Esta ajuda me foi solicitada por
uma aluna do curso de Pedagogia que está sendo auxiliar de classe, juntamente
com uma professora. Não gostei do modo como ela se referiu às crianças, chamando-as
de “pestinhas”, um termo muito pejorativo. Ela contou que na classe onde está
existem 10 alunos de dois anos, que ela tem uma filha com essa mesma idade, mas
que sua filha é uma santa diante daqueles. Outra coisa que ela contava,
bastante indignada, era que a professora não trocava as fraldas das crianças e
que sobrava tudo para ela, enquanto a pedagoga ficava escrevendo no caderninho de
cada um dos alunos, aos pais, como tinha sido o dia de seus filhos na escola.
Confesso que eu fiquei bastante
indignada ao ouvir um relato desta natureza, por alguém que está cursando
Pedagogia! Perguntei a essa minha aluna se ela realmente gostava da profissão e
de trabalhar com crianças, porque, caso não fosse essa a sua escolha real,
ainda dava tempo de desistir do curso e se envolver com outra profissão.
Crianças com dois anos de idade
não podem pensar, sentir ou agir como nós, adultos; esse é um período da vida
de descobertas, de experimentações, de ampliação de mundo e não de punições e
ameaças do que é certo ou errado. Por exemplo, entrar debaixo de uma mesa pode
ser algo muito interessante nesta idade e todos fazem isso! Agora, querer que
eles não tenham esta atitude está errado; mas cuidar para que não se machuquem,
sem punir, sem usar de grosserias, é o mais correto a se fazer. E ainda mais:
se a professora, ou a auxiliar da classe entrar, também, debaixo da mesa para
ver o que eles estão fazendo, participar com eles de seu mundo da fantasia e da
brincadeira escolhida é o mais correto! É preciso entrar na magia que o mundo
infantil pode oferecer a quem dele quer se aproximar, e não ficar tolhendo as
atividades como se o ideal para uma criança de dois anos de idade fosse ficar
sentada o tempo todo brincando com objetos ou brinquedos. Nós, adultos, é que causamos stress nas
crianças! Elas vivem se divertindo, brincando, entrando em um mundo de faz de
conta, nos convidando o tempo todo a compartilharmos dessa alegria e desse
jeito salutar de viver, que é o mundo infantil! Vamos lá, gente: voltemos a ser
crianças junto com elas! Vejamos o quanto elas nos respeitam quando assim o
fazemos, e o quanto essa convivência nos traz alegria e bem-estar!
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