sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Considerações finais

Olhem só: 2014 já está indo embora e, ao longo deste ano, pude trazer a vocês uma série de textos que têm o propósito de contar um pouco sobre alguns recortes do cotidiano infantil em face do adulto, seja entre pais e filhos, seja entre professores e alunos. Mas agora caberia uma pergunta, antes de encerrarmos esse ano tão rico e ativo: será que nos demos conta de refletir sobre os nossos pensamentos, sentimentos, atitudes e ações para com as nossas crianças?

Gostaria muito que todos parassem um minuto por dia ─ ao menos ─ para pensar em atitudes que não levam à construção de ninguém, pelo contrário, maneiras de se lidar com o outro ─ principalmente com a criança, que ainda não sabe compreender e se defender ao nível do adulto ─ que atitudes estamos tendo para com elas, para que não causemos prejuízos para uma vida toda?

Temos que ter cuidado com discursos vazios ─ seja por parte de pais, ou de professores ─ que dizem amar seus filhos e alunos, mas que, na verdade, oferecem uma forma de referência e de contato que acaba sendo o contrário daquilo que pregam! Tanto pais, como professores, devem ter consciência de que eles são os guardiões de seus filhos/alunos, preparando-os para uma vida de autonomia, propiciando um bom desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e ético, permeado de amor, compreensão e respeito, pela história que está se construindo com cada um!

Estou entrando de FÉRIAS DO BLOG ATÉ FEVEREIRO! Aproveitem este tempo para ler e/ou reler alguns dos textos postados. Quem sabe eles podem responder e contribuir de uma maneira singela e prática com a harmonia de sua pessoa e daqueles que estão à sua volta.

Sabemos que de nada adianta culpar os outros pelos erros que cometemos ─ principalmente à criança ─ afinal, ela aprendeu com você, adulto, a ser como é, a fazer e a agir como faz. Ela não nasceu sabendo. Muitas vezes vemos os nossos defeitos neles e não gostamos! Mas será que temos consciência que estes defeitos são nossos, e que eles apenas aprenderam conosco?
De minha parte, eu posso afirmar que não sou dona da verdade, que também tenho defeitos e reflexões que, às vezes, me chegam depois de algumas “pisadas de bola”. Sou humana, em permanente construção, e já passei em minha vida ─ pessoal e profissional ─ situações que me fizeram escrever alertando os pais e professores. Tento fazer com o outro algo diferente que fizeram comigo, tendo como objetivo a busca por ser melhor a cada dia. Tarefa fácil? Não, mas em busca de aprendizados sempre!


Feliz 2015 para cada um. Que tenhamos um ano cheio de crescimento em todos os setores de nossas vidas (afetiva, econômica e social). BOAS FESTAS!  

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Promovendo competências nos bebês

Alguns adultos vivem me perguntando o que fazer para que seu filho (a) seja uma criança saudável, e como eles podem ajudar em seu desenvolvimento desde pequenos. Vamos a algumas dicas:

Que tal fornecer estimulação sensorial nos primeiros meses? Mas em quê consiste isso? Colocar músicas ─ não muito altas ─, deixar abajures com lâmpadas coloridas ─ em vez de somente a luz branca ─, passar creme ─de aromas delicados e próprios ─ pelo corpinho do bebe, passar em sua pele diferentes tipos de tecidos para que comece a se sentir estimulado pelo sentido do tato, enfim, à medida que seu bebe for crescendo, procure criar um ambiente com novas aprendizagens, modificando os brinquedos e as brincadeiras. Não precisa ser nada caro, mas com variedades e criatividade.

Responda aos sinais do bebe com carinho; isto possibilita confiança de que o mundo é um lugar amigável. Dê ao bebe liberdade de exploração tornando o ambiente seguro, deixando-o engatinhar, rolar, se arrastar, mexer e tocar nas coisas que o circundam. Converse sempre com a criança em tom de voz calmo; ele não vai aprender a falar ouvindo TV ou rádio, mas sim ouvindo a sua voz! Interaja, converse sobre seus brinquedos, suas roupas, fale com ele e não o ignore.

Envolva-o naquilo que ele está interessado, demonstre afeto pelo que brinca, como brinca; aplauda suas conquistas e lhe ofereça apoio quando houver alguma dor ou insatisfação. Possibilite a ele brincar e tocar em objetos de diversos tamanhos, solicitando que possa separá-los por tamanho, ou cores. Não o sufoque quando brinca, mas não o despreze também. Brinque com seu filho, leia para ele as histórias que desenvolvem a imaginação criadora e as habilidades para a prontidão da alfabetização.  Cuidado com histórias que nada possuem de positivo! Leia somente histórias que constroem os pensamentos e não coloque histórias de medo. 


Estas foram apenas algumas dicas. Espero ter contribuído para que sejam felizes.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Minha filha não tem jeito! Ela não tira o uniforme quando chega em casa!

