fortes. E quando a escora se vai, elas se perdem totalmente!
Não somos imortais, então, temos
que ensinar às crianças, desde pequenas, a não serem “pianinhos”, mas a saberem
tocar a música de suas vidas de sua própria forma, arcando com as vitórias e
aprendendo com as derrotas. É diferente ser o piano ou ser o maestro de sua
vida! Eu prefiro pessoas que sejam regentes de suas vidas e não um objeto
estático que não sai do lugar e que espera que um outro lhes dê as coordenadas
do próximo acorde! Para isto, precisamos educar e ensinar o que é certo e o que
é errado, ou seja, explicar é conversar, sem gritar, sem alterar a voz e sem
xingar. Se amamos alguém, de fato, queremos que esse alguém cresça e se torne
um grande compositor de sua vida, com aplausos e sucesso naquilo que escolhem
para ser.
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