segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Com crianças de três a cinco anos: qual é o papel do adulto nesta idade?

Pois bem: nesta idade já ocorreu o despertar da autoconsciência, mas, calma! Não comecem a achar que a criança pode se lembrar de tudo e saber de tudo, porque ela só tem quatro ou cinco anos. O cérebro da criança, até certo ponto já está pronto para a pequena possibilidade de memória a partir dos três anos de idade; as primeiras lembranças de nossa infância acontecem bem neste período.

É uma idade muito rica e é importante que saibamos que não devemos ensinar conceitos abstratos para as crianças porque elas precisam formar imagens mentais, e só o fazem a partir do que conhecem concretamente. Por exemplo: se querem que ela se lembre do que seja uma maçã, a criança precisa conhecer o que seja uma maçã de verdade. O pensar, nesta fase de três a cinco anos, acontece de forma adequada se forem proporcionadas vivências concretas para a criança experimentar.

Nesta fase, a criança começa a criar histórias e a imaginar situações: novos objetos se transformam em sua mente fantasiosa, desde um pedaço de madeira que pode se transformar em um avião, até um pouquinho de areia que transforma em um delicioso bolinho de chuva! Mas lembrem-se sempre: ela só realiza essa transformação se conhecer, por exemplo, o que vem a ser um avião, ou um bolinho de chuva! Ninguém imagina nada do nada; tudo precisa ser imaginado a partir de um modelo que conhecemos. Pode ser que a criança nunca tenha entrado em um avião, mas já o conhece por meio de filmes, desenhos, fotos, brinquedos... Então, neste sentido, ela imagina o pedaço de madeira como avião a partir do repertório que ela tenha do que vem a ser, realmente, um avião.


Neste período também surgem muitas perguntas: perguntam sobre a vida, a morte, sobre Deus, sobre a natureza e sobre ela mesma e os outros... Então, é importante responder de forma correta e, mais do que isto, perguntar antes sobre o que ela sabe a respeito do assunto em questão, porque é importante conhecer o universo de seu pensamento infantil, e não avançar trazendo abordagens  que pertencem ao referencial adulto. O que não podemos é deixar a criança sem respostas, ou com respostas erradas, porque há pessoas maliciosas que gostam de responder de forma inadequada, oferecendo à criança um mundo falso de conceitos e de pontos de vista. Então, para que isto não aconteça, devemos conhecer o pensamento infantil para dar a resposta que a criança quer e precisa saber, e não as respostas que achamos que devemos dar! 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Todo trabalho educativo exige do adulto uma autoeducação

O que vem a ser se autoeducar? É buscar se atualizar com relação ao mundo que está a nossa volta, compreendendo a dinâmica das pessoas e das situações que permeiam a nossa sociedade. Por exemplo, uma pessoa que tem, hoje, mais de 40 anos de idade, não nasceu na era da tecnologia, diferente do que ocorre com as crianças de uns dez anos para cá. Assim, autoeducação é entender como foi sua educação e se ela não está ultrapassada para os dias atuais. Neste sentido, se quisermos acompanhar os avanços da sociedade teremos que nos autoeducar em relação aos aparelhos e tecnologias que estão no mercado.

Voltemos a questões de comportamento: será que estudamos a mudança de comportamento das crianças atuais e ficamos sempre a comparar com a nossa? O processo da autoeducação requer que joguemos fora comportamentos que não servem mais, e que passemos a adquirir novos conhecimentos sobre nós mesmos, sobre as formas de nos relacionarmos em sociedade, seja nos ambientes mais íntimos, seja em contatos mais formais.  Há pessoas que acham que esse tipo de atitude e de conduta não muda, que sempre precisamos agir da mesma forma, quer seja numa época, quer seja em outra! Ora, conceitos e atitudes mudam ao longo dos tempos: por exemplo, há uns cinquenta anos atrás, chutar um cachorro vira-latas na rua era um hábito bastante comum entre as pessoas; hoje em dia, há sociedades de defesa dos animais que podem vir a multar uma pessoa que realize uma ação dessas, alegando maltrato ao animal indefeso que está nas ruas, faminto e sem dono.

Um outro exemplo, é achar que uma criança é malcriada porque sabe mais sobre um assunto que um determinado adulto, ou que ela deva ficar quieta quando não recebe explicações claras para que ela não faça determinada coisa que ela tenha pedido autorização para fazer ─ uma viagem, uma compra, um novo corte de cabelo, etc. Muitas vezes o adulto discute de igual para igual, querendo impor um jeito de ser e de pensar bastante desatualizado.


A criança de hoje é argumentativa e, para ela, o que você achava que era respeito com os adultos há 40 anos, hoje não é mais! Os comportamentos mudaram, a sociedade evoluiu e acompanhar esta evolução requer de nós, adultos, uma autoeducação, ou seja, reflexão a todo momento para saber se estamos acertando ou errando. Afinal de contas, não somos infalíveis; somos seres humanos com os nossos medos, receios, frustrações, alegrias e tristezas! Somos gente e precisamos rever nossos conceitos, a todo momento, para sermos melhores pessoas e melhores exemplos.Reflitam...

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Você jogou fora a lembrancinha que fiz para você

Era dia dos pais e Raquel trouxe da escola a lembrancinha que havia feito para seu pai. Ele olhou, agradeceu, deixou ali de lado e, depois, no fim do dia, Raquel percebeu que o pai havia jogado a lembrancinha no lixo da cozinha. A filha, indignada, perguntou: “Por que você jogou fora o que te dei, não gostou?” E o pai sem graça respondeu, ”gostei sim, mas não tenho onde guardar”. A menina ainda deu continuidade e perguntou se naquela casa não havia um lugar para o pai guardar o que ela havia feito a ele, enfim, quanto mais ela perguntava, mais o pai queria achar palavras para explicar e menos ele conseguia, porque quanto mais esse pai se explicava, mais ele se complicava. Quando não tinha mais argumentos o pai disse à filha: “tá bem, eu vou tirar do lixo e guardar lá no escritório”; mas a garota respondeu: ”agora não quero mais; você já jogou mesmo”.

