quarta-feira, 30 de abril de 2014

Autoestima: um santo remédio!

Mas como tê-la? Como fazer para adquiri-la ao longo da vida? Os pais precisam entender o que significa autoestima, de fato! Autoestima é um sentimento positivo que temos a respeito de nós mesmos, e não se trata de narcisismo. O Narcisista tem dificuldades de relacionamentos com os outros por que ele se sente “o bom”, aquele que está acima das outras pessoas! Já, quem tem autoestima, tem o contrário deste sentimento porque sabe ─ e sente ─ que ele não é melhor que ninguém, que não precisa provar nada para ninguém porque faz as coisas que faz ─ e da forma como faz ─ simplesmente porque gosta! Gosta daquilo que faz, sente prazer e satisfação em viver, em estudar, em ser um profissional, em ter amigos, enfim, autoestima é uma opinião permeada pelas emoções de nossas características físicas e mentais. E como todos os sentimentos, ela também pode ser mudada ao longo de nossa existência, acentuando ou minimizando aquilo que foi recebido infância; afinal, a vida é movimento e aprendizado por todo o tempo!

Mas o importante disso tudo é que os pais saibam que as crianças, por volta dos 5 ou 6 anos de idade, começam a perceber e a  ter noção sobre o que os outros pensam a seu respeito, ou seja, como ela está sendo vista pelos outros. Dependendo da linguagem que os pais usam para com a criança, ela poderá ter uma autoestima positiva ou negativa sobre si mesma.


Uma criança com autoestima alta poderá ter grandes chances de ter boas notas e de ser bem sucedida em sua vida, enquanto que uma criança com a autoestima baixa poderá ter procedimentos opostos em sua vida pessoal, inclusive com relação à sua própria saúde. Então, vem a pergunta: ... “como tenho que fazer para que meu filho (a) tenha autoestima?”  Simples:  elogie tudo o que ele ou ela faz dos zero aos sete anos; as atitudes que não estão certas, ou que não estão de acordo com a ética e/ou o bom relacionamento social, não devem ser criticadas,  mas educadas, mostradas de maneira construtiva para que a criança perceba como as coisas são. Não diga, por exemplo, “sua maquiagem está toda borrada”, mas ...” sim, quero que você passe em mim também. Posso te ajudar?  Olha como a mamãe faz: eu não passo sombra fora do olho...” Este é apenas um exemplo para que todos possam refletir sobre a  autoestima e como ela está presente, se formando e se consolidando nos atos mais simples da nossa vida diária! Vejam que vocês, pais, são responsáveis pela autoestima de seus filhos (as) e de vocês depende a construção e/ou destruição deste comportamento para o resto da vida destes que vocês dizem que tanto amam!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Criança como centro do trabalho educacional

A criança, considerada como centro do trabalho educacional, está vinculada a uma metodologia de trabalho que já foi utilizada em outros tempos registrados pela história, como  no Movimento da Escola Nova. Mas então, por que ela volta ao cenário educacional? Já não é algo superado?

Não, não é. Quando dizemos que a criança tem que ser o principal na educação infantil, estou me referindo que ela é um sujeito de direitos e que conseguiu isto a partir da Constituição de 1988, portanto, algo recente em termos históricos neste país. Mas, mais do que conquistas por meio  de leis, é necessário vê-la como o eixo principal porque a educação infantil só existe por que existem crianças.


Outro ponto importante é que a criança precisa de ambientes adequados para um desenvolvimento saudável, precisa de cuidados especiais, de interações entre criança x criança e adulto x criança, para que sejam estabelecidos diversos aspectos de forma a promover sua segurança física e psicológica. Ela precisa ser ensinada a ter autonomia, identidade, a se sentir amada, a amar. Ela precisa ser, além de tudo, criança, e viver o seu período de infância por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras que façam do seu dia a dia uma aprendizagem constante, dando significado e sendo significativo tudo o que aprenda. Que obtenha conhecimentos de si, dos outros e do mundo que a cerca, de forma que possa ser um adolescente menos rebelde e mais consciente de si. E que, além disso, consiga se tornar um adulto vencedor ─ não dos outros ─ mas que consiga vencer a si mesmo e aos obstáculos que a vida nos impõe diariamente!

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Crianças têm direito de viverem experiências prazerosas

Bem, preciso que entendam direito o que quero falar neste texto. A vida adulta não é somente de momentos prazerosos, ou seja, existem mais frustrações do que prazer no dia a dia. Sei que as crianças precisam ter vivências que sejam de qualidade porque estão formando o seu “eu”. Mas nem sempre tudo é prazeroso! Isto é uma visão romântica de ser criança e de infância.

Vamos lá: quando as crianças perdem em um jogo ou em uma brincadeira, sentem prazer? Claro que não! Então, por que achar que o mundo infantil tem que ser de sonhos, de ilusões e de fantasias prazerosas sempre?

