quarta-feira, 30 de setembro de 2015

“A criança não pode parar quieta e tem de brincar”

Toda criança precisa brincar. Ela aprende brincando porque com a brincadeira ela se desenvolve fisicamente, emocionalmente e motoramente. Brincar é coisa séria! Infelizmente muitos adultos não enxergam esta fase da brincadeira como algo de suma importância.

Muitas vezes, na própria casa a criança acaba brincando sozinha porque não possui um irmão/irmã, ou porque os adultos que ali estão têm pressa e não acham tempo para brincar com a criança. Se eles soubessem como é bom brincar com as crianças... Isso satisfaz e nutre a própria criança interior do adulto em questão, uma criança que está escondida lá dentro, que nunca sai porque essa pessoa precisa ser um adulto o tempo todo!

Brincar é necessário para a saúde mental de todos nós. Para a criança, brincar é uma necessidade orgânica e é a forma de como a criança se expressa no mundo que a rodeia. As brincadeiras, os jogos e brinquedos imprimem em sua memória momentos de vivências únicas, que ficarão armazenadas para sempre, deixando a mente da criança rica de satisfação e de vontade de viver. E para compor a brincadeira que amplia a imaginação criadora, os materiais da natureza podem fazer parte deste universo infantil e lúdico, assim como materiais recicláveis e peças da própria casa; tudo isso compõe o universo infantil tão importante por que se refere a uma faixa etária que estrutura e forma a base de todo ser humano: base física, psicológica e social.

De minha parte, eu prefiro uma criança brincando, pulando, correndo, caindo e se ralando toda, do que uma sentada em um sofá na frente de um computador ou de uma televisão. Ficar sentado atrofia os músculos; e ficar somente ligado em mídias eletrônicas atrofia o cérebro, pois estas dão respostas prontas, quase nem é preciso pensar... e, além disso, um longo tempo de permanência no mundo virtual acabará por criar mentes manipuladas e interessadas em consumo, em competição econômica e não em mentes pensantes, atuantes e críticas. Muito mais que mentes que pensam, refletem e brilham, o brincar propicia um emocional saudável, vivencial pela experiência do faz de conta. Pensem nisso!


terça-feira, 29 de setembro de 2015

Relacionamento entre as crianças de zero a cinco anos de idade

O relacionamento entre as crianças surge depois dos três anos de idade; antes disso, a criança brinca principalmente sozinha e briga com os amigos da mesma idade, isto é normal. A criança, nesta fase, é tão ocupada consigo mesma que não consegue brincar com os outros.

Depois dos três anos ela consegue brincar com outras crianças, participa de brincadeiras de roda, ouve histórias e “obedece até certo ponto”; lembre-se de que ela ainda é criança e precisa aprender limites e regras sociais. Ela consegue ouvir músicas, e tem grande afinidade com música e ritmos; então, neste período, cantar e dançar, para ela, é muito importante, principalmente quando ela consegue fazer do jeito que quer e sente vontade de fazer.


Dá para perceber que uma criança, nessa idade, pede para repetir várias vezes a mesma história, para cantar várias vezes a mesma música, para repetir o abraço, a brincadeira de esconder, enfim, ela pede a repetição porque ainda está assimilando o mundo que a rodeia, diferente de nós, adultos, que já sabemos o que nos cerca. Muitas vezes nós nos cansamos da repetição, achamos chato e não queremos mais brincar ou contar a mesma história... mas isto é importante para a formação mental da criança! Se ela pede a repetição é porque não assimilou tudo e porque é muito interessante, para ela, viver a surpresa e, ao mesmo tempo, desvendar o que já não é mais surpresa!  Elas não se cansam nunca! O que fazer? Simples: conte ou brinque novamente lembrando sempre que ela ainda não adquiriu todo o seu pensamento e precisa da repetição para estimular a memória. Entenda o processo que assim fica mais fácil repetir 10, 20 ou até 30 vezes a mesma coisa! 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Segundo ano de vida: novas conquistas do bebê

Neste período da vida é que a criança aprende a falar, a verbalizar, a se comunicar pela fala. Por que se dá neste período? Pois bem: no primeiro ano a criança aprende a andar, a ficar ereta, as mãos se encontram livres da necessidade de sustentar o corpo e de ajudar na locomoção, e assim, a região torácica que envolve os órgãos da respiração e da circulação sanguínea tomam uma nova vida.

A criança, neste período, gosta de tudo que é rítmico, ela repete inúmeras vezes a mesma palavra que aprendeu, começa a cantar... mas lembre-se: isto tudo não se dá involuntariamente! Os adultos precisam proporcionar estes estímulos. A criança incorpora as características da língua que falam para ela, imita tudo o que está a sua volta, portanto, o exemplo aqui é fundamental!