Uma mãe me disse a frase acima, perguntando o que ela deveria fazer com sua filha que, ao chegar em casa, no horário do almoço, não tirava o uniforme e, quando sua mãe chegava do trabalho, à noite, a menina ainda estava com o uniforme ─ sujo ─ e, pior, nem banho ainda havia tomado. “Eu chego cansada e ela já deveria estar arrumada, de banho tomado e me esperando para jantar e dormir... Todo dia é a mesma coisa, já falei, já conversei, já briguei e até bati...  mas de nada adiantou! O que eu devo fazer?”

Pelo tom da conversa pude perceber que isto causava na mãe um grande desconforto, porém, perguntei –lhe se ela trabalhava de uniforme na empresa e ela respondeu que sim; continuei a minha indagação: “Quando você chega do trabalho, você tira o seu uniforme antes de ir para a cozinha?” Ela respondeu que não, que quando ela chega vai imediatamente preparar o jantar, depois lava a louça, põe a roupa na máquina, dá uma limpada e organizada na casa , só depois é que vai tomar banho e se preparar para dormir! 


Pois bem, eu disse à mãe, que se ela não estava dando o exemplo, como é que ela queria que sua filha fizesse algo diferente do que ela estava vendo diariamente? Ou seja, se nem a mãe tira o seu uniforme, como é que espera que a filha vá fazer? A mulher ficou indignada comigo, mas depois de muita conversa ela me agradeceu, pois, nunca tinha percebido a incoerência entre o que ela falava e o que fazia, de fato. Passado algum tempo, eu perguntei de novo a ela como estava a questão dos uniformes ─ dela e de sua filha. Ela me respondeu que a partir de nossa conversa passou a tirar o uniforme assim que chegava à casa, e que a menina também. Que sua vida havia mudado, pois ela havia percebido seus erros com relação à educação que estava dando a sua filha, ou seja: “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço!” Disse, também, que agora ela pensava várias vezes antes de pedir algo à menina, tendo em vista que primeiro ela se sentia no dever de verificar se a sua forma de agir era coerente com o que estava solicitando, ou não! Assim, podemos perceber que essa é a atitude mais correta:  pensar em nossas atitudes antes de exigir posturas dos outros...

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Desenvolvimento motor: estímulos e novas experiências

Os bebes não precisam ser ensinados a conseguirem ter as habilidades motoras básicas como agarrar, engatinhar e andar. Quando seu sistema nervoso central, músculos e ossos estiverem preparados e o ambiente oferecer as devidas experiências e oportunidades para esta exploração, estas habilidades aparecerão naturalmente, surpreendendo os adultos.

Porém, o desenvolvimento motor ocorre concomitantemente ao afetivo; assim, um ambiente cheio de medos, ou até mesmo sem espaço e estímulos para os bebes, pode impedir que este desenvolvimento motor se manifeste dentro do tempo previsto e de forma adequada. Vejo muitos bebes amarrados em cadeiras quase que o tempo todo, sendo impedidos de se movimentarem, de se locomoverem, de experimentarem novas aprendizagens e situações. Com esses impedimentos todos, como o seu desenvolvimento motor pode se manifestar de forma saudável?

Vejo alguns adultos podando verbalmente as crianças com expressões do tipo :  “Cuidado! Aí não pode ir não! Vem prá cá!”, “não pega isto!” ,“não pega aquilo!”.Presencio muitos adultos brigando com os bebes quando estes estão começando a experimentar novas situações, e isto também não é benéfico. Para desenvolver a preensão, por exemplo, o bebê precisa de objetos para pegar, mas se o ambiente não fornecer, ou, ainda, impedir, como ele fará isto? Ele precisa se exercitar, explorar, pegar com a mão inteira, sentir a textura, o volume e permitir que esse objeto se torne conhecido a partir do sentido do tato, para depois dominar movimentos de pinça, em que o polegar e o indicador se toquem nas extremidades formando um círculo, o que lhe permite pegar objetos pequenos.


Para que isso aconteça de forma equilibrada, dentro do tempo e da necessidade natural de aprendizagem, os adultos precisam incentivar, brincar, dar objetos não cortantes e deixar com que os bebes explorem livremente estes objetos sem estarem presos às cadeirinhas. Elas são úteis quando transportamos as crianças nos carros ─ inclusive é obrigatório pela lei de segurança de trânsito ─ são importantes para a hora da alimentação, de alguma brincadeira que exija a presença de alguma mesinha, enfim... fora isto, os bebes precisam se sentir livres e com espaço suficiente para se movimentarem e terem liberdade para explorar o mundo ao seu redor e verem o que podem e conseguem fazer.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Autoestima infantil: capaz ou incapaz?

