segunda-feira, 31 de março de 2014

A espera do movimento do outro

Um pai me fez a seguinte indagação: “é dever da professora contar ao pai como foi o dia da criança na creche, ou eu tenho que perguntar todos os dias”? A princípio esta pergunta me soou com certa estranheza, mas depois entendi o que ele queria dizer. Na verdade, quando os pais buscam seus filhos (as) nas instituições, o horário é um pouco tumultuado, ainda mais quando chegam 2 ou 3 pais ao mesmo tempo.

Recomendo que, se a professora não fez o movimento de contar como foi o dia da criança, que vocês perguntem; sabe aquele ditado “perguntar não ofende”?, então,  é isto que deve ser mantido. Não tenham vergonha ou medo que a professora ache ruim, pelo contrário, estabeleça uma relação de confiança de ambas às partes, pensem sempre no melhor para a criança.

Não existe obrigação de um ou de outro; deveria existir, sim, cordialidade, amizade, respeito, carinho; isto é o mais correto. Toda relação precisa ser construída de forma positiva e, para tal, é necessário que um ou outro dê o primeiro passo. Não julgue sem entender os porquês dos fatos/acontecimentos, sem observar o que se passa, e como é cada ser humano. Já pensaram que a professora também pode ter a mesma dúvida da pergunta citada acima? Coloque-se sempre no lugar do outro; assim, você entenderá melhor a dinâmica desta relação, que não é um ringue e sim uma complementaridade sempre. Seus filhos (as) agradecem.


sexta-feira, 28 de março de 2014

Primavera, verão, outono, inverno... É preciso incentivar as crianças a beberem água

Em todos os períodos do ano é importantíssimo que as crianças ingiram líquido, isto todos sabem, mas algumas mães me perguntam como fazer esta façanha se as crianças estão brincando e se esquecem de tomar água?

Vamos à resposta: Quando as crianças estão concentradas em algum brinquedo e/ou brincadeiras de que gostam, geralmente elas não se lembram de tomar água, banho e nem de comer; são os adultos que devem lembrá-las a todo momento. Mas vejo alguns adultos tendo atitudes errôneas, por exemplo, ficam chamando ─ quando não gritam ─ as crianças: ”Vem tomar água”. E elas respondem: “...espera um pouquinho, já vou”. E este espera um pouquinho demora um século para nós adultos. Muitos adultos acabam gritando e ficando com tanta raiva deste “espera um pouquinho” que acabam agredindo verbalmente ou até mesmo fisicamente uma criança. E esta, não é a melhor saída!

Que tal levar água até elas, ou então pegar água para você e dizer se elas querem água naquele momento? Quando damos o exemplo fica mais fácil para os pequenos aceitarem beber água. Verbalize assim: “eu vou beber água, você quer?” Se a resposta for “sim”, perguntem novamente com calma: “você quer o copo cheio ou não?” Deixe-as colocar água no copo, sozinhas, e para isto, coloque o líquido em um recipiente que a criança seja capaz de pegar e de se servir; se cair água no chão, não brigue, mas explique como fazer da próxima vez; talvez ela tenha virado rápido demais. Verbalize que não tem problema, que água no chão seca rápido, ainda mais com este calor, sem estresse! Estas pequenas atitudes fazem a diferença e demonstram interesse, carinho, cuidado e levam à autonomia. Gestos primordiais para construir um ser humano saudável.


quinta-feira, 27 de março de 2014

Variar as atividades sempre!

Esta história é um relato de uma ex-aluna que estava estagiando com crianças de 4 anos; ela me perguntou: “Professora, por que as professoras cantam e contam sempre as mesmas histórias? As crianças não cansam? Porque eu já estava enjoada e, pior,  as histórias são sempre as mesmas, não mudam!” Bem, vamos à resposta: as crianças precisam aprender a ter criatividade, imaginação e, para isto, é necessário ampliar o seu mundo cultural! Então, ficar sempre cantando ou contando as mesmas músicas e histórias, por mais que as crianças possam pedir ─ por que ainda não compreenderam toda a história ─ é importante que elas não sejam sempre as mesmas! É importante que novos aprendizados aconteçam e, para isto, novos modelos precisam ser apresentados. Portanto, é necessário variar, sim, as histórias e as músicas.

O professor deve oferecer todas as linguagens possíveis para as crianças e isto inclui vários ritmos musicais e várias histórias. Se possível, contem histórias que se passam uns com os outros porque isto também é aprendizagem! Ouvir histórias é algo que necessita de estímulo; alguns adultos não sabem ouvir histórias dos outros por que não foram treinados quando crianças.  Há algum tempo atrás, os avós tinham este papel; reuniam-se as famílias e os mais velhos contavam os “causos”; mas parece que isto está se perdendo na modernidade pela falta de tempo para se reunir e também porque há outros estímulos externos dentro deste mundo tecnológico e consumista que temos. Mas precisamos ativar o “sermos ouvidos” porque isto evita algumas doenças psicológicas; quando nos aproximamos mais, aprendemos a compartilhar experiências e não nos sentimos isolados no mundo.


Quantos de vocês que leem o texto agora gostariam de ter alguém que o ouvisse, somente por 5 minutos, e não têm? Então, vamos incentivar as crianças a contarem seus “causos” porque isso é uma maneira de estimulá-las a formar a história mentalmente para, depois, no período da alfabetização, poderem escrevê-las;  afinal,  ninguém escreve do nada, nem eu! Primeiro é preciso observar a cena, depois formatá-la em minha mente para, depois, passar para o computador. Que tal começar com este procedimento com os alunos desde pequenos? Variem as histórias e as músicas, o desenvolvimento infantil agradece!  

quarta-feira, 26 de março de 2014

Não espere a atitude de uma criança. O adulto é o exemplo sempre!