Neste segundo ano de vida os sistemas respiratórios e circulatórios estão em plena atividade, porque os sons e as falas exigem ritmos diferentes. É a força da vida se manifestando em pleno vapor por meio da fala. Pais e professores: cuidado com o que falam e, principalmente, como falam! Neste período a criança não se preocupa com nada em especifico e sua memória está a pleno vapor: ela registra tudo o que está a sua volta e aprende ─ ou não ─ a falar de forma correta; tudo depende do adulto que ali está! Se nesta fase a criança falar de forma “errada”, ou seja, “aga” em vez de “água” é porque o seu aparelho fonador ainda não está totalmente desenvolvido para ela falar “água”, mas, por favor, não repita “aga” e sim fale: “você quer beber água?” Você vai perceber que a criança responderá sim ou não para você e, neste sentido, ela saberá que “aga” é “água”. Alguns adultos acham que a criança é imbecil e repetem o que ela fala, dão risada, acham bonitinho. Por favor, façam o correto, não falem de forma infantilizada para com a criança! O que ela mais quer é falar como um adulto, e se o adulto repete à criança do jeito que ela está conseguindo se expressar, isso poderá dificultar o seu processo de fala e de comunicação porque ela ouve, com certeza, o adulto falando “ága” prá ela e “água” para o irmão mais velho! Pensem nisso!!!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Primeiro ano de vida e o sistema neurossensorial da criança

É no primeiro ano de vida da criança que o sistema neurossensorial tem um grande desenvolvimento: ela aprende a se sentar, a engatinhar e a andar... os sentidos se desenvolvem e o seu conhecimento de mundo começa a se ampliar. A criança percebe o mundo pelos sons, pelo tato, pela boca, sente cheiros...  sua visão deixa de ser turva e ela começa a enxergar perfeitamente, como nós. Os adultos, pais e professores, possuem grande influência neste processo.

A criança precisa ouvir diferentes tons de vozes e sons. Os adultos podem falar e cantar para elas, podem proporcionar sons da natureza ou até mesmo de diferentes instrumentos musicais; isso possibilita desenvolver melhor a audição e seu ouvido passa a ser mais sensível. É diferente uma criança que ouve diferentes ritmos e sons, de uma outra criança que ouve o dia todo o mesmo tipo de som.

Os movimentos do corpo serão mais perfeitos em uma criança que pode conquistar os espaços, do que os de uma outra que fica amarrada ou presa em um berço, um carrinho, um caixote, ou no colo de um adulto o dia todo.


O sistema neurossensorial de uma criança é desenvolvido ─ ou não ─ dependendo do ambiente em que ela vive, ou seja, dependendo do que os adultos propiciam ─ ou não ─ de incentivo e estímulos no primeiro ano de vida desta criança. Esta fase é de extrema importância para o desenvolvimento saudável desse ser que está em franco processo de desenvolvimento! Pena que algumas pessoas não deem importância a este fato, talvez por ignorância, ou por falta de conhecimento. O que fazemos ─ ou não ─ nesta idade, será de extrema importância para os anos seguintes. Enfim, tudo depende de você, adulto, que lê este texto agora!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Quarto de bebê: princípios de autonomia

Li uma reportagem sobre um quarto de bebê estilo montessoriano, e achei interessante comentar isso com vocês. Bem, Maria Montessori foi uma médica italiana muito famosa na área da educação, e o quarto baseado em Maria Montessori é diferente dos quartos convencionais; então, vamos às dicas:
Neste quarto, o berço não está alto do chão; pelo contrário, o berço pode até ter grades, mas estas ficam bem baixas, de forma que quando a criança acorda, e já sabe andar, ela sai do berço ─ ou de sua caminha ─ e vai caminhando sozinha, com autonomia para onde quer ir, sozinha, sem se sentir presa no lugar. Então,  liberdade e autonomia, para uma criança, é fundamental para que ela consiga ter autoestima. Vejam como este tipo de quarto possibilita este comportamento.

Outra diferença é que tudo está ao alcance da criança: livros, brinquedos, jogos,cômodas, espelho, ou seja, seu filho poderá interagir com tudo que está no quarto com liberdade de escolha. Quem se interessar em conhecer mais, pode procurar em sites de busca pela internet que vai acabar encontrando muitos modelos.


Muitas vezes imaginamos quartos maravilhosos, mas no mercado deste segmento os berços e as camas são altos, muito mais preocupados com o adulto que com a criança, facilitando o ato de tirar e colocar a criança para dormir, pensando apenas no adulto; com isso, percebe-se que esse tipo de conduta é um estímulo à não-autonomia, fazendo com que a criança chore, chame e solicite, cada vez que quer se levantar ou se deitar! Em um quarto como esse, montessoriano, a criança consegue acordar, levantar e sair para brincar e interagir com os objetos que estão ali expostos, com alegria, escolha e autonomia!  Para alguns, isso pode parecer um quarto como o que tem nas escolas, com mobiliários ao alcance dos bebês, mas pensando pedagogicamente e psicologicamente este estilo ajuda muito a criança a se adaptar e a brincar com o que deseja, aprendendo a se comunicar quando quer o auxílio ou a companhia de um adulto. Adorei a ideia!