Autoestima é a capacidade que os indivíduos têm de se autoavaliar, de tecer um julgamento sobre o valor que consideram ter. Esse conceito muda, ao longo de nossa vida, mas o que vou falar aqui é sobre a autoestima infantil.

A criança, entre cinco e sete anos, tende a aceitar o julgamento dos adultos, porque ainda não possui um autoconceito formado sobre si mesma. Isto é o que me preocupa, ou seja, o que é que os adultos falam para seus filhos (as)? Encorajam, ou recriminam o tempo todo? Valorizam os pequenos gestos e atitudes, ou somente cobram sem ensinar nada? Deixam que as crianças comecem a fazer por si mesmas pequenas tarefas, incentivando-as, ou falam que não são boas naquilo que fazem o tempo todo?

Famílias que somente deixam a entender nas entrelinhas que a criança não é capaz, vão sedimentando em sua mente este conceito, contribuindo para que a mesma tenha uma visão negativa de si mesma; quando isso está instalado, para reverter este quadro na adolescência e vida adulta é muito mais difícil.

É muito comum encontrar nas famílias somente cobrança, esquecendo-se de que as crianças só possuem dois, três, quatro, ou cindo anos.  Isto em nada ajuda em seu desenvolvimento saudável; pelo contrário, somente dificulta este processo. Valorizem as pequenas atitudes, ensinem a criança a cuidar de si com amor! Cuidem de si mesmos para que seus filhos vejam exemplos de autoestima em vocês e, assim, passem a imitar e a conquistar os valores positivos que percebem que emanam de vocês. Alta ou baixa autoestima também é um comportamento aprendido com os adultos. Quanta responsabilidade!

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Ensinando as crianças a fazerem escolhas

As crianças vão a lojas e nem sempre querem somente um brinquedo, uma roupa ou um par de sapato, sandália, tênis. Algumas não conseguem definir o que querem, porém, é preciso que desde pequenas comecem a entender que a vida é feita de escolhas ─ em qualquer idade ─ e que nós não temos tudo o que queremos; por isso, precisamos saber escolher.

Se a criança quiser, por exemplo, dois brinquedos, faça-a escolher apenas um para que passe a entender o conceito de prioridade. Mais do que isto, que ela também aprenda a valorizar suas escolhas, a priorizar suas necessidades reais, para aprender a não ter compulsão, quando adulta, comprando tudo o que vê pela frente!

Quando a criança aprende, desde cedo, a priorizar seus sentimentos e escolhas, ela saberá usar isto para sua vida inteira; assim, quando lhe oferecerem algo que não lhes trará nenhum benefício, saberão recusar e seguir em frente na vida. Toda criança precisa aprender o que é bom para si, e só se aprende experimentando e vivenciando isso na infância. Se elas não souberem escolher, argumentem o que elas realmente precisam, mas não opinem ou escolham por elas! Deixem-nas à vontade, mesmo que a sua escolha pessoal ─ como mãe, pai, tio, tia, etc─ seja outra, deixe-a arcar com o que escolheu. Não dê palpites, somente oriente, mas não interfira na escolha; caso contrário, ela não conseguirá entender a sua própria opção, o seu discernimento e isso é a semente da responsabilidade! Lembre-se: a vida é feita de escolhas sempre...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

“Ela é a única que não sabe nada”

Uma professora de ensino fundamental de 3ª série me fez uma indagação nas redes sociais. Vou explicar o fato: trata-se de uma aluna que não está conseguindo aprender a ler e a escrever, embora já esteja na 3ª série. Segundo a professora, naquele momento a menina já deveria estar lendo e escrevendo, ainda que com certa dificuldade, porque seus colegas de sala já o sabem. “O que eu faço?”, foi o pedido de socorro desta professora.

Alguns professores se esquecem de que quando uma criança apresenta alguma dificuldade em relação à aprendizagem, é necessário avaliar todos os aspectos e não colocar a culpa sobre a criança. Então, vamos lá: a terceira série de hoje é a nossa antiga segunda, e aí fico me perguntando se não estão tentando adiantar demais o processo da alfabetização? Também é importante saber qual é o método de ensino que está sendo utilizado, como é o relacionamento da criança com seus colegas e com a professora, como a professora olha, sente e age com esta menina, enfim, há naturalidade diante dessa situação, procurando auxiliar, ou ela é tida como uma aluna-problema, tipo pau-de-enchente, atravancando o desenrolar das aulas? Afinal, ela está sendo observada com atenção para se localizar o motivo da dificuldade, ou com relativo desprezo? Vejam quantas questões!

Ainda seguindo com mais questionamentos, poderíamos perguntar como é que anda o psicológico desta criança, se ela está passando por algum problema em sua família, se está tudo bem em casa, tanto no que se refere à alimentação, convivência, afetividade, atenção e interesse...
Levantando as hipóteses de que método de alfabetização é bem condizente e adequado, que não há conflitos nos relacionamentos familiares, e que, assim mesmo a dificuldade se mantém, é necessário encaminhar a um profissional da saúde, para se avaliar as questões dos sentidos (visão, audição), ou mesmo a um neuropediatra que procurará avaliar os processos de atenção, concentração, retenção de memória e outros.


