quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Escola da Ponte (Portugal): autonomia

Já li muito sobre a escola da Ponte quanto à autonomia da criança em aprender, mas verificando, na prática como isso se dá, seguem alguns comentários que só são percebidos quando vamos até lá e conversamos com os alunos.

Cada aluno, juntamente com se u tutor (professor), estabelece a cada quinze dias um Plano de Estudos baseado no currículo que eles precisam estudar. Em pequenos grupos, com idades e estudos diferenciados, eles realizam as tarefas quinzenais. A autonomia aqui não é total ou ─ como alguns podem pensar ─ uma anarquia na qual os alunos não obedecem a regras ou a currículo para o estudo! Pelo contrário: as regras estão lá o tempo todo (direitos e deveres), mas o tempo que cada aluno vai levar para realizar a sua tarefa depende de seu ritmo, ou seja, não precisam realizar uma tarefa em 50 minutos, mas precisam terminá-la para passar para o próximo conteúdo. Em Portugal, assim como no Brasil, existem avaliações propostas pelo governo, então, estes alunos também realizam estas provas e os conteúdos precisam ser apreendidos.


Porém, a forma como eles irão aprender, se sozinhos em pesquisas, se pedindo auxílio a um outro colega que já tenha feito essa atividade, enfim, eles escolhem e depois, por último, vêm ter com o professor; com relação a isto eles possuem autonomia de decisão. Quando percebem que já estão prontos, ou seja, que já sabem aquele determinado conteúdo, eles escrevem em um cartaz “EU JÁ SEI” e o tutor lhes dá alguns exercícios para serem avaliados. Estes exercícios não serão realizados em sala separada: serão feitos nos pequenos grupos, sendo que nestes grupos um aluno pode estar realizando tarefas de História, outro de Matemática, tudo de acordo com o seu plano quinzenal de atividades. Além disso, as idades e os conteúdos são variados, ou seja, cada aluno está fazendo a sua atividade, e a regra é: “Se não souber fazer sozinho, primeiro busque ajuda com seus os colegas; depois chama pelo Tutor”. E depois, se precisar de alguma explicação mais profunda, marcam com seus tutores uma aula separada daquele conteúdo. É tudo muito bem pensado e organizado. A autonomia depende do ritmo e da forma como cada um vai adquirir aquele conteúdo, mas os conteúdos fazem parte do Currículo como qualquer outra escola em Portugal.

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