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Não vejo a hora do meu filho (a) sentar

Uma mãe de um bebê lindo me disse que não aguentava de tanta ansiedade para que seu filho se sentasse rapidamente e, para isto, ela comprou travesseiros e também um carrinho anatômico, próprio para acelerar o processo porque permite que a criança fique mais levantada. Ela verbalizou que queria tanto ver o seu filho sentar, como se isso fosse uma etapa importantíssima que já estava tardia para ser atingida! Não entendi muito a ansiedade desta mãe, mas o que me chamou a atenção foram os estímulos que ela proporcionou para que ele sentasse mais depressa.

Conversando com um pediatra amigo, sobre esse fato, resolvi escrever-lhes para alertar algumas mães que, como esta, acaba proporcionando estímulos demais antes do período certo de crescimento e de desenvolvimento infantil.

Mães, quando vocês proporcionam estímulos antes da hora certa, em vez disso ser saudável pode se tornar um prejuízo à vida do seu filho. Quando a criança é forçada a se sentar, o desenvolvimento muscular do tórax enfraquece e a força de vontade da criança de conquistar, por ela mesma, a seu tempo e ritmo, acaba ficando para trás, e o domínio do seu corpo também fica prejudicado. Isto pode deixá-la preguiçosa e acomodada. No lugar de achar que está fazendo um bem, está tornando esta criança sem vontade de conquistar por si mesma sua própria vida.


Crianças nesta idade precisam rastejar, rolar, sentir seu corpo, mergulhar dentro dele, enrijecer sua musculatura, até conseguir sentar por si só. Ela precisa sentir o seu corpo, e isto é sinal de respeito à condição humana. Tudo tem seu tempo, seu ritmo e suas conquistas naturais que não precisam ser forçadas; hoje temos muitos tipos de carrinhos, bebês-confortos, almofadas adequadas para o bebê sentar...  mas há alguns anos não tínhamos todos estes aparatos e, nem por isto a humanidade deixou de se sentar, de andar e de correr, tudo a seu tempo! Cada conquista de movimentos tem seu momento, tem sua forma de acontecer naturalmente e sem pressão. Adiantar um processo pode, às vezes, ser prejudicial para a vida toda! 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Minha filha não pára quieta, não sei mais o que eu faço!

Uma mãe me perguntou, em uma rede social, sobre o que fazer com sua filha: que ela brinca o tempo todo e não pára quieta, se ela é hiperativa, e qual o melhor procedimento ela deve adotar... Vamos às explicações.

A criança tem a brincadeira como um ato sério, como é o trabalho para um adulto. Brincar é algo que a criança faz de forma séria, porque é a forma dela descobrir o mundo que a rodeia. Por exemplo, quando brinca de bolinha de sabão ela descobre o que é flutuar, o que é a transparência, enfim, alguns fenômenos próprios que, sem fazer uso de explicações ou conceitos lógicos, ela já está aprendendo a partir do acontecimento em si.

A criança pequena é pura força de vontade e de interesse naquilo que faz, então, não podemos confundir este ato da brincadeira, esse interesse pelo mundo, com a hiperatividade. Isso porque a criança hiperativa tem déficit de atenção, é diferente, e eu já escrevi aqui neste espaço outros textos sobre a hiperatividade que podem ser revistos ou encontrados para aqueles que ainda não leram.

Se os pais e professores derem o espaço, que elas tanto procuram e esperam ter, para que elas possam brincar e descobrir o mundo, de acordo com o interesse que têm pelo momento e idade que têm, quando elas forem adultas, com certeza considerarão o seu trabalho (tanto o que realizarão, como o espaço para ação e atuação) como algo digno de ser conquistado e vivenciado.


Precisamos começar a pensar em uma educação que não seja apenas preenchida por conceitos lógicos dos fatos (conhecimento lógico e cognição), mas também pelo coração (sentimentos e emoções) e pela ação (motricidade). A criança pensa sente e age quando está brincando, e o melhor a fazer é deixá-la brincar, e interagir com ela quando há solicitação. Criança quieta e apática é sinônimo de doença.  Já repararam que quando uma criança está com alguma doença ela fica quieta? Então: criança saudável brinca, tropeça, cai, rala o joelho, enfim, vive a vida intensamente. A criança não tem que parar quieta; ela tem que brincar e brincar muito de diferentes jogos, brinquedos e brincadeiras para a sua idade. E nisso, não há nada de hiperatividade!

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Meus dentes de leite se foram... E agora?

Por volta dos seis anos de idade a dentição começa a ser trocada, os dentes de leite caem e os permanentes começam a nascer. É um período de vida de transformações para a criança: o rosto muda de formato para dar espaço à nova dentição definitiva. A criança apresenta, às vezes, comportamentos diferentes de seu dia a dia habitual, ou seja, pode ficar um pouco desanimada, não querer brincar como antes, pode se tornar mais agressiva, irritada, enfim, ela entra em uma espécie de crise, bastante parecida com a da puberdade.