Como professores, precisamos tomar um grande cuidado: nunca devemos mencionar, perto da criança ─ ou de seus colegas ─ que ela é a única que não sabe nada! Todos nós temos dificuldades e facilidades em nossas vidas; ninguém sabe tudo. No caso de uma criança com algum tipo de defasagem na aprendizagem, precisamos considerar que ela precisa ser analisada de forma correta para não ficar estigmatizada diante de si mesma e dos colegas. Portanto, prudência é a melhor forma de agir em situações desse tipo. Você pode construir ou destruir um ser humano, dependendo de suas atitudes em sala de aula. 

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Atividades sem significância para as crianças

Uma aluna do curso de Pedagogia veio me questionar uma atividade que ela viu em seu estágio dizendo: “Professora, os professores fazem cada atividade em sala de aula com as crianças...será que não pensam? Eu respondi, como assim? me explique melhor.

Eu estava fazendo estágio numa sala com crianças de 5 anos de idade e a professora deu uma folha xerocada para cada criança, que era para que as mesmas circulassem os animais que voam, de azul, os que vivem na água, de vermelho, e os que vivem na terra de amarelo. Porém, dentre os animais que estavam desenhados lá, havia tartaruga e jacaré. Fiquei pensando como as crianças solucionariam esse problema porque, pelo que sei, estes dois animais vivem tanto na água como na terra. Não deu outra professora, as crianças se confundiram todas, e ela ainda ficou brava porque só percebeu isto depois que já tinha feito a proposta; e talvez porque eu estava ali, ela ficou toda constrangida.


Olhem o que os professores, no lugar de propiciar novas aprendizagens, estão fazendo em sala de aula/espaço de referência. Vou mais longe ainda: será que estas crianças de 5 anos conhecem os animais, de fato, que estão desenhados na folha? Será que já formaram representações mentais deles a partir da realidade vivida, ou seja, será que todos conhecem jacaré e tartaruga de verdade, ou somente viram em filmes ou desenhos animados? Existem tantos conteúdos importantes para serem trabalhados na educação infantil que realmente constroem conhecimento. Mas ainda vejo práticas ultrapassadas e, pior, sem pensar!  Acordem, professores! Não estamos mais me 1970 e sim em 2014!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Linguagem infantil: cópia de suas referências

Uma criança de alto poder aquisitivo familiar convivia mais com os empregados de sua casa do que com os próprios pais, pois os mesmos viviam viajando a trabalho. Seus pais pagavam a melhor escola bilíngue da região de Campinas, achando que estavam fazendo o melhor para seu filho.  Não vou aqui entrar em polêmicas quanto à escola, mas quero que reflitam sobre o que aconteceu.

Um belo dia, a criança verbalizou uma fala assim para seus pais: “eu vô ponhá o copo aí em cima mesmo”; eles ficaram horrorizados e corrigiram na hora a criança. Na cena, chega a empregada e diz à criança “mais você ponhô o lanche na mochila?”, ou seja, a criança estava verbalizando a sua referência de linguagem, a fala dos empregados da casa, que eram as pessoas com quem ela realmente conversava e se comunicava; afinal, essa criança convivia mais tempo com eles do que com seus pais, e na escola ela estava aprendendo a se comunicar apenas em inglês.

Não adianta pagar escolas caras achando que seus filhos irão espelhar uma cultura elitizada, aprendendo a falar e a escrever de forma correta, se sua referência é alguém que fala o linguajar extremamente distante da norma culta; isto é uma questão de lógica. Aprendemos com quem temos afeto, com quem cuida de nós nos propiciando uma comunicação diante de questões práticas que tem a ver com a nossa vivência corriqueira do dia a dia. De minha parte, aposto que esta criança tem muito afeto pela empregada, uma vez que esta passa a maior parte do tempo com ela, inclusive na hora de dormir. É ela quem cuida de sua roupa, cozinha a sua refeição ─ muitas vezes seguindo um cardápio agradável ao paladar infantil ─ que dorme com esta criança em seu quarto, acolhe-a dos medos noturnos...já que os pais sempre estão viajando a trabalho e negócios.  Podem ter certeza de que muitas vezes a criança até prefere ficar com a empregada ─ que está 24horas por perto ─ do que com seus pais que estão a maior parte do tempo ausentes. Se até mesmo em viagens de férias para o exterior a empregada vai junto, para tomar conta da criança, quem mais parece fazer o papel da mãe e/ou de pai?


