Como pesquisadora e educadora há
vários anos, eu acredito que uma educação integral é aquela que propicia um
desenvolvimento de forma saudável para todas as áreas do cérebro, ou seja, aquela
que permite que cognição, afeto e área motora caminhem em equilíbrio, sem haver
separação entre corpo e mente.
Partindo para a prática, quero
dizer de uma educação que trabalhe cognição, com conteúdos que realmente fazem
sentido para a vida cotidiana demonstrando, na prática, o sentido e o
significado daquele aprendizado. No meu ponto de vista, não adianta muito estudar
fórmulas ou conceitos que não serão aplicados, mas apenas memorizados para uma
avaliação momentânea. Aprendizagem, para mim, tem que ter sentido para a vida:
conteúdos que se aplicam à prática do dia a dia e que sejam realmente
importantes. A criança e o adolescente precisam aprender conceitos de
matemática, física, química ou ciências biológicas a partir de elementos
presentes em seu cotidiano, pensando em como as coisas são necessárias para
colocar a vida em prática. E é claro que a Língua Portuguesa, seja pela
verbalização ou pela escrita, deve permear todo esse conteúdo!
Com relação à afetividade,
precisamos entender que este fator é fundamental para a vida de cada pessoa e
que pode afetar a aprendizagem como um todo, para o bem ou para o mal, ou seja,
quando uma criança vivencia algum problema emocional familiar, por exemplo, o
fato em si poderá atrapalhar seu rendimento escolar. Portanto, ter uma educação
que leve em consideração os aspectos emocionais, que trabalhe com as crianças o
desenvolvimento de sua autoestima propiciando o desenvolvimento da resiliência
para enfrentarem os problemas emocionais, é o que realmente importa, e isso
significa “Educar para enfrentar a vida”.
Aspectos da motricidade ampla e
motricidade fina devem ser contemplados nas áreas esportivas, circenses e nas
atividades de lazer que envolvam desafios corporais. Artes e vivências
artísticas podem proporcionar que a Linguagem não-verbal seja desenvolvida e
que possa se manifestar como forma de comunicação e de processos experienciais.
Esta educação integral, proposta por uma escola que vise realmente preparar
para a vida, deve envolver a parte motora, a intelectual, a afetiva e o próprio
lazer ─ a partir do entretenimento ─
todos juntos e em relativo equilíbrio. Isso é o que eu acredito como sendo uma educação
real e verdadeira!
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