Quantas
vezes ouvimos esta frase acima em lares com crianças que ainda não sabem falar!
Afinal, o que significa para uma criança “papá”? Pode parecer estranho ou descabido o que eu
vou falar, mas não sou a favor de se falar de maneira equivocada com as crianças;
elas estão em fase de descoberta do mundo que as cerca e, para isto, é
necessário que falemos corretamente. A criança, nessa fase de apropriação da
linguagem, precisa aprender a distinguir os objetos, as pessoas, e isso se dá por meio dos nomes que cada
língua designa objetos, lugares, situações, pessoas e ações; então, “papá” e
“papai” é muito parecido, e “papá” não é comida!
Existem
áreas em nosso cérebro responsáveis por armazenar e reconhecer os significados
das palavras, dando sentido à vida e ao nosso entorno. Se falarmos erradamente
─ porque é um costume cultural assim o fazer ─ os significados serão confusos
quando a criança ouvir, por exemplo, o pai falando para a mãe se a comida
está pronta, ou seja, o pai não vai dizer
“ o papá está pronto”? Isto tudo
poderá prejudicar a criança que está vivendo a descoberta do sentido e da
significação de cada palavra,
principalmente das palavras que têm a ver com ela, com o seu dia a dia; assim
sendo, agindo de forma a ter duas maneiras de se expressar, dentro de um mesmo
ambiente, sobre o mesmo objeto, muito
mais do que ajudar na construção do
significado, do pensamento sobre a linguagem, nós estaremos prejudicando!
Muitos
pais podem estar achando bobagem, besteira, porque todo mundo fala assim e não
acontece nada! Pois é, uma grande maioria desconhece como se formam os
significados em nível cerebral e, no lugar de promover esta aprendizagem mais
rápida dizendo e verbalizando de forma correta, acabam prejudicando seus
próprios filhos (as). Procurem facilitar o entendimento de seus filhos (as)
falando corretamente o nome dos objetos e do mundo que os cerca, já que tudo
tem sua raiz na primeira infância, dos zero aos sete anos!
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