Por isto digo: cuidado quando querem corrigir seus filhos! Observem, antes, qual a referência que eles estão imitando (copiando); se eles convivem mais tempo com pessoas que falam de forma não escolarizada, é com eles que vão aprender a se comunicar e a falar o português, já que o inglês vai ficar por conta da escola bilíngüe, certo? A vida é feita de escolhas. E depois, não reclamem.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Ensine a diferença entre querer e precisar

As crianças precisam aprender conceitos de educação financeira desde pequenas, e um dos conceitos é entender a diferença entre querer e precisar. Muitos adultos compram por impulsividade, sem precisar, muitas vezes por carências ou até mesmo por fugas da realidade.

Entender a diferença entre querer e precisar é algo importante para não se comprar além do orçamento. Querer, todos nós queremos, sempre, coisas novas! Mas a pergunta é: Necessitamos, de fato?


Conversar com as crianças e mostrar o que realmente necessitam é importante para aprenderem a comprar de maneira correta. Entretanto, nem sempre isso é fácil numa sociedade de consumo, onde os amigos têm coisas diferentes e mostram (na verdade exibem) uns para os outros. Mas diálogo e, mais do que isto, exemplos dos adultos acabam sendo a maneira mais correta de se ensinar. Não adianta falar para as crianças não fazerem determinada coisa, e depois você, adulto, acaba fazendo! Isso é contraditório e acaba sendo um péssimo exemplo de conduta, de atitude e de educação! Mostre a elas que quando forem comprar algo é porque aquilo está sendo necessário ─ realmente necessário ─ e não por um simples querer! Crianças que desde cedo aprendem a utilizar o dinheiro de forma correta, quando adolescentes e adultos não se excedem nos gastos, sabendo viver de forma harmoniosa com o dinheiro que ganham. A vida é cíclica e nem sempre temos tudo o que queremos em todos os momentos. Portanto, entender como fazer o correto, desde criança é um aprendizado para a vida toda!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Incentive seu filho (a) a participar da elaboração da lista do supermercado

Muitos pais me pedem ajuda sobre o tema de levar, ou não, as crianças ao supermercado. Isso porque quando vão com os filhos (as) gastam demais e não sabem como resolver este problema. Então, vamos às dicas...

Primeiro, elaborem uma lista de supermercado em casa junto com as crianças; lembrem sempre a elas de que nada do que está fora da lista será comprado; isto é necessário para que as crianças entendam a importância e o significado de um planejamento.

Mas tenha consciência de que você também não poderá comprar nada além do que planejar, ou seja, da lista que foi feita; portanto, pense direito e veja realmente o que precisa em seus armários e geladeira. Você precisa ser o exemplo. Não valem regras somente para a criança, são todos da família. Uma família organizada e planejada é sinônimo de sucesso na vida, pois, sabendo planejar todo o seu orçamento com base no que ganham ─ sabendo não gastar sem necessidade ─ sobra dinheiro para fazerem e realizarem sonhos maiores como viagens, compra de carros, casa, etc.

Na lista deve conter somente o necessário e com consciência de validade e uso de produtos por um determinado tempo. Quando estiverem no supermercado cumpram a lista na risca, não comprem nada além!  A criança precisa aprender a comprar somente o programado; mesmo que chegando lá elas queiram outros produtos, não comprem, ensinem o que é um planejamento. Na vida é necessário ter planejamento em tudo o que fazemos, em todos os aspectos e áreas.   E isso pode ser ensinado numa simples compra de supermercado.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Se você não ficar quietinho e dormir logo, o lobo vem te pegar...

Muitos adultos utilizam desta frase citada acima para fazer seus filhos dormirem. Não concordo, de nenhuma forma, com esta posição, mas vou lhes explicar o porquê.   Quando estamos no estado de sonolência, nosso cérebro está com um ritmo cerebral mais baixo e, consequentemente, o ritmo de aprendizagem neste momento é muito alto. Então, o que falamos para as crianças pode ficar armazenado no hipocampo de seu cérebro para sempre. E o que ficará guardado? Ora, o MEDO, um medo que poderá provocar, futuramente, disfunções e distúrbios de comportamento, além de provocar insônias, insegurança diante da vida, das dificuldades... dos “lobos maus” que temos que enfrentar em nosso cotidiano!

Colocar medo sem necessidade não é uma atitude saudável, nem na hora de dormir, nem em outro momento qualquer. Existe uma diferença significativa entre medo e prudência. O medo paralisa, enquanto que a prudência alerta. Quantas e quantas pessoas poderiam não ter síndrome do pânico, depressão e outros problemas de ordem psicológica e emocional, se em vez de medo tivessem coragem para enfrentar a vida.


É na infância que constituímos a área emocional de nosso cérebro; neste período a criança precisa se sentir segura e autoconfiante para, depois, saber enfrentar os problemas da vida adulta de forma a ultrapassar os obstáculos, evoluir sempre e não paralisar. Não amedrontem com histórias, músicas, frases, gestos, etc. Isto não torna ninguém feliz e nem desenvolve um adulto com boa autoestima; pelo contrário, forma um adulto inseguro e infeliz. 

