quinta-feira, 2 de junho de 2016

Atividades motoras amplas e finas: aspectos da motricidade

Toda escola se preocupa em trabalhar o corpo da criança; geralmente esta tarefa está relacionada à Educação Física que proporciona exercícios de esportes das mais variadas modalidades. Pois bem, na minha concepção de escola, esta motricidade vai além de somente exercícios físicos e/ou esportes para pensar no desenvolvimento de um indivíduo saudável.  

A preocupação com o corpo é algo que se pensa em escolas desde tempos bem antigos. No entanto, minha concepção é um pouco diferente porque penso que a motricidade deve estar relacionada com o corpo integral, tendo em vista que o cérebro possui regiões que compõem áreas motoras as quais comandam todos os movimentos corporais de um ser humano; assim sendo, em minha observação vejo que a forma como a motricidade está sendo oferecida em nossas escolas propicia certa desconexão diante dessa integridade. Por que?  Vamos lá: a escola se preocupa muito com a parte cognitiva, esquecendo-se ou deixando para segundo plano o corpo do educando, principalmente do jovem a partir dos oito, dez anos, quando o processo escolar privilegia o aprendizado que se manifesta pela cognição. Como o cérebro trabalha em conjunto, cada atividade proposta pela escola não pode dar mais valor à cognição do que à parte motora ou emocional. Basta olharmos para o currículo aplicado nas escolas do Brasil para verificarmos que há várias atividades ─ diárias ─ de Língua Portuguesa, Matemática, Historia, Geografia, Artes e apenas duas vezes por semana Educação Física. Quando distribuímos o currículo desta forma damos mais importância a uma determinada disciplina em detrimento de outra.

O mais correto, em minha visão de educadora, é o equilíbrio em todos os sentidos. Por exemplo, distribuir de forma igualitária cognição, motricidade e emoção em diferentes modalidades em sala de aula e em momentos extra-classe; e quando penso em motricidade, não me refiro apenas a atividades esportivas, mas  também  a exercícios respiratórios para oxigenar melhor todo o organismo. E falar sobre isso, dessa maneira, é esperar por críticas apontando que as nossas escolas não têm tempo para ensinar a respirar! E infelizmente, anos depois, na vida adulta, quando a pessoa estiver diante de um forte stress emocional, próxima a um ataque cardíaco, receberá como prescrição médico-terapêutica, a necessidade de aprender a respirar de forma correta para oxigenar o organismo, para manter o ritmo circulatório e para garantir melhor qualidade de vida em seu dia a dia. Nem sempre na vida adulta todos conseguem recuperar o que é inato lá na infância: respirar de forma correta!


Na escola sustentável ─ cujo significado é VIDA, em todos os seus aspectos ─ as atividades motoras são integrais e visam o corpo em seu todo, dos pés à cabeça, do movimento amplo ao movimento fino, por dentro e por fora. Para essa escola, a motricidade prevê um espaço composto por quadras, piscina, pistas de atletismo, salas de dança, de artes marciais, de exercícios circenses, e também ─ na medida do possível ─ trilhas dentro da natureza. Assim sendo, desde atividades olímpicas a jogos esportivos e movimentos de dança vivencia-se, também, o andar em corda bamba e os malabarismos, cujas atividades exigem atenção e equilíbrio físico e emocional. Precisamos nos lembrar que na vida adulta, quantas e quantas vezes nos vemos diante de cordas bambas... e que se proporcionarmos aos corpos dos educandos essas atividades diárias, desde pequenos, certamente teremos adultos com mais facilidade para superar os obstáculos que irão exigir equilíbrio e disposição diante das cordas bambas da vida! Se a vida é cíclica e feita de altos e baixos, pensemos que a espiral sempre se faz voltar ao ponto de partida.

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