terça-feira, 30 de setembro de 2014

O choro na escola!

Como nós, enquanto professores devemos reagir diante do choro infantil quando a criança chega à instituição de ensino?

É claro que todo choro é causa de um estranhamento ou de algum desconforto físico do tipo fome, sono, dor de barriga, dores em geral, febre, enfim, perceber esta diferença é essencial.  Se for alguma indisposição física, precisamos nos preocupar em resolver a situação o mais rapidamente possível!
Mas se for por estranhamento, isto precisa de muita atenção, carinho. Toda mudança de local gera insegurança, tanto em nós, adultos, quanto nas crianças. O novo sempre assusta. Adultos desconhecidos, locais desconhecidos, ou seja, um mundo novo e desconhecido. O que fazer? Como agir neste momento?


Ter paciência, oferecer segurança, pegar no colo, dar carinho. Optem, professores, por serem o mais receptivos que puderem; procurem ficar mais perto destas crianças que choram, não gritem, nem falem alto, e muito menos repreendam!  O autocontrole e a tranquilidade dos adultos, nesta fase, são primordiais para que as crianças possam se sentir seguras e amadas.  Dar o colo, conversar, distrair, contar histórias, brincar junto, permitir o uso da chupeta e do paninho ─ se este for o hábito da criança ─ é o melhor caminho. A chupeta e o paninho são os referenciais de sua casa e isso costuma ajudar a trazer tranqüilidade. Momentos de música, envolvendo o nome da criança, também são uma dica. Ela precisa se sentir segura em todos os aspectos, seja no físico como no emocional. Atender às suas necessidades e proporcionar momentos de descontração é essencial para que ela se acalme e adquira, cada vez mais, conforto e segurança. Com o tempo o choro cessa, e a alegria invade o seu semblante. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Agora a mamãe vai preparar o papá

Quantas vezes ouvimos esta frase acima em lares com crianças que ainda não sabem falar! Afinal, o que significa para uma criança “papá”?  Pode parecer estranho ou descabido o que eu vou falar, mas não sou a favor de se falar de maneira equivocada com as crianças; elas estão em fase de descoberta do mundo que as cerca e, para isto, é necessário que falemos corretamente. A criança, nessa fase de apropriação da linguagem, precisa aprender a distinguir os objetos, as pessoas,  e isso se dá por meio dos nomes que cada língua designa objetos, lugares, situações, pessoas e ações; então, “papá” e “papai” é muito parecido, e “papá” não é comida! 

Existem áreas em nosso cérebro responsáveis por armazenar e reconhecer os significados das palavras, dando sentido à vida e ao nosso entorno. Se falarmos erradamente ─ porque é um costume cultural assim o fazer ─ os significados serão confusos quando a criança ouvir, por exemplo, o pai falando para a mãe se a comida está pronta, ou seja, o pai não vai dizer  “ o papá está pronto”?  Isto tudo poderá prejudicar a criança que está vivendo a descoberta do sentido e da significação de cada  palavra, principalmente das palavras que têm a ver com ela, com o seu dia a dia; assim sendo, agindo de forma a ter duas maneiras de se expressar, dentro de um mesmo ambiente, sobre o mesmo objeto,  muito mais do que  ajudar na construção do significado, do pensamento sobre a linguagem, nós estaremos prejudicando!


Muitos pais podem estar achando bobagem, besteira, porque todo mundo fala assim e não acontece nada! Pois é, uma grande maioria desconhece como se formam os significados em nível cerebral e, no lugar de promover esta aprendizagem mais rápida dizendo e verbalizando de forma correta, acabam prejudicando seus próprios filhos (as). Procurem facilitar o entendimento de seus filhos (as) falando corretamente o nome dos objetos e do mundo que os cerca, já que tudo tem sua raiz na primeira infância, dos zero aos sete anos!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Criança enquanto criança...

Estava vendo um “post” em uma rede social, que mostrava crianças vestidas, maquiadas e de salto alto, iguais a uma mulher adulta. Fiquei imaginando como nossas crianças estão, cada dia mais cedo, se tornando adolescentes e adultas! Será que isto é realmente necessário, ou estamos adiantando fases de  desenvolvimento infantil depressa demais?