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

José, José... vamos meu filho! Você deve achar seu nome lindo para eu ter que te chamar tanto!

 Uma mãe completamente estressada chamava ─ ou, melhor dizendo, berrava ─ pelo nome de seu filho, e sem nenhuma paciência ainda finalizou a atitude que estava tendo, com a frase acima.

Vamos lá, pais: muitas vezes nós, adultos, não percebemos que a criança tem um poder de concentração direcionado para aquilo que ela está fazendo, acabando por não prestar atenção ao chamado que um adulto lhe faz, ainda mais se ela estiver realizando algo de seu interesse. Nesse caso, as crianças não escutam mesmo, porque possuem uma concentração focada para o objeto ou a situação que é de seu interesse. Não seria mais saudável para todos chegar perto da criança com calma, solicitando para que realize o que você quer, em vez de ficar gritando, como louca, estressadíssima? Veja que é tudo muito sério! A criança pode modelar tudo o que recebe do ambiente onde ela está e, ainda por cima, pode se tornar agressiva, desconectada em relação à atenção e à memória, justamente porque a maneira como está sendo chamada demonstra um forte grau de desrespeito e também de agressividade. E depois, quando a queixa acaba se estendo por todos os contatos e relacionamentos da criança, os pais acabam por levá-la a um especialista para que passe a tomar medicamentos e calmantes.  Será isto correto?


Muitas vezes, quem precisa de remédio para se acalmar é você, adulto, e não a criança! Se em sua casa o ambiente está de difícil convivência, lembre-se de que é você quem propôs isto. Por que, ao invés de ridicularizar uma criança você não passa a elogiá-la e a acariciá-la dando o exemplo?  Por que você não muda sua maneira de pensar, sentir e agir? Pois saiba que quando isto acontecer, de fato, tudo à sua volta mudará e sua família viverá em harmonia, em equilíbrio (homeostase) e serão, realmente, uma família feliz na maior parte do tempo ─ porque feliz o tempo todo é claro que não existe!  

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Nem todas as regras de convivência entre as crianças se negociam

Negocia-se, por exemplo, se pode ou não bater em um amigo dentro da escola? Claro que não, isto não é regra discutível e o professor deve ter a autoridade para falar que isto não se negocia. Não se bate em pessoas.

Há princípios morais que não se negociam, por exemplo, a justiça, a moral, o respeito (a si mesmo e ao grupo), a igualdade, e a dignidade, estes valores são explicáveis e conversados, mas não são negociáveis porque fazem parte de um comportamento maior, previsto em nossa legislação como regra de boa convivência.


Algumas regras de conduta, dentro da instituição de ensino, são negociáveis e outras não. Já as regras que são discutidas e elaboradas é como se fossem um contrato. Por exemplo, se as crianças apontam os lápis fora da lixeira e o chão fica sujo, isto é uma regra que poderá ser discutida e feita em forma de contrato. Vivemos em sociedade e os limites existem para o bom andamento da convivência mútua. Assim, as crianças precisam aprender a conviver para ter sucesso em seus relacionamentos, quer sejam pessoais, ou profissionais, futuramente. Existem muitos limites na vida adulta que devem ser ensinados e aprendidos pelas crianças; nós mesmos aprendemos esses limites desde pequenos, e eles não nos foram impostos ou adestrados ─ acredito eu ─, mas compreendidos e refletidos sobre as regras de conduta. Isto, sim, é o mais correto!

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Toda criança tem um corpo e uma história

A identidade de uma criança é marcada por fatores biológicos, psicológicos e sociais, ou seja, sua identidade corporal é genética, vinda da fusão do DNA de seus pais, e caracterizada pelo genótipo, quer dizer, cor dos olhos, do cabelo, da pele, que são fatores genéticos e que compõem a identidade física desta criança.   Porém, estes fatores biológicos não vivem isolados do meio, mas sim, inseridos dentro de relações sociais que são a família, os amigos que fazem parte de seu dia a dia, os vizinhos...
Com relação aos fatores sociais, estes se formam pelas interrelações que se fazem entre o meio e a pessoa, no caso, a criança e o ambiente que a circunda. Os fatores sociais afetam ─ para o bem, ou para o mal ─ os aspectos da identidade psicológica da criança. Assim, uma família onde os adultos são agressivos, uma criança que ali vive e convive com aquela agressividade, diariamente, poderá desenvolver uma identidade também agressiva.

Muitas vezes não nos damos conta de que os fatores psicológicos podem desenvolver doenças no corpo das crianças, uma vez que o emocional esteja bastante abalado. Quando isto acontece, modificam-se as estruturas das células, dos órgãos e tecidos, podendo, com isso, acarretar moléstias nas mesmas. Vejo alguns históricos de crianças que, se estas estivessem dentro de famílias mais equilibradas, com certeza, não precisariam ir tanto a médicos!


