quinta-feira, 11 de junho de 2015

“Aquelas pestes não param um minuto, o que eu faço?”

Esta ajuda me foi solicitada por uma aluna do curso de Pedagogia que está sendo auxiliar de classe, juntamente com uma professora. Não gostei do modo como ela se referiu às crianças, chamando-as de “pestinhas”, um termo muito pejorativo. Ela contou que na classe onde está existem 10 alunos de dois anos, que ela tem uma filha com essa mesma idade, mas que sua filha é uma santa diante daqueles. Outra coisa que ela contava, bastante indignada, era que a professora não trocava as fraldas das crianças e que sobrava tudo para ela, enquanto a pedagoga ficava escrevendo no caderninho de cada um dos alunos, aos pais, como tinha sido o dia de seus filhos na escola.

Confesso que eu fiquei bastante indignada ao ouvir um relato desta natureza, por alguém que está cursando Pedagogia! Perguntei a essa minha aluna se ela realmente gostava da profissão e de trabalhar com crianças, porque, caso não fosse essa a sua escolha real, ainda dava tempo de desistir do curso e se envolver com outra profissão.


Crianças com dois anos de idade não podem pensar, sentir ou agir como nós, adultos; esse é um período da vida de descobertas, de experimentações, de ampliação de mundo e não de punições e ameaças do que é certo ou errado. Por exemplo, entrar debaixo de uma mesa pode ser algo muito interessante nesta idade e todos fazem isso! Agora, querer que eles não tenham esta atitude está errado; mas cuidar para que não se machuquem, sem punir, sem usar de grosserias, é o mais correto a se fazer. E ainda mais: se a professora, ou a auxiliar da classe entrar, também, debaixo da mesa para ver o que eles estão fazendo, participar com eles de seu mundo da fantasia e da brincadeira escolhida é o mais correto! É preciso entrar na magia que o mundo infantil pode oferecer a quem dele quer se aproximar, e não ficar tolhendo as atividades como se o ideal para uma criança de dois anos de idade fosse ficar sentada o tempo todo brincando com objetos ou brinquedos.  Nós, adultos, é que causamos stress nas crianças! Elas vivem se divertindo, brincando, entrando em um mundo de faz de conta, nos convidando o tempo todo a compartilharmos dessa alegria e desse jeito salutar de viver, que é o mundo infantil! Vamos lá, gente: voltemos a ser crianças junto com elas! Vejamos o quanto elas nos respeitam quando assim o fazemos, e o quanto essa convivência nos traz alegria e bem-estar!

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