Será que esta rapidez é tão saudável quanto aparece nas fotos?  Lembro-me que quando eu era criança, adorava desfilar de camisolas da minha mãe porque, como eu era pequena, elas ficavam longas e eu podia brincar de princesa, de passarela, de diversos personagens que povoavam a minha imaginação infantil,  mas não usava essas roupas no dia a dia. Era brincadeira de faz de conta! Saudável, inventávamos palco, cobrávamos ingresso baratinho para comprar algo que queríamos mais tarde, enfim, a brincadeira rendia e agradava a todos!

Mas em relação ao “post” que eu mencionei acima, o que eu estou revelando é bem diferente! Nesse caso, não há uma brincadeira de faz de conta porque as crianças estão usando em seu  dia a dia sapato com saltinhos, maquiagem forte, batons vermelhos, roupas extremamente chamativas e  vulgares! E o que é pior: alguns adultos ainda valorizam comprando roupas iguais de filha e de mãe. Não estou mencionando roupas que tenham o mesmo tipo de estampa no tecido, mas que,  além do tecido o modelo acaba sendo igual também! Vejam bem:  Criança tem que ser criança; cada fase tem sua beleza e característica. Adiantar as etapas é queimar fases, é  correr o risco de perder algo muito  importante que é a infância, em sua maior plenitude, considerando-se os aspectos físico,  emocional e social, que estão graciosamente surgindo e se  desenvolvendo !


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Alfabetização e letramento: desafios da educação infantil

Esta discussão na área da educação infantil é grande e de longa data. Alfabetizar, ou não, as crianças de 4 e 5 anos? Algumas escolas particulares alfabetizam e, neste caso, estão certas, ou erradas? Na Educação não existe certo ou errado. Existem consequências do ensino. Hoje em dia, as crianças têm acesso a informações sobre o mundo escrito muito cedo. Sejam essas informações vindas por meio de propagandas, de filmes ou de programas de TV, pela internet, com o uso de tecnologias móveis, enfim, elas conseguem entender os rótulos dos produtos, não só os que elas consomem, como também os que estão inseridos em seu ambiente familiar/social. Dessa forma, podemos entender que este contexto do mundo escrito ao qual todos nós estamos sujeitos e somos participantes, tudo isso é ─ e proporciona ─ situações de letramento.

Vejamos o que existe dentro da rotina na escola de educação infantil: roda de conversa; contagem das crianças; chamada; história; pesquisas; vivências; cartazes; jogos; brinquedos; brincadeiras; músicas; dramatizações; bilhetes; receitas; cantinho da leitura; desenho; jornal; rótulos; propagandas; fotos; portfólios; poesia; escrita espontânea; texto de memória; textos coletivos; vídeos; enfim, tudo isso corresponde a formas de letramento.


O grande desafio dos professores é valorizar e proporcionar situações que permitam a construção da base, para que a criança possa fazer uso da leitura e da escrita, sem que esse processo inicial sugira uma preocupação com codificação e decodificação dos símbolos do alfabeto. Mais do que alfabetizar, o importante é que as crianças entendam qual é a função da língua e o seu significado social. Proporcione às crianças situações de leitura e escrita para que elas possam tomar contato com a língua enquanto registro e comunicação, mas sem se preocupar em traçar letras e silabas e em reconhecê-las. Elas terão toda uma vida para isto.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Bom dia! O que você vai querer de café da manhã?

Às vezes algumas mães me perguntam como é que elas podem fazer para que as crianças comam de manhã. Seguem, então, algumas dicas: desejar um bom dia e dar algumas possibilidades para que a criança escolha o que ela quer comer é o mais correto. Você pode dizer, por exemplo: “temos leite, suco de alguma fruta, chá, o que você quer tomar? Para comer, temos bolacha salgada, bolacha doce, pão, queijo e presunto, manteiga, requeijão”. Enfim, dê as opções que cabem em seu bolso, mas deixe a criança escolher! Não faça por ela nada, antes que ela mesma realize a escolha!

Muitas vezes vejo, em algumas casas, cujos adultos  quer sejam pais (o pai) ou avós,  que acabam deixando tudo pronto para quando a criança acordar só sentar e comer. Não concordo com esta prática, uma vez que a criança precisa saber o que é bom para si, e o que não é, deste pequeno. Devemos ensinar as escolhas e, para isto, é necessário dar opções para que a criança o faça.


