quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Escola da Ponte (Portugal) e a eleição da assembleia

Na escola da Ponte as crianças possuem uma mesa de Assembleia, que é utilizada quando se necessita realizar alguma eleição, com chapas dos alunos que querem participar. Existe a comissão eleitoral, os regulamentos e as informações fixadas no mural da escola. Uma das atribuições do presidente da assembleia é fazer parte do Conselho da Direção (que é o órgão responsável pela definição das grandes linhas orientadoras da atividade da escola).

Uma das meninas que nos atendeu na visita possui uma chapa e está se candidatando à presidência desta chapa. Ela nos disse que, se vencer, além do currículo também quer colocar em seu plano quinzenal de atividades, reuniões e tarefas administrativas. Como fomos visitar a escola no começo do ano letivo (o ano letivo se iniciou em setembro de 2015) estavam afixadas no vidro da escola as três chapas que concorreriam neste ano para fazer a Assembleia.

Esta é uma maneira de ensinar a democracia, não no papel, mas pela experiência, vivenciando reflexões e tomadas de decisões que envolvem o coletivo da escola. Isto facilita a construção de cidadãos ativos e participativos.  Noções de responsabilidade para consigo e com o outro estão pautadas neste tipo de trabalho, como o próprio site da escola diz: “aprender a ser com os outros”. O sentido crítico aqui está sendo desenvolvido na prática do cotidiano da escola.

Esta escola, além de conteúdos curriculares e uma metodologia diferenciada para aprender os tais conteúdos, também se preocupa em formar cidadãos ─ não em teoria do que seja exercer a cidadania ─ mas no dia a dia, cooperando, criticando, vendo e revendo atitudes, tomando decisões importantes que envolvem toda a comunidade escolar.



No Brasil já vi isto acontecer na cidade das Crianças, em São Bernardo do Campo. Hoje em dia, nem sei se ainda é assim, mas não conheço nenhuma escola pública que faça isto acontecer desde a primeira série do ensino fundamental. Quem sabe um dia chegaremos lá? Somos um país novo, ainda temos muito que aprender em relação a ser cidadão com direitos e deveres, a respeitar o outro e a nós mesmos, enfim, vejo que aqui no Brasil se confunde muito democracia com direitos. Apenas DIREITOS! Erguemos cartazes enormes sobre direitos, mas os deveres acabam sendo esquecidos... 

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