Vejam bem, pais! Educar e ensinar sobre o prazer e o desprazer faz parte da vida real. Parem de fantasiar o tempo todo achando que criança precisa somente sentir prazer, e que não pode lidar com a frustração! Conversem em todos os momentos e expliquem diante das situações vividas, para que elas possam ser verdadeiras com os seus sentimentos e emoções. Se sentirem raiva, deixem que expressem a sua raiva! Se sentirem felicidade, também deixem fluir! Isto é ser verdadeiro, isto é ser real, isto é viver! Alegrias e tristezas, prazer e desprazer fazem parte de nossa vida como um todo: são sentimentos que nos acompanham quando somos crianças, adolescentes, adultos e também em nossa velhice! Temos que aprender a viver e conquistar cada dia como se fosse um único momento disponível! Nós não saberemos se estaremos vivos daqui a 5 minutos! Então, o melhor a fazer é ser ─ e ensinar a ser ─ verdadeiro com os sentimentos, seja em cada segundo, minuto, hora, dia, semana, mês... ano após ano! 


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Professor de creche não é mãe e nem babá

Cada um tem seu papel e importância vital na educação e ensino das crianças. Não é porque ─  na maior parte  das vezes ─ são as mulheres que acabam atuando na profissão professor/educador, que a família queira que se dê continuidade ao  papel de mãe dentro do ambiente educacional. Vejo isto acontecer em muitos lugares erroneamente, principalmente quando a professora também  é mãe. Ela poderá confundir os papéis. Vamos às diferenças:

Ser mãe é ser maternal; além de gerar, deve gostar de ser mãe e de estabelecer com os filhos vários papeis ao mesmo tempo: de enfermeira, cozinheira, médica, lavadeira, participante das brincadeiras, etc. Mas para isso, tem de ter prazer no que faz, não fazendo por obrigação, mas por satisfação. Ser professora de creche é ser educadora que tem funções de ensinar, favorecendo e mantendo o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades; é uma facilitadora de trocas cognitivas, afetivas e sociais. É exercer uma atividade profissional que possui uma modalidade didática que precisa de planejamento, organização e ação.


A professora educadora deve ter uma didática ativa, ou seja, um cuidado especial na organização do ambiente, na multiplicidade dos objetos a fim de promover a exploração e a manipulação dos mesmos. Ela deve propiciar oportunidades para que novas experiências sejam ofertadas para as crianças, para que estas possam ter motivação para juntar, manipular, construir e interagir com o mundo que as rodeia. As crianças devem ter liberdade para transformar o ambiente no processo de descoberta de si mesmo, de outras crianças e em  sua relação com os adultos. Estas trocas com os objetos e pessoas vão produzindo conexões no cérebro, novas sinapses que vão se formando e, com isto, novas aprendizagens acontecendo e sendo codificadas e decodificadas a cada novo dia.    

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Ciúmes entre mães e professoras

Parece mentira, mas isto acontece... e muito, no dia a dia! Por exemplo, a criança comenta que gostou de ficar no colo da professora e a mãe pode apresentar ciúmes, ou vice-versa. É uma atitude muito comum.

Mas, vamos às reflexões: estas atitudes de ciúmes são pura insegurança pessoal! Para a criança, cada pessoa tem um significado, mães não são professoras, e professoras não são as mães. Simples assim, mas quem complica tudo são os adultos que precisam manipular o carinho das crianças para um, ou para outro lado. Isto não ajuda em nada o desenvolvimento saudável da afetividade das crianças, pelo contrário, incita que elas sejam egoístas, que sejam ciumentas. Mais do que isto, que sejam inseguras! Somente as pessoas inseguras têm ciúmes dos outros. Porque, no fundo, sabem que não são carinhosas o suficiente para ter alguém por perto, somente pelo prazer de estar junto. Isto não é amor, pelo contrário, é sentimento de posse.


Quando amamos alguém, de fato, queremos sempre o melhor para esta pessoa. E se ela recebe carinho de outro, devemos ficar felizes porque são pessoas saudáveis e gostosas de ficar junto. Posse é egoísmo, um sentimento destrutivo porque por posse e ciúmes os adultos se matam uns aos outros. Crianças precisam de amor e de afeto de todas as pessoas para se tornarem adolescentes preenchidos com verdadeira autoestima, e adultos psicologicamente saudáveis.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Autonomia e identidade: construção coletiva

A criança só constrói sua autonomia e sua identidade na relação com outro. A consciência de quem somos só acontece quando nos deparamos uns com os outros em nossas relações sociais. Vou dar um exemplo para ilustrar melhor o que quero dizer.

A criança precisa ver em outros colegas, ou até mesmo nos adultos que estão à sua volta, atitudes de comer sozinho com garfo e faca, de beber suco, água, ou mesmo o leite em copo ou xícara, sem derrubar ou se sujar, enfim, atitudes de autonomia que tem a ver com a alimentação, com a higiene e com a organização de seu próprio entorno. Isso é muito importante para que a criança possa aprender e ter vontade de ─ ela também ─ adquirir esse conhecimento e autonomia. Ela precisa observar e ver como as  pessoas se vestem ─ e isso não tem a ver com moda ─ por que a maneira como nos vestimos tem a ver com a  identidade de cada um e com o lugar onde usamos/trajamos determinadas roupas ou acessórios. Nossa maneira de vestir, de comer, de falar, de  gesticular, revela a nossa forma de ser e o lugar onde estamos em determinado momento, realçando a nossa identidade.