Se possível, sente junto com a criança e coma com ela também, participando dessa primeira refeição...  mas sem pensar em celular, agenda, tablet ou outra coisa. Hora de comer é hora de comer, e neste momento é tão gostoso comer junto com acriança, conversar, rir, se divertir... Se cair algo no chão, não fique brava (o);  ensine dizendo como proceder para que isto não aconteça de novo, mas sem cobrança ou irritação. Aja naturalmente. A primeira refeição do dia é muito importante, pois, passamos horas dormindo sem nos alimentarmos; então, essa refeição deve  acontecer como algo prazeroso, agradável,  para que mais tarde elas não se tornem adultos com disfunções alimentares. A comida é mais do que um alimento: ela é, também, algo que nos trará saúde física se conduzida da forma correta. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Por que não se deve passar nervosismo durante a gravidez?

O bebê é um organismo em construção dentro da barriga da mãe. Este organismo é um espaço com uma estrutura formada por tubos e camadas, que correspondem à formação neural, à muscular-esquelética, digestiva, respiratória, dentre outras. Esses tubos e camadas, ao se formarem, permitem a expansão ou a extensão de certas frequências e amplitudes, para terem motilidade, ou seja, a aptidão naturalmente presente nos seres vivos que lhes permite o movimento espontâneo.


Então, se a mãe leva um susto muito grande, ou passa por uma situação de forte emoção ─ como raiva ou medo ─ seu estado emocional será alterado e, para se proteger, o próprio organismo acaba produzindo substâncias químicas denominadas  neurotransmissores ─ como a adrenalina, noradrenalina dopamina ou a serotonina ─ em excesso ou em baixa , que poderá gerar desequilíbrios, alterando a formação dos tubos, assim como a motilidade do feto. Por exemplo, a serotonina é um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade à dor, movimentos e funções intelectuais. A baixa concentração de serotonina no organismo pode levar ao aparecimento de sintomas como: mau humor de manhã; sonolência durante o dia; inibição do desejo sexual; vontade de comer doces; necessidade de comer a toda hora; dificuldade no aprendizado; distúrbios de memória e de concentração; irritabilidade; cansaço; distúrbio de impaciência com alguma frequência, enxaquecas, insônia e até mesmo a depressão. Ela é a substância responsável para nos deixarmos felizes, relaxados, satisfeitos e de bom humor. A baixa estima da mulher, durante a gravidez, causada por se achar feia, pela paranóia de achar que o marido a está traindo, enfim, pode levar à baixa produção de serotonina. Se isto ocorrer, com certeza o bebê também sofrerá a consequência.  Lembrem-se de que este é apenas um dos neurotransmissores que existem em nosso corpo. O metabolismo interno do feto depende da mãe, seja pela alimentação, seja por seu estado emocional que corresponde ao seu grau de autoestima, seja pelo uso (ou não) de medicamentos, drogas, álcool, tabaco, enfim, tudo o que está presente na vida de uma mãe gestante, estará presente, também, de maneira positiva ou negativa para a criança, afetando em sua formação e em seu ritmo biológico, psicológico e social. Assim, dependendo da semana de gravidez à qual a mãe está sendo exposta aos desequilíbrios citados, poderá haver um maior comprometimento na formação de determinado tubo ou camada do bebê, provocando alterações fisiológicas sérias em seu organismo, podendo vir a ter ─ anos mais tarde ─ disfunções ou distúrbios em sua vida fisiológica, afetiva e até mesmo cognitiva. Portanto, futuras mães, tentem evitar ao máximo o estresse durante a gravidez se quiserem ter filhos (as) saudáveis! 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Vai pegar o que eu mandei, já falei. Vou contar até 3! Um.. Dois..

Quando a família possui a atitude citada acima, propiciando à humilhação, fazendo uso de um autoritarismo, querendo que a criança seja um escravo, que não obtenha sua independência, a estrutura anatômica desta criança vai se tornando densa. Isso porque a anatomia humana é mais do que uma configuração bioquímica; ela é uma morfologia emocional.

O que entendemos por estruturas densas? Vamos ao significado do que vem a ser denso:  No dicionário da web ( http://www.dicionarioweb.com.br/denso/): Diz-se de um corpo que tem mais peso e massa que outros, do mesmo volume, cujas moléculas estão muito apertadas umas contra as outras. Espesso; compacto, cerrado”.

