quarta-feira, 3 de junho de 2015

Que notas ruins, seu burro!

Quantos de nós já ouvimos a frase acima de nossos pais, irmãos mais velhos ou até mesmo de nossos professores! Será que esta frase realmente ajuda na construção de conhecimento de alguém? Penso que não!

Não perguntamos por qual motivo a criança tirou nota baixa; não lhe perguntamos o que havia acontecido naquele dia, como ela estava... não lhe damos a chance de responder o que ela acha que deveria fazer para tirar notas melhores; o quanto ela estudou para aquela prova, se ela sinalizou, antes da prova, que estava com dificuldades para compreender e dominar aquele conteúdo, enfim, a maioria dos pais vão logo cobrando sem nem saber o porquê e os professores acabam tendo o mesmo tipo de atitude, sem mesmo considerar que o aluno tem o direito de refletir e de dar uma explicação sobre o que aconteceu para que a nota fosse tão baixa! Os pais acabam repreendendo seus filhos, como se eles fossem uns fracassados que não têm condições de cumprir com o óbvio! Quanto aos professores, estes se esquivam de que a sua responsabilidade era verificar, ao longo das atividades dadas em sala e das tarefas enviadas para se fazer em casa, se o aluno em questão estava conseguindo realizar e acompanhar de maneira suficiente as aulas e o conhecimento ministrado! Infelizmente agimos como se o filho, ou o aluno, devesse ser o melhor o tempo todo, sem ter o direito de se mostrar como um ser humano, com direito a falhas e acertos!

Pois saibam, pais, que na vida não gostamos de todas as disciplinas que temos na escola, ainda mais com este currículo atual, tão defasado da realidade cotidiana. Professores: neste momento não vou discutir o ensino em si, mas a atitude que os adultos têm, diante de uma criança ou de um jovem que não conseguiu bons resultados nos estudos.

O que fazer? Simples... Depois de perguntar o que houve, para a criança, procurar educar e ensinar com paciência, buscar outras maneiras de realizar o ensino para que a criança possa compreender e aprender. Sentar junto, ficar ali disponível, ter uma atitude de presença e de parceria diante do estudo, fazer a tarefa junto com a criança, ou com o jovem... mas não com celular na mão! Observar seus erros e, com cuidado, apontá-los para que sejam corrigidos. São atitudes que devem ser feitas com carinho e atenção. Burro é quem chama o outro assim, por que não percebe que em nada este comportamento ajuda na construção de um ser humano! Em nada fortalece a sua capacidade de aprender e de refletir diante da dificuldade; pelo contrário: pode até mesmo bloquear a aprendizagem de alguém para sempre. Que tal, em vez de burro, dizer assim: “Você é inteligente; só não acertou naquele dia, mas vamos juntos descobrir onde e por que você errou, para aprender para não errar mais?”


Observem o que esta atitude pode causar na vida de alguém!

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