Um casal estava se separando, e a mãe preocupada com sua filha de 3 anos me contou a história que relatarei a  vocês, já que muitas pessoas podem estar passando por um problema semelhante.

Vamos lá... O pai possui gordura mórbida, ou seja, está bem acima de seu peso ideal e, por conta disto, estava projetando na ex-mulher todas as suas frustrações e problemas, em vez de procurar ajuda e se conscientizar de que o problema era ele; mas isto estou relatando só para que vocês possam entender toda a história. O pai, na verdade não queria a separação e, por isso, estava fazendo chantagens absurdas para a ex-mulher; até aqui o problema era dos adultos. Mas sem noção da gravidade do problema, ele dizia tudo à menina de 3 anos que iria embora da casa por causa da mãe,  fazendo um inferno na cabeça da criança. A menina começou a não querer beijar ou até mesmo abraçar mais o pai, e isso podemos até considerar normal, uma vez que o mesmo é que estava causando grande confusão na cabecinha da filha. Foi quando a mãe veio pedir a minha ajuda e me perguntou: “o que eu faço para amenizar esta situação? Eu quero que minha filha goste do pai, ela precisa ter um exemplo de pai, não quero que ela tenha uma imagem negativa dele, afinal, ela é filha dele e quem está se separando sou eu.”

Bem, a situação é bastante complicada, uma vez que o pai não tem autoestima e usa de chantagens emocionais das mais baratas para querer controlar uma situação que ele acha que deve manter. Sei que separação é complicada, mas envolver a criança não está certo! Esta repulsa da criança em relação ao pai é normal, uma vez que, ela percebe que algo está errado. Perguntei se o pai quer manter a aproximação com a filha, de fato, ou se está usando a criança para querer que a mãe ceda. Ela me respondeu que, pensando bem, ele nunca foi de abraçar e beijar a menina tanto assim, e que de uns tempos para cá, depois que ela falou sobre a  separação, ele começou a procurar mais carinho, justamente para impedir a continuidade do processo.  Este é o grande problema: usar a filha como salva-vidas para uma situação que ele não quer aceitar que é a separação do casal. E pior ainda, exige carinho e não procura esperar que a criança de 3 anos o procurasse. Isto é bastante difícil porque uma criança é espontânea e percebe tudo o que se passa a seu redor; é o adulto que tem de procurá-la, e não o contrário! Como exigir de uma criança tão pequena uma manifestação de carinho se ela não recebe, ou o recebe de modo forjado? A vida é ação e reação. Se quiser amor, primeiro tenha-o por si próprio, depois o distribua sem querer nada em troca. Isto é o verdadeiro amor por alguém. Reflitam... 


terça-feira, 25 de março de 2014

Como proceder nos horários das refeições?

Muitas famílias, por conta de horários de trabalho e de outras atividades que o ritmo da vida exige, não conseguem almoçar todos juntos, sentados em torno de uma mesa; isso até dá para entender em função da vida moderna que vivemos. Algumas famílias, nem no horário do jantar conseguem realizar esta façanha.

No entanto, quando puderem ─ nos finais de semana, ou sempre que possível ─ parem tudo e façam as refeições juntos, à mesa. Isto é importante e está sendo esquecido por algumas famílias. Este gesto nos remete à confraternização que não deve existir somente em datas especiais, mas em todos os dias e/ou todos os finais de semana: a confraternização de sermos presentes, de estarmos presentes, de podermos conviver!

Confraternizar significa unir, possuir sentimentos, poder expressá-los, ser ouvido e ouvir. Enfim, poder estar e se sentir junto uns com os outros. Este tipo de atitude promove a qualidade de vida da família, uma vez que os sentimentos de pertencimento e segurança podem estar presentes. Uma família unida é aquela que o respeito uns pelos outros está presente o tempo todo. Difícil é, em termos de modernidade, ter estes comportamentos porque as opiniões, crenças e tempos uns para com os outros está bastante disperso. Não basta querer devemos praticar. Pequenas atitudes fazem a diferença para existir uma família melhor. Cobranças, julgamentos, reclamações e negações ao acolhimento não leva ninguém a lugar algum de forma construtiva! Se quiserem que sua família seja construtiva nos laços familiares, tem que se desenvolver esta união realizando as refeições todos juntos! Isso pode ser um grande começo. Mas não é para ninguém ficar nos celulares e outros dispositivos móveis, em redes sociais, de olho na TV, enfim... é para se  sentar todos juntos, comerem, conversar sobre assuntos sérios, ou não. Jogar conversa fora às vezes é tão bom, damos boas risadas e assim desopilamos nosso fígado.   Pensem sobre o assunto, façam as refeições juntos e se divirtam! Sejam felizes com as pequenas coisas da vida.


segunda-feira, 24 de março de 2014

“As crianças precisam gastar energia, assim dão sossego”

Ouvi esta frase proferida numa reunião de adultos com crianças em um hotel. Uma mãe, por que não é maternal (texto postado em outra ocasião: diferença entre ser mãe e maternal) dizia isto o tempo todo aos filhos. E quando eles chegavam por perto ela ainda dizia: “dá um tempo eu também tenho que ter férias, se vira”.