No entanto, com a vida moderna e com a família desestruturada, cada vez mais as crianças estão com sua identidade psicológica (emocional) com problemas. Vejo algumas crianças de 4, 5 anos completamente estressadas, e isto não é normal!  Saudável seria que estas crianças fossem mais calmas, equilibradas e que fossem crianças, de fato, e não robôs em miniaturas. Criança tem que ter identidade de criança, tem que ser criança em todos os seus aspectos: biológicos, psicológicos e históricos. Com uma história de vitórias, conquistas e felicidade, podendo se desenvolver fisicamente, emocionalmente e socialmente de maneira equilibrada e com saúde.  

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Que venha com saúde!

Ouvi esta história de uma mãe de uma criança especial e preciso contar a vocês para que possamos refletir sempre diante da gravidez de uma mulher. É comum e cultural fazer, para as mães grávidas, perguntas do tipo: “Já sabe qual é o sexo do bebê?”. E alguns verbalizam que não e a conversa continua com: “o importante é que venha com saúde e que seja perfeito”.

Pois bem, esta mãe me disse que ouvia muito estas expressões citadas acima por parte de amigos, familiares e até mesmo de desconhecidos.   E quando sua filha nasceu com síndrome de Down, ela ficou com estas frases ecoando na cabeça e teve muita depressão. A partir deste fato, ela sempre conta para todos e me pediu que divulgasse em meu blog esta história para alertar o quanto isto é horrível diante da vida. Ela relatou que no primeiro momento da notícia levou um choque tão grande, que só ficava se lembrando do que as pessoas falaram quando ela estava grávida.


Hoje ela é uma pessoa super resolvida e engajada na luta contra o preconceito. Mas para superar estes fatos ela me relatou que não foi nada fácil, então, vamos refletir sobre o que falamos? Esse tipo de comentário pode magoar ─ e muito ─ determinadas pessoas e não dá nada em troca de positivo. Temos que pensar, também, que pode haver na família, ou no círculo de amigos de uma mulher que está grávida, uma criança ou mesmo um adulto portador de necessidades especiais. Muitas vezes esse fato já foi bem administrado e trabalhado entre os mais próximos, e muitas vezes ainda não! Então, ouvir uma frase dessas, como a citada acima, não traz nenhum tipo de acréscimo. Que tal dizer assim: “que barriga linda”!”Ou perguntar:” como é estar grávida?”

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Maior... menor...

Muitas vezes nos esquecemos da noção de tamanho quando falamos para com as crianças pequenas. O que é maior? O que é menor? Claro que depende do tamanho de quem vê; por exemplo, eu tenho 1,75cm, então, todas as pessoas mais baixas do que eu são menores; agora, imaginem um bebê no chão, olhando para mim: devo parecer uma gigante perto dele, mas não é a mesma situação com relação à altura de uma criança de 4 anos... e assim, sucessivamente.

Muitas pessoas esquecem-se deste detalhe e verbalizam, no diminutivo, frases e nomes de objetos, para a criança, como se o mundo dela fosse tudo no diminutivo! E o que é pior: a criança ainda não sabe falar; precisa aprender o significado social de tudo o que a rodeia e os adultos acabam verbalizando, entre si, palavras e expressões diferentes, que não se acham no diminutivo ou com um apelido, como se fosse uma outra língua. Assim, vejam que não falamos para uma pessoa adulta: “senta na sua cadeirinha”, mas falamos assim para a criança. Pensem no que falam e como falam...


Outra situação que nos esquecemos, às vezes, é de verbalizar 10, 20, 30... quantas vezes for necessário, para que a criança fixe a linguagem em sua memória! Muitos adultos pensam que falando uma ou duas vezes já é o suficiente, e muitas vezes não é! A memória também é uma região do cérebro que precisa ser desenvolvida; localiza-se no hipocampo e se quiserem pesquisar sobre o assunto tem muita coisa interessante para se aprender e se conhecer sobre as diferentes memórias que temos. Nós não nascemos com a memória pronta; ela vai se formando de acordo com as vivências e as experiências; mas no caso da memória semântica, ou seja, a memória que adquirimos para gravar as palavras e o significado que elas têm, isso nós adquirimos de acordo com o meio ambiente e com as pessoas que estão à nossa volta nos ensinando e conversando. Então, como é que essa memória pode se formar nas crianças pequenas se elas ouvem sobre a mesma situação, ou o mesmo objeto, mas com diferentes palavras? Se elas ouvem, por exemplo, papá e, depois, comida?

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Silêncio! Chega...

Às vezes observo esta cena em algumas instituições de ensino quando a professora quer pedir silêncio e acaba fazendo o pedido aos gritos! E não grita baixo, não! Ao contrário. Quanta incongruência pedir silêncio gritando! Pior é que essas professoras que assim o fazem, não se dão conta porque já estão com sua voz tão alterada que nem percebem que falam alto demais!

