Estava lendo um Projeto de uma
Escola de Educação Infantil, cujas crianças estavam no período de retirar a
fralda e pedir para ir ao banheiro, ou seja, o período de controle dos
esfíncteres. Uma das atividades desenvolvidas era simular essa situação
sugerindo que a criança levasse a boneca para o vaso sanitário e a segurasse
sentada, imitando a situação de estar fazendo suas necessidades fisiológicas. Bem,
achei essa atividade, ─ entre outra que vou comentar ─ um verdadeiro absurdo. A
criança não tirou ou levantou a roupa da boneca, mas simplesmente imitou o
gesto de sentá-la no vaso sanitário. Outra coisa: meninos e meninas fazem xixi
na mesma posição? Ou a atividade se baseava apenas em ensinar a fazer o “número
dois”? Então, não havia um boneco para
fazer o xixi em pé, em frente ao vaso sanitário. Portanto, pais e professores: quando
forem trabalhar com a imitação, que esta seja o mais real possível; se não,
atrapalha em vez de ajudar.
Além desta atividade já citada, outra
ainda me chamou mais a atenção: as crianças eram incentivadas a colar, em um
painel, uma fraldinha com o seu nome embaixo! Isso para quem já tinha
conseguido sair da fralda! E o cartaz chamava-se “Tchau, Tchau fraldinha”.
Fiquei pensando o quanto seria
constrangedor para uma criança que ainda não havia conseguido sair da fralda,
tendo sua situação assim exposta, porque seu nome ─ junto com a fralda ─ não
constavam do cartaz no painel. Considero esse tipo de atividade bastante ruim
para o emocional da criança; no meu conceito, em nada ajudará uma criança aprender
a sair deste período de fralda! Penso que em vez de incentivo, o tiro pode sair
pela culatra, ou seja, no lugar de ajudar, pode atrapalhar este processo. Expor
as fraquezas e/ou imaturidade em público pode não ser uma boa saída para este
tipo de criança e, mais ainda, pode ser bastante ruim diante das famílias e de
outras mães que têm os seus filhos ali naquela escola.
Reforços positivos do tipo
elogiar quem já consegue ir ao banheiro para fazer as suas necessidades físicas
é a melhor saída, mas ridicularizar alguma criança na frente de outras e
premiar outras, não é nada bom! Fazer uso de punição para tentar extinguir um
comportamento que, muitas vezes depende de fatores psicológicos e não somente
físicos é bem complicado! Eu, por exemplo, sou uma pessoa com 48 anos de idade
e quando saio de casa para passear, tenho dificuldade de fazer o “número dois”
em outro ambiente que não seja em minha casa. Vejam só: quando preciso ficar
alguns dias fora, por motivo de trabalho, estudo, ou mesmo a passeio, preciso
levar algum remédio. Não sei a causa disto em minha infância, mas tenho este
problema quando tenho que viajar por mais de 2 dias. Pensem em como podem
ajudar as crianças neste processo de desfraldar, tornando esse hábito um
aprendizado tranquilo, natural e real!
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