Esta fase exige de nós, adultos, muita paciência para entender o que está acontecendo. Fazer chacotas sobre a “janelinha” que está aparecendo, ou chamar de banguela, é apenas uma atitude de agressão que a criança recebe, nada ajudando para ela vencer essa nova fase; se isso ocorrer dessa forma, pode ser que esse processo ainda cause mais timidez ou agressividade, dependendo do tipo de temperamento que a criança começa a demonstrar. Por isso, adultos, não façam para os outros aquilo que não querem que façam com vocês.


Vejo algumas pessoas chacoteando as crianças nesta fase; outro dia estava em um aniversário onde a criança não queria sorrir, na hora dos parabéns, para não mostrar a janelinha e, pior ainda, alguns adultos riam sem parar, desafiando-a para bater uma foto! Que graça tem isto? Vejam só: a aniversariante, em vez de ficar alegre no dia do seu aniversário, começou a chorar na hora dos parabéns, e os adultos achavam bonito esta situação e riam ainda mais! Quanta maldade! Com certeza essa criança, quando adulta, em vez de se lembrar de coisas boas e felizes sobre o seu aniversário de 6 ou 7 anos de idade, vai se lembrar do que se passou, do quase bulling que recebeu por parte de alguns parentes... e isto pode gerar mais agressividade ainda! E o pior é que há adultos que se consideram melhores que as crianças e acham que traumas são bobagens de gente que não tem o que fazer! Pois bem, vivemos numa sociedade onde as pessoas se agridem umas às outras o tempo todo, e isto não é saudável para ninguém. Afinal, o que queremos deixar de legado para as próximas gerações?

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Instituições de educação infantil: Berçários e sua rotina

Muitas vezes, quando observo a rotina de um berçário, fico imaginando como os adultos que estão ali fazem suas tarefas de maneira automática e não percebem o que fazem. Trocam, dão comida, mudam as fraldas, colocam no berço e fazem isto numa rotina enlouquecedora, às vezes nem olham para os bebês! Fazem as ações conversando com outros adultos, dizendo “este já troquei, passa para o próximo”... e por aí vai. As crianças, tão pequenas, ainda bebês, parecem objetos numa esteira de produção e as professoras as máquinas em série. Que judiação!

Mas o que fazer diante de 10 bebês e duas pessoas apenas? Simples, vamos às dicas:
·         Quando tirar um bebê de um berço, olhe para ele, sorria, fale com ele o que vai fazer; faça isto devagar e acompanhe suas ações com as palavras. Por exemplo: “vou pegar você para tirar sua roupa, está na hora de tomar banho”, etc. Este é sinal de respeito para com o bebê e, mais do que isto, estimula a comunicação visual e também o contato de carinho.

·         Dê atenção ao bebê e não a outras pessoas quando faz alguma ação com eles; precisamos sentir que somos amados e esta é uma forma; embora o bebê seja pequeno, ele percebe que você está olhando para ele, e até sorri, dependendo da idade;

  • ·         Planeje a rotina de maneira a eliminar correrias; tomar banho com calma é uma coisa, mas dar banho na correria, é outra!
  • ·         Quando terminar de dar o banho, coloque a roupa limpa e dê a mamadeira; depois, faça-a arrotar e realize este processo completo com cada criança! Cada uma tem um ritmo próprio, por isso, busque conhecer este ritmo, isto facilitará a rotina dentro da instituição de ensino;
  • ·         Depois que a criança se sentir atendida, ela demonstrará que está feliz e brincará sozinha; assim, você, professora, poderá se dirigir para a próxima. Sei que é fácil falar, mas não custa tentar perceber que cada criança tem seu ritmo e tempo próprios, e é essencial, para você, manter uma boa rotina dentro do berçário;
  • ·         Respeite o sono da criança! Deixe-a dormir quando está com sono, e não a acorde sem necessidade. Isso é muito ruim, não respeitar o ritmo biológico de cada criança.


Estas dicas servem para pais e professores de bebês. Cuidem deles como vocês gostariam de serem cuidados, com respeito e amor. 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ficar em pé: uma conquista do mundo que nos rodeia!

Depois de engatinhar e sentar, lá no fim do último trimestre do primeiro ano de vida, a criança consegue tomar conta de seus membros inferiores, suas perninhas, e começa a se levantar para a posição vertical, ainda segurando e se apoiando pelos móveis, até conseguir por completo a ficar em pé, sem precisar de apoio. Ela passa a ficar em pé com as mãos livres, e esta conquista deve ser comemorada com alegria por toda a família!

Ao andar a criança conquista a postura de ser humano, além de aprender a dar passos e a ver o mundo sob outro ângulo; trata-se de um processo individual de cada criança e os adultos devem respeitar o ritmo de cada uma, ou seja, algumas andam mais rápido outras mais devagar.