Às vezes diante destas indignações fico pensando por que as pessoas querem ter filhos (as); criança exige tempo ─ e muito! ─ exige carinho, dedicação. Não é só colocar as crianças no mundo, mas principalmente saber conviver e amar. 

Quando dizemos a uma “criança dá um tempo”, ou até mesmo o título proferido acima, existe um sentimento entrelinhas que é “eu não aguento mais a sua presença!” Quando se ama alguém, de fato, você não quer ficar longe da pessoa; e mais, quando estamos perto queremos dividir todos os momentos juntos porque é prazeroso, porque são momentos enriquecedores para ambas as partes. Participar da vida do outro não é se intrometer, mas gostar de estar junto; este é o verdadeiro sentimento de ser maternal. Fico imaginando como estas crianças serão quando adolescentes e adultas se não recebem, quando pequenas,  afetividade e maior participação por parte de quem nasceram, suas mães.



quinta-feira, 20 de março de 2014

“Corre, estamos atrasados para a apresentação”

Estava em um sábado, em uma instituição de ensino fazendo um trabalhão para a pós-graduação, quando presenciei a cena que preciso descrevê-la aqui: a criança estava toda vestida com roupa de balé e a mãe a puxava loucamente pelos braços para correr para o ginásio de esportes, dentro da própria instituição. A menina deveria ter uns cinco anos de idade, e  começou a chorar por que dizia que a mãe a estava machucando, que estava cansada e  que suas pernas estavam doendo.

Fiquei indignada com esta situação! Se a menina iria se apresentar, caberia aos adultos controlarem os horários para que não se atrasasse. Isso porque a criança não sabe ver hora e nem tão pouco sabe medir o tempo suficiente que dá para se levantar, comer, se vestir e sair para sua apresentação;  isto é de extrema responsabilidade do adulto.


Puxar a criança pelos braços, correr com a mesma, não estava ajudando e educando em nada esta menina! Ao contrário, a mesma estava exausta, aflita,  como poderia fazer uma boa apresentação se suas pernas estavam cansadas? Por que teria que correr para acompanhar as pernas de um adulto desesperado? Como esta menina poderia se sair bem em uma apresentação que exige leveza de movimentos e delicadeza nos passos? Fico pensando como estas mães obrigam seus filhos (as) em cada situação... pior que isso, educam o errado, e é tão fácil educar o correto! É só prestar atenção no que fazem!

quarta-feira, 19 de março de 2014

As crianças mais velhas ensinam os menores a comer. Saiba como.

Estava assistindo a um programa de TV que me chamou a atenção: era sobre a cultura da comida francesa, mas que serve de exemplo para todos os pais que possuem problemas com seus filhos, na hora de comer. É claro que não podemos comparar a culinária em si por que são culturas diferentes, mas vou explicar o que eles fazem e como algumas atitudes podem servir de exemplo.

As crianças francesas são incentivadas, pelos adultos, a comerem todos os tipos de alimentos sem restrição; elas são educadas a comer pouco e a se servirem dos mais variados pratos: entrada, prato principal e sobremesa; isto pertence à cultura francesa. Mas o interessante é que eles chamam outras crianças maiores para se alimentarem junto com as pequenas, para servir de incentivo.


Eles convidam vizinhos ou até mesmo primos mais velhos para se alimentarem junto com os pequenos, para servir de exemplo mesmo, e eu achei isto muito interessante! E não se trata de datas especiais não; é o dia a dia mesmo! Quando alguma criança pequena não quer comer ou está com dificuldade de comer certos alimentos, os mais velhos as incentivam, e as mesmas aprendem com aqueles que são mais próximos de sua idade, do que com os adultos. Que fantástica esta ideia, pois os pequenos se sentem acolhidos por outras crianças que têm pouca diferença de idade em relação à sua. Esse exemplo é algo que podemos também fazer aqui no Brasil: além de incentivarmos com o nosso exemplo de adultos, que tal chamarmos amigos e primos para se alimentarem juntos durante a semana? Uma ideia simples que pode surtir muito efeito! Experimentem.

terça-feira, 18 de março de 2014

Salas de aula/espaço de referência sem estruturas adequadas

A sala de aula/espaço de referência é um lugar de aprendizagens que tem como função educar e cuidar das crianças pequenas, portanto, ele precisa de muitos recursos disponíveis para que as crianças possam manuseá-los, experimentá-los e até quebrá-los, se for o caso. É um lugar que precisa ter vida em todos os sentidos, porque é nele que as crianças passam boa parte do seu tempo, tempo este extremamente importante porque será a base de seu desenvolvimento para toda a sua vida, quer seja na adolescência, vida adulta ou velhice.

Eu já falei isto em outros textos, mas volto com este assunto, pois vejo que algumas instituições de ensino ainda estão despreparadas neste sentido. Acham que se tiverem o mínimo ─ e, em alguns lugares este mínimo é mínimo mesmo ─ já é o suficiente. E não é! O período de zero a sete anos na vida de alguém é fundamental para o seu desenvolvimento físico, psicológico e social.  Não é necessário ter tanta sofisticação, o que é necessário é ter criatividade e, principalmente, boa vontade e compromisso com a profissão. Se pensarmos sempre somente no ideal, nunca conseguiremos sair do lugar por que o ideal é ilusório e, mais ainda, sem noção real da necessidade porque não existe nada perfeito neste mundo. Nada mesmo.


