Se
você se separou de seu marido, se ele já faleceu, ou se por algum
outro motivo ele não está presente mais em sua vida e na vida de seus filhos,
então você ─ mãe ─, arca com toda a responsabilidade pela educação em termos
afetivos e econômicos. Mas isso não significa, necessariamente, que você esteja
totalmente sozinha nessa criação e, principalmente, que você tenha que
verbalizar e jogar na cara das crianças este fato! Elas não possuem culpa das
escolhas certas ou erradas que você fez na vida, elas não têm controle ─ assim
como você também não tem ─ sobre a vida, a morte, as decisões certas ou erradas
que envolvem as pessoas com as quais nos relacionamos. A criança deve ser
poupada de ser chantageada ou até mesmo acusada por você! Vejo isso
acontecer em alguns lares; sei que não é fácil criar filha (os) sozinha, mas
também isto não deve ser motivo para jogar suas frustrações em cima deles (as).
A
criança precisa saber que os papéis de pai e de mãe são diferentes em nossa
cultura. Eles precisam entender o porquê você ficou com toda a
responsabilidade, seja por uma fatalidade ou por outra situação, mas de maneira
clara, sem brigas ou ofensas ao outro. Não a culpe por seus erros, por suas más
escolhas, e também não projete nela as suas frustrações.
Para a
criança, pai é pai e mãe é mãe... e pronto! Ela poderá amar
os dois, independente da história do relacionamento do casal ou dos fatos que a
vida ofereceu! Mas, infelizmente, muitas vezes isto não acontece, e a criança
acaba por ouvir e gravar na memória somente um lado da história, sendo que isto
não é bom, já que verdades absolutas não existem! Elas precisam ouvir,
sempre, os dois lados para aprender a ver com seus próprios olhos, a
tirar suas próprias conclusões!
Esse
tipo de situação acaba acontecendo em famílias cuja mãe se sente magoada com o
pai de seus filhos, seja pelo motivo que for não deixando que a criança procure
entender os por quês da vida, impedindo-a de ter uma reflexão mais ampla! Esse
tipo de atitude, por parte de mães que agem assim, pode impedir que seus filhos
tenham, futuramente, relacionamentos afetivos saudáveis, ocasionando, a eles,
sérios problemas por estruturarem, dentro de si, a péssima relação que
foi a vida afetiva e conjugal de seus pais. Se a criança aprende a ouvir
apenas um lado da história ela sempre terá uma lacuna e buscará um culpado:
seja este o próprio pai, seja este o destino ruim que a vida lhe impôs! Além
disso, a criança sabe ─ e sente─ que em sua constituição ela tem uma parte que
veio de sua mãe e uma parte que veio de seu pai; então, como é que ela vai
lidar ─ dentro de si ─ com a parte que veio de seu pai? Como é que ela fará
essa avaliação consigo mesma ao longo da vida? Pensem nisto e procurem oferecer
aos seus filhos uma visão ampla e isenta de julgamentos pessoais!
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