Imaginem a cena: pai e mãe conversando com a gerente do banco para buscar empréstimo para compra de um carro. Sofia tem 5 anos, estava toda enfeitada com uma máscara de gatinho e um cachecol de penas rosa. Curiosa como ela só, ela andava pelo banco inteiro e a mãe não sabia se prestava atenção na gerente ou na Sofia.
Até que uma hora a menina estava sentada na mesa do lado da gerente mexendo no computador de outro gerente, que havia saído para atender o cliente. A gerente de empréstimos com medo que a menina mexesse disse assim: “Não mexe aí que o tio vai ficar bravo com você!” A menina nem ouviu o que a gerente disse e continuava a mexer. A mãe somente dizia assim: “Sofia não mexe aí”. E a menina continuava.
Vamos refletir sobre esta cena. Lugar de criança não é em um banco quando os pais sabem que poderão demorar conversando com uma gerente, mas suponhamos que não têm com quem deixar; então o jeito é levar, explicar para a menina o que é um banco, o que eles vão fazer lá, com quem vão conversar e, se possível, levar um brinquedo da criança para que ela possa se distrair enquanto espera. Agora pedir para uma criança ficar quieta em meio a tantas novidades e dizer apenas “Sofia não mexe aí” em nada adianta. Porque a menina estava maravilhada com aquele ambiente, era tudo novidade, ela corria de cá para lá, mexia com o caixa, com as pessoas, com os computadores vazios.
Enfim, quem está errado nesta situação não é a criança e sim o adulto que exige sem ensinar. Era tão mais fácil se a mãe deixasse o pai falando com a gerente e brincasse com a Sofia até que o pai tivesse as informações necessárias. Porém deu para perceber que o pai queria a atenção da mulher naquela hora, então a mãe se encontrava dividida entre a filha e o esposo. Isto acontece quando o casal não dialoga sobre a importância de se educar uma criança. E na cabeça da mãe também não estão as informações que mostro aqui; então tudo passa meio despercebido para aquela família e para a sociedade. A mãe estava educando porque ela reprendia a menina dizendo toda hora “Sofia não mexe aí”. Mas no meu conceito ela não estava educando e sim cobrando sem ensinar. Reflitam sobre...
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