Um estrutura anatômica densa faz com que aquele corpo se sinta e se perceba  apertado, acuado, compacto. A necessidade de liberdade é muito grande nestes indivíduos, portanto, ser apreciado e aprovado são a sua necessidade maior e, para conseguirem isso, lutam com afinco. Para eles, a independência torna-se um sonho, e o fato de  estarem em paz acaba sendo o seu desejo maior. Seu segredo é a vontade de unir-se ao outro sem perder a sua individualidade, ser aceito sem se isolar. Cuidado gente! Olha que com determinadas atitudes podemos provocar num indivíduo atitudes de humilhação e de autoritarismo. Não queiram que seus filhos sejam seus escravos somente porque são crianças! Quando eles reclamarem dizendo: “ tudo eu, tudo eu”... prestem atenção no que estão fazendo!
  

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Semáforo da obediência: disciplina em sala de aula

Esta frase constava de um “post” que eu vi em uma rede social; não vou copiar aqui por questões éticas e de direitos autorais, mas preciso comentar sobre este cartaz que muito me intrigou. Vou tentar descrever  como era para que vocês possam entender  depois os comentários. Imaginem um cartaz que na parte de cima continha os dizeres “semáforo da obediência” e, embaixo, dois círculos, um verde e um vermelho com carinhas. O verde estava com uma expressão de feliz; já o vermelho, de triste. O círculo verde de felicidade estava envolvido com pregadores de roupas mencionando o nome de cada criança. Nele observava-se que havia o seguinte funcionamento:  quando a criança desobedecia, o pregador ─ que tem o seu nome ─ acabava indo para o círculo vermelho, o de carinha  triste! Acho que pela descrição vocês conseguem entender o que eu estou querendo relatar a respeito do cartaz que vi. Então, vamos às análises.

 O semáforo serve, sim, em nossas cidades, para regular o trânsito, colocar ordem ao tráfego para que se previnam acidentes e congestionamentos. Mas desde quando eles possuem carinhas de tristes ou felizes?  Isto não condiz com a realidade. Outro ponto a se pensar é o seguinte: será que devemos, em pleno século 21, premiar e/ou desaprovar condutas com um simples pregador que muda de posição? Isto é ensinar ou adestrar?

Será que a professora que usa isto entende, de fato, o que vem a ser indisciplina? Ou, mais que isto, será que tem sensibilidade para perceber quando as crianças estão sem vontade, ou até mesmo desobedecem? Será que ela pensa nos métodos de ensino que usa, no sentido de se questionar se eles estão satisfazendo estas crianças, ou não?


No lugar de usar um cartaz com regras combinadas pelo grupo, que tenha por objetivo definir a identidade da turma e os limites construídos em conjunto, acordos  e combinados que sejam entendidos pelas crianças, usa-se um semáforo! E o pior é que nem parecia, de fato, com um semáforo; somente se percebia que havia uma referência a esse instrumento por conta da cor, mais nada. Quando se trata de disciplina/indisciplina, é preciso se considerar que existem vários fatores que precisam ser analisados com coerência e lógica, colocando-se, sempre, no lugar do outro! Mas muitas vezes, por questões de ordens autoritárias, professores usam este tipo de cartaz como regulador de comportamento, sem fazer uma análise crítica da situação. Isto não funciona, está fora da realidade das crianças do século 21. 

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Se você passar de ano tirando DEZ em tudo, eu te dou uma bicicleta.

Existem algumas famílias que inibem, desde cedo, a pulsação e o sentimento de uns pelos outros.  Forçam as crianças demasiadamente a lutar por aquilo que desejam, e exigem que elas sejam agressivas. Um exemplo é o famoso: “se bateu,  levou”,  fazendo isto também com os pequenos, punindo com severidade algumas  demonstrações de ternura e carinho. O resultado destas atitudes é que a agressão domina a ternura, fazendo com que suas estruturas anatômicas comecem a torná-las pessoas rígidas.

Adolescentes e/ou adultos com estruturas rígidas possuem como comportamento a dominação, a querer a todo preço dominar o mundo, sem nunca estarem satisfeitos com nada, desejando serem adorados, mas que, no fundo, não possuem competência para conseguir algo. Sua necessidade de ser recebido, de ser amado, é imensa, portanto possuirão consideráveis dificuldades de relacionamento.


