quarta-feira, 24 de junho de 2015

Férias!

Devido ao acumulo de trabalho neste período, comunico que não estarei postando textos novos até o dia 31 de Julho.
Volto a postar em agosto, aproveitem e leiam textos já publicados, é sempre bom renovar nossas ideias.
Obrigada e boas férias a todos!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Dicas para ir ao banheiro da instituição de ensino, sem precisar pedir.


Vários professores se incomodam com as crianças que querem ir ao banheiro, ou mesmo beber água. Em meu conceito de educação, em cada sala de aula deveria haver um bebedouro e um banheiro; mas quando isto não é possível, pois encarece a instituição, uma saída importante é ter um crachá com o nome da criança, e dois ganchinhos para que eles possam sair sem pedir.

A princípio, o professor controlador poderá ter alguma dificuldade em não ter que ser solicitado para autorizar a saída da criança; mas, por outro lado, os alunos se tornarão capazes de se organizarem, podendo na sala ter um gancho para os meninos e um outro para as meninas. Cada um pega o seu crachá e pendura no gancho correspondente a sua vontade do momento, saindo naturalmente, sem tumulto algum.


Estou dando esta dica porque soube de uma história na qual uma criança de sete anos estava impaciente na sala de aula, andando de um lado para o outro, e a professora não o deixou sair para ir ao banheiro, achando que era frescura do menino! Mas o absurdo continuou... Ela ficou indignada com o fato do aluno sentar e se levantar muitas vezes, pedindo para sair, e acabou encaminhando-o até a diretoria e a coordenadora pediu que ele escrevesse, em seu próprio caderno, um bilhete para sua mãe, dizendo que ele estava causando tumulto dentro da sala de aula. Que falta de humanidade! Queria saber se alguém fizesse isto com a professora, qual seria a reação dela? Precisamos entender que necessidades fisiológicas precisam ser supridas para que as crianças consigam prestar atenção no processo de ensino e aprendizagem e que, muitas vezes, as crianças têm vergonha de pedir à professora, abertamente, que elas querem ir ao banheiro! Assim sendo, os ganchos com os crachás funcionariam perfeitamente! O que vocês acham?

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Mães tigresas: saibam o que isto significa

Conhecem aquelas mães que querem que o filho (a) tenha um desempenho excelente na escola, ou em qualquer outra atividade? Pois bem, elas são chamadas de “mães tigresas”. Elas imprimem regras e disciplinas, muitas vezes exaustivas para as crianças! Seus filhos são criados para que sejam “o primeiro lugar” e “a nota dez” em tudo! Essas crianças, muitas vezes acabam se tornando limitadas, socialmente, porque o tempo de que dispõem não é para socializar e brincar, mas para se prepararem para serem pessoas “bem sucedidas profissionalmente”, no futuro. Por isto elas são treinadas, desde crianças, para serem excelentes em alguma coisa e, neste caso, exercem uma rotina quase que desumana, como se fosse um trabalhador adulto, embora elas estejam, ainda, vivendo a vida mirim. Estas mães pensam que as crianças, para vencerem na vida precisam ter determinados comportamentos e disciplinas que, por vontade própria, nunca terão!

Existe uma rigidez muito grande na educação destas crianças, um adestramento desde pequenas para serem os melhores, quando sabemos que ninguém é 100% em tudo. Em pleno 2.015, exigir que uma criança se prepare para ser bom em tudo é muito difícil, com tantos estímulos diferentes e tanta tecnologia... será que temos que ser tão rígidos com a educação de nossas crianças?

Não seria melhor deixarem que elas vivenciem o seu período da infância de forma salutar, em vez de ficarem preocupadas para que elas sejam melhores e se sobressaiam em tudo? Como fica o período das brincadeiras, dos jogos e brinquedos tão importantes para o desenvolvimento infantil? Será que tanta exigência e cobrança a estas crianças não os tornarão adultos tristes e deficitários em autonomia e satisfação diante da vida? Será que eles não serão adultos dependentes de drogas antidepressivas no auge de sua vida adulta? Ou marionetes dentro de um sistema cruel e competitivo?Pensem nisso, “mães tigresas”!



quinta-feira, 18 de junho de 2015

“Eu faço o meu filho ficar pianinho, e fazer tudo o que eu quero!”