A criança precisa conviver com várias pessoas ─ crianças e adultos ─ para que ela possa aprender a discernir o seu eu, a sua forma de pensar, sentir e agir no mundo. Isto é uma construção coletiva por meio da qual se formam as culturas. Cada cultura tem a sua forma de pensar, sentir e agir; por isto, não existe certo e/ou errado no mundo. Existe a formação do “eu” que se dá com o outro, e vice-versa. A atribuição de significados individuais depende de cada um e da cultura onde estamos inseridos.

terça-feira, 22 de abril de 2014

“Você tem ideia de quanto eu me sacrifico por você”?

Esta frase do título acima foi proferida por uma mãe que está separada do pai de seu filho, e que costuma dizê-la à criança em tom bastante alto e agressivo; geralmente essa mãe atira essas palavras contra o menino quando este não quer fazer o que ela está querendo que ele faça!  Não vou entrar em detalhes sobre o que ela pedia para a criança fazer, mas vou me ater à frase em específico.

Com esta fala, fica bem nítido que a mãe está cansada de ser mãe, cansada da situação que está vivendo, talvez sentindo um grande peso por ter que cuidar “sozinha” da educação de seu filho! Então, acaba cobrando da criança atitudes e comportamentos, não como uma mãe educadora, mas como uma mãe cobradora! Assim sendo, o fato de ficar com o filho ─ que deveria ser algo prazeroso ─ acaba sendo um peso! E esta mãe, pelo jeito, não entende que quando colocamos uma criança no mundo, sacrifícios, abnegações e doações acabam acontecendo naturalmente, porque isso faz parte da natureza da maternidade/paternidade e da espécie humana como fator de desenvolvimento. Um outro aspecto a ser pensado é que esta  frase poderá gerar na cabeça da criança certo desconforto, como se ela fosse um estorvo na vida daquela mãe!

Acho engraçado que quando o casal está fazendo “amor/sexo” não se preocupa com nada, a não ser consigo mesmos, se esquecendo de que  esse ato poderá vir a gerar um  ser que precisará de acompanhamento, dedicação e doação por alguns bons anos! Se a criança não pediu para nascer, por que expressar esta cobrança em cima de um ser que está aprendendo a se constituir afetivamente por meio das referências e das pessoas que lhe são mais próximas?  Como esta criança que ouve tamanho absurdo poderá ter autoestima? Como poderá se sentir feliz? Por favor, pais, não cobrem das crianças algo que foram vocês que escolheram. Poderiam ter evitado esta criança, mas não o fizeram! Então, agora deem amor e não cobranças descabidas!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Pensar sobre o que pensa a criança: disponibilidade para observar e participar de sua vida

Muitos pais estão tão ocupados que nem sabem o que seus filhos pensam e sentem, mas sabem como agem, sabem as atitudes que têm quando são contrariados e, nesse caso, mais brigam com eles, demonstrando um comportamento de irritação ou de falta de carinho.

As crianças pedem atenção, mas não sabem o que sentem de fato. Que tal, pais, se aproximarem de seu filho e perguntarem a eles como estão, deixando que eles possam expressar seus sentimentos? Que tal perguntar sobre o que pensam sobre determinado assunto?

Quando sabemos o que eles sentem, o que percebem e o que sabem,  fica mais fácil educar sem cometer erros! Muitas vezes nós, adultos, deduzimos sem perguntar de fato; isto é ruim porque deduções podem não ser verdades. Estar disponível para observar e participar da vida do outro também é um gesto de amor. Estar disponível para comer pipoca, tomar um suco gelado ou um chocolate quente e assistir a um filme de que a criança goste ou esteja querendo assistir ─ sem achar que vai perder tempo porque o filme é infantil ─ isso é praticar atenção, presença, amor! Estar disponível para ver o que eles brincam e como brincam nos jogos eletrônicos em seus computadores, estar disponível na hora do choro, da raiva, da tristeza, da angústia, da ansiedade, da doença e também das alegrias. Estar disponível quando precisarem de você é refletir carinho, afeto, atenção, preocupação com o outro. Isto é estar com alguém de verdade. Isto é ser pai e mãe na mais pura expressão do que isto pode significar!


sexta-feira, 18 de abril de 2014

“Para onde vão as pessoas quando não as vemos mais? Poderão voltar?”

Uma criança estava conversando com sua mãe sobre a morte de sua avó, e a mãe ficou sem saber o que responder e resolveu me perguntar. Como isto deve acontecer com várias pessoas, resolvi escrever sobre o assunto.

Para responder às crianças, vocês devem contar a verdade dos fatos, por exemplo, na pergunta: “Para onde vão as pessoas que não vemos mais?” “ Elas são sepultadas em um lugar chamado cemitério ou até mesmo podem ser cremadas em lugares próprios chamados crematórios”. Falar de maneira natural e explicando tudo o que for de curiosidade da criança de forma real.  “As pessoas poderão voltar?” “ Não! Quando morremos não voltamos mais, são como as plantas, os animais, eles também morrem e não voltam mais a viver.”  Se elas perguntarem se vão morrer, digam que sim, que todos nós morreremos um dia, que isto é a vida.

