sexta-feira, 24 de junho de 2016

Circo na escola sustentável: o encontro e a expressão juntos

O circo na escola é mais um elemento de expressão, de coordenação motora ampla, de socialização, de desenvolvimento da autonomia, confiança, prazer e motivação. É uma prática corporal e recreativa que foge dos exercícios físicos convencionais, mas desperta o encontro consigo mesmo por meio dos exercícios corporais e da expressão do público. Aprender a lidar com a repetição de exercícios para se fazer algo apresentável requer disciplina em todos os sentidos. Assim, dormir, beber e comer bem são atividades essenciais para a prática de qualquer exercício físico; mas aprender a se apresentar, a sentir a emoção de si e do público é algo importante para a autoestima e também para aprender a se posicionar diante do outro.
Nos jogos e brincadeiras circenses temos exercícios de acrobacia, malabarismo, trapézio, contorcionismo, além de mágicas e palhaços, fundamentais para o reconhecimento e a superação de sentimentos e emoções como medo, vergonha, alegria, satisfação e coragem.

Por meio de jogos, brinquedos e brincadeiras circenses as crianças ampliam o conhecimento de seu corpo, de suas emoções e sentimentos, além de vivenciarem melhor a relação com o outro e com o mundo que a cerca. Desenvolvem várias linguagens ao mesmo tempo, exploram diversas situações com objetos que não fazem parte do seu dia a dia, organizam seus pensamentos, sentimentos e ações, descobrem e agem com regras e habilidades para desenvolverem os exercícios, assumem papéis dos mais variados tipos aprendendo a se colocar no lugar do outro, enfim, são inúmeras as contribuições que essas atividades oferecem na prática real da socialização.

Não estou aqui montando uma escola de circo, não é isto! O que proponho é o uso de técnicas e habilidades circenses para educar a criança de forma integral e integrada, oferecendo uma educação para a vida ─ coisa que a escola tradicional não consegue proporcionar! Os jogos circenses de solo, aéreos, malabarismos, Clown, possibilitam educar o equilíbrio, a comicidade, a improvisação, elementos importantíssimos para utilizarmos em nossa vida social diante das diversas situações que nos são apresentas. Quando está impresso no cérebro da criança, como experiência vivida, algumas atividades dos exemplos acima expostos, ela poderá fazer uso, em sua vida futura, de recursos internos que ali estão como, por exemplo, superar o medo, as frustrações e outras coisas, procurando um jeito de se sentir e de ser uma pessoa mais feliz. 


Quando a escola só se preocupa com o intelecto, ela não ensina resolver problemas além dos de matemática que fazem uso do raciocínio e que são expressos no papel. Então, quando as crianças saem desse universo teórico e conceitual ─ apenas ─ elas não conseguem resolver situações do dia a dia e da vida que estão muito mais presentes e desafiadoras que os problemas de raciocínio expressos em uma folha de caderno ou de prova. Falta-lhes essa inteligência e sabedoria que prevê o equilíbrio de suas ações, palavras e atitudes... a inteligência de aprender a vivenciar o que verdadeiramente aprendeu na escola de forma significativa em sua vida. Por isso, não acredito e não quero esse tipo de escola! Penso em uma escola que verdadeiramente prepare nossas crianças e jovens para a vida desta nossa sociedade do terceiro milênio! Por isso, aproximar a arte circense da escola é uma missão importante para os educadores e recreadores, para que possam propiciar viabilidade prática a esta significativa arte de educar pensando na vida.

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