Vejam como é importante saber como lidar com as crianças, e como sempre o equilíbrio nas ações acaba por ser a atitude mais acertada.  Não precisa tirar dez em tudo, e nem forçar demasiadamente o brilhantismo somente para obter uma recompensa. Todos nós sabemos que as crianças gostam mais de uma determinada disciplina do que de outra, então, por que forçar a natureza delas? Por que não aceitá-las com suas belezuras e feiúras? Todos nós buscamos ser aceitos do jeito que somos; vejam que se esforçar é uma coisa, mas exagerar para conseguir algo também é um excesso que deve ser evitado. Muitos pais querem projetar nos filhos aquilo que nem eles conseguem ser! Pensem nisto! Não somos perfeitos em tudo, pelo contrário, temos muitos defeitos e gostamos de carinho, afeto sim, mas principalmente de sermos aceitos como somos e não como os outros querem que nós sejamos...

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Promessas e mais promessas, todas sem cumprir...

Alguns pais e professores fazem isto constantemente e nem percebem o mal que pode causar para uma criança, além da desconfiança, é claro! Quando se prometem coisas para as crianças e não se cumpre com o prometido,  elas podem ficar com raiva e,  se isso continua por várias e várias vezes,  a reação que pode advir é as crianças irem se tornando  rígidas, tensas, podendo até mesmo atacar com raiva outras pessoas, sejam elas outras crianças, ou até mesmo adultos.

A raiva é uma emoção que pode gerar medo na hora de agir, tornando as crianças medrosas ao longo de seu desenvolvimento. Elas podem começar a se sentir aborrecidas, começando a se contrair, ou a se retirar do mundo para dentro de si mesmas... afinal de contas,  com quem elas podem se abrir, acreditar e dialogar sobre o que sentem? Elas vão se sentindo desacreditadas, não participativas, ressentidas e até mesmo pessimistas. O desespero por tentar conseguir algo, de fato, é tão grande que podem levá-las a comer demasiadamente se tornando obesas, a agirem como se fossem importantes demais solicitando qualquer tipo de aceitação, enfim, tentarão agir no mundo para superar a sensação de vazio, além de poderem até mesmo colapsar algum órgão ou tecido por fadiga, e se sentirem derrotadas ao extremo!


Então, se prometerem algo, por exemplo, fazer um piquenique e acontecer de chover no dia, expliquem, conversem, façam o piquenique em outro lugar, mas não deixem de fazer! Cumpram sempre o que prometeram. Mas cuidado com o que prometem: às vezes prometem coisas que o seu dinheiro não pode comprar, ensinando-as a não terem responsabilidade com o próprio sustento,  e a serem fúteis comprando coisas que não podem ter. Tudo tem limites! A vida adulta é cheia de limites e isto se aprende desde criança, ou seja, ninguém tem tudo o que quer sempre. Tudo é uma conquista. Por isso, ensinem a  conquistar sem prometer nada exorbitante que não se possa realizar! 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Planejamentos semanais. Atividades para educação infantil. Planejamentos semanais prontinhos é só aplicar...

O título acima é o slogan de uma propaganda de venda de produtos para a educação infantil. Fico imaginando como podem padronizar atividades desta forma para crianças tão pequenas. Provavelmente devem até mesmo dizer idade, tempo de duração, etc...

Diante de crianças em fase de desenvolvimento, este tipo de material não leva em consideração os ritmos e a individualidade de cada um. Tudo igualzinho: pinte de vermelho a maçã... mas e se eu quiser pintar de roxo? Não pode porque não está no padrão estabelecido anteriormente.

Este tipo de material é mais fácil para o professor; vem tudo pronto e ele também não precisa pensar; somente executa, ou melhor, aplica. Aplica olha o verbo que usam, parece que devemos colocar as atividades dentro de uma seringa e injetar como se fosse um medicamento para sarar de alguma doença. As atividades e/ou situações têm que ser de acordo com aquela turma, com aquele grupo que possui uma identidade e, mais ainda, levando em consideração a cultura em que ela se encontra inserida. Não dá para fazer atividades e/ou situações significativas de crianças americanas para as nossas brasileiras! São realidades diferentes, são modos de pensar, sentir e agir diferentes. Temos que refletir sobre a venda de material pronto. Podemos nos inspirar, claro que sim, mas não podemos ser robôs e fazer tudo o que os outros querem que nós façamos! Onde está a liberdade de ação do professor e a identidade do grupo?