Esta atitude do pai demonstrou indiferença para com sua filha! Pais, por favor, guardem todas as lembranças que seus filhos lhes dão, seja uma flor, um desenho, um presentinho brega, uma pequena recordação, seja o que for! Isso demonstra que você valoriza e se importa com ele.


Hoje, com as redes sociais, tire fotos, demonstre que realmente gostou; ele se sentirá valorizado e querido por você! Fará com que se sinta mais próximo de você, porque perceberá que é importante em sua vida. Crianças costumam dar cartinhas, flores, papéis, bilhetes... Assim, tudo o que vocês receberem recebam com alegria e demonstrem satisfação. Mais vale uma pequena lembrança em um papel de pão, do que não tê-la ou perdê-la pelo caminho da vida.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Período de alfabetização sendo antecipado

Alguns pais e professores acham que quanto antes a criança aprender a ler e a escrever melhor. Algumas escolas até forçam as crianças, neste sentido, dando atividades de leitura e escrita de letras desde os quatro anos de idade. Com 4 anos de idade a criança precisa brincar, se divertir, interagir com o mundo a sua volta. Ela precisa ser criança, o mundo da leitura e escrita, sem dúvida, faz parte deste universo infantil, porém, tudo na vida tem seu tempo de amadurecimento.

Na natureza as plantas precisam crescer e dar flores para, depois, darem frutos; conosco, seres humanos, também é assim; são as chamadas fases do desenvolvimento que precisam ser respeitadas. “Cada coisa a seu tempo”! Estes que utilizam esse ditado popular são bem sábios, porque adiantar é queimar etapas importantes do desenvolvimento infantil que, depois, podem fazer falta na vida da criança.

Quando comemos uma fruta amadurecida de forma artificial seu gosto pode ser bem diferente do que o da fruta original; tem o caso das frutas cultivadas em ambiente artificial e que são amadurecidas de forma forçada, em ambiente também artificial; vejam os casos, por exemplo, dos morangos orgânicos e dos morangos que utilizam agrotóxicos: o gosto de cada um é tão diferente que nem parece se tratar da mesma fruta!


Com as crianças é do mesmo jeito; por que não deixarem que elas experimentem o sabor de cada etapa? Com quatro anos de idade elas precisam andar de bicicleta, pular corda, subir em árvores, ralarem os joelhos... precisam pular amarelinha, brincar de verdade para conseguirem ser crianças, de fato, vivendo sua infância de forma saudável! Vamos deixar as obrigações e tarefas da escola, principalmente aquelas que se referem ao ler e escrever, para quando chegar a hora, quando elas realmente procurarem se interessar por tal aprendizado! Vamos deixar que as crianças sejam elas e irradiem a alegria e a felicidade de Ser! Pais, não adiantem nada achando que estão fazendo um bem para seus filhos! Lembrem-se sempre de que a Mãe natureza é sábia e nos ensina muito!   

terça-feira, 25 de agosto de 2015

“Pare de jogar e venha brincar com os seus brinquedos”!

Uma mãe me fez a seguinte pergunta nas redes sociais: “O que devo fazer se meu marido incentiva meu filho a jogar vídeo-game o tempo todo quando estão juntos em casa? Eles só brincam disso, e eu fico tentando fazer com que ele pegue outros brinquedos; mas o meu marido entra no mundo dos games e ele vai atrás! Com seis anos este menino não toma sol, não tem vontade de ir a outros lugares, nem se interessa por jogos ou esportes. Fica trancado o tempo todo no apartamento, com o pai, jogando. O que eu faço? Isto é saudável?”

Bem, vamos às análises: este comportamento de jogos eletrônicos é muito comum hoje em dia, mas concordo com esta mãe quando ela diz que o pai exagera, e que o menino precisa de outras distrações. Mais do que isto, esta criança precisa se exercitar, tomar sol para crescer saudável. Precisa de interação com outras crianças da mesma idade, ou até com as mais velhas; precisa sair e se divertir, e acho importante que se estabeleçam outras relações que não apenas com os pais.

Na verdade, este incentivo exagerado para utilizar somente jogos eletrônicos não é tão bom assim; às vezes chega a ser doentio! Tudo na vida tem que ser equilibrado, e tem o tempo certo para se fazer. Bill Gates deu uma entrevista para uma TV Americana dizendo que seus filhos utilizam, sim, computadores, mas têm tempo certo para isso todos os dias. Eu sou a favor do meio termo, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. A criança pode brincar com jogos eletrônicos, sim, mas também deve praticar esportes, interagir com outros tipos de jogos e brinquedos, passear, ir a um piquenique, correr, pular, enfim, ser criança.


Mãe, converse com o seu marido e mostre que esta atitude dele, para com o filho, está prejudicando a vida deste garoto; que em vez dele se desenvolver de forma saudável, acaba sendo incentivado pelo pai a desenvolver vínculos e relações de maneira virtual e não real! Afinal de contas, a vida não é assim! Temos que ter traquejo e habilidade para várias coisas, e se o garoto só sabe interagir com jogos eletrônicos, com certeza está se acentuando um traço em sua personalidade nada saudável para viver a vida real que o mundo tem a lhe oferecer. Pai: veja lá se a obsessão pelo game não é sua e você acaba pondo seu filho apenas para que você se realize! Cuidado: seu filho precisa de crescimento e de desenvolvimento saudável e real! Vamos dosar o contato com mundo virtual?

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Mãe escuta até o fim, é interessante você vai ver

Um menino chegou da escola e começou a contar sobre o que tinha acontecido, naquele dia, entre ele e seus colegas; seus pais, muito ocupados, não estavam prestando atenção direito ao que o filho dizia, porque a mãe estava fazendo o jantar, enquanto o pai assistia o jornal na televisão.
A mãe estava prestando atenção ao que fazia e o menino insistia para que ela o ouvisse; então, ela pediu para que ele deixasse a conversa de lado e fosse tomar banho porque já ia servir o jantar. O menino então respondeu: “você não está me ouvindo!” e ela disse: “claro que sim”; o garoto, muito esperto, perguntou: “então repete o que eu estava contando”. A mãe, sem saber o que fazer, disse: “vai logo tomar banho e chega de “trelele”.

