quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Escola da Ponte: sendo recepcionados pelos alunos

Quando chegamos à Ponte somos recepcionados pelos alunos; para o nosso grupo, fomos recebidos por quatro alunos: três meninas e um menino, de idades diferenciadas e de períodos de estudo diferentes; Perguntei-lhes como eram realizadas as escolhas de alunos para acompanhar os visitantes e a resposta que me deram foi surpreendente. Vejam só!

As crianças, por sua livre e espontânea vontade, se candidatam para recepcionarem os visitantes; então, a gestão da escola, juntamente com eles, decide quem irá ser o monitor para aquele determinado grupo. Aí o que fazem é levar em consideração alguns critérios, por exemplo, se necessitam falar inglês com os visitantes são escolhidos os alunos que possuem maior fluência na língua. Portanto, essa escolha não é aleatória, mas sim de acordo com o que as necessidades do grupo visitante apresenta.

Esta tarefa de acompanhar os visitantes está inserida no plano quinzenal das crianças, ou seja, faz parte da competência dos alunos receber pessoas de diferentes partes do mundo.  É algo que os alunos fazem porque querem, sem pressão ou possibilidades de prêmios ou recompensas.

E assim a visita transcorre. Quando chega no horário do intervalo de lanche dos alunos, esses que nos acompanham pedem licença e dizem que nós podemos ficar à vontade porque eles irão lanchar e que após este período de intervalo eles nos reencontrarão para continuarmos com a visita. Deixam determinado o lugar onde nos encontraremos. Terminado o lanche, eles voltam e continuam a visita; se algum professor indica que já é tempo para eles voltarem aos estudos, há um respeito mútuo diante desse pedido; então, os alunos ficam conversando conosco e continuam tirando as nossas dúvidas e depois informam que voltarão para as suas atividades escolares/acadêmicas.

Tudo isto acontece com calma, sem pressa, sem medo. Percebe-se que as crianças já estão acostumadas com este tido de visita, porque quando entramos em sala de aula todos continuam com suas tarefas como se nada tivesse acontecido, ou seja, tudo ocorre de forma natural. Existem visitantes, mas o estudo e a concentração continuam; nada é preparado ou esquematizado. Podemos ver e perguntar sobre a rotina do dia a dia sem máscaras ou preparação; eles já estão preparados para receber e serem recebidos com o devido respeito e organização, sem interferir na rotina da escola.  

Se antes de conhecer pessoalmente essa Escola eu já admirava o Projeto da Escola Da Ponte, hoje eu tenho certeza de que realmente se trata de algo diferenciado e, mais do que isto, daquilo que defendo como sendo a aprendizagem pela experiência! É claro que tudo isto não surgiu de um dia para o outro: são anos de trabalho conjunto e de história. A escola da Ponte é a teoria na prática.


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