Então, quanto mais materiais estiverem disponíveis para que as crianças possam explorá-los, mais vivências terão e mais sinapses seu cérebro irá realizar, porque novos aprendizados poderão acontecer.  Podem ser coisas simples como blocos de madeiras de tamanhos variados, lixados e que as marcenarias não usam mais; potes de plástico de vários tamanhos e formatos, gravetos, pedras coloridas, caixas de papelão... enfim, há tanto o que fazer e colocar em caixas para que as crianças brinquem...  a natureza nos oferece tantos recursos, é só ter vontade e fazer. Por favor, professores, mexam e variem suas salas de aulas/espaços de referência! Fico imaginando como conseguem ficar em um mesmo ambiente do mesmo jeito por um, dois, três anos ou até mais! Sem nada mudar, sem nada acrescentar ou retirar de seu espaço. Ora, a vida é cíclica e precisa de movimento! Tanto vocês como as crianças passam por estes lugares um bom tempo de sua vida e, assim como a nossa casa, este espaço deve ser algo realmente gostoso para que todos sintam vontade de ficar e não repulsa. Mudem, vamos lá, organizem tudo, peçam ajuda aos pais e transformem este ambiente em um lugar lindo e de aprendizagens. Boa sorte!  

segunda-feira, 17 de março de 2014

Relatos de experiências vividas em uma creche

Como sabem, sou professora universitária do curso de Pedagogia há vários anos, e nesta minha luta por uma educação de qualidade já ouvi vários relatos; deixo um deles aqui, hoje, por conta da minha indignação. Uma ex-aluna estava estagiando em uma creche pública quando me contou o que aconteceu. Ela disse: “professora hoje fiquei horrorizada com o que vi, a professora efetiva da sala dos bebês de 2 anos deu para que eles riscassem o papel pardo com giz de cera fininho, sabe, aqueles pequenos! As crianças começaram a desenhar e duas delas começaram a morder o giz, para minha surpresa eu achei que ela não tivesse visto e comentei com ela, olha, fulano e ciclano estão comendo o giz de cera. E sabe qual foi a resposta dela? “Deixa, é hoje que o cocô vai sair todo colorido”.

Quando ela me contou essa história eu disse que, infelizmente, isto é muito comum acontecer, e que eu já ouvi casos semelhantes de outros lugares também! Sim, é muito desumana esta atitude e este tipo de comentário para com uma criança que está em pleno desenvolvimento, mas, pasmem! Isso acontece, até, com alguma frequência neste Brasil imenso.

 A nossa indignação foi enorme, mas começamos a pensar e a analisar este comportamento da professora, possivelmente uma pessoa que não ama nem a si mesma, porque só quem tem baixa estima poderia fazer algo assim. Quem se ama, sabe que a regra fundamental da autoestima é não fazer para o outro aquilo que não quer que façam conosco. A aluna ainda relatou que o caderno que vai para a coordenação olhar é perfeito: cheio de gravuras, de explicações  falando que fez isto, aquilo... mas que na realidade não era  o que acontecia. O que fazer professora?


Quem sou eu para julgar alguém ou alguma coisa, mas no meu pensamento de educadora detecto que para trabalhar com crianças pequenas, além de uma prova escrita, deveria haver uma análise psicológica bastante completa da candidata a se tornar professora. Não uma avaliação do tipo daquela que os médicos nem olham para as pessoas e já assinam os laudos ─  e não venham me dizer que isto não acontece por que cansei de fazer exames de admissão ou demissão deste tipo! Se quisermos uma sociedade melhor, poderemos ver não é qualquer pessoa com diploma de um curso de Pedagogia que poderia trabalhar com crianças pequenas. Existem professores e professores, assim como existem médicos e médicos, contadores e contadores, enfim, todas as profissões que quisermos listar. Quem trabalha com máquinas pode até errar... mas quem trabalha com gente... um erro pode ser fatal para o desenvolvimento saudável de um  ser humano!

domingo, 16 de março de 2014

Educando a criança a ser empreendedora e a dar valor ao dinheiro

Esta história é muito interessante e um excelente exemplo de como educar uma criança a dar valor ao dinheiro. Uma menina de 5 anos queria comprar uma boneca da moda, não posso aqui revelar marcas, mas é uma boneca pequena que tem asas de borboleta, vocês já devem saber de qual estou falando. Pois bem, a menina queria este brinquedo, mas os pais disseram a ela que não poderiam comprar. A criança, muito esperta, disse assim: “mas eu tenho dinheiro no meu cofrinho!” Quebraram, então, o cofrinho, contaram as moedas, mas o dinheiro não era suficiente.

A garotinha muito esperta disse então: “já sei! lá na casa da vovó tem outro cofrinho que é meu, então vamos lá contar e juntamos para ver quanto de dinheiro eu tenho”. Os pais foram até a casa dos avós contaram, mas ainda faltavam R$5,00. A menina não tinha noção de dinheiro, mas ao ver 5 moedas de 10 centavos na bolsa da mãe disse que já tinha todo o dinheiro se a mãe desse mais aquelas moedinhas para ela. Os pais se sentaram com a criança, explicaram que precisava de mais 5 moedas de um real e que aquelas eram de 10 centavos. Com dó da criança, os pais completaram o dinheiro que faltava, foram até a loja e a menina comprou o brinquedo tão desejado.  Mas disseram que quando ela juntasse mais moedas no valor que era necessário, que ela devolveria os cinco reais dados pelos pais. Promessa cumprida! Quando ela juntou as 5 moedas devolveu aos pais.