Simples assim. Por que nós, adultos, complicamos tanto para explicar coisas tão reais e verdadeiras da própria vida? Por que fantasiamos dizendo, às vezes, absurdos para as crianças, deixando-as confusas e mais inseguras? Nascer, crescer, e morrer são fases da vida; todos nós passaremos por isto um dia. Ninguém ficará para sempre! Isto é irreal.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

“O comportamento infantil varia de acordo com o lugar e as pessoas?”

A resposta para esta pergunta é sim, as crianças podem ter alguns comportamentos nos lares e outros nas instituições de ensino. Já ouviram a frase: “lá em casa ele é um anjinho, e não sei por quê ele bate em todo mundo aqui na escola... não entendo”? É que, muitas vezes, em casa estas crianças são ameaçadas com agressões verbais e/ou físicas, e devido ao medo, não podem demonstrar determinados comportamentos  que, depois, podem ser revelados, sim, em outros lugares como nas instituições de ensino.

As crianças são inteligentes e como não possuem as preocupações do dia a dia, como ter de fazer comida,  pagar contas, ganhar dinheiro... elas percebem o comportamento de um ou de outro facilmente, sabendo como fazer para obter o que desejam, ou não; por conta disto, existe a variável de comportamento, a espontaneidade de ser em lugar onde sentem que podem expressar suas contrariedades, seus senões e em outro lugar onde isso não é tão possível!


Nós, adultos, também somos assim! Nosso modo de agir não é igual para com todas as pessoas e, nem poderíamos, porque não conseguiríamos sobreviver. A riqueza de nossa espécie é justamente sermos portadores do fator adaptação, ou seja, de sabermos como e com quem devemos, ou não, falar. Basta observar o outro para sabermos como agir! Às vezes também erramos, às vezes acertamos, mas vamos experimentando, afinal, somos seres humanos!

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Mundo da criança “aqui e agora”

As crianças não vivem fora da realidade. Para elas, o que existe é o momento atual porque ontem e amanhã estão distantes, não conseguem localizar! Elas são espontâneas e sabem viver. O único problema é que nós, adultos, não compreendemos isto e quando vamos crescendo perdemos esta espontaneidade de criança; isto poderá fazer com que tenhamos doenças psíquicas e/ou até mesmo físicas.

Elas brincam no aqui e no agora, brigam, ficam chateadas... mas depois passa...e  logo estão brincando novamente! Quer melhor saúde mental do que isto? Quando há a intervenção do adulto é que começam os problemas. Criança briga e brinca com criança ao mesmo tempo. Adultos brigam uns com os outros e são capazes de barbáries psicológicas e físicas. Quem está certo?


Por que, então, fazermos com que as crianças percam esta espontaneidade e vivam de maneira que os adultos achem certo? Vocês devem estar se perguntando e, alguns já devem estar respondendo: “Mas vivemos em sociedade e as crianças precisam aprender regras”. Sim! Vivemos em sociedade, numa sociedade cruel, maldosa, invejosa, competitiva, cheia de máscaras e mentiras, com verdadeiros doentes mentais espalhados e disfarçados de pessoas sadias e boas! É este o tipo de mundo que querem para seus filhos (as), ou querem que eles sejam pessoas construtivas, capazes de se relacionar de forma harmônica com os que estão à sua volta, capazes de serem vencedores e felizes com suas próprias conquistas, sem precisar puxar o tapete de ninguém? Pessoas que valorizem o seu eu e, consequentemente, o outro. Para isto, elas precisam ser e continuarem a ser espontâneas e verdadeiras, precisam continuar a viver no aqui e agora, porque quem vive do ontem pode estar depressivo e quem vive no amanhã poderá ser ansioso!  Ambos os extremos são perigosos e podem causar doenças. VIVAM O HOJE, O AQUI E O AGORA!

terça-feira, 15 de abril de 2014

Professor pesquisador: de que e de quem?

Alguns estudiosos da academia dizem que os professores devem ser pesquisadores de sua ação. Estas teorias foram inventadas por profissionais que não são brasileiros e não conhecem a realidade de nosso país. Tenho algumas controvérsias com teorias que vem de fora e que tentam implantar aqui no Brasil. Por que digo isto? Porque muitas vezes não funciona.

Nossa formação profissional inicial, aqui no Brasil, nos cursos de pedagogia, acaba sendo, muitas vezes, bastante precária! A realidade é que ou se ensina a ser professor, ou se ensina a ser pesquisador. Não concordo com a exigência de um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) nos cursos de licenciaturas. Mal o tempo é suficiente para prepararmos nossas disciplinas, os alunos ficam malucos durante os dois últimos semestres do curso pensando no TCC! Além disso, também os professores que orientam esses trabalham, muitas vezes acabam ficando sem ação diante de algumas circunstâncias. Se levamos 2 anos, no mínimo, em um curso de Mestrado e 4 anos em cursos de Doutorado para nos tornarmos pesquisadores neste pais,  como podemos fazer isto dentro de um curso de graduação?