Incentivar, aplaudir, ficar feliz quando a criança começa a dar os primeiros passos na vida é importante para que a mesma vá adquirindo confiança e segurança para o resto da vida. Agora, quando os adultos têm medo da criança cair, de se machucar e acabam ficando em cima da mesma o tempo todo quando ela quer tentar dar os primeiros passinhos, isto pode atrapalhar mais do que ajudar na caminhada. Alguns pais tiram tudo para que a criança não se machuque, gritam com a mesma quando ela está perto de uma cadeira... Que tal, ao invés de gritar, segurar a cadeira para que ela fique firme no lugar?  Este processo precisa ser algo prazeroso e compartilhado com alegria e bom humor! Enxergar o mundo que antes não era visto pode gerar curiosidade é isto é bastante saudável. Portanto, andar é muito mais que somente ficar em pé! É a criança passar a ver o mundo que a rodeia e conquistar este mundo de forma autônoma e eficaz! 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dos cinco aos sete anos: grandes transformações no desenvolvimento da criança

Nesta idade a criança passa a ter mais habilidade física; ela quer ajudar nas tarefas de casa e mesmo nas da escola. Em casa, deixe-a escolher feijão, descascar um alho, amassar um pão, enfim, ensine-a e deixe-a participar.

Na escola ela pode participar de pequenas oficinas de trabalhos manuais, tais como pregar, serrar, costurar, lixar. É claro que com os devidos cuidados e tamanhos adequados das ferramentas. Não estou aqui falando que devemos deixar as crianças se machucarem ou cortarem os dedos, mas sim exercitarem sua coordenação motora fina e sua vontade de ajudar e de fazer. Prestem atenção como elas realizam estas tarefas com alegria, satisfação e dedicação! As pernas das crianças também estão mais firmes e brincadeiras de pular amarelinha, corda, ou de andar de “pé-de-lata” são mais fáceis de serem executadas.


Nesta idade também começa a surgir o exercício mental de planejar, de pensar sobre algo que querem fazer e de buscar soluções para que o planejado aconteça de fato. Mas para isto, nós adultos, devemos dar um tempo e dicas de soluções, e não imposições; devemos nos comunicar com elas dizendo assim: o que você acha de fazermos este boneco com rolo de papel higiênico, já que não temos o tubo de tecido grande neste momento?  Veja bem: você dá a dica, mas a resposta final vem da criança. Pode se falar, também, por exemplo, “como podemos fazer este boneco se não temos o tubo de tecido pedido no modelo?” Esta maneira estimula o pensar, o planejar, o resolver problemas e não damos as respostas prontas. Muitos adultos têm preguiça de pensar porque não foram exercitados quando pequenos; e este comportamento também é aprendido! Você se encaixa nele?

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Deixe mensagens para seus filhos (as)

Esta história merece ser contada. Joaquim é casado com a Maria há dez anos, entre namoro e casamento já se conhecem há 12 anos. Desde que se conheceram, eles tem o hábito de deixar bilhetes carinhosos um para o outro, e repetem este comportamento constantemente até mesmo como uma forma de manter acessa a chama do amor. Mas o que é interessante, é que com o filho de apenas sete anos fazem o mesmo.

Maria me contou que isto começou involuntariamente, desde que o menino entrou na escola. No começo, os pais deixavam bilhetes desenhados, e quando ele aprendeu a ler eles começaram a deixar bilhetes embaixo do travesseiro, na geladeira, no caderno da escola, dentro da lancheira, enfim, em vários lugares, cada dia em um lugar diferente.

Conversando com estes pais, eles me relataram que como fazem isso um com o outro, eles também acharam importante terem esse tipo de atitude e de comportamento com o filho; a mãe me disse que sente que é uma maneira carinhosa de dizer “estou presente, estou pensando em você”. Perguntei a eles se tinham esse hábito de deixar os bilhetes diariamente, mas aí me responderam que não porque se assim o fosse, perderia a graça. Disse-me que faziam apenas quando estavam com vontade, que às vezes ela e o marido faziam juntos o recadinho para o filho, outra vez era só ela, outra vez era só para o marido, e assim, cada um fazia como sentia, e no momento que achava que tinha que fazer, para não perder a graça e ficar dentro de uma rotina de obrigação. Que o fator surpresa era o mais interessante, que não ficava monótono e também gerava a bela expectativa.

Minha curiosidade foi mais longe: “E seu filho, também faz bilhetes para vocês?” A mãe respondeu: “claro que sim! Ele aprendeu e adora deixar recados; às vezes esses recados são expressões de afeto, outras vezes para lembrar de algo do tipo ‘mamãe você tem reunião na minha escola amanhã’, outras vezes quando quer comprar algo ele me pede por bilhetes... Enfim, nos comunicamos de várias formas”.