O menino foi emburrado tomar banho e quando voltou para comer ainda estava emburrado. A comida deve ter descido atravessado, e tudo isto poderia ter sido evitado se alguém da casa prestasse atenção no que ele dizia. Por mais bobagem que pareça a história, é a vida de seu filho e vocês, pais, deveriam ouvir com toda a atenção possível. Eles se sentirão amados e felizes, e a comida não fará mal a sua digestão. Comer com raiva gera mais suco gástrico que o normal e pode prejudicar a digestão, ainda mais à noite, quando estamos prestes a dormir. Nesse caso, a comida não é digerida de forma saudável e os pais acabam sendo os culpados por algum problema digestivo que o filho possa vir a ter.


 Lembrem-se sempre disso, pois toda atenção é necessária para dar aos filhos, já que eles precisam compartilhar sobre suas coisas, seus sentimentos, as alegrias ou contrariedades que tenham sofrido. É importante deixar que a criança se expresse, e que conte o que sente; se isso não for aprendido quando eles são pequenos, então, na vida de adolescente acabarão sempre procurando uma pessoa fora da família para conversar e se aconselhar e aí, nem sempre essa pessoa poderá ser um amigo de verdade, ou uma pessoa confiável! Se ele não falar com você, ele começará a procurar alguém que o ouça e isso pode ter um grande risco, pois, se essa pessoa não for um amigo de verdade, poderá vir a levar o jovem para caminhos tortuosos. E depois, não reclamem! Ouço muitos pais de jovens que se envolveram com drogas dizerem assim: “não sei onde errei! Ele (ela) sempre teve de tudo!... e aí eu pergunto: será que tiveram a atenção necessária, ou somente conforto material?

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O que é educação?

Recebi algumas perguntas, “in box”, em uma rede social, para que eu definisse qual o meu conceito sobre educação, hoje, no Brasil. Então, aqui vai a resposta:

Sou a favor de uma Educação prática, aquela que prepara para a vida. Aquele aprendizado que realmente possibilita a sua aplicação no dia a dia das crianças, adolescentes e adultos. Um ensino verdadeiro, com significados reais, onde a cognição e o afeto caminhem juntos, e a mente e o corpo não sejam dissociados. Uma educação física, mental e emocional, que seja integral e integrada no sentido de desenvolver o ser humano como um todo. Estamos longe, ainda, de conseguir isto, porque precisamos mudar os currículos e a forma de ensinar. Velhos paradigmas de educação já não funcionam mais para esta nova geração, mas alguns estudiosos ainda acreditam numa educação de 1.920. Será que não está na hora de mudar?

Hoje ainda estudamos primeiramente a teoria para, depois, irmos para a prática; isso ocorre em qualquer nível de educação, desde o ensino fundamental até o ensino superior; para mim, já não funciona mais como metodologia de ensino, e talvez nunca tenha funcionado realmente e, por isto, estamos neste caos educacional em nosso país.

Pensem bem: estudamos no ensino fundamental, por exemplo, o conceito do que são ilhas; pois bem, eu me lembro da definição porque decorei o conceito: Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados. Este conhecimento é inútil para quem nunca foi em uma ilha de verdade; vejam bem: o mais importante é conhecer aquilo que vivemos para mudar a nossa realidade local, e não algo distante de nós. Mas sempre há aqueles que poderão dizer que nós temos que adquirir conhecimentos gerais sobre as disciplinas, quer esses conhecimentos façam parte de nossa realidade, quer não façam.

No entanto, o consenso dentro de uma educação que valorize o sentido e o significado das coisas que se aprende é que só se aprende algo, de fato, se o papel da experiência estiver direcionando o conhecimento a ser adquirido. Enfim, só adquirimos conhecimentos gerais se vivenciarmos as coisas, e essa vivência não precisa ser, necessariamente, pela presença física em todas as situações de conhecimento, porque isso seria impossível! O que pode ser oferecido, dentro de um currículo de aprendizagem experiencial, é que os sentimentos estejam presentes diante da aprendizagem. Assim, conhecer algo que não faz parte, geograficamente ou culturalmente do nosso contexto, pode ser aprendido por meio de filmes, leituras de narrativas, manifestações artísticas, etc., para que exista a participação de outros centros de atenção para aquela aprendizagem, e que não seja apenas pelo conceitual que vem pela palavra do professor ou do livro didático. Afinal de contas, todos concordam que a decoreba para uma prova pode salvar uma nota de um bimestre, mas não contribui, em nada, para uma avaliação diante da vida. Por isto é que digo que os currículos precisam ser mudados, e a maneira de se ensinar também!

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Cuidado com o face book de seus filhos!

Para se cadastrar no face book é preciso ter pelo menos 13 anos, mas conheço crianças com oito anos que já estão cadastradas e interagindo com pessoas que talvez nem conheçam. Elas insistem, brigam com seus pais e dizem que todos na escola têm “faices”. Nas redes sociais têm joguinhos eletrônicos que atraem as crianças, fazendo-as interagirem outros.

Certo ou errado, ter face com tão pouca idade, não sou eu que vou julgar, porém, cuidados devem ser tomados. Verificar o que as crianças estão fazendo, com quem estão adicionando e teclando. Conversar e orientar, sempre, sobre os perigos da internet, exigir a senha deles para que vocês possam ter acesso a conversas in Box, enfim, toda atenção é necessária!

Fazer isso não é esbarrar na falta de privacidade; afinal, estamos falando de crianças e essas atitudes são cuidados de educação e de orientação que todos os pais devem ter, sem que o filho se sinta invadido ou prejudicado diante de sua privacidade. Nós sabemos que é por meio das redes sociais que pessoas sem caráter e sem escrúpulos se infiltram, seja um hacker, ou um pedófilo. São pessoas doentes, psicologicamente falando, e as crianças são, para eles, presa fácil!


Então, observe que tipo de jogo as crianças estão baixando e jogando, interajam e vigiem, sempre! Isso é muito importante! E deixem claro, para seus filhos, que vocês estão fazendo isso porque vocês os amam e não porque querem controlar por controlar. Às vezes é mais fácil falar e explicar sobre um hacker (a pessoa que invade o seu computador/celular, pega tudo o que você tem nele e deixa o computador zerado, sem conseguir recuperar mais nada), porque talvez seja mais fácil de você explicar e do seu filho compreender. Sejam presentes e atuantes, verifiquem diariamente; se eles mudarem a senha, peçam novamente, entrem, conversem, expliquem. Vejam que se há necessidade de mudar de senha, é porque alguma coisa tem! Com tanta coisa no mundo virtual é preciso ser muito presente e real!

