sexta-feira, 29 de maio de 2015

Minha filha estranha os outros! Não sei mais o que fazer!

Vivem me perguntando por que os filhos (as) estranham as pessoas quando ainda bebês. Uma mãe me disse que passa a maior vergonha porque sua filha de 2 anos não quer ir no colo de outras pessoas. Perguntei à mãe, como os adultos aos quais ela se referia, se direcionavam à criança. Ela me respondeu que como ela é um pouco acima do peso, os adultos apertam suas perninhas, uns dizem que querem morder a bochecha, chegam até mesmo a beliscar de fraquinho a menina. Outros dizem “que fofinha, dá vontade de morder”!

Imaginem uma criança de dois anos que ainda não entende direito o que nós, adultos, falamos de maneira subjetiva, ou mesmo em linguagem figurada! Para elas, morder é morder, beliscar é beliscar, e por aí vai! Não existe para a criança de dois anos frases subjetivas ou figuradas! Agora pensem, imaginem, alguém com o dobro, ou triplo do seu tamanho, querendo te morder... comparem o tamanho da boca do adulto, ao de uma criança de dois anos! Até parece a boca enorme do Lobo mau da estória da Chapeuzinho Vermelho!  Pois bem: brincadeiras à parte, realmente é assustador!


Como não ter medo, ou chorar, se alguém tão mais forte do que você lhe diz estas frases? É natural que elas não queiram ir no colo e comecem a chorar desesperadamente; errado seria se a criança ouvisse tamanha barbaridade e ficasse quietinha e sociável; isto sim, seria de estranhar. Alguns adultos, sem noção, cometem estas falhas dizendo essas frases e tendo esse tipo de atitudes... e depois querem que as crianças ainda os abracem, beijem, enfim, que correspondam com afetividade à grande ameaça iminente? A garota, filha desta mãe que me trouxe essa cena, está certa e coberta de razão ao querer se esquivar, tendo medo e estranhamento daqueles adultos! Afinal de contas, até mesmo nós, quando nos deparamos com uma situação de alguém que não conhecemos, se aproximar muito e chegar até nós para conversar, esse fato acaba por gerar, em nós, um acanhamento e até mesmo uma sensação de invasão de privacidade, que dirá uma criança que está aprendendo a perceber o mundo e o seu entorno? Por que exigir de um ser de dois anos que seja tão sociável com alguém que nunca viu, ou se viu não se lembra porque sua memória ainda está sendo formada? Isto é ridículo e alguns adultos são tão insensíveis que cometem e deixam a criança mais irritada ainda; ela chora, e acaba com o momento que poderia ser tão prazeroso. Por favor, pensem no que falam e fazem com os pequenos! Precisamos de adolescentes e adultos saudáveis, e não neuróticos e violentos.

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