Entrei
em uma sala de maternal com crianças de dois anos e meio e percebi que estavam rasgando
revistas. Algumas colocavam na boca a revista rasgada, outras rasgavam e davam
uma para outra. Resolvi perguntar para a professora qual era o objetivo daquela
atividade. E para minha surpresa ela respondeu: é para as crianças se cansarem.
Ou seja: era para
passar o tempo, não tinha um objetivo educacional pensado “na” e “para” a
criança. Fiquei a refletir com meus botões... Esta professora está dando
revistas para as crianças rasgarem sem significado algum para elas, sem sentido
para a idade. E ainda mais: algumas estão comendo o papel, isto poderia causar
uma diarreia ou outro problema pior ainda.
Que profissional é
esta? Que sentido tem a educação infantil para ela? Qual concepção de
aprendizagem e desenvolvimento esta professora possui? Qual é a visão de
educação infantil, de criança, de infância(s) em sua mente? Estes
questionamentos rondaram a minha cabeça, depois conversei com a coordenação
sobre o acontecido. Mas o que quero que vocês reflitam comigo é como pode um ser
humano como este estar a trabalhar com crianças? Se nem o cuidar que é o
objetivo da educação infantil ela está tendo, quanto mais o educar... Este
então fica em último plano.
Devemos pensar que
as crianças estão em pleno desenvolvimento físico, mental, psicológico e social
e esta fase é importantíssima para que elas tenham oportunidades de
aprendizagens. Mas devemos pensar e repensar o que fazer e não simplesmente
“matar o tempo”. Já deveríamos ter superado a visão assistencialista da
educação infantil, mas vejo que ainda ela existe na prática de alguns
professores. Só tenho uma peninha por estas crianças que estão tendo seu
direito de serem educadas violadas por tamanho absurdo na prática pedagógica
dos professores.
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