Fazer o filho ficar pianinho, o que significa isto, de fato? Adestrar para que ele responda somente ao que você, adulto, quer, e quando quer? E a autonomia infantil, onde fica? E a questão da personalidade de cada um, como se forma? E a independência para se tornar um adolescente e um adulto forte e saudável, psicologicamente e fisicamente, como se aplica?

Levantei estas questões para que todos pensem em como podemos influenciar na construção ou destruição de um ser humano em formação. Vocês devem estar se perguntando: “então tenho que deixar a criança fazer tudo o que ela quer?” Não, claro que não. Na vida adulta existem frustrações e limites. Não temos, ou conseguimos, tudo o que queremos na hora que queremos, mas desde crianças precisamos entender como é a vida, de fato. Crianças “pianinhos” são submissas, sem coragem para enfrentar a vida de frente; precisam sempre de alicerces e escoras para se estabelecerem, e não conseguem andar sozinhas e de cabeça erguida ao longo da vida. Sempre estarão ancoradas em outras pessoas, precisando sempre de alguém para se sentirem fortes. E quando a escora se vai, elas se perdem totalmente!

Não somos imortais, então, temos que ensinar às crianças, desde pequenas, a não serem “pianinhos”, mas a saberem tocar a música de suas vidas de sua própria forma, arcando com as vitórias e aprendendo com as derrotas. É diferente ser o piano ou ser o maestro de sua vida! Eu prefiro pessoas que sejam regentes de suas vidas e não um objeto estático que não sai do lugar e que espera que um outro lhes dê as coordenadas do próximo acorde! Para isto, precisamos educar e ensinar o que é certo e o que é errado, ou seja, explicar é conversar, sem gritar, sem alterar a voz e sem xingar. Se amamos alguém, de fato, queremos que esse alguém cresça e se torne um grande compositor de sua vida, com aplausos e sucesso naquilo que escolhem para ser.



quarta-feira, 17 de junho de 2015

“Camisinha é remédio para a mamãe não ficar grávida”

Esta história foi motivo de muita risada dentro da sala de aula do curso de Pedagogia. A aluna me contou o seguinte: ela tem uma filha de nove anos que brinca com os primos na casa da cunhada dela. 
A cunhada trabalha na área da saúde, e camisinha na casa dela é o que não falta; ela deixa que as crianças brinquem como se fossem bexigas, enchendo-as com ar ou água. Já na casa desta aluna, esse material não é tão disponível assim, tão abertamente, e a filha não tem o hábito de ter essa brincadeira. Ela ainda disse assim em nossa aula: “minha cunhada é louca mesmo. Só pode ser!”
Continuando a história, a filha voltou para casa depois de brincar a tarde inteira com os primos e primas enchendo as camisinhas de ar e/ou água e perguntou à mãe o que é camisinha e pra quê servia? Ela, sem reação, ficou toda ruborizada e sem pensar disse o título do texto acima, ou seja, que “... é remédio para a mamãe não ficar grávida”. E todos nós, em sala de aula, rimos muito da reação daquela aluna.

Para piorar a situação, a menina continuou com sua curiosidade e perguntou assim: ”Mãe, mas remédio a gente toma pela boca! Como você toma a camisinha?” Tentando amenizar a situação, ou melhor, tentando fugir da situação, minha aluna disse para a filha que quando ela ficasse mais velha iria explicar, e que aquela não era hora dela saber destas coisas. Pais: por favor! Não reajam assim diante de uma pergunta destas. Se vocês acham que não está na hora de falar sobre como se prevenir de gravidez e/ou DST (doenças sexualmente transmissíveis) usando a camisinha quando fazem sexo, não inventem palavras para não complicar mais a situação de vocês. Ela poderia ter perguntado para a filha o que ela sabia sobre o assunto, onde ela tinha visto camisinha, e assim ela saberia por onde poderia dar continuidade ao assunto respondendo de acordo com o que a filha queria saber!  Assim, é possível se verificar até que ponto a criança sabe, ou não, sobre o assunto abordado, e até onde a sua curiosidade chegará. Mas mentir, ou inventar, é pior, pois gera uma situação bem embaraçosa e a criança percebe; e neste sentido, ela continuará a querer saber cada vez mais e mais, e vocês não saberão como sair dessa!


