Na metodologia da escola da Ponte
o professor é tutor (mediador) da aprendizagem, ou seja, o aluno tem autonomia
para buscar o seu conhecimento e adquirir a aprendizagem. Mas como isto
funciona na prática do dia a dia?
Os alunos se sentam em grupos,
quer seja no processo de iniciação, consolidação ou aprofundamento; as idades são
separadas de acordo com cada Projeto, porém, não existe uma aula específica,
quer seja de Língua Portuguesa ou mesmo de Matemática. No entanto, existem conteúdos que precisam
ser trabalhados, de acordo com o currículo nacional, mas estes são trabalhados
em planos quinzenais de estudo, orientados com o tutor. O tutor é um professor
que realiza a mediação dos conteúdos que serão aprendidos pelos alunos. É ele
quem lança as atividades, os desafios para os alunos; e estes, por sua vez, precisam
cumprir esses desafios e atividades para adquirirem o conhecimento. Porém, a
forma como estes alunos irão buscar este conhecimento ─ se é por meio de livros,
ou por outros tipos de pesquisa ─ a decisão é do aluno. Caso haja dúvida sobre
algum conteúdo a ser trabalhado, justamente por não terem conseguido encontrar
o material ou a forma de estudar/aprofundar o que foi indicado para se fazer, os
alunos podem se inscrever em momentos individuais ou até mesmo em grupos para
obterem o que necessitam para que o estudo se efetive. Assim sendo, os
professores tutores darão maior atenção àquelas dúvidas surgidas.
A orientação individual, ou
coletiva, sobre determinado conteúdo só será sanada pelo professor caso sejam
esgotadas todas as possibilidades anteriores, sendo que o fato de perguntarem
para colegas que já tenham estudado aquele tema/assunto também faz parte do
processo antes de se chegar à etapa final, que é solicitar auxílio ao
professor/tutor.
O que pude verificar e constatar
na visita que realizei à Escola da Ponte, é a teoria acontecendo na prática. Ali
não se fala. Faz-se, de fato! Talvez este seja o grande diferencial desta
escola reconhecida mundialmente. A aprendizagem de conceitos morais, éticos, e de
conteúdos do currículo acontecem na aprendizagem pela experiência real e não
por conceitos registrados em papeis ou em telas de vídeo. Vejo aqui, no Brasil,
escolas públicas ─ e também muitas da rede particular ─ com discursos e
Projetos Políticos Pedagógicos maravilhosos! No entanto, a maior parte acaba se
fundamentando pela teoria e quando se espera encontrar algo que represente esse
aprendizado, na prática, nada daquilo que está escrito acontece, de fato!
Nenhum comentário:
Postar um comentário