Mas uma vez nosso ensino fica naquele velho ditado “para inglês ver”. Enquanto não pensarmos de forma real e repensarmos nossa educação como um todo, ainda estaremos formando pessoas despreparadas para o mercado de trabalho. Vejo alguns comentários de colegas assim: “aprendem na prática”. Então, há uma contradição: se aprendem somente com a prática, então não há necessidade de curso superior. Em países mais desenvolvidos os cursos de graduação formam professores e, se estes quiserem ser pesquisadores, tomarão outro rumo. Por que aqui tem que ser tudo junto e misturado? Pior ainda: uma bagunça! Eh Brasil, quando vai acordar?

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Momento de reencontro: crianças e pais

Ao sair da instituição de ensino as crianças encontram seu (s) pai (s) e, certo dia observei uma cena que precisa ser comentada: a criança, toda feliz por encontrar seu pai ali na saída, e este, sem demonstrar qualquer tipo de afeto, pegou a mochila e falou para a criança: “vamos correndo; estou atrasado! Ainda tenho que ir à aula de inglês”. 

E as falas acabam sempre se repetindo... Hoje não posso porque estou atrasado, amanhã não posso porque... depois também não posso porque... E assim vai! Quantos dias se passaram e as crianças não tiveram um reencontro feliz porque os pais estavam sempre apressados!


A vida passa tão rápido, as crianças crescem tão depressa, e como ficam as diversas vezes quando se poderia ter sido demonstrado carinho e afeto e não se fez? Quando é que esses pais atentarão que coisas e objetos são seres sem vida, mas que pessoas possuem sentimentos, conquistados ou não? As relações são construídas ou destruídas, e uma vez quebradas poderão não ter mais volta. É como um vaso quando se quebra: podemos até juntar os cacos, mas nunca será novamente igual. Reencontro é algo para ser beijado, abraçado, conversado sobre o que fizeram ou deixaram de fazer; é um momento de intimidade e de saudade do tempo que ficaram afastados uns dos outros. Um momento de acolhimento de dois corpos, de duas pessoas, de dois seres humanos!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Dificuldades cotidianas: conflito entre gerações

“Tenho dificuldade em compreender a geração do meu filho. Quando minha mãe olhava torto para nós ─ eu e meus irmãos ─ nós ficávamos quietos na hora; agora eu olho torto para o meu filho e ele tira sarro de mim!”. Comecei o texto já com esta fala por que foi uma pergunta de uma mãe desesperada em uma de minhas redes sociais. Ela queria a minha ajuda. Vamos às explicações...

Eu também sou da geração que a minha mãe olhava torto e nós, os filhos, ficávamos imediatamente quietos! Mas eu pergunto agora, se nós ficávamos quietos porque entendíamos o que estávamos fazendo, ou simplesmente por medo, porque sabíamos das conseqüências... que o castigo viria galopante, muitas vezes na base dos tapas mesmo, e  esta é que era a verdade! E como apanhar dói e constrange muito, então para não doer e para não nos sentirmos expostos uns diante dos outros, ficávamos quietos fazendo de conta de estávamos entendendo e concordando com o corretivo! Era assim, ou não era com vocês que leem este texto agora?


Pois bem, os tempos mudaram, a sociedade mudou e, com isto, os comportamentos infantis também mudaram. As crianças obtêm informações a todo momento, sabem que existe ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), Conselho Tutelar, etc. Então, quando um adulto chama a atenção de um filho e este ri, ou acha engraçado, ou mesmo imita o pai/mãe diante da observação que está sendo feita, isso não significa que eles estejam demonstrando falta de respeito! Muitas vezes eles acham engraçadas as caretas que fazemos quando ficamos incomodados ou constrangidos diante de uma atitude de um filho/criança em público. Além disso, é muito comum elas quererem comparar a situação com a de um artista em determinado programa humorístico, seja na TV ou no computador! A criança precisa entender a lógica dos fatos e das argumentações convincentes para que possa compreender realmente o que se passa. Por exemplo, se ela quebra um copo e a mãe olha torto, se ela vem correndo e escorrega no tapete da entrada, quase batendo a cabeça no batente da porta... o que essas situações tem a ver com receber um olhar torto e irritado? Nada! Absolutamente nada! Melhor seria que a mãe explicasse a situação de distração (quebrar o copo) ou a situação de correr de modo impulsivo para chegar a determinado lugar (escorregar no tapete), do que somente olhar! O mundo está mudando e a cada geração surgem os conflitos que fazem com que se possa pensar e repensar que, querer educar o filho da mesma forma como lhe foi transmitido/ensinado, isso não funciona mais!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tal pai, tal filho!

Vi uma foto nas redes sociais de uma apresentadora de TV, em suas férias, com filho e marido em um hotel. Não citarei nomes aqui, não só por questões éticas, mas porque o que importa é a cena que estava na foto e não o mexerico da vida alheia. O pai e o filho de 2 anos estavam de óculos escuros à beira da piscina fazendo poses de super-heróis.

