Quando chegamos à Ponte somos
recepcionados pelos alunos; para o nosso grupo, fomos recebidos por quatro
alunos: três meninas e um menino, de idades diferenciadas e de períodos de
estudo diferentes; Perguntei-lhes como eram realizadas as escolhas de alunos para
acompanhar os visitantes e a resposta que me deram foi surpreendente. Vejam só!
As crianças, por sua livre e
espontânea vontade, se candidatam para recepcionarem os visitantes; então, a gestão
da escola, juntamente com eles, decide quem irá ser o monitor para aquele
determinado grupo. Aí o que fazem é levar em consideração alguns critérios, por
exemplo, se necessitam falar inglês com os visitantes são escolhidos os alunos
que possuem maior fluência na língua. Portanto, essa escolha não é aleatória,
mas sim de acordo com o que as necessidades do grupo visitante apresenta.
Esta tarefa de acompanhar os
visitantes está inserida no plano quinzenal das crianças, ou seja, faz parte da
competência dos alunos receber pessoas de diferentes partes do mundo. É algo que os alunos fazem porque querem, sem
pressão ou possibilidades de prêmios ou recompensas.
E assim a visita transcorre. Quando
chega no horário do intervalo de lanche dos alunos, esses que nos acompanham
pedem licença e dizem que nós podemos ficar à vontade porque eles irão lanchar
e que após este período de intervalo eles nos reencontrarão para continuarmos
com a visita. Deixam determinado o lugar onde nos encontraremos. Terminado o
lanche, eles voltam e continuam a visita; se algum professor indica que já é
tempo para eles voltarem aos estudos, há um respeito mútuo diante desse pedido;
então, os alunos ficam conversando conosco e continuam tirando as nossas dúvidas
e depois informam que voltarão para as suas atividades escolares/acadêmicas.
Tudo isto acontece com calma, sem
pressa, sem medo. Percebe-se que as crianças já estão acostumadas com este tido
de visita, porque quando entramos em sala de aula todos continuam com suas
tarefas como se nada tivesse acontecido, ou seja, tudo ocorre de forma natural.
Existem visitantes, mas o estudo e a concentração continuam; nada é preparado
ou esquematizado. Podemos ver e perguntar sobre a rotina do dia a dia sem
máscaras ou preparação; eles já estão preparados para receber e serem recebidos
com o devido respeito e organização, sem interferir na rotina da escola.
Se antes de conhecer pessoalmente
essa Escola eu já admirava o Projeto da Escola Da Ponte, hoje eu tenho certeza de
que realmente se trata de algo diferenciado e, mais do que isto, daquilo que
defendo como sendo a aprendizagem pela experiência! É claro que tudo isto não
surgiu de um dia para o outro: são anos de trabalho conjunto e de história. A
escola da Ponte é a teoria na prática.
Nenhum comentário:
Postar um comentário