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Brincar com a criança é mais importante do que ser pai ou mãe tarefeiro

Mas o que são pais tarefeiros? São aqueles pais que somente se preocupam em serem motoristas, cozinheiros, administradores da casa, do trabalho e dos filhos... enfim , são pais que somente se preocupam em deixar tudo limpo, arrumado, organizado  e que não têm nenhum tempo livre para brincar com as crianças, para ouvir as suas vontades e necessidades, para acompanhá-las em seu lazer preferido, justamente porque estão sempre ocupados, seja em seus afazeres domésticos, seja em seu próprio mundo.

Não quero dizer com isso que os afazeres ou o espaço que cada um ─ seja pai ou mãe ─ deve reservar para si, não é isto! Mas as crianças sentem falta de colo, de proximidade e de cumplicidade; sentem falta de que alguém brinque com elas, que assistam juntos um filme ou um desenho de seu interesse; sentem falta de companhia para ler um livro, ou de simplesmente se divertirem, rirem e ficarem juntos.

É tão bom ficar perto de alguém que amamos, que sentimos carinho, apreço, atenção. Às vezes um chamego vale mais que mil palavras. É tão gostoso rir de uma piada, de algo que fez e que não deu certo... Mas o mundo atual exige de nós tarefas e mais tarefas, que sejamos sempre competentes, e nem sempre somos assim. Precisamos rir, nem que seja de cócegas, precisamos olhar nos olhos uns dos outros, precisamos sentir que temos alguém, de fato, perto de nós, junto conosco. Uma vida saudável exige tempo uns para com os outros e não tempo para fazermos somente obrigações. Brincar exige que deixemos de lado parte de nosso tempo para as obrigações, e que procuremos nos entremear com mundo infantil do qual já fizemos parte anos atrás!


Preciso contar uma coisa para vocês: quando eu era professora de Educação Infantil, eu adorava, justamente porque eu podia brincar com as crianças, entrar nesse universo infantil com o coração aberto e pleno! Mas agora, como professora do Ensino Superior, se eu fizer isto posso até ser mal interpretada, já que o mundo adulto exige obrigações, tarefas, fundamentos para cada uma das ações realizadas! Mas na minha vida pessoal, sempre que posso estar com pessoas a quem eu amo, de fato, eu brinco, compartilho, ouço e me entrego! Brinco com minha sobrinha, dispendo um tempo somente para nós duas para que possamos fortalecer os laços de afeto e de sinceridade, que possamos ser sempre saudáveis, mantendo sempre acessa nossa admiração mútua.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Comida japonesa: que delícia!

Estava passeando em um shopping, na hora do almoço, nas férias. Fui almoçar, peguei meu prato e me sentei; na mesa ao lado à minha, estavam duas meninas uma de uns seis ou sete anos, a outra com uns quatorze, e o pai delas. Para minha surpresa, o pai e a irmã mais velha comiam sanduíche, enquanto a garota de seis anos estava almoçando comida japonesa! Aquela cena me intrigou e como estávamos próximos, perguntei à garotinha quem a ensinou a comer comida japonesa? Para minha surpresa, o pai respondeu: “é estranho, lá em casa ninguém gosta de comida japonesa e ela pediu, pela primeira vez, quando tinha quatro anos e meio; demos, e desde então ela come todas as vezes que vem ao shopping”.

A garotinha me respondeu que é uma delícia, que ela adora comer de forma saudável, e que aquela comida é muito boa para a saúde. Achei uma graça a resposta da menina, então eu perguntei: “e quem te ensinou a gostar de comida japonesa?” Ela respondeu que tinha uma amiga da escola, que era de origem japonesa e que aprendeu com a coleguinha.

Fiquei bastante pensativa! Vejam como somos influenciados pelo meio que convivemos! Nesta família, ninguém gosta de comida japonesa, e a filha mais nova, por ter uma amiga nipônica, aprendeu a gostar. E o pai ainda acrescentou: “Ela come muitos legumes, verduras que não temos o hábito de comer em família; ela come nabo, rabanete, brócolis, couve flor. Minha esposa compra somente para ela”. A garotinha falou que é uma delícia e saudável; que quer viver muito como o avô de sua amiga nipônica; que ele tem 95 anos, fala, conta história de quando ele morava no Japão, que ele canta, anda bastante e come de tudo!


Vejam só o que são referências na vida de alguém: esta menina deve adorar sua amiga, a casa e a família dessa amiga, bem como esse seu avô! Tanto deve adorar que, para ela, eles é que são exemplos de saúde, e não seus pais. Às vezes não entendemos os gostos das crianças, mas é só observar o seu meio que conseguimos detectar os gostos e as referências. Se ela continuar pensando em sua saúde e na boa alimentação, possivelmente terá uma vida saudável como o avô de sua amiga. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A singularidade de cada um deve ser aceita e respeitada

Não existem duas pessoas iguais no mundo. Não estou dizendo geneticamente, mas psicologicamente; cada um é cada um. Este ditado é velho, mas parece que ainda queremos que todos sejam iguais e isso é impossível. Queremos que todos gostem da mesma cor, da mesma marca, do mesmo prato, da mesma escola, da mesma professora, enfim...

Mas se no mundo ninguém é igual a ninguém, como fazer para aceitar e respeitar as diferenças dos outros? Simples: é só não se achar a melhor pessoa do mundo, perfeita, e aceitar cada um como é. O grande problema da humanidade é que as pessoas se esquecem de que todos temos defeitos, de que não somos perfeitos, de que cada pessoa tem um nível de compreensão e de percepção da realidade. Que o que é certo para um, pode não ser tão certo para outro.


