Ouvi do Professor Antonio Teodoro,
na Universidade Lusófona, em Lisboa, que não dá para comparar o incomparável,
quando se trata de Portugal e Brasil, com relação ao sistema educacional. Ele
ainda brincou dizendo: ”são anos de história”!
Realmente o sistema educacional
português está todo voltado para atender às necessidades econômicas e culturais
daquele país. Desde a educação infantil, percebemos um cuidado especial para com
os pequenos. Existe toda uma infraestrutura física e todo um acompanhamento de
profissionais na área da educação e da psicologia para atender às necessidades
das crianças, sejam elas com necessidades especiais, ou não. Portugal, hoje,
tem 98% das crianças com necessidades especiais inseridas em seu sistema
regular público de ensino. Perguntei sobre os outros 2% restantes, e recebi
como resposta que se as crianças não estão na escola estão no hospital.
Não vi pelas ruas, durante o dia,
nenhuma criança; elas estavam todas nas escolas. Vocês devem estar pensando,
“mas Portugal é um país pequeno comparado ao Brasil!” Sim, realmente é; eles
possuem 10 milhões de habitantes; comparado ao Brasil, só a grande São Paulo
possui 17 milhões de habitantes. Não
devemos pensar em quantidades, mas sim em qualidade. A cultura é outra, uma
cultura europeia. Conversando com as pessoas, percebemos que todos respiram
história e arte o tempo todo. Contam sobre os estilos das construções (romanos,
góticos, manuelina) vivenciando tudo isto o tempo todo. Aprendem vários idiomas,
desde a primeira série até a sexta o inglês, e na sétima em diante a segunda
língua (espanhol, francês); e isto se deve por estarem inseridos num continente
com vários países com línguas diferentes. Encontramos turistas com várias
nacionalidades o tempo todo; Portugal é um país turístico e seus habitantes
vivem desta renda; sabem receber e conversar com eles é muito importante.
Eles possuem respeito por sua
cultura e tradição, possuem uma noção de pertencimento e orgulho muito grande,
diferente do brasileiro que não dá valor ao que é nosso, mas sim ao que vem de
fora. Para se ter uma ideia, fomos a um restaurante no qual se canta e toca o
fado; enquanto acontece o espetáculo de música, não se come e não se fala, mas
simplesmente se aprecia a música e a dança em sinal de respeito.
O que fica para mim, é que
precisamos mudar nossa educação com urgência se quisermos um país desenvolvido;
Se não, continuaremos sendo a parte pobre do planeta quer seja em riqueza
econômica, quer em educação e cultura!
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