Eu ouvi esta história e achei bem interessante, pois este é um exemplo construtivo, no qual os pais estavam ensinando o valor do comprar. Quando conheci a garotinha, ela veio correndo me mostrar e contar que ela havia comprado aquela boneca com o seu dinheiro;  nisto, eu perguntei a ela: ”e agora você está juntando dinheiro para comprar o que?” Ela me respondeu que era para comprar outra boneca que ela queria tanto; de minha parte eu contribui com ela dando-lhe uma moeda de R$1,00 real e, para o meu espanto, ela correu guardar a mesma em sua bolsa, pois  sabe o valor que aquilo tem. Parabéns aos pais que tiveram esta atitude construtiva de educar, mostrando o quanto custa para ganharmos dinheiro e comprarmos o que queremos. Que sirva de exemplo!

sexta-feira, 14 de março de 2014

Relatórios do desenvolvimento infantil de uma criança: cuidados e desafios

É comum alguns professores de educação infantil fazerem ─ ao final do bimestre, semestre ou até mesmo anualmente ─ algum tipo de relatório sobre o desenvolvimento infantil das crianças; isto é normal, porém, quero alertá-los sobre a veracidade dos fatos e do que está sendo escrito realmente. Existem alguns relatórios com os quais fico extremamente preocupada quando leio, por isso, vamos às reflexões.

A Educação Infantil não tem como fim a promoção da criança para o ensino fundamental; isto se dá de forma automática mediante a idade de seis anos. Então, estes relatórios precisam ser escritos de acordo com o desenvolvimento físico (motor), psicológico e social. O que vem a ser isto tudo? Neste relatório deve estar descrito se a criança possui dificuldade e/ou facilidades para engatinhar, comer  ─ desde alimentos de densidades ou texturas diferentes, até o tipo de alimento que mais preferem ou que têm dificuldade em aceitar ─  isso porque, do movimento do mastigar vem a boa articulação para a fala e, desta, vem a boa condição para a escrita.

 Deve constar, nesse relatório, como se dá a autonomia para beber (usa a mamadeira? caneca?), a autonomia para falar, para se movimentar, para falar, pular corda, passar por baixo e por cima de alguns obstáculos, enfim observar como se dá o aspecto físico. Além disso, é importante observar de que forma ela se relaciona com os amigos, com os professores e outros adultos, no sentido de perceber se ela é comunicativa, expressiva, se apresenta timidez, depressão, euforia, enfim, aspectos psicológicos e sociais que mostram sobre o comportamento humano.

Este documento escrito pelos professores pode indicar alguns aspectos que precisam ser ─ ou não ─ conduzidos a especialistas. Portanto, não pode ser um relatório simples se a criança aprendeu, por exemplo, cor (azul, amarelo, etc.), ou se aprendeu formas (triângulo, quadrado, etc.) Quando um relatório apresenta somente aspectos conteudistas, ele não está de acordo com o que se refere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96 no artigo 31º “Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.

Professores! Prestem atenção e façam o correto para não diagnosticar distúrbios (hiperatividade, déficit de atenção); este não é o seu papel! Descreva somente os fatos que observa sem querer dar um diagnóstico qualquer, já que esta função é própria dos especialistas da área da saúde. Cuidado...

quinta-feira, 13 de março de 2014

“Eu não vou comprar, pode voltar para a prateleira”.

Esta frase foi proferida por uma mãe em um supermercado para uma menina de 5 anos de idade; vou contar-lhes a cena para que possamos analisá-la. A mãe fazia compras normalmente quando a menina passou perto dos caixas e pegou a revistinha que ela queria; a mãe, sem dar chances de qualquer explicação por parte da garota, disse bravamente, “eu não vou levar, não adianta insistir”!

A garota, não satisfeita, não deixou  a  revistinha no lugar e começou a andar no supermercado folheando a mesma; quando chegaram ao caixa, a menina ainda insistiu e a mãe acabou por dar  uma bronca tão grande na frente de todo mundo,  e ainda ameaçou a garota dizendo que lá em casa elas conversariam. Para evitar maiores vexames a mãe acabou cedendo e comprou a revista.


A mãe cedeu à birra educando a criança no sentido de “se eu insistir na frente de outras pessoas eu acabo ganhando!”. Pior ainda, ameaçou que ela sofreria algum tipo de violência em casa. Tudo errado! Primeiro, ninguém nasce sabendo fazer birra ! Alguém a ensinou a fazer. Segundo, o correto era retirar a garotinha da circulação do contato com outras pessoas que ali estavam, conversar abaixando-se à sua altura, explicar o por quê de não comprar, enfim, tudo isto feito com calma, atenção e carinho! Educar a ter consciência do que pode, ou não, levar para casa, e dizer que nós, adultos, também não temos tudo o que queremos sempre. É simples, mas às vezes “a pressa é inimiga da perfeição”, e a mãe sem paciência alguma achou que a melhor saída foi ceder à chantagem. Hoje eles querem uma revistinha... e quando adultos terão dinheiro suficiente para fazer todas as vontades? Fica aqui a dica, cuidado com o que fazem...  

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mãe projeta no filho a raiva do ex-marido

Infelizmente gostaria de não ter que contar esta história, mas ela pode acontecer com várias outras mulheres e famílias; então, vamos aos fatos. Uma mulher apanhava muito de seu ex-marido até resolver se separar e viver a sua vida. O filho ficou morando com a mãe, porém, este menino era muito parecido fisicamente com o pai. Este fato fazia com que a mãe SE lembrasse do ex-marido a todo instante, e isso a perturbava, embora ela não tivesse consciência.

Para piorar a situação, o menino tinha alguns comportamentos parecidos também com o pai, e a mãe não conseguia esquecer o trauma que tinha vivido com o ex-marido. Mas o que mais me impressionou nesta história é que ela não conseguia se aproximar do menino de 6 anos:  não brincava com o filho, não se interessava pela vida do garoto, somente cobrava por seus deslizes naturais de criança, chamando-lhe a atenção o tempo todo! Na realidade, ela expressava a raiva sentida pelo ex-marido e transferia isto para o menino, não conseguindo separar ─ internamente ─ essas duas pessoas, fazendo com que a relação com o filho se tornasse uma continuação do péssimo contato que foi a  vida que teve com o marido. Com isso, ofendia o filho de tal forma, como se estivesse projetando no menino toda a raiva sentida pelo ex-marido!


Bom, é claro que isto requer ajuda de um especialista, e de um tratamento psicológico bastante sério! Vejam que a criança não tem culpa de ser parecida fisicamente ─ e nem psicologicamente ─ com o pai, e a mãe precisa entender que as relações são totalmente diferentes. Mas o que eu quero deixar aqui, de alerta, é que se vocês passam por uma situação como esta, ou conhecem alguém que vive este dilema, procurem a ajuda de um médico, de uma psicóloga, porque a relação mãe e filho deve ser saudável, e não perturbada!  Ex-marido é ex-marido e filho é para sempre! Não projetem na criança relações conturbadas de marido e mulher! Se amam os seus filhos (as), entendam que eles precisam de afeto para se tornarem, futuramente, pessoas maduras e de sucesso, tanto profissionalmente quanto emocionalmente falando!

terça-feira, 11 de março de 2014

Se você não comer, não tem brinquedo, nem parque, não tem nada mais hoje!

Muitas mães e pais tomam esta atitude forçando a criança a comer, e pensam que, com isto, estão fazendo o correto, forçando as crianças. Estas atitudes podem piorar a situação de comida que deve ser algo saudável e prazeroso para a criança. Entendo a preocupação dos pais com alimentação, e acho que é normal se preocupar, sim, com a alimentação dos filhos (as), porém, alguns exageros podem levar a distúrbios de alimentação e não à criança a se alimentar direito.

Já perguntaram para as crianças por que elas não querem comer? Se não estão com fome, se exageraram em alguma refeição anterior? Se estão se sentindo bem? Muitos outros questionamentos podem ser feitos para detectar o que está acontecendo com as crianças que não querem comer.   Mas sem briga, sem forçar nada, sem xingar e, principalmente, sem bater.


Se a criança estiver apresentando algum distúrbio constante e não quiser comer sempre, isto é motivo de preocupação e o caso deve ser encaminhado a um especialista. Agora, se por algum motivo naquele determinado dia não quer comer, deixe-a sem comer, mas sem ameaças ou chantagens. O que não pode é deixar sem comer as principais refeições e depois dar “bobagens” do tipo bolachas/biscoitos, doces. Deixe-a sem almoçar, por exemplo, e quando estiver com fome, dê a comida que ela iria almoçar. Muitas crianças que vivem em ambientes de chantagens têm atitudes de não se alimentarem direito em alguma refeição e, depois, comem bobagens porque os pais com medo da subnutrição acabam deixando. Isto não é o mais correto! Evite qualquer tipo de chantagem, assim, seu filho (a) será um adolescente e adulto consciente de seus atos.  Comida deve ser algo de muita responsabilidade por parte de cada um porque somos aquilo que comemos e o que bebemos. A autoestima também está relacionada com a maneira pela qual nos alimentamos. Se quiserem ser saudáveis, devem sempre ter atitudes saudáveis consigo mesmos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Antes de sair, certifique-se se a criança não está com fome

Vejo algumas mães de primeira, ou até mesmo de segunda viagem, que precisam ser alertadas para algo que parece simples, mas que pode causar muito aborrecimento fora de casa. Para quê deixar acontecer situações como a que o título deste texto apresenta se com procedimentos simples é possível evitar problemas, ainda mais em público?

Estava em uma instituição de ensino que possui alunos desde a educação infantil até o ensino superior, quando uma mãe chegou com sua filha de mais ou menos uns 5 anos; a criança estava com fome e pediu para comer. Era a escola da criança e ela sabia que nela existia uma cantina. Pois bem, a mãe dizia à menina, “eu não trouxe dinheiro. Você não comeu em casa?” E a menina respondeu: “Não! você não me deu lanchinho, e saímos correndo”. A menina dizia a todo o momento que estava com fome e a mãe sem saber o quê fazer direito, resolveu sair e ir embora; falou para a professora que voltaria depois, noutro dia, por que a fulana está com muita fome e não pode esperar nem um pouquinho. Só que a fala da mãe era de raiva e indignação, dizendo com ironia para a criança.


Esta cena poderia ter sido evitada se a mãe tivesse acordado na hora, feito um lanchinho junto com a criança em casa, por que se ela estivesse com a barriga cheia, ela não iria ter fome, e não ficaria insistindo com a mãe. Se ela assim o fazia, era por que realmente queria e precisava comer. Percebi que não era birra, era fome mesmo! Mais uma vez percebo que estes problemas poderiam ser evitados se a mãe realmente estivesse sintonizada com a criança; mas o que ocorre é que muitas vezes as preocupações são outras e acabam se esquecendo que a criança deve ser a prioridade, uma vez que nasceu e que depende do adulto, no caso a mãe. Constrangimentos muitas vezes são causados pelos adultos ─ pior ainda ─ jogando toda a culpa nas crianças! Cuidado! Elas não nasceram sabendo e aprenderam tudo com os próprios adultos com quem elas convivem. É difícil ser exemplo, não basta apenas querer, mas mais do que isto, basta amar de verdade outro ser humano.

sexta-feira, 7 de março de 2014

“Não pode deixar a criança fazer e ter tudo o que ela quer. A vida não é assim!”