O que me chamou a atenção e resolvi escrever para vocês é o fato de uma criança de dois anos estar usando óculos escuros, de sol! Às vezes, as crianças, para quererem imitar um adulto acabam usando objetos ou acessórios comprados e incentivados pelos próprios pais. Fica aqui o alerta:


Vários oftalmologistas já disseram que os óculos de sol, para um adulto, precisam de prescrição médica, e que esses que são vendidos em bancas e barraquinhas, em camelôs ou até mesmo em algumas óticas, precisam ter uma qualidade especificada ─ profissionalmente falando ─ para que não haja nenhum prejuízo no sentido de acarretar um dano à retina ocular. Então, lá vem à pergunta: Será que ao tomarmos esse cuidado conosco, adultos, também tomamos o mesmo cuidado com os pequenos, ou simplesmente compramos porque achamos bonitinho e, pior que isso, é a mania do brasileiro de achar que nada acontecerá com ele ou com o seu filho (a)? Estes cuidados precisam ser tomados! Visão é coisa séria, aliás, todo o nosso corpo é coisa séria! Ele é a nossa casa, o nosso lar e temos responsabilidades com ele.  Então, quando somos crianças, é da responsabilidade de nossos pais e familiares, em geral,  cuidar de nosso corpo, dar a ele o necessário para se desenvolver de maneira saudável e adequada!   Pais, por favor, não comprem óculos para as crianças só por comprar, ou só para atender-lhes a um simples pedido de imitação! Consultem, antes de tudo, o médico oftalmologista para receberem a orientação necessária! 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Deixar errar é acertar

Muitas vezes os pais ─ por medo ou até mesmo por sentimentos de culpa ─ não deixam com que seus filhos errem, tentando amenizar os erros sempre. Isto não é ensinar a viver, de fato, por que quando somos adultos os erros também fazem parte do dia a dia.

Aprendemos com os erros e com os acertos, sendo que é preciso experimentar cada minuto da vida. Viver é uma constante transformação a cada momento; nenhum pôr do sol será mais igual ao que foi o de ontem, e nem será igual ao de amanhã.


Os erros fazem parte do aprendizado! Pais deixem seus filhos errarem, deixem que voem com suas próprias asas! Se eles errarem, saibam acolher, saibam consertar as suas asinhas e permitir que eles sigam em frente! Deixem que cada um possa viver a sua própria vida. Aceitem-nos como são sem querer viver a vida deles. Se você já errou, deixe-os livres também para errar. Isso é ensinar a ter escolhas e a assumir as consequências geradas por elas, pois, quando se erra, ou se acerta, acabamos colhendo os efeitos daquilo que fizemos!   Não projetem em seus filhos a sua vida porque o que vocês fizeram no passado, com certeza teria um significado diferente para os dias de hoje, porque o mundo está em eterno movimento, ou seja, o mundo muda e já mudou!  Podemos verificar que os valores são significativos e importantes, mas que as experiências são outras, novas, compatíveis com a realidade atual, com pessoas diferentes, momentos diferentes, ambientes diferentes... enfim, acaba sendo tudo  diferente daquilo que você viveu. Errando ou acertando vamos  (...) “viver e não ter a vergonha de ser feliz” (Gonzaguinha). 

terça-feira, 8 de abril de 2014

Exploração de objetos: o que isto significa de fato?

Explorar é um convite à ação, é mexer, virar, jogar no chão, verificar seu tamanho, peso, altura, largura, comprimento, é perceber se tem cheiro, se tem cor, se é liso ou rugoso, enfim, é sentir o objeto em toda sua extensão física. Mas como fazer isto se falamos para as crianças o tempo todo, “não mexe aí”?

As crianças precisam interagir com o objeto para que seu cérebro possa estabelecer conexões e se desenvolver; mais do que isto, é necessário que as sinapses ocorram de tal forma que as crianças possam aprender que há diferenças entre os diversos objetos que existem no mundo. Podemos ensinar o nome das cores, mas a percepção das diferenças entre elas é algo que precisa ser efetivado por meio de suas estruturas mentais (seu cérebro). Esta percepção só acontecerá se as crianças puderem experimentar novas sensações sempre. Portanto, quando digo que é necessário variar os estímulos em sala de aula/espaço de referência é por que as crianças precisam que seu cérebro estabeleça novas aprendizagens e isto só acontecerá se os materiais e o ambiente estiverem proporcionando tais experiências.


Quando vou às instituições de educação infantil e vejo caixas de brinquedos intactas, muitas vezes guardadas na sala da coordenação, fico triste porque sei que as crianças não podem mexer nestes jogos e brinquedos. Ora! As prateleiras não precisam estabelecer diferenças porque são de madeira; mas as crianças precisam! Por favor, não cometam este crime, porque estão perdendo oportunidades de aprendizagens que farão toda a diferença na vida adolescente e adulta deste ser humano.  Madeira não é gente, e gente miúda precisa brincar, explorar, quebrar... por que não? Se nem mesmo nós ficaremos para sempre neste mundo ─ um dia morreremos─ por que os jogos e brinquedos precisam ser eternos?

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Crianças com diferentes idades juntas: vantagens e desvantagens

Uma professora de educação infantil me perguntou: “Quais são as vantagens e desvantagens se as crianças estiverem com idades diferenciadas na mesma sala de aula/espaço de referência?