A mãe ainda continuou, “ah preciso te contar uma coisa: na escola, quando a professora foi explicar para que servem os bilhetes, meu filho levou alguns dele que guardou aqui de casa e a professora elogiou muito a nossa conduta. Ela ainda acrescentou que é tão fácil ser feliz; que não precisa de muito não, somente de um simples bilhete’, olha só”! Fica aqui a dica destes pais.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Casinha é coisa de menina

Como vamos ter pais sensíveis e carinhosos se nós, adultos, colocamos na cabeça dos meninos pequenos que casinha é coisa de menina? Já vi em algumas instituições de ensino, quando trabalhava como professora de educação infantil, meninos pegarem bonecas e irem brincar em lugares separados e escondidos, com medo de serem repreendidos. Brincavam de carregar a filha no colo, sem preconceitos e, mais do que isto, aprendendo a ser carinhosos desde pequenos, querendo também, cuidar de um bebê.

Mas algumas mentes preconceituosas iriam abominar esta atitude e dizendo que aquele garoto estava virando “mariquinha”. Pois bem: sou contra qualquer tipo de preconceito e acho um absurdo, em pleno 2015, haver ainda este tipo atitudes preconceituosas, principalmente dentro de instituições de ensino! Para mim, não existem brinquedos de meninas e de meninos. Existem brinquedos que qualquer criança pode usar livremente, sem restrições ou chacotas, dependendo do momento que a criança está, e do tipo de brincadeira que ela quer brincar.

Quando alguém diz: “o que é isto? Menino brincando de boneca?” Esse tipo de observação gera agressões verbais e/ou até mesmo físicas, a criança se fecha e perde-se, neste momento, uma grande chance de um menino se tornar um excelente pai. O contrário também acontece: meninas não podem sujar-se, correr, não podem subir em árvores, nem soltar pipa, nem andar de carrinho de rolimã, afinal, “são brinquedos de meninos porque menina tem que ser delicada, e meninos brutos”!


Se compreendermos que o ato de brincar deve ser livre de qualquer preconceito e rico em experiências que propiciam o desenvolvimento do ser humano, independente de questões de gênero, avançaremos a educação deste país. Criança precisa brincar e brincar para ser saudável fisicamente e mentalmente. Esses preconceitos que se vê e se ouve sobre o ato de brincar são prejudiciais ao desenvolvimento integral e integrado de uma criança pequena. Reprimem experiências de aprendizagens, por exemplo, ao se permitir que uma menina brinque com um carrinho de rolimã, ela poderá perceber o que vem a ser velocidade, o sabor de uma aventura permeada pelo medo de cair, ou pela expectativa de chegar ao objetivo, enfim, dentre tantas outras experiências que têm o teor de aprendizagem. No entanto, se isso é negado porque não é o tipo de brinquedo ou de brincadeira que uma menina deveria ter, em qual momento ou circunstância da vida essa menina poderá vivenciar o que seja velocidade? Cuidado, educadores! Preconceito prejudicando desenvolvimento é muita ignorância!

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Brinquedos simples são eficazes para a aprendizagem?

Uma professora me perguntou como devem ser os brinquedos de sua instituição de ensino, porque ela vive pedindo para comprarem brinquedos novos, mas como sua escola é municipal, quase nunca há dinheiro para isto, e os brinquedos que tem em sua sala são velhos, e muitos estão totalmente quebrados.

Bem, toda criança tem direito a brinquedos de qualidade, mas pensar que somente estes brinquedos comprados são os melhores que propiciam aprendizagens está errado. Um brinquedo pronto, totalmente acabado, não permite às crianças criarem outras brincadeiras com eles porque já foram previamente determinados a uma função. É como se colocássemos uma camisa de força na criança, pois ela não terá como criar, imaginar, fantasiar em algo pronto e acabado.

Não estou aqui dizendo que não deve haver brinquedos prontos e de qualidade, não é isto. Mas o meu objetivo é esclarecer que as crianças brincam com coisas simples, tais como pedaços de madeira, gravetos, pinhas de árvores, caixinhas e latas, enfim, a criança amarra um pano em uma bola de meia e fala que é seu filho, faz uma pilha com caixinhas de fósforos e de medicamentos e diz que o seu edifício ficou pronto, ou seja, coisas que para nós, adultos, parecem impossível de virar brincadeira, e a criança o faz de maneira eficaz e feliz! Todos os objetos podem se tornar ricas aprendizagens para a criança, desde que o adulto permita. Quanto mais simples for um brinquedo, mais a criança se torna ativa, mais ela fantasia, cria e imagina situações que são riquíssimas em novas aprendizagens.


Portanto, professores, lutem sim, por brinquedos novos e de qualidade, mas não achem que precisam somente desse tipo de brinquedo para que seu aluno desenvolva a cognição, o afeto e a parte motora. Pensem em coisas simples e coloquem em suas salas de aula; vocês perceberão ricas brincadeiras entre as crianças que farão uso de coisas do cotidiano de nossas casas como telefones, utensílios domésticos, embalagens, bolsas e estojos... e vocês verão como esses objetos poderão propiciar ricas aprendizagens porque não são brinquedos prontos e específicos, mas sim objetos reais, que convivem com as crianças em seu dia a dia, e que podem ganhar nova face de uso, dependendo da imaginação e da história de fantasia que aquele objeto puder suscitar. Experimentem!

