segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sou mãe e pai ao mesmo tempo, sou chefe de família!

Se você se separou de seu marido, se ele já faleceu, ou se por algum outro motivo ele não está presente mais em sua vida e na vida de seus filhos, então você ─ mãe ─, arca com toda a responsabilidade pela educação em termos afetivos e econômicos. Mas isso não significa, necessariamente, que você esteja totalmente sozinha nessa criação e, principalmente, que você tenha que verbalizar e jogar na cara das crianças este fato! Elas não possuem culpa das escolhas certas ou erradas que você fez na vida, elas não têm controle ─ assim como você também não tem ─ sobre a vida, a morte, as decisões certas ou erradas que envolvem as pessoas com as quais nos relacionamos. A criança deve ser poupada de ser chantageada ou até mesmo acusada por você!  Vejo isso acontecer em alguns lares; sei que não é fácil criar filha (os) sozinha, mas também isto não deve ser motivo para jogar suas frustrações em cima deles (as).

A criança precisa saber que os papéis de pai e de mãe são diferentes em nossa cultura. Eles precisam entender o porquê você ficou com toda a responsabilidade, seja por uma fatalidade ou por outra situação, mas de maneira clara, sem brigas ou ofensas ao outro. Não a culpe por seus erros, por suas más escolhas, e também não projete nela as suas frustrações.

Para a criança, pai é pai e mãe é mãe... e pronto! Ela poderá amar os dois, independente da história do relacionamento do casal ou dos fatos que a vida ofereceu! Mas, infelizmente, muitas vezes isto não acontece, e a criança acaba por ouvir e gravar na memória somente um lado da história, sendo que isto não é bom, já que verdades absolutas não existem!  Elas precisam ouvir, sempre, os dois lados para aprender a ver com seus próprios olhos, a  tirar suas próprias conclusões!


Esse tipo de situação acaba acontecendo em famílias cuja mãe se sente magoada com o pai de seus filhos, seja pelo motivo que for não deixando que a criança procure entender os por quês da vida, impedindo-a de ter uma reflexão mais ampla! Esse tipo de atitude, por parte de mães que agem assim, pode impedir que seus filhos tenham, futuramente, relacionamentos afetivos saudáveis, ocasionando, a eles, sérios problemas por estruturarem, dentro de si, a péssima relação que foi  a vida afetiva e conjugal de seus pais. Se a criança aprende a ouvir apenas um lado da história ela sempre terá uma lacuna e buscará um culpado: seja este o próprio pai, seja este o destino ruim que a vida lhe impôs! Além disso, a criança sabe ─ e sente─ que em sua constituição ela tem uma parte que veio de sua mãe e uma parte que veio de seu pai; então, como é que ela vai lidar ─ dentro de si ─ com a parte que veio de seu pai? Como é que ela fará essa avaliação consigo mesma ao longo da vida? Pensem nisto e procurem oferecer aos seus filhos uma visão ampla e isenta de julgamentos pessoais!

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