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Não sou mãe dos seus amigos e você não vai! Chega com esta história!

Quantas e quantas vezes ouvimos isto quando uma criança quer ir à casa de alguém, ou até mesmo passear com a instituição de ensino e a mãe não deixa. O argumento usado por elas é que se as mães dos outros amigos deixaram, por que ela também teria que deixar? Cada um faz o que acha que deve e que ela não deixa e ponto!  Muitas cenas dessas acabam em violência verbal, ou até mesmo física, em alguns lares.

A resposta dessa mãe não é condizente e nem possui explicação clara; é simplesmente assim: quem manda aqui sou eu, e não se fala mais nisto. Muitas vezes as crianças tentam argumentar e não conseguem; aí vem o choro porque não conseguiram o que queriam, e nem a explicação é consistente. É o não pelo não!

Vamos às reflexões: não sou a favor de que tudo seja possível de ser feito ou de ser dado, não é isto, mas respostas sem coerência e sem explicação dos por quês não são a melhor saída. Ao contrário: causam revolta,  choro e até estimulam a que a criança vá aprendendo a ser dissimulada, mentirosa, para conseguir o que quer, tendo em vista que ela mesma percebe que o “não” se refere apenas a um jogo de poder!


Pais: quando não quiserem que seus filhos participem de algum passeio ou evento, não respondam dizendo que você não é o pai ou a mãe dos seus colegas, mas explique com argumentação compreensível e consistente o porquê de não querer que ele (a) vá, justificando o porquê do “não”. Para as crianças, quando elas entendem que, de alguma forma, existe lógica em sua definição, acabam não chorando e começam a aprender sobre os limites. Mas quando a proibição não tem razão de ser ─ na cabecinha delas ─ porque a única explicação que recebem é de que há, por parte dos pais, um  puro medo de acontecer algo de errado com seus filhos (as), eles não compreendem a ordem e acabarão por fazer  birra, ou até mesmo chorar. Para quê incentivar raiva, se vocês podem incentivar compreensão? Para quê incentivar tristeza se vocês podem incentivar a reflexão? Medo gera medo e pode provocar doenças psíquicas e físicas, além de insegurança, inadequação social, dentre outras. Compreensão gera pessoas que sabem lidar com situações de conflito na vida. A escolha é de vocês... 

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

“Pode ir ao clube, mas somente se não houver reclamações da escola!”

Vamos refletir sobre a frase dita acima. Quanta chantagem sem reciprocidade. O que quero dizer com isto é que clube é clube, e escola é escola. Reclamações da escola devem ser tratadas na escola e, além disso, a conversa, o diálogo é a melhor saída nestas situações. Se estiverem ocorrendo  reclamações a respeito de notas, o que se deve fazer é organizar melhor os horários para estudo;  mas se a reclamação for por indisciplina, é necessário verificar, de fato, por que isto está acontecendo.


Agora, proibir algo por causa de outro fato/situação, em minha opinião está errado, porque não tem nada de educativo nisto! Pelo contrário, é somente uma punição, sem a menor conversa e sem verificar os fatos reais dos acontecimentos. É necessário aprender desde cedo que temos que ter horário para tudo nesta vida. A vida adulta não é assim? E somos punidos pela própria vida, quando adultos, ao fazermos algo de errado ou de inadequado diante das circunstâncias. Punição dessa natureza acaba sendo adestramento puro e simples, coisa que se faz com animais premiando ou punindo por uma ação realizada! Mas, nesse caso, é pior porque vem sem o entendimento da causa. 

Que adolescentes/adultos vocês querem formar tomando atitudes assim, quando seus filhos ainda são pequenos? Um adolescente que entenda e que saiba viver a  vida ─ com todos os desafios que lhe são pertinentes ─ ou alguém que use de fugas para viver? Vejam que estas fugas, muitas vezes, poderão trazer consequências terríveis, pois poderão usar drogas, bebidas, comer em excesso, comprar em excesso, enfim, viver de maneira fútil.  Se quiserem que seus filhos sejam adolescentes saudáveis, invistam mais  em diálogos e em explicações que justifiquem o  porquê do “sim” e o porquê do” não”, sem punições. Mas, para isto, é necessário que vocês, pais, tenham discernimento e sejam exemplos do que seja certo, sempre! Isto existe! Nunca conheci uma pessoa perfeita neste mundo, mas quando os pais conseguem ser máximo de exemplo positivo para seus filhos, aí sem, eles podem esperar que seus filhos sejam coerentes e consistentes em suas escolhas. Pensem nisto...

terça-feira, 2 de setembro de 2014

“Pai: tirei nota dez!” “ Você não fez mais que a obrigação...