Vamos às respostas... Em casa os filhos também possuem diferentes idades e ocupam o mesmo espaço: o lar. Não há nada de errado nas misturas das idades, porém, alguns cuidados deverão existir. Por exemplo: as atividades e/ou situações significativas não podem ser as mesmas, porque os interesses são outros. Tem mais um problema: os mais velhos jamais podem fazer alguma atividade e/ou situação significativa pelas crianças menores porque isso acarretaria em podar as menores de suas experiências e vivências. Por outro lado, os mais velhos também não poderiam fazer dos pequenos seus serviçais, acarretando uma relação também absurda e castradora. Respeitado estes cuidados, a vivência poderá ser muito saudável, tendo em vista que os mais velhos acabam sendo, na maior parte das vezes, exemplos para os pequenos.


Existe um filme francês, cujo título foi traduzido para o português como “Ter e Ser”  e que exemplifica bem este fato.  É a história de um professor que tem crianças de várias idades em sua sala de aula, convivendo no mesmo espaço e compartilhando, praticamente, das mesmas experiências; no entanto, o professor acaba sabendo diversificar cada uma das atividades dadas, de acordo com as idades e com a possibilidade de realização de cada uma das crianças. Se puderem assistir, assistam! É um filme que traz diversos exemplos de aprender a se adaptar diante desse contexto. É  bastante interessante, vale a pena ver!  

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Criança precisa sentir prazer no que está fazendo

Assim como nós, adultos, temos que gostar do que fazemos para nos sentirmos realizados, as crianças também precisam aprender a ter este comportamento. Para isto, elas precisam de incentivo do adulto e de elogios a o que estão fazendo, sem críticas e sem repreensões, ou mesmo sem ficar dizendo todo o tempo para elas que o que estão fazendo está errado, inadequado, ruim! Vejo em algumas instituições de ensino professores dizendo às crianças que elas não estão pintando certo, ou não estão desenhando direito! Mas, então, eu lhes pergunto: o que é pintar certo ou errado com 4 ou 5 anos de idade?

De tanto minhas professoras, lá no passado, falarem que eu não sabia desenhar, hoje eu sei que mal consigo fazer alguns rabiscos, e quando preciso desenhar de forma ilustrativa uma criança, faço uma bolinha representando a cabeça, pauzinhos para o corpo, pernas e braços... e isto acaba sendo o meu desenho de criança. E olha que eu tenho hoje 46 anos de idade! Para os especialistas que adoram decifrar os desenhos das crianças, muitas vezes dizendo e interpretando coisas absurdas como, por exemplo, em que fase esta criança está com um desenho dessa forma, com essa idade...?  Bem, eu responderia com aquilo que eu costumo dizer em minhas palestras: nós podemos construir ou destruir a aprendizagem de um ser humano.


Malditas aquelas professoras que destruíram os meus sonhos de desenhista quando eu estava na infância! Agora, já era! Muitos professores têm estas atitudes errôneas de cobrança ou de imposição, acreditando que estão fazendo o certo, mas não estão! Isto pode acabar com o prazer de alguém de desenhar, de se expressar por meio dessa linguagem e depois... fazer o quê? Talvez eu pudesse chegar a ser, sei lá, “uma Picasso”, mas acabei não sendo. Quantas habilidades são podadas nas crianças fazendo com que, quando adultas, fiquem marcadas para sempre! Enfim, elogios e incentivos positivos são o melhor a se fazer, e isso não custa nada! Se não lhe elogiaram quando criança, não repita isto agora que você tomou consciência e viu o estrago que ficou! Seja diferente do que foram com você! Seja humano acima de tudo!

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Educação Infantil: lugar da comunidade ou do poder público?

Fico me perguntando por que as instituições de educação, de um modo geral, não são destinadas à comunidade e, muitas vezes, não passam de programas políticos para campanhas de publicidade eleitoreira. Isto me revolta porque a educação não pode ser manobra do poder público.

Vejo alguns municípios que empreendem na educação infantil e que depois de quatro anos, quando muda o prefeito, tudo muda e o que o outro fez ─ ou começou a fazer ─ acaba virando pó para ter um outro recomeço... tudo outra vez, às vezes coisas tão distintas e diferentes do que estava vigorando, ou seja, mudam-se as Secretarias de Educação e tudo recomeça com um novo jeito!


Enquanto fizermos isto no Brasil, com a nossa educação infantil, não teremos avanços efetivos, mas sim começos e recomeços, sempre! E então, como ficam as crianças, os pais e a comunidade em geral?   As instituições de ensino infantil devem ser espaços para e da comunidade. É um local que deve atender às crianças, aos pais e à comunidade em geral. Deve ser aberto aos finais de semana para que todos possam usufruir do parquinho, por exemplo, da quadra de esportes, dos bancos e espaços coletivos à sombra das árvores, enfim, é claro que com muita conversa e diálogo, por ser um local que precisa estar em boas condições sempre para atender aos alunos durante o período letivo. Assim, é bom observar que quando  uma  comunidade se apropria de um determinado local para o seu lazer ou para o simples encontro para conversar em comunidade,  ela cuida, zela, mantém! Mas quando as pessoas se sentem banidas, excluídas, é mais fácil elas depredarem porque é como se isso não lhes pertencesse. É tão simples de entender! Tudo o que me pertence faz com que eu cuide! É esse o sentimento que as pessoas devem ter por algo público, já que é de todos.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Criança ativa: professores passivos

Dizemos tanto na área da educação infantil que as crianças são ativas, que precisam explorar, manipular, experimentar, e vivenciar situações de aprendizagens novas... mas será que nossos professores são ativos também?

