Em
neurociências cada cérebro é único; não existem dois cérebros iguais e nenhum é
perfeito. Isto nos confere um modo único e ímpar de ver o mundo. Portanto, a
educação integral deve respeitar o ritmo e a cultura de cada criança. Difícil é
não homogeneizar as crianças em uma sociedade que quer sempre que todos sejam
iguais, quando a neurociência já nos define como seres únicos. Assim, uma
educação integral também deveria ser única; porém, como ter esta perspectiva se
o próprio Ministério de Educação propõe Currículos de bases comuns para todas
as crianças, do ensino fundamental e médio ao superior? Como respeitar as
individualidades e diferenças quando queremos que todos estudem as disciplinas
e cargas horárias definidas por um órgão que ─ na maioria dos casos ─ tem em
seu poder administrativo pessoas que não são da área da educação, ou aquelas
que, se desta área são, há muitos anos estão fora da sala de aula,
desconhecendo na prática cotidiana as mudanças que ocorrem na sociedade e que
se manifestam no educando que ali na escola está?
Defendo
que devemos rever esta posição, considerando que nosso país é amplo e
diversificado, seja em cultura, seja pelas necessidades de cada região. Assim
sendo, poderíamos ter um Currículo mais livre para que cada professor pudesse
perceber as dificuldades e facilidades que cada criança possui, podendo
planejar de acordo com as facilidades de cada um, em comum acordo com a
coordenação e direção da escola e das Secretarias de Educação Municipais e
Estaduais. Atuaríamos em prol de uma educação integral verdadeiramente falando,
de acordo com as necessidades de cada indivíduo, escola ou município, e não uma
educação para todos igualmente. Se a neurociências nos diz, em suas pesquisas,
que somos únicos, a educação deveria acolher este conceito e respeitar, em seu
Currículo, esse caminho. Para isto é necessário uma reforma em todos os
aspectos da educação brasileira, desde a educação infantil até o ensino
superior.
Educação integral visa atividades motoras
finas e amplas, intercaladas com atividades cognitivas, culturais e artísticas,
levando em consideração todo o aspecto emocional dos educandos. Nossa maneira
de pensar, sentir e agir em nosso meio é consequência do que aprendemos com o
mundo a nossa volta. Educação integral e integrada visa uma educação
diferenciada da atual, onde atividades de lazer, de entretenimento cultural, de
contato com a natureza e atividades esportivas estejam integradas a atividades
cognitivas. Não deixaremos de estudar português ou matemática, não é isto, mas
estudaremos de outra forma mais ampla, com a experiência do dia a dia permeando
os aspectos nos quais a criança esteja inserida. Assim, observar a natureza, procurar
respeitá-la quando houver necessidade de agir, conhecer as leis da física e da
química que regem o contexto da nossa sociedade, isto significa proporcionar
uma educação integral, integrada ao indivíduo, à região e às necessidades
sociais. Não pensamos em dividir o país, mas em respeitar e aprofundar o que a
comunidade local necessita enquanto cidadania, tecnologia e campos de atuação.
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