Ao longo dos últimos anos nossa
educação deixou de lado algumas brincadeiras manuais para dar lugar ao uso
excessivo de tecnologia, tais como tablets, celulares e computadores. Não vemos
mais crianças brincando na rua, criando seus próprios objetos com papéis,
gravetos, tecidos, terra, tinta e água.
As crianças estão deixando de
vivenciar situações manuais que estimulam várias áreas do cérebro; sua
criatividade está voltada para o eletrônico. As atividades manuais devem fazer
parte da vida integral e integrada das crianças porque possibilitam que elas criem
com diferentes materiais e desenvolvam a coordenação motora fina; além disso, são
estimuladas a pensar e a resolver problemas.
Toda criança tem a tendência de
mexer e de transformar os objetos que estão à sua volta, mas elas fazem isso de
acordo com sua vivência de mundo. A criação é sua forma de expressão,
corresponde à sua sensibilidade e imaginação; então, isso não é possível de acontecer
com os brinquedos prontos já que estes não desafiam o pensamento infantil: se
eles já estão prontos, nada há que se acrescentar! Tudo está pronto e acabado,
trazendo uma marca explícita que passa a estimular o consumo desenfreado e a
comparação entre os colegas e/ou as famílias.
Quando observo esses pontos, não
quero dizer que as crianças devam viver fora do mundo tecnológico! Não é isso! O
momento atual incita e estimula ao uso das novas tecnologias, mas é preciso que
se retome o contato com a natureza e, principalmente, que os alunos possam
criar e produzir seus próprios brinquedos com materiais diversos, pois é assim
que conseguirão adquirir mais experiências por meio do tato, da sensibilidade,
da textura e do calor. E isso não quer dizer fazer qualquer coisa de qualquer
jeito! Quanto maior o desafio, mais estímulo à ética e à estética! Criar e
confeccionar os próprios brinquedos possibilita o desenvolvimento de áreas do
cérebro que contribuirão para sua vida como um todo. Pensem nisso!
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