 Não compliquem as coisas, pais! Somente perguntem sobre o que eles sabem sobre o assunto e falem em cima do que eles sabem, sem exagerar e nem piorar a situação!

terça-feira, 16 de junho de 2015

Despertando a curiosidade da criança, sem estar na hora certa!

Uma mãe me disse que quando sua filha, de nove anos, faz perguntas relacionadas ao assunto sexualidade/sexo, ela não sabe o que responder e que, muitas vezes, a resposta que ela dá, quando não tem jeito de silenciar, acaba dando margem a mais curiosidade ainda! Pois bem, a filha lhe perguntou o que é sexo e ela respondeu que é ser feminino ou masculino. Mas ela disse isto rindo, porque sabia que a resposta não era essa! Não deu outra: a criança desconfiou de algo e continuou a pergunta, afirmando assim: “isto eu sei, mãe! Nos banheiros da escola tem uma figura de uma menina e de um menino e está escrito masculino e feminino. Mas você riu, por que você riu?”

A mãe desconcertada disse à filha que esse tipo de conversa, para explicar melhor o que é sexo, elas teriam que ter em outro momento, quando sua filha estivesse mais velha! Vejam só: esta mãe piorou a situação e, com isso, a curiosidade passou a ficar instalada!

Pais: muitas vezes, a reação que vocês têm às perguntas das crianças acaba despertando ainda mais o interesse delas! Qual seria o correto, nesse caso? Devolver a pergunta para a criança, perguntando a ela o que ela sabe sobre o que é sexo?  Com isso, o adulto começa a saber o que realmente a criança quer saber, onde está a curiosidade dela! E isso deve ser feito sem risos ou atitudes de desconcertos! A criança sempre nos dá a noção do que ela exatamente quer saber. E não adianta o adulto projetar um tipo de pensamento de que a criança quer saber “A” ou “B” sobre o assunto porque, se assim o for, o adulto não acaba respondendo o que realmente a criança quer saber, mas o que ele acha que a criança quer saber!  E isso, com certeza, despertará maior interesse e estará instalada a famosa “saia justa”! Então, investigue o que ela sabe sobre o assunto, o que realmente ela quer saber, e acabe com o assunto. Ponto!


Agora, se houver reações de risos ou embaraços diante de perguntas simples, elas se interessarão muito mais pelo assunto e o adulto, em questão, não terá mais sossego porque ele será invadido mais e mais por perguntas e mais perguntas! O adulto tem noção do que seja sexo, de suas implicações, do que representa isso na vida de uma pessoa, da divulgação desenfreada que a própria palavra “sexo” ocorre na mídia... então, o importante é saber o que paira pela cabecinha da criança e não pela do adulto! Pensem nisso!

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Como a publicidade tenta moldar os pensamentos infantis!

Esta história aconteceu com uma menina de cinco anos. Ela viu na TV uma propaganda infantil sobre uma máquina de fazer sorvete para crianças brincarem.  Pediu, chorou, fez chantagem para conseguir o presente, uma vez que não era uma data especial e seus pais somente a presenteiam em datas especiais como aniversário, dia das crianças e Natal. Não vou discutir aqui as datas em si, mas o que aconteceu. Pois bem: seus avós compraram o brinquedo.

Quando a menina abriu ficou maravilhada! Mas foi só colocar em prática que pôde perceber que a tal máquina na TV fazia e acontecia, mas que na vida real não era bem assim. Logo ela se desinteressou pelo brinquedo. A mãe, por sua vez, bastante indignada, me perguntou o que fazer, já que a filha queria tanto e depois não quis mais, e que perdendo o interesse lá estava a máquina, bem cara por sinal, encostada em um canto da cozinha! Fiz a essa mãe seguinte pergunta: qual foi a resposta de sua filha quando viu o brinquedo? A mãe me contou que a criança não quis mais o objeto por que na TV ela fazia sorvetes de todos os sabores e cores, que a dela estava quebrada por que não saia nada bonito e nem colorido.