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Brinquedos para bebês: muitos ou poucos?

Vejo em algumas instituições de ensino, ou até mesmo nas casas, os adultos colocarem vários brinquedos ao mesmo tempo para as crianças pegarem e brincarem; pois bem: nesta idade, quando os filhos ainda são bebês, quantidade não é sinônimo de aprendizagem.

Os brinquedos devem ser colocados aos poucos, de acordo com a idade, mas devem ter qualidade. Eles devem ser simples e bonitos e estar à disposição para que a criança os manipule. Muitas vezes acabarão por colocar os brinquedos na boca, por isso estes devem estar limpos e higienizados. Cuidado com bichos de pelúcias! Algumas crianças possuem alergia à poeira, e co mo este tipo de material armazena muito pó, lavá-los com alguma frequência é a melhor saída sempre.


Brincar é um ato que desenvolve estímulos cerebrais; por isso, o fato de variar os brinquedos para que estes possam provocar novas sensações e novas aprendizagens é o ideal. Brinquedos com sons precisam ser utilizados, mas alguns irritam as crianças em vez de ajudarem em seu crescimento. Verifiquem se a mesma gosta do que está ouvindo, prestem atenção para ver se ela não chora quando o brinquedo toca. Se ela chorar, ou demonstrar algum tipo de desconforto, está na hora de brincar com outro objeto. 

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A criança que chora tem sempre um motivo

Uma mãe me perguntou, em uma das minhas redes sociais, porque sua filha de oito meses chora muito, e por birra! Fiquei assustada com o que ela relatou e vou explicar o que poderá estar acontecendo.

Primeiro: a criança ainda não tem nem um ano; então, birra não é! Ela ainda não sabe andar, nem falar e, muito menos, ter o discernimento para saber o que é birra com tão pouca idade. Nenhum bebê chora sem motivo. Tem algo errado acontecendo e a mãe não está percebendo. Criança nesta idade chora por algum desconforto: está molhada, com fome, a roupa incomoda, está com frio ou calor, quer dormir, está com dor de barriga, de ouvido, dentes nascendo... sente-se sozinha, enfim, diversos motivos que podem estar relacionados a algum desconforto físico ou emocional!

Como as crianças não sabem falar, elas expressam esse desconforto por meio do choro; então, dizer que a criança está chorando, por birra, é bem inadequado e errado. Vamos lá, mãe: elimine todas as possibilidades de desconforto, veja se ela está com a temperatura ideal; converse com a criança, não a deixe sozinha e veja que o choro irá parar. Se persistir, procure ajuda de um especialista para ver se não está com algum problema orgânico. Às vezes a criança estranha algum alimento novo, às vezes é o ambiente... vá em busca de auxílio porque há uma série de motivos que o Pediatra poderá ajudar.


Só não diga que com esta idade a criança faz birra porque ela não faz, não! Leia meu texto publicado anteriormente sobre birra; aí você saberá o que estou querendo dizer. O título do texto é: “Eu quero. Eu quero! O que fazer quando uma criança faz birra?” 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Acompanhamento médico para crianças de berçário: necessidade e direito da criança

Neste país, com tantos problemas estruturais de saúde, educação, moradia, em algumas regiões falta de água, de saneamento básico, enfim, com tantos e tantos problemas, dizer que é direito da criança ser assistida por um médico durante a sua permanência em um berçário parece até ilusão. Mas é um direito da criança ser assistida por um profissional da saúde (médico) em seus primeiros anos de vida.

Direito este que muitos não sabem, já que lhes é negado o acesso a esta informação; assim, cobrar e lutar por algo que é de direito ocorre apenas em nosso país, pois, em países desenvolvidos isto não necessita de alerta porque já faz parte do cotidiano da sociedade. Pois bem, é fundamental para a saúde física que o médico faça um acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de cada criança. Nesses países, Pediatra é coisa para rico, não sendo necessário em todas as classes sociais.
Enquanto escrevo este texto estou pensando como seria diferente se toda a creche deste país contasse com um atendimento especializado para estes bebês. Como poderíamos evitar tantas doenças e mortalidade infantil se este direito fosse realmente efetuado. Como vidas poderiam ser mais saudáveis se tivéssemos um atendimento especializado nas casas destas famílias que, muitas vezes, não possuem hábitos de higiene e cuidados necessários... e isso, sim, asseguraria e evitaria muitas mortes ou debilitações de saúde.