Cada indivíduo tem a sua maneira de pensar, sentir e agir, efeito de seu meio biológico, psicológico e social. Somente as pessoas que querem que os outros mudem é que não entendem que cada um precisa ser respeitado do jeito como é. Ninguém precisa mudar seu jeito de ser para agradar ao outro; quando tentamos mudar o outro não o aceitamos como ele é. Talvez nem nós mesmos nos aceitemos como somos, então, por que querer mudar o outro? Não estou dizendo aqui que tudo é perfeito, não é isto, mas somente que cada um cuide de sua própria vida e deixe a do vizinho de lado. É tão bom e importante aprender a cuidar da própria vida, mas poucos percebem isto porque estão interessados na vida dos outros, em querer mudar a religião do outro, a sexualidade do outro, o gosto, o tempero, a escolha de lugares para viajar... Gente! Vamos cuidar cada um da própria vida? Vamos nos aceitar como somos para não ficar querendo mudar o outro? Vamos viver para perceber que podemos ser felizes do jeito como somos sem querer interferir na vida do outro? Que tal começar a praticar o ato de ser feliz?

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Reforce o poder da possibilidade de seus filhos

Muitos pais esquecem que precisam reforçar, todos os dias, o poder de que as crianças são capazes de vencer as dificuldades que encontram.Percebo que eles sempre se lembram dos defeitos e das coisas que seus filhos ─ pequenos ─ ainda não conseguem, ou não sabem fazer! Mas encorajar para serem vencedores, mostrando que tudo na vida é superação, que se necessita de planejamento para que as coisas aconteçam, e que precisam acreditar na capacidade que possuem para chegar a algum sucesso... puxa, muitas vezes isso é deixado de lado!

Mas como fazer isto?

Simples! Aqui vão algumas dicas: conte-lhes histórias inspiradoras (sobre si mesmo, parentes ou figuras famosas). Pensem juntos como conseguiram ter sucesso nas empreitadas realizadas, como fizeram planejamentos, como é que tudo aconteceu, o que é que as pessoas falaram após o planejado ter acontecido... enfim, coisas desse tipo.  Uma festa de aniversário, por exemplo, pode servir de história, desde a sua elaboração, e até os parabéns: como é que tudo aconteceu, o que foi preciso fazer dias antes, e na hora, como foi? Houve algum imprevisto? Como é que foi resolvido? O que as pessoas que vieram na festa comentaram sobre a mesma? Vejam bem: isso tudo são partes que compõem uma história de sucesso. Os adultos acham que precisam de grandes histórias e se esquecem de que um simples almoço de sucesso, ou um aniversário, servem como exemplos de histórias encorajadoras.


Outro ponto importante é ajudar as crianças a fazerem planos para atingirem seus objetivos, já que todas as pessoas de sucesso planejam muito para atingir o que desejam. Muitas vezes fazemos os planos e nos esquecemos de contá-los e de participar as crianças sobre eles; assim, como aprenderão se vocês não educarem para isto? Se a criança vacilar falando que não consegue, que não vai conseguir, encoraje, dizendo que você acredita na capacidade de sucesso dele. Quer melhor incentivo do que quando recebemos das pessoas que amamos um: “você é capaz, eu acredito em você, estou com você em tudo na sua vida”?  Criança de sucesso possui pais também de sucesso!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

“Põe chinelo, já falei! Vou contar até três...

...Um, dois, três... Nada! O que fazer? Já conversei com a minha filha de dois anos que ela tem que colocar o chinelo no pé nestes dias mais frios porque o chão está gelado e ela pode ficar gripada e com febre, mas ela não me obedece. Já comprei pantufas, meias antiderrapantes, e nada. Quando fico nervosa e ameaço bater ela ainda diz que está procurando o chinelo e não está achando. Socorro, o que devo fazer?”

Perguntei a esta mãe se todas as vezes que a criança ficava descalça ela ficava com febre e resfriada; a mãe me disse que não, que era uma ou outra, mas que dizia assim para que a filha ficasse assustada e temerosa de uma nova gripe, e aí colocasse o chinelo.

Pois então, meus queridos pais: para quê fazer um carnaval de batalha e de ameaças por causa de um simples chinelo? Quando falamos algo, antes que aconteça, acabamos por sugestionar o cérebro da criança e é bem capaz que ela adoeça, tendo em vista o fato de ter ouvido várias vezes a mesma ordem, com ênfase e, talvez, gritaria! Claro que haverá uma indução de sugestão e é bem provável que a criança acabe ficando doente, sim! Ora, por que não deixar a criança brincar sem chinelo ou, então, se o chão estiver realmente frio, tente colocar tapetes nos locais onde ela costuma brincar, caso isso venha a lhe trazer mais segurança quanto a impedir que a friagem penetre nos pezinhos. Mas lembre-se de que há crianças que sentem mais frio que outras, e há algumas bem calorentas, já que cada uma tem uma temperatura corporal; além disso, dependendo da brincadeira que está se realizando, o movimento também pode aquecer mais a criança que o adulto que está ali quieto, sentado observando. Isso é muito importante de se lembrar, ou seja, elas estão sempre agitadas, brincando, pulando e não sentem tanto frio como nós, adultos.


E tem mais: conversar sobre a importância de se colocar chinelo, com alguém de dois anos, que vive no mundo imediatista decorrente da própria idade, é jogar seu tempo e saliva fora. Não exija de alguém tão pequeno uma atitude de adulto. A mãe, do exemplo acima, ainda me repetia que falava todas às vezes sobre a importância do chinelo para que a filha não ficasse doente... Bem, então eu lhe perguntei quantas vezes ela mandava a filha escovar os dentes, e ela me respondeu que todas as noites e que, ainda assim, ela nunca se lembrava sozinha. Claro, mãe! Sua criança só tem dois anos, e tem atitudes de crianças com esta idade! O errado seria se com tão pouca idade ela já soubesse fazer tudo, lembrar-se de todas as coisas e se comportasse como você, adulto, quer. Neste sentido eu ficaria muito preocupada; o contrário está dentro do desenvolvimento natural da idade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Existem limites a serem ensinados para as crianças?

Esta pergunta chegou até a mim pelas redes sociais. Vamos às explicações: Para mim, é necessário educar e ensinar limites, sim, para todos os seres humanos. A vida adulta é cercada de limites, e não ensinar isto às crianças, desde pequenos, não é o mais correto.