Quando quiserem que as crianças falem mais baixo, ao invés de ficarem gritando como loucas, diminuam seu tom de voz.  As crianças percebem que não estão ouvindo o que o adulto diz e elas mesmas acabam se autocorrigindo; trata-se de uma questão de lógica e bom senso: Silêncio se faz com silêncio e não com gritaria. 


Alguns de vocês devem estar pensando que isto não funciona; pois então, testem e depois me digam se estou, ou não, certa. É o velho ditado: “Violência gera violência”, “Gritaria gera gritaria”, e não o contrário. É necessário que entendam que, muitas vezes, o tom de voz alterado e sem consciência é que provoca mais agitação nas crianças. Então, permanecendo calmos, parando e falando mais baixo, com certeza algo bem diferente do que está ocorrendo acontecerá!  Esperem eles se acalmarem, depois vocês podem questionar o silêncio de forma a que entendam por que precisam ter esta conduta naquele momento. Por exemplo, em um momento de explicação, todos devem permanecer em silêncio para que possam ouvir o que será dito; mas se não entenderem o por quê deste comportamento, não terão mesmo! Muitos adultos esquecem de que estão lidando com crianças e que estas precisam aprender a ter consciência de seus atos. Bem, isso, com certeza, demanda paciência e ensino!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A Responsabilidade pela formação moral e ética

Pais e professores vivem empurrando uns para os outros a responsabilidade quanto à formação moral e ética das crianças. Qual a parte de cada um?

Tanto a família quanto a escola possuem papéis diferentes na vida da criança, e ambos precisam saber administrar problemas relacionados, cada qual, na sua competência. Por exemplo: a instituição de ensino é responsável pela disciplina dentro dela, incluindo tudo o que se refere e abrange os problemas de aprendizagem. O ensino é de competência da escola, ou seja, ensinar a ler, a escrever, a fazer contas de matemática, enfim, a ensinar conteúdos. Mas é claro que, como as crianças são seres de relação, surgem conflitos e esses conflitos devem ser administrados e trabalhados no âmbito do ambiente e do espaço onde eles ocorrem. Dessa forma, quando o problema de comportamento for dentro da escola, quem deve resolvê-lo é a escola.

Já quando o problema é em casa, passa a ser de competência da família resolvê-lo. Cada um tem um papel na formação da ética. Não cabe à escola, por exemplo, resolver conflitos entre irmãos. Ou até mesmo conflitos entre as crianças e os adultos (pais).


Bilhetes da escola reclamando do comportamento dos filhos dentro da instituição também não estão corretos. O que os professores fariam se recebessem bilhetes dos pais dizendo que não sabem mais o que fazer para que seus filhos comam? Ou como proceder com os irmãos que brigam? São competências diferentes, portanto, quanto digo que a família e a escola precisam ser complementares na educação e no ensino dos pequenos, estou me referindo a ter procedimentos parecidos, condutas adequadas porque iguais é claro que nunca serão. Por isso, cada um tem o seu grau de responsabilidade na formação moral das crianças e é importante refletir, em cada situação que se apresenta, de quem é a responsabilidade!

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Jardim das sensações: explorando os sentidos

Não sei se vocês já ouviram falar neste tipo de jardim que exploram os sentidos; em meu conceito, todas as instituições de ensino deveriam ter, principalmente as de crianças pequenas. O jardim dos sentidos consiste em ter um espaço de lazer e de prazer, no qual a criança poderá viver seus sonhos e realidade. Por meio deste espaço, as crianças podem viajar no tempo, experimentar sensações diversificadas, promover o encontro com si e com a natureza em sua exuberante expressão do que seja a vida.

Os jardins também podem privilegiar portadores de algum tipo de deficiência visual, física e/ou auditiva. Este tipo de jardim proporciona a manifestação dos sentidos do corpo humano: tato, audição, visão e olfato. As plantas possuem cores, texturas diferentes estimulando o tato e a visão ao mesmo tempo. Como este tipo de jardim possui fontes de água, a audição também é privilegiada e, finalmente, as plantas possuem diversos aromas proporcionando diferentes estímulos olfativos.

Este tipo de jardim também proporciona atitudes de relaxamento da mente, porque as crianças podem contemplar a natureza em suas diferentes formas, cheiros, cores, texturas. Vivemos em um mundo tão caótico, com pressa de tudo, que a prática da contemplação, ou mesmo da observação para com a natureza está sendo deixada de lado. Que tal se as instituições pudessem proporcionar isto às crianças? Com certeza  elas aprenderiam a relaxar a mente e a contemplar a natureza e, concomitantemente, aprenderiam a preservar  o nosso planeta, a nossa casa, a vida em todos os seus sentidos.

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