Às vezes visito alguns estabelecimentos de educação infantil que fico impressionada, para não dizer indignada! Vejo salas de aula/espaço de referência tão sem vida, ou melhor, professores que mais parecem estarem se arrastando pela vida, esperando o dia de morrer.


O pior é que são exemplos para as crianças pequenas. Agora, eu lhes pergunto como serem exemplos de altivez para um ser de zero a cinco anos, se mal conseguem viver o dia a dia?  Se vivem doentes, reclamando de tudo, sendo grosseiros consigo mesmos e com os outros que os rodeiam... isto é exemplo para a criança ser ativa? Como querem que uma criança, de tão pouca idade,  que ainda está formando o discernimento do que seja viver, seja uma criança saudável? Muitas instituições que visito estão ─ isto sim ─ doentes, ou melhor, abrigando profissionais doentes! Vocês devem estar se perguntando, mas a vida não é fácil, não é mesmo? Mas as escolhas somos nós que fazemos. Podemos escolher sermos pessoas ativas, vibrantes, conquistadoras, ou pessoas chatas, de mal com a vida. Se escolhermos sermos ativos, tudo muda a nossa volta! Pessoas ou situações desanimadoras com as quais convivíamos, passarão a ir embora, a não se sentirem bem em nossa companhia, porque não aguentarão tanto otimismo e fortaleza!  Sejamos fortalezas para sermos ótimos exemplos de VIDA para as crianças que, um dia, também serão adultos como nós! Para sermos ativos precisamos conhecer a nós mesmos e à vida. Quem acha que acabou uma faculdade e que nunca mais precisará estudar está enganado, porque a sociedade muda, os comportamentos mudam e nós precisamos estar sempre atualizados e ATIVOS. Sempre VIVOS diante da VIDA!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Creche: direito das mães trabalhadoras ou da criança?

A creche não pode ser um espaço como um orfanato, nem somente um lugar de cuidados fisiológicos, ou assistencialistas (local onde as crianças ficam para que suas mães possam trabalhar), nem um lugar de filantropia e, muito menos, de caráter religioso.

De acordo com a Constituição de 1988 e a LDB nº 9394/96, as creches devem ser um direito das crianças. Esta visão muda totalmente o enfoque dado às mesmas até a data da promulgação de tais leis.   Bem... isto tudo no papel.. mas será que na prática isto acontece de fato? Tenho minhas dúvidas. Vejo em alguns lugares serem construídas, pelos órgãos públicos, creches que levam o nome de “Nave Mãe”, como é o caso da Prefeitura de Campinas, no Estado de São Paulo. Mas vocês devem estar pensando, “Nave Mãe” deve ser apenas um nome. Mas será que um nome não deve remeter, também, à ideia de uma proposta pedagógica? Então, qual seria a proposta pedagógica de uma determinada administração educacional quando esta ainda se remete às creches como um substituto para as mães?


As creches devem ser um espaço com sentido educativo e não como um substituto ao lar ou às  mães; também não devem ser um lugar para que as crianças passem horas enquanto suas mães trabalham. Creche é muito mais do que isto; é nela que estão inseridos os tesouros de nossa sociedade. A base psicológica de uma criança se forma dos zero aos sete anos; nesse período, seu cérebro está ainda se fechando e estabelecendo conexões, e isto precisa ser levando em consideração! Mais que isso: é necessário consciência de que são estes os anos cruciais na vida de um ser humano, e ele não pode ser tratado como mais um; ao contrário, precisa de cuidados e atenções especiais, individualizados, por que cada criança é única.  Este espaço precisa de uma organização didática capaz de tornar um desenvolvimento saudável, onde as forças sociais sejam realmente pensadas para criar um lugar onde se formam significados compartilhados, propiciando à formação de uma identidade própria. Cada creche também é única, não podemos achar que todas devam ser iguais! Existem as diferenças territoriais, culturais, sociais e econômicas de um município para o outro, até de uma região dentro de um mesmo município, para outra. Apenas devemos nos ater qual é a proposta pedagógica do município e como ele distribui suas verbas e recursos humanos que garantam este direito da criança e não das mães trabalhadoras. Pensando assim, não se pode matricular crianças em creches visando a carteira de trabalho das mães, ou até mesmo a um atestado de trabalho. TODAS as crianças têm direito a este espaço, independente se sua mãe trabalha, ou não! Vejo algumas falas de professores assim: “aquela mãe não trabalha, então por que não fica em casa com seus filhos? Coloca as crianças aqui para ficar passeando por ai, ocupando a vaga de mãe que trabalha e precisa deixar o filho aqui na creche.” Bem, de minha parte, eu amenizei a fala por que algumas são bem piores que esta que usei no exemplo! De qualquer forma, tenho um recado para estes profissionais que pensam assim: independente da mãe ser assim ou assado dentro do sistema social, a creche é um direito da criança, portanto, não adianta reclamar; que tal cumprir com seu papel de forma correta?