segunda-feira, 17 de março de 2014

Relatos de experiências vividas em uma creche

Como sabem, sou professora universitária do curso de Pedagogia há vários anos, e nesta minha luta por uma educação de qualidade já ouvi vários relatos; deixo um deles aqui, hoje, por conta da minha indignação. Uma ex-aluna estava estagiando em uma creche pública quando me contou o que aconteceu. Ela disse: “professora hoje fiquei horrorizada com o que vi, a professora efetiva da sala dos bebês de 2 anos deu para que eles riscassem o papel pardo com giz de cera fininho, sabe, aqueles pequenos! As crianças começaram a desenhar e duas delas começaram a morder o giz, para minha surpresa eu achei que ela não tivesse visto e comentei com ela, olha, fulano e ciclano estão comendo o giz de cera. E sabe qual foi a resposta dela? “Deixa, é hoje que o cocô vai sair todo colorido”.

Quando ela me contou essa história eu disse que, infelizmente, isto é muito comum acontecer, e que eu já ouvi casos semelhantes de outros lugares também! Sim, é muito desumana esta atitude e este tipo de comentário para com uma criança que está em pleno desenvolvimento, mas, pasmem! Isso acontece, até, com alguma frequência neste Brasil imenso.

 A nossa indignação foi enorme, mas começamos a pensar e a analisar este comportamento da professora, possivelmente uma pessoa que não ama nem a si mesma, porque só quem tem baixa estima poderia fazer algo assim. Quem se ama, sabe que a regra fundamental da autoestima é não fazer para o outro aquilo que não quer que façam conosco. A aluna ainda relatou que o caderno que vai para a coordenação olhar é perfeito: cheio de gravuras, de explicações  falando que fez isto, aquilo... mas que na realidade não era  o que acontecia. O que fazer professora?


Quem sou eu para julgar alguém ou alguma coisa, mas no meu pensamento de educadora detecto que para trabalhar com crianças pequenas, além de uma prova escrita, deveria haver uma análise psicológica bastante completa da candidata a se tornar professora. Não uma avaliação do tipo daquela que os médicos nem olham para as pessoas e já assinam os laudos ─  e não venham me dizer que isto não acontece por que cansei de fazer exames de admissão ou demissão deste tipo! Se quisermos uma sociedade melhor, poderemos ver não é qualquer pessoa com diploma de um curso de Pedagogia que poderia trabalhar com crianças pequenas. Existem professores e professores, assim como existem médicos e médicos, contadores e contadores, enfim, todas as profissões que quisermos listar. Quem trabalha com máquinas pode até errar... mas quem trabalha com gente... um erro pode ser fatal para o desenvolvimento saudável de um  ser humano!

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