...você não faz nada além de estudar! É sua obrigação tirar nota boa!” Com certeza vocês já ouviram isto quando criança, mas o pior é que estamos em 2014 e os pais continuam falando a mesma frase para nossas crianças e adolescentes.  Para alguns filhos este tipo de conduta em nada afeta, mas para outros, isto poderá ser um reforço negativo já que os pais nunca valorizam seu esforço, nunca aprovam suas atitudes e somente cobram e exigem que sejam os melhores sempre, sem nenhum incentivo. A situação ainda se agrava mais quando os pais falam  que estão pagando por uma excelente escola e educação, e que seus filhos devem sempre tirar nota dez. Com essa fala, há uma verbalização implícita de que para eles  terem aquele tipo de escola/estudo, seus pais têm  que trabalhar muito! E neste sentido fica minha pergunta se  não é obrigação dos pais darem o melhor ensino para seus filhos (as)?

Então, qual seria o mais correto a se dizer neste momento? ”Filho (a), fico feliz com esta sua nota, como você conseguiu? Como foi a prova? Como estava se sentindo na hora que fez esta prova? Como você estudou para esta prova?”  Enfim, palavras de encorajamento e de tomada de consciência sobre as estratégias usadas para quem sabe repetir o sucesso.


Mas se fizerem o contrário, no lugar de estimular, cobrar pelo valor que está sendo investido no estudo/educação, no caso de  algumas crianças elas se sentirão mais desencorajadas ainda, pois, sentirão que  seus pais não ligam para elas, já que procuram cobrar por resultados mediante seus próprios esforços, e não sobre os esforços empenhados pela  criança em si. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Meu filho come somente besteiras, o que faço?

Esta frase acima foi proferida por uma mãe de uma criança que tem 5 anos de idade; o menino só come iogurtes na hora do almoço, não experimenta frutas,  verduras e só gosta de batatas fritas, arroz e frango. Troca as refeições por besteiras e faz muito escândalo quando a mãe o força a comer. Para compensar a má nutrição, o pediatra receitou vitaminas e, então, no exame de sangue está tudo normal, mas com uma alimentação péssima! Para piorar a situação, esta criança fica com avós, durante a semana enquanto os pais trabalham, e para não contrariar o garoto estes o deixam comer as bobagens que quer, em vez de alimentos saudáveis. A mãe, desesperada, me pediu ajuda.

Pois bem, esta criança precisa de regras e de alimentos mais saudáveis! Ela não pode viver de vitaminas pelo resto da vida; sei que os avós mimam em demasia alguns netos, mas também precisam entender que as crianças precisam se alimentar em horários certos e específicos, precisam  comer frutas, verduras, arroz, feijão, carnes em geral. De preferência  seus pratos devem conter 5 cores diferente ─ os nutricionistas sempre nos explicam isto!  Bem, neste caso, é necessária uma reeducação alimentar para todos na família, e tanto os pais quantos os avós precisam desenvolver  a mesma conduta para com esta criança.


Existe um programa de Tv, em uma rede de canal fechado, que dá dicas de alimentação para crianças; pena que não posso dizer aqui o nome, mas procurem porque é bem interessante. Fazer todas as vontades do pequeno e dar vitamina para compensar a falta não é um hábito que deva existir. Vitaminas servem, sim, de complemento, mas são diferentes das vitaminas de alimentos naturais; além disso,  esta criança precisa ter uma mastigação adequada e... como propiciar isto se não morde uma fruta mais dura, por exemplo, e se não aprende a mastigar um alimento mais consistente ? Vejam que os dentistas irão concordar comigo que a dentição poderá ser prejudicada por este fato. Pais: conversem com os avós e, se não adiantar, o melhor a fazer é colocar a criança em um período integral em uma instituição de ensino, porque assim vocês poderão evitar que este tipo de mimos em excesso continue acontecendo.