Mas o que são limites? O que é certo, ou o que é errado? Estas perguntas devem estar permeando o pensamento de vocês neste momento. Vou dar um exemplo: podemos andar nus em lugares públicos que não sejam naturistas? A resposta é: Não! Então, uma regra criada pela sociedade é que todos devem estar vestidos em espaços públicos e sociais. Infringir esta regra é não ter limites.

Confunde-se muito, hoje, aqui no Brasil, democracia com liberdade. Ter limites é ser democrata, uma vez que é saber dos seus direitos e deveres para com a sociedade como um todo. Com o fim da ditadura militar, em 1985, nosso país vive a democracia, mas para mim há uma confusão entre liberdade e libertinagem. Ser livre, poder expressar suas ideias e valores é sinônimo de responsabilidade e não de permissividade total. Em todos os lugares e contextos existem limites, quer sejam geográficos ou comportamentais.


Então, o que fazer com as crianças? Simples: explicar porque pode e porque não pode. Fácil falar, sim, fácil falar, mas não buscar mudança em seu comportamento com elas não irá adiantar de nada. Não estou aqui defendendo castigos, brigas, ou até mesmo bater, não é isto. Estou aqui dizendo que os pais devem conversar mais e dialogar sobre o que os pequenos podem, ou não, fazer com a idade que possuem. Que tal experimentar a conversa de maneira democrática e aberta, sem medos de perder a autoridade? Aí, sim, você verá o que é adquirir respeito mútuo uns pelos outros. Vale lembrar que o exemplo é tudo: não diga ao seu filho para não falar palavrão nem xingar ninguém com nome feio, se na hora do nervosismo e da contrariedade ─ uma fechada no trânsito ─ você solta um baita palavrão!

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Desligue o seu celular e me dê mais atenção

Uma garotinha de seis anos estava voltando da escola, sendo que todos os dias sua mãe lhe perguntava como tinha sido na escola, se estava tudo bem, essas coisas; mas em um belo dia sua mãe não teve este comportamento porque estava falando no celular com sua amiga, e quando desligou se esqueceu de perguntar à filha sobre o seu dia na escola. A menina notou a diferença de atitude de sua mãe, e foi logo perguntando: “você não vai perguntar como foi a minha escola hoje?”

A mãe, sem graça, disse que deveria ter ido tudo bem, não foi? Ela intrigada respondeu “foi tudo bem, mas custava você perguntar, em vez de ficar falando no celular? O que é mais importante para você na sua vida: eu, ou sua amiga?” A mãe, intrigada, quando me encontrou me perguntou se sua filha estava com ciúmes da amiga dela.

Pode até ser ciúmes, mas acredito que seja, principalmente, a necessidade de atenção. As crianças, e também nós, adultos, gostamos de um momento de atenção especial para nós; alguns dias estamos mais carentes que outros, às vezes precisamos mais de alguém para nos ouvir, algumas vezes tivemos alguma decepção com algum colega... E a conversa ao telefone acabou atrapalhando uma rotina saudável que a mãe teria com ela, e isto a desestabilizou a ponto de a menina reclamar atenção.


Fica a minha pergunta: o que é mais importante: a amiga ou a filha? Que cada um responda para si quem precisava de mais atenção naquele momento: se a amiga, ou a filha, porque sabemos que cada situação é única. O que precisamos fazer, nestes casos, é perceber, realmente, quem precisa de mais atenção. Talvez a mãe pudesse dizer para a amiga que dali a uns minutos ela ligaria e, então, com o telefone desligado perguntasse à filha sobre o seu dia na escola. Muitas vezes nós subestimamos as crianças e os sentimentos que elas trazem pelas experiências vividas durante o dia; muitas vezes achamos que elas devem fazer tudo ao nosso tempo, e que elas devem-nos obediência cega por que somos adultos! Com isso, nós nos esquecemos de que as crianças precisam de atenção e de respeito. Então, respeite para ser respeitado!

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Brinquedos de plástico: o mundo não se resume só neste tipo de brinquedo

Estava assistindo a um programa de TV, no domingo, no qual a apresentadora estava na casa de um artista famoso (não irei identificar os nomes para não termos problemas); pois bem: este artista tem uma filha de sete anos, e na entrevista a apresentadora mostrava o quarto de brinquedo da menina. Fiquei só observando: era um típico quarto de princesa, com penteadeira, casa de bonecas, fantasias... tudo em rosa e lilás. Estava bonito, porém, era tudo muito artificial, feito de plástico, com todo o consumismo possível e, pior: um consumismo nada brasileiro.

Vocês devem estar pensando: “mas se os pais podem comprar tudo para seu filho, por que não comprar? Afinal, esta criança teve a sorte de nascer nesta família!” Vejam bem: não estou recriminado e nem estou questionando o gosto da decoração ou do tipo de brinquedos que compunham o quarto de bonecas; trago apenas uma reflexão sobre o fato de não se dar demais para os filhos brinquedos caros e prontos, principalmente quando os pais, em questão, não tiveram isso na infância. Outro fator, também, é a questão de se oferecer ao manuseio, apenas brinquedos plásticos. Hoje precisamos pensar em desenvolvimento sustentável e com reaproveitamento, redução e reciclagem de materiais para a manutenção do planeta, visando às novas gerações.

Que tal pensar em construir brinquedos com as crianças com materiais recicláveis? Além de ensinar a sustentabilidade, desenvolve a imaginação e a criatividade. Quando elas constroem objetos para brincarem, isso estimula a resolução de problemas, possibilita pensar em diversos pontos para ter como solucionar aquele tipo de construção e as regras que virão no ato da brincadeira. Isso é saudável quando pensamos que na vida adulta precisamos aprender a driblar com problemas o tempo todo; então, quando nossas mentes são estimuladas a fazer isto desde pequenos, quando adolescentes e adultos acabaremos por fazer com mais facilidade e criatividade.


