Esta
discussão na área da educação infantil é grande e de longa data. Alfabetizar,
ou não, as crianças de 4 e 5 anos? Algumas escolas particulares alfabetizam e,
neste caso, estão certas, ou erradas? Na Educação não existe certo ou errado.
Existem consequências do ensino. Hoje em dia, as crianças têm acesso a
informações sobre o mundo escrito muito cedo. Sejam essas informações vindas
por meio de propagandas, de filmes ou de programas de TV, pela internet, com o
uso de tecnologias móveis, enfim, elas conseguem entender os rótulos dos
produtos, não só os que elas consomem, como também os que estão inseridos em
seu ambiente familiar/social. Dessa forma, podemos entender que este contexto
do mundo escrito ao qual todos nós estamos sujeitos e somos participantes, tudo
isso é ─ e proporciona ─ situações de letramento.
Vejamos
o que existe dentro da rotina na escola de educação infantil: roda de conversa;
contagem das crianças; chamada; história; pesquisas; vivências; cartazes;
jogos; brinquedos; brincadeiras; músicas; dramatizações; bilhetes; receitas;
cantinho da leitura; desenho; jornal; rótulos; propagandas; fotos; portfólios;
poesia; escrita espontânea; texto de memória; textos coletivos; vídeos; enfim,
tudo isso corresponde a formas de letramento.
O
grande desafio dos professores é valorizar e proporcionar situações que
permitam a construção da base, para que a criança possa fazer uso da leitura e
da escrita, sem que esse processo inicial sugira uma preocupação com
codificação e decodificação dos símbolos do alfabeto. Mais do que alfabetizar,
o importante é que as crianças entendam qual é a função da língua e o seu
significado social. Proporcione às crianças situações de leitura e escrita para
que elas possam tomar contato com a língua enquanto registro e comunicação, mas
sem se preocupar em traçar letras e silabas e em reconhecê-las. Elas terão toda
uma vida para isto.
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