Há alguns anos pesquiso qual é a
escola ideal, como seria esta escola?
Como seria sua estrutura? Como seriam trabalhados os conteúdos? Como
seriam as aulas? Como se daria o relacionamento entre professores e alunos?
Enfim, todas essas questões vêm permeando os meus pensamentos há algum tempo.
Cheguei a alguns caminhos que
considero importantes e que divido com vocês agora neste texto. Uma escola
ideal não é fácil de se conseguir porque os anseios são diferentes e a perfeição
não existe; porém, é preciso pensar no ser humano atual para ver as
necessidades de uma educação realmente transformadora, não somente com relação
a conteúdos, mas também com valores morais, éticos, políticos, econômicos,
ambientais e sociais, propondo um ser humano íntegro e saudável, quer seja em
seu aspecto físico e emocional, quer seja na relação com o outro, com a
sociedade, a vida e o planeta. Uma escola que atendesse realmente à sociedade
em que vivemos e que não ficasse apenas no campo da informação, mas que realmente
proporcionasse conhecimento. Uma aprendizagem pela experiência para a vida!
Pensando, refletindo, analisando
e repensando, chego à conclusão que devido ao mundo atual devemos voltar esta
escola para um ambiente natural, ou seja, uma escola fazenda. Esta instituição
deverá resgatar princípios e valores básicos de sobrevivência humana, tanto
para uma geração atual, como para as próximas gerações. É necessário educar
mente e corpo de forma integrada junto à natureza. Educar valores do plantar e do
colher em todos os sentidos, quer sejam na horta e no pomar, quer sejam na
vida. Educar para saber fazer escolhas, educar para o empreendedorismo desde
pequenos.
Como seria esta escola? Uma
fazenda com horta, pomar, animais (cavalos, pôneis, vacas, galinhas, porcos,
etc), quadras de esporte, parques, jardins sensoriais, restaurante, piscinas, anfiteatro,
sala de música, de dança, de meditação, área de saúde (médico, psicóloga,
terapeuta ocupacional, fonoaudióloga, dentista), atelier, brinquedoteca
sustentável, oficinas de mecânica, elétrica, marcenaria e de gastronomia
infantil; pequeno armazém para venda de produtos produzidos pelas crianças
(empreendedorismo), pistas para aprender a andar em ciclovias, semáforos,
faixas de pedestre (mobilidade urbana), acessibilidade para aprender a conviver
de forma cidadã, respeitando a diversidade humana. Enfim, uma escola que
alinhasse cognição, corpo, mente, artes, cultura, empreendedorismo, exercício
pleno da cidadania de forma sustentável, ou seja, que aprendesse de fato a
reciclar, reutilizar e reduzir, pensando e agindo de forma a preservar a vida
em todos os seus aspectos.
É esta estrutura física que
acredito ser importante, porém, ela não é suficiente para que possamos garantir
esta nova educação. É preciso pessoas que comunguem com as mesmas ideias e os
mesmos ideais; profissionais que realmente saibam trabalhar de forma a promover
uma mudança também em si, praticando o autoconhecimento; além disto, pessoas
que realmente queiram um mundo melhor. Um mundo que não seja utópico, presente
apenas nos almanaques de boa conduta, mas um mundo real com problemas que
precisam ser resolvidos, propondo soluções práticas e de convivência harmônica.
Acredito que o mais difícil sejam os seres humanos, pois, prédios são fáceis de
serem construídos! Mas vestir a camisa de construir uma educação que
verdadeiramente trabalhe pelo desenvolvimento de um ser humano, que
verdadeiramente ofereça experiências para vivenciar a natureza, a saúde física,
cognitiva e emocional, a diversidade, a cidadania, o respeito a si e ao
outro... enfim, uma equipe dentro da escola que possa trabalhar consigo,
primeiramente, para poder se inserir em uma educação que alavanque valores que
sejam além do TER, e que passem a viver o SER, o SER HUMANO.
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