Pois bem, quando a criança quiser um brinquedo que aparece na TV, o melhor a fazer é levá-la na loja, mostrar o brinquedo em si, ler o que está escrito na caixa com calma, porque as propagandas infantis são lindas e mágicas no vídeo, ou seja, lá tudo acontece: bonecas com asas voam pela floresta, máquinas de sorvete fazem todos os sabores e em grandes quantidades, monstrinhos comem bolachas... Por isso, o melhor a se fazer é explicar, mostrar para a criança o que é real e o que é falso! Isso é muito importante para que elas percebam que as propagandas e a publicidade são, muitas vezes, enganosas e falsas, tendo como objetivo apenas provocar desejos para a realização da venda, nada mais. Aposto que se a criança perceber antes os fatos como são, com certeza ainda na loja não vão querer o brinquedo, e aí vocês poupam dinheiro. É preciso ensinar ─ e aprender ─ que a publicidade infantil, assim como a adulta, molda os seres humanos, e que nós deveremos estar atentos para não sermos o tempo todo enganados!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

“Aquelas pestes não param um minuto, o que eu faço?”

Esta ajuda me foi solicitada por uma aluna do curso de Pedagogia que está sendo auxiliar de classe, juntamente com uma professora. Não gostei do modo como ela se referiu às crianças, chamando-as de “pestinhas”, um termo muito pejorativo. Ela contou que na classe onde está existem 10 alunos de dois anos, que ela tem uma filha com essa mesma idade, mas que sua filha é uma santa diante daqueles. Outra coisa que ela contava, bastante indignada, era que a professora não trocava as fraldas das crianças e que sobrava tudo para ela, enquanto a pedagoga ficava escrevendo no caderninho de cada um dos alunos, aos pais, como tinha sido o dia de seus filhos na escola.

Confesso que eu fiquei bastante indignada ao ouvir um relato desta natureza, por alguém que está cursando Pedagogia! Perguntei a essa minha aluna se ela realmente gostava da profissão e de trabalhar com crianças, porque, caso não fosse essa a sua escolha real, ainda dava tempo de desistir do curso e se envolver com outra profissão.


Crianças com dois anos de idade não podem pensar, sentir ou agir como nós, adultos; esse é um período da vida de descobertas, de experimentações, de ampliação de mundo e não de punições e ameaças do que é certo ou errado. Por exemplo, entrar debaixo de uma mesa pode ser algo muito interessante nesta idade e todos fazem isso! Agora, querer que eles não tenham esta atitude está errado; mas cuidar para que não se machuquem, sem punir, sem usar de grosserias, é o mais correto a se fazer. E ainda mais: se a professora, ou a auxiliar da classe entrar, também, debaixo da mesa para ver o que eles estão fazendo, participar com eles de seu mundo da fantasia e da brincadeira escolhida é o mais correto! É preciso entrar na magia que o mundo infantil pode oferecer a quem dele quer se aproximar, e não ficar tolhendo as atividades como se o ideal para uma criança de dois anos de idade fosse ficar sentada o tempo todo brincando com objetos ou brinquedos.  Nós, adultos, é que causamos stress nas crianças! Elas vivem se divertindo, brincando, entrando em um mundo de faz de conta, nos convidando o tempo todo a compartilharmos dessa alegria e desse jeito salutar de viver, que é o mundo infantil! Vamos lá, gente: voltemos a ser crianças junto com elas! Vejamos o quanto elas nos respeitam quando assim o fazemos, e o quanto essa convivência nos traz alegria e bem-estar!

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Estímulos demais, concentração de menos

Estamos em 2015, vivendo a mil por hora, com uma pressa danada, e cercados de muitos estímulos o tempo todo! Este é o período da pós-modernidade, a nossa contemporaneidade! Onde chegaremos com tanta pressa? Seria para morrermos mais rápido? Por que tantos estímulos? Estarão eles sendo transformados em conhecimentos, de fato?