Se eu fosse uma pessoa famosa, com um bom recurso financeiro, e com o pensamento de oferecer a minha filha atividades de brincar em um quarto de bonecas, com certeza eu investiria em uma babá, com talentos pedagógicos, para construir em minha casa um espaço de brincar que despertasse o olhar para a sustentabilidade, e que proporcionasse a construção de brinquedos e de brincadeiras! Olha! Seria uma oficina maravilhosa, de dar inveja a toda a vizinhança!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Falta de concentração é diferente de déficit de atenção!

Desde pequenos somos confrontados com situações diárias de adultos fazendo várias atividades ao mesmo tempo. Por exemplo, nossas mães lavavam roupa, faziam comida, atendiam telefone, cuidavam de nós... tudo ao mesmo tempo. Fomos assimilando todas estas atividades sendo realizadas ao mesmo tempo. Concentrar-se para fazer tudo junto é difícil e exige uma habilidade grande para ser eficiente; nem sempre elas conseguiam. Às vezes, a comida passava um pouco do ponto e até queimava, a roupa no varal era recolhida um pouco úmida, a carteira com o dinheiro acabava sendo guardada dentro da geladeira...

Bem, o que quero deixar claro é que todos nós, quando recebemos muitos estímulos ao mesmo tempo, temos uma redução no nosso estado de concentração.

Ao ler um livro, quantas vezes nossas mentes tagarelam, viajando para outros lugares, e quando nos damos conta, precisamos voltar parágrafos e parágrafos porque não sabemos mais o que estamos lendo por termos nos perdido em outras imagens, pensamentos e sentimentos que aquela leitura nos levou? Então: a isso se dá o nome de falta de concentração. As causas podem ser originadas por falta de dormir, por alimentação inadequada, problemas familiares, de trabalho, entre outros. Acabamos nos distraindo com facilidade quando não temos concentração naquilo que fazemos, mas isto não significa que todos nós tenhamos déficit de atenção.

Vamos lá: Déficit de atenção é um distúrbio de ordem neurobiológico que o indivíduo apresenta por alguma situação de imaturidade neurológica, apresentando facilidade de distração em quase todas as situações de sua vida, devaneios frequentes (imaginação viajante); são conhecidos, entre os familiares ou entre os educadores, como pessoas distraídas que vivem imaginado coisas, desorganizadas, com muitos esquecimentos e letargia/fadiga no fazer das tarefas.  Não dão atenção à escola, ao trabalho ou em outras atividades, mesmo em situações que possibilitem atividades recreativas. Parecem não escutar quando se lhes dirige a palavra, têm problemas com organização de atividades, não conseguem seguir instruções, desenvolver e concluir tarefas que, para os outros, parecem corriqueiras.  


Por isso, não confundam falta de concentração com déficit de atenção, pois ambos são diferentes. Não rotulem e nem queiram tecer um diagnóstico, pois este cabe a uma equipe multidisciplinar! Não cabe ao professor dizer a um pai ou mãe que seu filho (a) tem déficit de atenção. O professor pode perceber uma dificuldade de aprendizagem, relatar isto por escrito e encaminhar aos pais para que recorram à área da saúde, se for o caso! Nada mais cabe à função do magistério.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

“Tudo o que eu falo ele faz o contrário, então...

Se eu digo para o meu filho tomar banho, ele não vai; mas se eu falo para ele não tomar banho, aí ele corre e vai! Então, eu percebi que ele só faz o contrário do que eu peço; quando descobri isso, comecei a inverter as situações.  Falo para ele tudo ao contrário e ele ainda não percebeu; por enquanto está dando super certo, mas eu quero saber se isto está correto, ou não. O menino tem cinco anos de idade, e minha preocupação de mãe é até que idade ele vai entender dessa forma, e se isto não vai trazer prejuízo na vida adulta dele.”

Vamos lá: em psicologia não dá para dar certeza de nada; quanto ao futuro, isto poderá trazer algumas consequências. Perguntei para a mãe por que ela tomou esta atitude de dizer o contrário e como foi que isso tudo começou.

Ela me respondeu que ela sempre desafiava a criança ameaçando com punições quando ele não fazia o que ela queria, desde os três anos de idade, mais ou menos. Quando ele fazia alguma arte ela o ameaçava e o deixava de castigo. Muitas vezes ela dizia que, então, não precisava tomar banho àquela hora, nem comer, nem ir dormir... ou seja, a conversa foi longa e eu pude perceber que aquela mãe não agia corretamente, desde então, com uma criança de três anos de idade, que está aprendendo a discernir o que é certo do que é errado.


Muitos pais querem que as crianças de três anos ajam como se fossem adultos, tendo atitudes de adultos, e se esquecem de que a criança está aprendendo o discernimento. O modo como a mãe estava fazendo, desde os três anos de idade de seu filho, era o de desafiar a criança e, pior ainda, ensiná-la a cumprir ordens ao contrário! Vejam só, pensem comigo: se a criança faz o contrário daquilo que lhe é dito, como é que ela está entendendo esse contrário? Por que ela só atende o contrário? Como é que ela compreende os fatos? Tudo isto é para ser investigado, analisado, descoberto. Se hoje ele tem cinco anos, quando ficar maiorzinho, como será? A mãe sempre terá que falar o contrário para ele fazer algo corriqueiro no seu dia a dia?

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Olha que garrancho! Não consigo ler o que você escreveu!

Letra feia! Isto é o que a mãe quis dizer para esta criança. A letra é algo pessoal, depende de uma série de fatores neurológicos, psicológicos e ambientais, por exemplo, quando estamos com pressa, escrevemos de qualquer jeito somente para realizar o registro e dar continuidade ao que precisamos fazer.

Mas a letra sugere, também, como estão os nossos sentimentos: se estou triste posso escrever de maneira pequena; se estou tímida, não forço o lápis/caneta no papel, enfim, o que quero dizer é que a letra é algo único e pessoal para cada indivíduo, e forçar uma criança apagando o que ela escreveu e fazendo com que a mesma escreva novamente, pode até mesmo fazer com que a mesma fique com raiva e se mantenha com aquele tipo de escrita para o resto da vida. Brigar não é uma boa saída!
Muitas vezes um adulto não consegue ler, mas se pedir para a criança, ela lerá tudo normalmente. E dizer à mesma que ela não pode escrever, assim, porque ninguém conseguiria ler o que ela está escrevendo, está errado, porque a criança consegue ler o que ela escreve! Agora, se nem ela consegue ler o que escreve, então, neste sentido, sim, deve haver intervenção. O problema é que podemos confundir letra feia com disgrafia. Disgrafia é um desvio da escrita, é um problema de origem neurológica no qual a criança não possui a coordenação motora fina para segurar o lápis de forma correta e, portanto, não conseguirá escrever corretamente. E isto não pode ser confundido com letra feia.

