segunda-feira, 4 de abril de 2016

Educação por gêneros: precisamos entender o que fazemos!

Ensinamos as meninas, desde pequenas, a cuidar de bonecas, a lavar louça, passar roupa, fazer comida, varrer o chão, manter o guarda-roupa em ordem, ou seja, ensinamos afazeres domésticos e contamos muitas histórias de contos de fadas, de princesas e do quanto é importante saber fazer essas coisas!

 Já para o gênero masculino damos bola, carrinhos, aviões. Quando eles brincam fazendo pontes, viadutos e estradas eles precisam fazer uso de conceitos matemáticos sem mesmo saber, ao certo, como isto se procede. Mas eles montam túneis para seus carrinhos passarem e esse processo envolve observação para altura, largura, peso.

Vejam só: ensinamos física e matemática para o gênero masculino, enquanto ensinamos a cuidar de casa e ter estética ─ pela linguagem imagética ─ para as meninas. Isto é cultural; porém, existe um preconceito com relação ao gênero e isso está enraizado de forma muito forte em nossa cultura, ou seja, o que está presente é o machismo, o autoritarismo e, principalmente, a sexualidade. Estamos em 2016, estudamos neurociências, concordamos que as pessoas são formadas por inúmeras características genéticas, por traços de personalidade e pelas oportunidades de acesso a vivências e experiências que o meio social  (familiar e escolar) podem oferecer... mas ainda assim nós classificamos as pessoas em categorias por gênero! Essa atitude, embora seja cultural, como dito acima, vem carregada pelo medo de que se agirmos de forma mais ampla, com relação aos brinquedos e brincadeiras da infância, as crianças poderão vir a se tornar homossexuais ─ meninos brincando com bonecas e as meninas com carrinhos ─ como se as profissões tivessem, em si, uma tarja de autorização por gênero! Olhem quanta ignorância ainda demonstramos ter!


Não defendo nenhuma causa em especifico aqui, só defendo que para educar precisamos educar a criança em todos os seus aspectos: físico, psicológico e afetivo. Se uma menina quiser e gostar de jogar bola, ela deverá ser incentivada a fazer este esporte sem preconceitos. O mesmo acontecendo com os meninos: se quiserem brincar de boneca, que mal tem nisto? Afinal, os pais  ─ homens ─ também não participam do cuidar de um bebê, seu filho? O importante é que cada um seja feliz à sua maneira. Sou contra qualquer tipo de preconceito, principalmente quando lidamos com a educação de crianças! Precisamos nos lembrar de que é muito importante para um adulto que já foi uma criança um dia ─ se sinta livre para ser o que é, para fazer a escolha de sua profissão, para imprimir o seu jeito de ser em cada coisa de seu dia a dia! É uma pena que a sociedade não tenha entendido, ainda, que nascemos para sermos felizes, e que não é fácil conseguir esse comportamento e sentimento quando, desde a mais tenra idade, se imprime uma forte tendência a ações classificadas por gêneros: isso é coisa de menino, aquilo é coisa de menina! Gente: estamos no século XXI, ou não?

Nenhum comentário:

Postar um comentário