Estamos conectados ao mundo todo em tempo real, recebendo um bombardeio de informações pela internet, pelas redes sociais, televisão, rádio. E o que estamos aprendendo realmente com isto? Como estamos utilizando estas informações em nossas vidas cotidianas para o nosso bem-estar?

Vejo crianças abarrotadas de horários, com mil atividades para serem feitas, estudos, esportes, aulas de outras línguas e, ao mesmo tempo, conectadas com seus aparelhos eletrônicos. Assistem aulas e mandam mensagens pelo celular, respondem nas redes por um novo perfil que apareceu, por uma foto interessante que surgiu... Será que estão aprendendo ou simplesmente seu nível de concentração, com tantas variáveis ao mesmo tempo, acaba por deixá-las cada vez mais dispersas?  Estudos comprovam que estímulos demais produzem concentração de menos! É obvio, já que ninguém consegue ficar prestando atenção em algo com tantas variáveis ao mesmo tempo. Dá para diminuir o estresse e aumentar a concentração com este mundo atual do jeito que está? Precisaríamos diminuir os estímulos e oferecer uma opção a cada vez, ou seja, cada hora a oferta de um estímulo acompanhado de um objetivo para estabelecer o ritmo, ao próprio cérebro infantil, de viver as experiências do dia a dia com mais foco e integridade. Por exemplo, fazer as refeições sem os celulares por perto. Será que conseguimos?


terça-feira, 9 de junho de 2015

Você sempre será a criança do papai e da mamãe!

Ouço esta frase muitas e muitas vezes, seja por parte de pessoas conhecidas, seja por desconhecidos em filas, restaurantes, supermercados... até mesmo com filhos de 26 ou 27 anos. Ouço, inclusive, as justificativas: “Meus filhos (as) sempre serão crianças!” Cuidado, pais, dessa forma vocês estarão infantilizando seus filhos, dizendo que eles serão sempre crianças! É claro que eles sempre serão seus filhos, mas com a beleza que cada idade possui! Seus filhos crescem e deixam de ser bebês para se tornarem serem crianças; depois continuam crescendo e amadurecendo para se tornarem jovens e, depois, adultos, com seus compromissos e responsabilidades. Agora, quando os pais valorizam apenas uma época da vida de seus filhos, muitos destes adquirem uma atitude e personalidade de se tornarem eternamente infantis; e seus pais, na maioria das vezes, nem percebem o mal que isso lhes causa!

O correto é valorizar sempre o presente, viver nele e educar para cada etapa da vida. Eles mesmos não gostam de serem comparados a sua própria infância; alguns até dizem: “não sou mais bebê. Não sou mais criança”!  Na adolescência, então, eles sentem até vergonha de serem chamados de crianças, principalmente quando estão naquela fase de mudar de voz e de crescer os pelos pelo corpo!


Cada fase tem características próprias, oferecendo maneiras de se pensar, de sentir e de agir no mundo de maneira própria; então, por que não vivenciar cada fase como única e especial? Pais: quando sentirem nostalgia de um tempo que não volta mais, olhem fotos, façam uma sessão de recordações, mas vivam o presente e entendam que seus filhos cresceram e que já saíram da barra de suas saias e calças para serem pessoas construtivas! Lembrem-se de que vocês não viverão para sempre e nem precisarão de seus filhos o tempo todo! O exemplo deve ser dado sempre, de maneira natural e espontânea, já que o processo da educação se instala a cada momento como algo único e especial!  Mas é muito importante respeitar e valorizar a idade que cada um tem!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

“Você acha que dinheiro dá em pé de árvore?”

Uma menina, de sete anos, pediu para sua mãe dinheiro para comprar um livro de histórias. A mãe, estressada, e com o dinheiro apertado em tempos de crise, verbalizou a frase do título. A menina respondeu, “eu sei que não dá em pé de arvore, senão eu já tinha plantado esta árvore aqui em casa, e todo mundo teria várias delas. A mãe ficou com mais raiva ainda e deu um tapa na filha. Depois se arrependeu e me perguntou o que deveria fazer.

