Na Escola da Ponte, em Portugal, existe
um cartaz denominado ACHO BEM e ACHO MAL; nele, os alunos marcam as atitudes
uns dos outros. Por exemplo: se eu, Vanda, acho mal que o Luis está xingando a
Adriana, eu vou ao cartaz e coloco esta informação; se durante a semana a
atitude do Luis perante a Adriana mudar, eu Vanda, posso ir até o cartaz e
apagar, mas se não for apagado até sexta-feira, este assunto será discutido por
todos. O mesmo acontece para as atitudes que eu achar que são boas.
Este cartaz é uma forma de
conscientizar o coletivo sobre as nossas atitudes e as atitudes dos colegas em
geral, ou seja, é uma metodologia de reflexão e de possíveis mudanças de
comportamento. Quem gostaria de ver seu nome exposto por questões negativas?
Isto faz com que todos percebam, na relação com o outro, uma forma aberta e
democrática daquilo que podemos causar, ou não, para com os outros.
Este cartaz também é uma maneira
de controle dos comportamentos ─ tanto positivos, quanto negativos ─ de
modelagem de comportamento social e o estabelecimento de regras do que seja uma
atitude favorável ─ ou não ─ para com os demais. Em sociedade, na vida adulta,
precisamos ter consciência dos nossos atos, e isto é ensinado na prática desde
pequenos na Escola da Ponte, e este talvez seja o grande diferencial desta
escola: educar na prática dos acontecimentos. Na sexta-feira todos conversam
sobre as atitudes que estão dispostas no cartaz, todos os alunos possuem
liberdade de expressão sobre qualquer atitude que venha de outro. Além disto, todos possuem voz. Vi uma aluna
maior conversar com outra pequena no corredor da escola sobre o fato da mesma
estar correndo; ela conversou com a criança e não precisou de um adulto (tutor)
para fazer isto.
Fica aqui uma reflexão: o que
fazemos, na prática, para que os nossos alunos aprendam o valor do coletivo e o
significado de aprender a socializar as observações e as vivências?
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