Letra feia: caderno de caligrafia! Ajuda no treino motor; no entanto, a disgrafia não depende de treinos, mas de se entender o problema! Para a criança que apresenta disgrafia, o uso de computadores ou tablets com telas touch ajudam-na a escrever, porque basta um toque para que a letra surja na tela e não há a necessidade de coordenação ou de tônus.
Seria esse, o caso de seu filho?

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Irritação demais causa problemas físicos

Uma aluna me contou que todos os dias, à noite, ela irritava seu filho falando coisas que ele não gosta, somente para irritá-lo! Ela e o marido tinham este hábito, inclusive durante o jantar eles ironizavam bastante com o garoto. Após o jantar ele ia dormir, de manhã tomava leite e se dirigia à escola. Na escola, quase sempre passava mal, e muitas vezes tinha que voltar para casa. Mãe levou-o ao médico várias vezes, tiraram o leite de vaca por achar que estava apresentando um quadro de intolerância à lactose, melhorou um pouco, mas não passou. E o hábito de irritar continuava...

Quando eu comentei em aula sobre como o cérebro reage diante de situações estressantes, ela ficou pensativa e acabou dizendo “professora, eu irrito meu filho todos os dias, e ainda acho engraçado quando ele fica todo nervosinho! Nunca soube que acontecia isso!” Então eu disse a ela: “se você ama seu filho, de verdade, pare com esta atitude!” Ela conversou com o marido e ambos decidiram não mais ter a atitude que estavam tendo. Passou-se um mês e aí ela veio conversar comigo...

─ Professora, estou com a consciência super pesada! Lembra que eu te falei que irritava o meu filho só pra vê-lo zangadinho? Pois bem, eu conversei com o meu marido e nós paramos com isto. O Gabriel (nome fictício) parou de passar mal na escola, e a médica já liberou leite normalmente para ele tomar. Descobri que a irritação o deixava mal de estômago; estou tão mal com isto, mas ao mesmo tempo agradecida por você ter me dito o quanto isso era errado! Meu filho agora já está se alimentando direito e não mais passa mal na escola. O nosso relacionamento também melhorou muito!”


Eu fiquei lisonjeada, mas também fiquei emocionada com o depoimento dela. Mais do que isto: fiquei feliz por uma criança estar vivendo de forma saudável, após uma conversa minha com sua mãe. Se as pessoas soubessem o que causamos nos outros por atitudes bobas, por ignorância, por querermos nos divertir diante um ser indefeso... É incrível como problemas emocionais chegam ao corpo físico e podem causar doenças, muitas vezes, irreversíveis! Quantas pessoas seriam salvas se os adultos também fossem saudáveis! 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Criança agitada é diferente de TDAH

Hoje em dia é muito comum professores e pais confundirem o comportamento de crianças agitadas com hiperatividade. Vou explicar cada caso separadamente, para efeito didático.

As crianças hoje possuem muitos estímulos por meio dos recursos audiovisuais de internet, vídeos games, além de problemas familiares, por exemplo, pais que brigam constantemente perto dos filhos; que usam de violência física; que são separados e que quando se encontram competem entre si todo o tempo; que contraíram novo casamento e que a outra parte não se interessa pelo enteado (a); pais que demonstram gostar mais de um filho que de outro, parentes que interferem na educação dos filhos, na presença destes, enfim, é uma infinidade de situações que perfazem o ambiente familiar infantil da atualidade. Pois bem, isto tudo pode alterar o comportamento da criança ─ que está em pleno processo de desenvolvimento físico e emocional ─ possibilitando que ela se torne agitada, tensa, ansiosa... Outra situação a ser analisada é com relação à alimentação da criança: veja só, quando ela ingere comidas e bebidas que contenham cafeína, doces em excesso, condimentos e colorantes, excesso de embutidos, falta de regra com relação às refeições diárias incidindo em pouca variedade de alimentos, ou alimentação sem horário, isso também pode afetar e provocar distúrbios de comportamento gerando agitação ou até mesmo falta de concentração.

Já o TDAH é algo mais sério do que somente uma agitação momentânea. O transtorno do Déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) é de origem neurobiológica, que aparece na infância e acompanha a pessoa por toda a sua vida. Os sintomas são: desatenção, inquietude e impulsividade. As crianças são ditas como “avoadas”, vivem no mundo da lua, estabanadas, ativas e ligadas o tempo todo, mas com pouquíssimo tempo em cada atividade ou situação, tendo sempre atitudes de dar início a algo, mas nunca concluir, mudando sempre o foco. Com isso, não conseguem acompanhar a leitura de uma história, um raciocínio ou uma ideia expressa por alguém, não conseguem dar continuidade a coisas começadas, têm dificuldades com regras e limites, com organização, sequência e ordem.
O TDAH precisa de um diagnóstico preciso por parte de uma equipe multidisciplinar, ou seja, uma avaliação profunda feita por vários profissionais juntos (médicos, psicólogos, psicopedagogos, professores) cada um elaborando um relatório sobre o comportamento e as atitudes da criança nos aspectos que se referem à sua motricidade, comunicação, sociabilidade, cognição, até que os profissionais da área da saúde possam tecer, em concordância, um diagnóstico sobre aquele aluno. Por isso, professores, cuidado! Não digam esta criança é hiperativa, ela tem TDAH! A sua formação não lhes confere essa habilidade!


Infelizmente vejo acontecer, com alguma frequência em escolas, crianças sendo rotuladas e “diagnosticadas” por profissionais da área da educação, sendo que as crianças nem ao menos passaram por nenhuma consulta com um profissional da área médica. Então, cuidado, professores! Vocês podem rotular uma criança de hiperativa quando, na verdade, ela somente está agitada por algum motivo familiar, ou até mesmo alimentar. Reflitam...