sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Escola da Ponte (Portugal): relação pais e escola

Em visita à Escola da Ponte, em Portugal, perguntei aos alunos sobre qual é a relação da escola com seus pais?

A resposta de uma das alunas me impressionou: “Nesta escola meus pais podem entrar quando quiserem, mesmo que seja somente para dar um abraço em mim. Eles podem visitar a escola porque participam das atividades que eu faço e da minha vida. Os portões estão sempre abertos, seja qual for a hora; eles não precisam marcar hora para me ver. Já na outra escola que estudei anteriormente, meus pais precisavam marcar hora para falar com a direção ou com os meus professores, e se precisassem me ver, não podiam, precisavam de uma autorização. Aqui não; eles serão bem recebidos o tempo todo e assim eu me sinto segura e feliz porque meus pais estão comigo aqui na escola, e eu sei que se eu precisar eles podem vir”.

Na escola da Ponte a família não é excluída e a escola está tão certa de seu Projeto que não precisa ter medo dos pais; pelo contrário, eles são partem importante do processo de desenvolvimento e aprendizagem de seus filhos. Pais presentes, aprendizagem eficaz e eficiente, crianças autônomas, responsáveis, que possuem noção de cidadania com seus direitos e deveres conscientes. Sonho?  Não! Na Ponte isto é realidade devido ao compromisso da gestão, do corpo docente, dos funcionários, dos pais e das próprias crianças. Percebi que a escola está envolvida como um todo, que existe um compromisso, de fato, com o processo de ensino e aprendizagem; e mais do que isto, existe um compromisso real com a vida daqueles seres humanos em formação democrática.

Vocês devem estar pensando que isso funciona porque é uma questão cultural europeia. Mas será que aqui no Brasil não podemos ter este exemplo? Não precisamos copiar literalmente, mas adaptar à nossa realidade. Será que ensinamos na escola, e na família, o verdadeiro valor do que seja estudar? Será que ensinamos que entre Escola e Família há uma complementaridade real, ou será que as consideramos como adversárias fazendo com que cada uma jogue na outra a responsabilidade de educar e de ensinar?


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