Esta
frase constava de um “post” que eu vi em uma rede social; não vou copiar aqui
por questões éticas e de direitos autorais, mas preciso comentar sobre este
cartaz que muito me intrigou. Vou tentar descrever como era para que vocês possam entender depois os comentários. Imaginem um cartaz que
na parte de cima continha os dizeres “semáforo da obediência” e, embaixo, dois
círculos, um verde e um vermelho com carinhas. O verde estava com uma expressão
de feliz; já o vermelho, de triste. O círculo verde de felicidade estava
envolvido com pregadores de roupas mencionando o nome de cada criança. Nele
observava-se que havia o seguinte funcionamento: quando a criança desobedecia, o pregador ─
que tem o seu nome ─ acabava indo para o círculo vermelho, o de carinha triste! Acho que pela descrição vocês
conseguem entender o que eu estou querendo relatar a respeito do cartaz que vi.
Então, vamos às análises.
O semáforo serve, sim, em nossas cidades, para
regular o trânsito, colocar ordem ao tráfego para que se previnam acidentes e
congestionamentos. Mas desde quando eles possuem carinhas de tristes ou
felizes? Isto não condiz com a
realidade. Outro ponto a se pensar é o seguinte: será que devemos, em pleno século
21, premiar e/ou desaprovar condutas com um simples pregador que muda de
posição? Isto é ensinar ou adestrar?
Será
que a professora que usa isto entende, de fato, o que vem a ser indisciplina?
Ou, mais que isto, será que tem sensibilidade para perceber quando as crianças
estão sem vontade, ou até mesmo desobedecem? Será que ela pensa nos métodos de
ensino que usa, no sentido de se questionar se eles estão satisfazendo estas
crianças, ou não?
No
lugar de usar um cartaz com regras combinadas pelo grupo, que tenha por
objetivo definir a identidade da turma e os limites construídos em conjunto,
acordos e combinados que sejam
entendidos pelas crianças, usa-se um semáforo! E o pior é que nem parecia, de
fato, com um semáforo; somente se percebia que havia uma referência a esse
instrumento por conta da cor, mais nada. Quando se trata de
disciplina/indisciplina, é preciso se considerar que existem vários fatores que
precisam ser analisados com coerência e lógica, colocando-se, sempre, no lugar
do outro! Mas muitas vezes, por questões de ordens autoritárias, professores
usam este tipo de cartaz como regulador de comportamento, sem fazer uma análise
crítica da situação. Isto não funciona, está fora da realidade das crianças do
século 21.
olá, sou professora de educação infantil de 4 anos, li a sua consideração e concordo plenamente com tudo que expôs. Cheguei ao seu blog justamente por procurar sobre esse tal semáforo da obediência e saber como ele é, soube dele por sugestão do meu trabalho para fazer ao final do dia uma autoavaliação com a turma, já que minha turminha está reagindo com mordidas e outras agressões quando acontece algo que está contrário as suas vontades. Entendo que ser criança e ter voz é muito difícil e principalmente na escola que tente a focar o conteúdo e o professor e não a criança, por isso deixo meus alunos bem a vontade para se expressarem, seja comigo ou com os colegas, desse modo eles mostram suas reações mais imediatistas para resolver algum conflito; constantemente conversamos sobre os direitos nossos e dos outros, sobre o mal que faz agredir o outro e como devemos nos comportar para um ambiente coletivo agradável. Mas infelizmente as conversas, combinados e produções de cartazes coletivos não estão sendo suficiente, então surgiu a ideia do semáforo, mas não o da disciplina, mais sim da autoavaliação! No fim do dia de cada aula, cada aluno pegará o seu pregador (com seu nome) e irá pensar sobre o que fez que feriu o direito do outro e o aluno irá decidir se irá colocar no vermelho (pare), no abobora (atenção) ou no (verde) siga. Antes de apresentá-los o semáforo irei falar sobre o transito em si e a importância real do semáforo. Bem acredito que devemos sempre aproveitar o limão e fazer uma doce limonada. Ainda não fiz essa experiencia com os alunos, mas quando tiver o resultado eu volto para lhe contar. Ah, e sem carinhas tristes e felizes.
ResponderExcluirConcordo com você Ranny Fabíola, se usado para momento de autoavaliação (e sem carinhas, o Semáforo do Comportamento traz para criança uma compreensão melhor das ações adequadas ou inadequadas em ambiente escolar. Bem, depois de alguns anos você com certeza já deve ter vivenciado que se trata de um instrumento interessante.
ResponderExcluirConceição de Campos Lima
ResponderExcluirExatamente Ranny Fabíola, gostei pois, estou trabalhando o Maio Amarelo com minhas crianças, que tem 03 anos e bem agitados. Vou aproveitar também o gancho para trabalhar o comportamento. obrigada