Pais: não falem absurdos para não escutarem respostas que não querem ouvir! As crianças de hoje são espertas e argumentativas, e muitas vezes são mal interpretadas por isto. Quem começou a falar errado foi a mãe que estava estressada e reproduziu uma frase que ela ouvia quando criança de seus pais. E isto não é educar.

Se você não tem dinheiro em um dia, isto é normal; nem sempre temos dinheiro em nossas carteiras, nem sempre estamos com disponibilidade financeira para fazer compras extras! Mas digam a verdade, expliquem a questão financeira, os compromissos agendados.  Conversem sobre o que gastam e porquê gastam, com o dinheiro que ganham. Expliquem às crianças que, naquele dia vocês não têm, mas que quando tiverem, poderão comprar atendendo ao seu desejo! Isto é ensinar a educação financeira!

Então, quem diz absurdos vai escutar absurdos! Vejam que, no caso do exemplo dado, não adianta dizer que a criança é que está errada, quando quem provocou tudo foi sua mãe. E, pior ainda: a criança apanhou por uma resposta atravessada a uma péssima explicação dada por um adulto!  Santa ignorância.


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Que notas ruins, seu burro!

Quantos de nós já ouvimos a frase acima de nossos pais, irmãos mais velhos ou até mesmo de nossos professores! Será que esta frase realmente ajuda na construção de conhecimento de alguém? Penso que não!

Não perguntamos por qual motivo a criança tirou nota baixa; não lhe perguntamos o que havia acontecido naquele dia, como ela estava... não lhe damos a chance de responder o que ela acha que deveria fazer para tirar notas melhores; o quanto ela estudou para aquela prova, se ela sinalizou, antes da prova, que estava com dificuldades para compreender e dominar aquele conteúdo, enfim, a maioria dos pais vão logo cobrando sem nem saber o porquê e os professores acabam tendo o mesmo tipo de atitude, sem mesmo considerar que o aluno tem o direito de refletir e de dar uma explicação sobre o que aconteceu para que a nota fosse tão baixa! Os pais acabam repreendendo seus filhos, como se eles fossem uns fracassados que não têm condições de cumprir com o óbvio! Quanto aos professores, estes se esquivam de que a sua responsabilidade era verificar, ao longo das atividades dadas em sala e das tarefas enviadas para se fazer em casa, se o aluno em questão estava conseguindo realizar e acompanhar de maneira suficiente as aulas e o conhecimento ministrado! Infelizmente agimos como se o filho, ou o aluno, devesse ser o melhor o tempo todo, sem ter o direito de se mostrar como um ser humano, com direito a falhas e acertos!

Pois saibam, pais, que na vida não gostamos de todas as disciplinas que temos na escola, ainda mais com este currículo atual, tão defasado da realidade cotidiana. Professores: neste momento não vou discutir o ensino em si, mas a atitude que os adultos têm, diante de uma criança ou de um jovem que não conseguiu bons resultados nos estudos.

O que fazer? Simples... Depois de perguntar o que houve, para a criança, procurar educar e ensinar com paciência, buscar outras maneiras de realizar o ensino para que a criança possa compreender e aprender. Sentar junto, ficar ali disponível, ter uma atitude de presença e de parceria diante do estudo, fazer a tarefa junto com a criança, ou com o jovem... mas não com celular na mão! Observar seus erros e, com cuidado, apontá-los para que sejam corrigidos. São atitudes que devem ser feitas com carinho e atenção. Burro é quem chama o outro assim, por que não percebe que em nada este comportamento ajuda na construção de um ser humano! Em nada fortalece a sua capacidade de aprender e de refletir diante da dificuldade; pelo contrário: pode até mesmo bloquear a aprendizagem de alguém para sempre. Que tal, em vez de burro, dizer assim: “Você é inteligente; só não acertou naquele dia, mas vamos juntos descobrir onde e por que você errou, para aprender para não errar mais?”


