quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Deu tá dado, não peça de volta

Muitos adultos usam esta expressão “deu tá dado”, e às vezes se arrependem de algo que se desfizeram e que depois se arrependeram. Então por que exigir dos pequenos que ainda estão formando seus pensamentos que saibam fazer suas escolhas certas e que depois não venham a se arrepender? Presenciei este fato e preciso relatar a vocês.

Uma mãe pediu que uma criança escolhesse os brinquedos que não quisesse mais para doar para as crianças carentes. Até aqui, tudo bem, já que está educando que devemos também pensar nos outros. O grande problema é que esta criança não estava segura no que doava por que a mãe era quem dizia que deveria dar este ou aquele brinquedo, porque ela não brinca mais.

Pois a criança, meio sem saber como reagir, acabou aceitando. Fizeram a sacola, mas de noite a criança se arrependeu já que a escolha não havia sido sua e sim de um adulto, e pediu que tirasse um brinquedo da sacola. Para minha surpresa a mãe falou assim: “deu tá dado”, você não vai mexer mais na sacola que já separamos. A criança começou a chorar e mostrava sinal de arrependimento, a mãe insistia e ainda reforçava dizendo: “você tem que saber que a vida é assim, deu tá dado, e chega de frescura, vai para o seu quarto agora mesmo”.


Fiquei indignada com o fato, porque não é assim que educamos para a caridade e nem mesmo para serem crianças fortes, que saibam fazer suas próprias escolhas quando adultas. A escolha dos brinquedos deveria partir da criança sem a influência do adulto. Outra coisa: como ainda não havia sido doado, por que não podemos voltar atrás de alguma opinião ou vontade nossa? Quantos de nós adultos temos que rever nossos atos e atitudes, isto é ensinar a ser flexível diante da vida, já que ela nos prega surpresas, e se não soubermos ter flexibilidade, irão sofrer muito. Atitudes impensadas de alguns adultos fazem com que a criança seja mais insegura e rígida diante à vida; quando tiverem algum problema que exija flexibilidade não saberão como se comportar e sobreviver, podendo ter sérios problemas psicológicos e até mesmo físicos. 

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