A mãe de uma criança de cinco
anos me contou este episódio que preciso comentar com vocês. Seu filho estuda
em uma escola da rede particular de ensino que oferece, tanto a Educação Infantil,
como o Ensino Fundamental. Essa escola possui um método de ensino, mas o que
importa aqui não é o método em si, mas o que acontece lá. Pois bem: existe um
leão de pelúcia o qual está vestido com o uniforme da escola; esse bicho fica
em cada sala e, no final de semana, a criança que se comportar direito leva-o para
passar o fim de semana em sua casa, trazendo-o na segunda feira.
O filho dessa mãe, que me relatou
o caso, levou-o já na primeira semana porque se comportou direito ─ segundo os
critérios da professora ─; porém, sua prima que está na mesma sala, não
consegue levar o leão, pois não pára quieta e não é boazinha ─ ainda no
julgamento da professora! A menina ficou até doente, mas a professora insiste
em não deixá-la levar o animalzinho, pois aluno que não se comporta bem não tem
esse direito. A mãe pediu a minha opinião dizendo que o seu filho já tinha
levado, que ela estava sossegada, mas... e com a prima que chora e que até já
teve febre? Ela me perguntou o que eu achava sobre essa conduta da escola.
Pois bem, aqui vai a minha
opinião: É claro que não está certa! Ela procura adestrar as crianças por meio
de um estímulo agradável ─ o bichinho de pelúcia ─, mas não reflete sobre os
comportamentos e muito menos trabalha com a tomada de consciência sobre o
significado de nossos atos. Este tipo de atividade é de reforçamento, ou seja,
premia aquele que faz certo, e pune os que não conseguem. Para piorar a
situação, a garota que não consegue levar o leão para casa está cada vez mais
ansiosa e seu comportamento está piorando muito, inclusive no âmbito familiar,
porque indiretamente as comparações entre ambos, perante os adultos da família,
acabam esbarrando nessa história construída pela escola. É natural que essa
menina apresente aspectos de inconformismo e revolta! Até eu fiquei com vontade
de questionar a professora! Pois bem, a mãe disse que vai procurar trazer esse
assunto na próxima reunião de pais e eu lhe dei todo o apoio. No entanto, eu
ainda me estendi em minha opinião: se fosse com um filho meu que estivesse
acontecendo isso, eu não esperaria pela reunião de pais. Eu agiria imediatamente
porque adestrar uma criança por meio de regular os seus comportamentos e
atitudes não é explicar o “porquê do sim” e o “porquê do não”! Em nada colabora
com o educar pela cidadania, pela socialização e pela consciência de nossas
ações!
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