Este título foi uma afirmação de uma mãe para mim; ela me questionou sobre a minha opinião e eu resolvi escrever sobre ser permissiva em excesso com as crianças. É verdade que na vida adulta temos mais “nãos” do que “sims”, e devemos aprender a lidar com as frustrações, seguindo sempre em frente, mas isto deve ser ensinado à criança desde pequena. O único problema é que muitos adultos pensam que educar é proibir sem explicar, e aqui está o grande erro.

Uma criança precisa entender com lógica tudo o que se passa na vida dela e, mais do que isto, precisa compreender os fatos com coerência. Por exemplo, uma criança de 4 anos pediu de Natal para o Papai Noel um celular, um tablet e uma boneca. Pois bem, a mãe disse que celular ela era muito pequena para ter, que tablet era usado pelos adultos para o trabalho e que o Papai Noel iria trazer mesmo era uma boneca.


Vejam se isto tem lógica, ensinam às crianças que o Papai Noel pode trazer tudo, e algumas famílias ainda dizem que se obedecerem durante o ano o Papai Noel trará todos os pedidos! Depois, quando elas pedem não podem ganhar; isto tem lógica? Claro que não! Primeiro há uma ameaça de bom comportamento como se isto fosse adquirido por meio de chantagens e não pelos exemplos dos adultos. Depois, elas pedem por que sabem que os adultos verbalizam isto durante o ano e quando pedem acabam não ganhando; assim, isto não é educar de maneira correta. Eu vejo esta cena se repetir muito em alguns lares. Explicar com lógica é mais fácil quando os adultos a possuem, e não repetem algo que lhes foi ensinado por seus pais, em uma outra época! Hoje o mundo mudou, o consumo é bastante grande, a mídia incentiva e as crianças querem de tudo. Explicar sem Papai Noel que nem tudo o que queremos ter poderemos comprar; educar sobre o orçamento doméstico colocando a par todos os envolvidos é o mais acertado para se fazer neste mundo instantâneo e consumista. Algumas ilusões do tipo Papai Noel não servem para educar de forma construtiva; ao contrário! Pensem nisto.  

quinta-feira, 6 de março de 2014

“Mãe eu quero fazer xixi, não aguento mais”

Eu estava fazendo compras em um supermercado em Campinas (SP), quando acompanhei o desenrolar desta história para ver até onde a mãe era capaz. Um menino estava sentado na cadeirinha do carrinho de supermercado, a mãe estava pegando os produtos e ele insistia que estava com vontade de fazer xixi. A mãe verbalizava assim: “segura um pouco; já vou te levar ao banheiro”. E o menino continuava a pedir e a mãe parecia não dar muita importância, continuava a pegar os produtos. Pois bem, o menino começou a chorar porque tinha feito xixi na calça enquanto a mãe pegava as mercadorias. A mãe se aproximou e ao ver o que tinha acontecido, começou a brigar com o menino, a falar uma porção de coisas que o fez chorar mais ainda e, pior, dizia tudo em voz alta! “Olha aí o que você fez agora! vou ter que pegar tudo de novo, e não sei se não vou ter que pagar estas mercadorias cheias de xixi que o senhor fez”.

Isto nos faz refletir, quem está errada: a mãe ou a criança? O menino estava avisando que estava com vontade de urinar! Tem vezes que nós também não conseguimos segurar, dependendo do quanto estamos com vontade! O menino avisou que estava com vontade de fazer xixi, pior ainda, quem será que o colocou no carrinho para ele ficar imobilizado? Com certeza a mãe, já que ele não tinha altura suficiente para subir sozinho, era alto demais!


E o mais triste de tudo isso é que ele sofreu violência verbal na frente de todo mundo; a mãe o colocou em evidência por que começou a gritar com o menino em pleno supermercado, sendo que a sua a preocupação  era a de que teria que pagar as mercadorias, ou levá-las assim rasuradas, e não com o filho em si. Aliás, ela não estava nem um pouco preocupada com a criança por que se estivesse teria levado o filho ao banheiro assim que ele pediu. Que sirva de alerta a outros pais: quando as crianças não usam mais fraldas e pedem para fazer xixi em algum lugar, ou até mesmo em casa, leve-o imediatamente ao banheiro para evitar estes constrangimentos e, mais ainda, para contribuir com a formação saudável das crianças. Qualquer um de nós tem vontade de fazer xixi, seja em que idade for. Não exija da criança aquilo que nem nós adultos, às vezes, conseguimos fazer.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Ter e/ou ser professor (a): existem diferenças?

Existe uma diferença entre ter e ser professor (a), que precisa ser analisada com calma. Professor (a) é uma profissão como outra qualquer, mas o que a diferencia das demais é que somos responsáveis pela formação de outros seres humanos, e isto é de extrema responsabilidade! 