Vamos nos lembrar da música cantada pelo grupo Legião Urbana ,”Que país é esse?”, tão rico em ambientes naturais e tão pobre em educação e saúde infantil... tão rico em corrupção e tão pobre em humanidade infantil... tão rico em malandragem e tão pobre em nutrientes para garantir uma vida saudável para crianças... falta informação e disponibilização da informação que já existe: temos programas de reaproveitamento de alimentos e cascas de legumes e frutas, mas com tanta terra para plantar e cultivar parece até uma incoerência fazer uso de uma pesquisa que já comprovou a viabilidade de se usar cascas e raízes para equilibrar a parte nutricional da população! Nosso país é tão rico em praias e tão pobre em mentalidade de uma economia sustentável... Tão rico em desperdícios de alimentos enquanto muitos países vivem sempre ameaçados pelo fantasma da fome! Enfim, somos tão ricos e, ao mesmo tempo, tão pobres! 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Brincar livremente enquanto o professor faz alguma atividade para o grupo

Muitas vezes, em minhas observações diárias na educação infantil, vejo que as crianças brincam livremente em alguns espaços, quer seja dentro da sala de aula/espaço de referência, ou até mesmo em parquinhos. Enquanto elas brincam, alguns professores tomam café, ou até mesmo batem papo com outros colegas de trabalho.  

Seria interessante que enquanto as crianças ficassem livremente brincando, os professores executassem algum trabalho útil para o grupo, por exemplo: consertar um brinquedo, cortar/colar algum material que eles usarão em seguida... mas qual é a importância para as crianças vivenciarem esta situação do adulto trabalhando enquanto elas brincam?


Pois bem: elas desenvolvem a observação e, por meio dela, vão valorizando o trabalho da professora com relação à importância que esta dá para o grupo. Demonstra que ela se preocupa com o que as crianças fazem e isto contribui para que todos se sintam importantes. Quando o professor faz algo enquanto eles brincam, algumas crianças vão pedir para ajudar e, se a tarefa a ser executada pode ser feita pela criança, deve se deixar que ela ajude porque, com isso, elas vão desenvolvendo a noção de pertencimento ao grupo e da responsabilidade de se fazer algo para todos. Portanto, professores, cuidado com o que fazem enquanto as crianças estão brincando livremente! Demonstrem que estão atentos e que estão construindo algo para o grupo! Construam, nesse tempo, um exemplo de valorização e de cuidado para com a criança!

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Berçário: arrumação e decoração da sala

O berçário é o espaço onde se recebem os bebês, assim como o quarto na casa da criança precisa ser pensado para ser arrumado e decorado. Vejo alguns berçários que se parecem com alguns espaços de um hospital, e outros que se parecem com um Buffet de festa infantil, com temáticas de floresta, de ursos, enfim... As paredes de um berçário devem ser pintadas com cores claras, propiciando um ambiente calmo e tranquilo, cores em tons pastel, tipo flor de pêssego, verde maçã, rosa bebê, azul claro...  são estas as cores e os tons mais indicados.

Os berços devem ser individuais! Por favor, já vi crianças em algumas instituições de ensino infantil ocupando o mesmo berço ─ o mesmo espaço ─, e posso afirmar que isso não é saudável e nem aconselhável, pois a criança precisa ter e perceber o seu lugar no mundo. Um tapete de fácil lavagem deve compor o quarto, para aqueles que já se sentam, e também é recomendável, para esse ambiente, que existam alguns que são de borracha, antialérgicos, fáceis de se lavar, à prova de ácaros e demais tipos de fungos ou bactérias.   

Muita poluição visual não agrada a ninguém, nem mesmo aos bebês. Os estímulos visuais devem ser pensados de forma que possam ser trocados de tempos em tempos, para que estimulem novas aprendizagens; móbiles também precisam de uma certa altura: às vezes vejo móbiles pendurados no teto e fico me perguntando se as crianças estariam enxergando o enfeite naquele lugar, ou se seria apenas mais um enfeite inútil.


Os enfeites devem ter formatos definidos e devem ser bonitos; sou contra desenhos com carinhas quando, na verdade, isto não existe. Por exemplo, árvores com nariz, boca e olhos. Cada desenho deve ser o mais possível uma cópia fiel da realidade; árvores, sol, frutas, verduras e legumes não possuem boca, nariz e olhos. Muitas vezes vejo isto acontecer na educação infantil, e em minha concepção de ensino isto não é ensinar, mas sim imbecilizar a criança. Alguns devem estar pensando: “mas e a imaginação, tão importante nesta época, como fica?” Vejam bem: imaginação e criatividade, para mim, não tem nada a ver com cópias fora da realidade. Um tomate não fala, tem sua função própria no universo, serve para comer. Cada coisa em seu lugar e no seu quadrado. No entanto, muitas vezes, por se tratar de educação infantil, alguns educadores acham que precisam ridicularizar e exagerar com excesso de informação visual. De minha parte, não os culpo, porque sei que aprenderam assim e acabam repetindo modelos. Mas já está na hora de pensar sobre o que se faz, e como se faz, para esta geração tão inteligente que vem nascendo nos últimos tempos! Trata-se de crianças que já nascem conectadas com o mundo real, e não com tomates que falam!