Nós só valorizamos algo, quando
sabemos o trabalho que dá para fazer aquilo. Este princípio aprendi desde
pequena; na minha infância, não se falava em consumo consciente, este termo é
novo, e é exatamente isto que desenvolvemos quando sabemos fazer algo útil para
nossa vida.
Na escola sustentável que vislumbro,
toda criança terá como currículo ─ e como verdadeira experiência e ação ─ oficinas
de mecânica, elétrica, hidráulica e cerâmica relacionadas às utilidades do
nosso dia a dia. Trocar uma lâmpada, a extensão de um chuveiro, arrumar uma
torneira que esteja pingando, ou seja, coisas fáceis de serem feitas, que reduzem
o desperdício de energia e de água, e que ensinam, ao mesmo tempo, a
fundamentação daquele sistema.
Pequenos reparos que podem ser
aprendidos na escola podem proporcionar a reflexão e o estudo sobre o consumo
consciente; por exemplo, uma torneira pingando gasta litros e litros de água em
um só dia e nem sempre dispomos de profissionais para virem com a rapidez necessária
consertar o estrago. No entanto, se ensinarmos esses pequenos reparos na escola,
evitamos o desperdício de um bem natural tão precioso como a água, além de
ensinarmos, de maneira prática aos alunos, como realizar pequenas manutenções.
Uma escola sustentável pensa em ações que ajudem no dia a dia da criança e da
sociedade em todos os seus aspectos. São oficinas simples, mas que poderão
fazer toda a diferença quando se trata de consumo consciente.
Precisamos educar as crianças a gerarem
menor consumo de eletricidade; em uma oficina sobre lâmpadas de LED, por
exemplo, elas aprendem o gasto gerado de energia por outros tipos de lâmpadas,
entendendo como devem ser usadas em casa para diminuir o consumo de
eletricidade. Estas oficinas possuem este papel, porém, é necessário um
ambiente propício para que elas aconteçam. Oficinas de cerâmica, além da parte
artística, as crianças aprendem a fazer objetos que poderão ser vendidos na
loja da própria escola, para que outras pessoas comprem e os utilizem gerando,
desta forma, o conhecimento do aprender a fazer, a vender e, mais do que isto,
a importância do consumo consciente ao lado do fator econômico: noções básicas
de empreendedorismo. O conceito de sustentabilidade vai além do ambiental
porque abrange, também, aspectos econômicos e sociais. Só se aprende, de fato, se soubermos como
produzir, para quê produzir, como vender e como saber utilizar o recurso
financeiro proveniente de forma a agregar valores sociais. Esta é a economia
solidária sustentável tão discutida em países de primeiro mundo.
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