Observem o que esta atitude pode causar na vida de alguém!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Pensar: capacidade de observar, compreender e criar

Muitos professores me perguntam como fazer para a criança ter criatividade. Vamos lá: ninguém nasce criativo! Trata-se de uma aprendizagem como outra qualquer, mas desde que se propicie às crianças estímulos para isto. Por exemplo: deixar os bebês experimentarem o manuseio com tintas; oferecer-lhes espaços abertos para rabiscarem o que quiserem e como quiserem; permitir que sua sensorialidade seja estimulada possibilitando-lhes que o tato, o olfato, o paladar, a audição e a visão recebam estímulos diversificados. Com relação ao manuseio de tintas, essas que são utilizadas nas escolas de educação infantil, isso é muito bom, ou será que vocês acham que apenas quando as crianças tiverem três ou quatro anos é que poderão mexer com tinta?

Estimular a criança a observar um pássaro voando, uma flor se abrindo, um lago ou rio, peixes no aquário, enfim, estimular na criança a sua capacidade de observação é o primeiro passo para o processo de criação.


Compreender que o que a criança está vendo é o segundo passo, ou seja, auxiliar nessa observação: ”isto é um pássaro voando”. Mostrar a ela como é o corpo desse pássaro, como são suas penas, seu formato, suas cores... qual a diferença entre um sabiá e um beija-flor, enfim, estas são perguntas que farão com que a criança comece a ampliar sua visão de mundo. No entanto, muitos professores acham que as crianças criam “do nada”, que a criatividade é natural do ser humano, e que aparece assim, de repente! E não é bem desse jeito!  Para criar, temos que ter modelos naturais, ou não, mas modelos. Agora, podar este processo, ou até mesmo dizer que está errado ou feio, pode atrapalhar o desenvolvimento e a criatividade de alguém.  Portanto, deixem que as crianças ─ desde bebês ─ experimentem estas sensações com liberdade de criação. Assim, poderão ser artistas de sua própria vida, tecendo cada encontro e cada situação com a arte da alegria, do bem-estar e da bem-aventurança!  Experimentem permitir o nascedouro da criatividade do Ser! 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Não admito que meu filho cometa erro! O que fazer?

Muitos pais projetam nos filhos suas frustrações e inseguranças, e querem que eles sejam aquilo que eles não conseguiram ser. Por isto, acabam por não admitir que os filhos errem, ou melhor, não admitem os erros dos filhos. Isto não é saudável e nem ajuda na construção da vida dos mesmos. Surtar quando seus filhos erram, não ajuda na autoestima dos pequenos. Já ouviram o ditado popular “errar é humano”? Então, todos nós podemos errar uma hora ou outra, isto faz parte do processo chamado vida, e nela existem aprendizados que temos que passar para evoluirmos como pessoas.

Existem duas maneiras de se lidar com erros: ajudar os filhos a aprenderem e crescerem com o erro, ou simplesmente dizer-lhes que os erros são ruins. A primeira alternativa traz consciência dos fatos e, possivelmente, não ocorrerá novamente; já a segunda alternativa, não constrói um ser humano forte e capaz de superação.


Todo erro causa uma frustração e uma oportunidade de crescimento de forma saudável. Admitir erros, corrigir problemas e se sentir bem, depois do processo, é algo que contribui para a autoestima de qualquer pessoa. Não exigir sempre acertos, mas aprender com os erros faz parte do processo chamado VIDA! Agora, existem pais que surtam com os erros dos filhos e isto em nada ajuda na formação positiva de um ser; ao contrário, se esta criança modelar o comportamento do pai/mãe, vai acabar por modelar, também, o surto em vez de aprender a lidar com o problema. Na vida, às vezes, precisamos pular um galho de árvore; algumas vezes encontramos troncos tão fortes que temos que desviar e, em certas circunstâncias, o melhor a se fazer é não bater de frente com o mais forte e esperar uma outra oportunidade. Isso sim é viver! Mas se os adultos não oferecem um bom referencial aos pequenos, como é que estes poderão aprender?