O TER professor (a) é aquela pessoa que não gosta da profissão, está ali somente pela remuneração; muitas pessoas fazem cursos de Pedagogia por fazerem, para se efetivarem em alguma rede pública e assim terem um salário e uma profissão mais estável, porque como concursada (o) não poderá facilmente ser mandada embora, criando, assim, um sentimento de estabilidade profissional e sustentabilidade pessoal. Porém, a pessoa pode não gostar do que faz e, neste sentido, não faz direito. Reclama muito de tudo: das crianças, da escola, do salário, da falta de condições, etc. E enquanto perde tempo reclamando, se esquece do seu compromisso com o outro ser humano que está sob a sua responsabilidade de formação.

O SER professor (a) é aquela pessoa que ama o que faz, portanto, faz com prazer. Nada de que tem vocação, ou de que abraçou a sua missão! Nada disto; mas, realmente, é apaixonado pela profissão e tem consciência da real importância na vida de seus alunos. Sabe que pode construir ou destruir o desenvolvimento saudável de outros seres humanos. É aquela pessoa que está sempre buscando se aprimorar, porque sabe que a sociedade muda e, com isto, o comportamento das crianças também se modifica com o tempo sendo necessário estudar a criança da atualidade. É aquela pessoa que se preocupa com o que faz, e dá o melhor de si sempre, sem pedir nada em troca, simplesmente dá e faz. Não fica reclamando por falta disto ou daquilo, mas busca soluções para os problemas que surgem em seu dia a dia, porque sabe que é isto que fará a diferença na vida das crianças!


Sei que algumas pessoas que lerem este texto irão se identificar com um ou outro tipo: de TER ou SER professor (a). É a vida! Eu particularmente gostaria que todos fossem o SER professor, mas tenho consciência e absoluta certeza que são poucos os exemplos de SER professor, hoje neste país! Infelizmente a maioria acaba pensando somente em ter dinheiro e em ser efetivo. Quem sou eu para mudar alguém...

terça-feira, 4 de março de 2014

“Lobo mal não existe, mas se ele vier você manda ele embora”

Ouvi esta frase de uma mãe para uma criança que dizia ter medo de dormir, que não queria dormir sozinha. Pois bem, vamos às contradições da fala para que possamos entender que este procedimento não é o mais correto, e que em vez de ajudar atrapalha mais ainda.

A mãe diz primeiro que lobo mal não existe; quando diz isto, passa segurança para a pequena que já deve ter ouvido várias histórias a respeito desse personagem, histórias que colocam medo e que em nada ajudam na hora de dormir para diminuir-lhes a insegurança. Até este momento da fala está tudo bem; temos que ir diminuindo o medo das crianças, dando-lhes segurança, sendo que isto só é possível trazendo-as para a realidade, explicando que as historinhas não são reais; aliás, essa humanidade é bem engraçada: por que escrever histórias que não contribuem em nada de positivo para as crianças?  Bem, deixa isto para lá.


A segunda parte da frase contradiz toda a primeira; se estava dando segurança para a criança, agora quando a mãe verbaliza “se ele vier você manda ele embora”, isto coloca em cheque tudo o que ela deu de segurança anteriormente. São falas contraditórias para uma criança pequena que está com medo e que confia na mãe! A criança poderá ficar pensando se o  lobo mal existe ou não existe. Pensem no que falam para seus filhos (as), é muito importante ter coerência com o que se diz. 

segunda-feira, 3 de março de 2014

Cartão de crédito: ter ou não ter, eis a questão!

Duas mães de adolescentes conversavam entre si dizendo que não possuem cartão de crédito porque, assim, quando os filhos pedem algo elas não precisam dizer “não”, ou cair em tentação de comprar só por comprar.

Fiquei horrorizada com esta atitude! Então, no lugar de educar os filhos a como gastarem, o que comprar e verificar se são realmente necessárias àquelas compras, as mães simplesmente preferem não ter cartão crédito por que assim não precisam falar “não”??? Estão ensinando o “não” de uma forma errada, estão sendo dissimuladas e, ao serem questionadas, por mim, relataram que quando o dinheiro acaba, “acabou” e isto acontece sempre bem antes do mês terminar. Na verdade, o ponto não é esse! Estamos falando em educar, em sermos verdadeiros diante do adolescente que precisa ter um referencial de verdade, de clareza e de conscientização diante da vida, da sociedade, do sistema... Que sentido de educação possuem estas famílias? 

A educação de ensinar o jovem a ser um empreendedor e comprar aquilo que é realmente necessário e não fazendo dívidas para coisas supérfluas, provavelmente não existe! Conheço várias famílias assim e, pior ainda, é muito comum se endividarem para comprar objetos, roupas, sapatos, etc., não por necessidade, mas para aparecerem diante dos outros. O pior é que não percebem que esse tipo de atitude,  além de “deseducar” e de  valorizar o ter em detrimento ao ser, todo mundo percebe que possuem coisas que não estão próximas ao seu poder aquisitivo. Vejo muitas pessoas usando uma bolsa de determinada grife que nem combina com o seu estilo e poder de compra, mas acaba adquirindo não exatamente para um prazer seu, e sim para querer mostrar o que não são!


 Estas atitudes precisam ser repensadas porque não ter um cartão de crédito para não ter que dizer “não”, em minha opinião não é educar um filho para a vida, educá-lo para ser um empreendedor, para viver por conta própria, com autonomia quando adulto. Esse tipo de atitude fará com que o jovem, quando adulto, acabe sempre precisando de uma bengala para mostrar aquilo que não é, sempre reclamando por estar sem dinheiro, já que não sabe usá-lo de maneira correta.