Em minha visita a Portugal me
deparei com várias situações que me deixaram encantada: uma delas se relaciona com
a questão da formação de professores em Portugal. Para ser professor de
educação infantil, em Portugal, é necessário fazer o curso de Licenciatura, mais
o Mestrado em Educação, ou seja, a licenciatura que corresponde aqui no Brasil
ao curso de Pedagogia dá direito de atuar, lá em Portugal, como técnico da
educação, mas não como professor. Para ser professor é necessário seguir a
licenciatura e fazer o strictu senso.
Vocês devem estar se perguntando,
mas qual a diferença? A diferença é total em minha opinião: alguns teóricos
falam o tempo todo em professor pesquisador de sua prática, aquele que realiza
a pesquisa-ação, mas, para isto, é necessário entender como se faz uma pesquisa
e o curso de mestrado é ideal neste tipo de formação “professor pesquisador”.
Nas escolas visitadas em Portugal,
tanto em Lisboa como na escola da Ponte, pudemos observar o tempo todo que se
fala em investigação como algo natural fazendo parte da rotina da escola. Mas
para se ter investigação é necessário saber fazer e, para isto, é preciso de
formação. Olha o nível de formação dos professores para se trabalhar com
crianças de zero a cinco anos e assim por diante? Perfeito. Como copiar este
modelo aqui no Brasil se em alguns lugares os professores não possuem nem
formação universitária? Estamos longe desta realidade...
Se quisermos qualidade de ensino,
é necessário pensar em qualidade de formação, desde a educação infantil até o
ensino superior e em pós graduação. Precisamos pensar num Brasil com educação,
de fato, e não com faz de conta. Vivemos numa ilusão... Vivemos num país em que
o jeitinho brasileiro dá certo em tudo, será? Estamos longe de ser um país de
primeiro mundo com esta educação sem qualidade, e sem a menor preocupação
política, econômica e social. Estamos fadados à falência na educação brasileira
em todos os sentidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário