sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

“Malelo, a busa é malelo”

Estava passeando em um shopping, quando vi a garotinha apontando as vitrines para os pais e dizendo o nome das cores das roupas; achei uma graça, e resolvi observar. Fiquei impressionada com a menina e perguntei aos pais quantos anos ela tinha; os pais me responderam: dois anos e sete meses. Perguntei, então, se estava em escolinha e a mãe disse que sim, que trabalhava, que não tinha com quem deixar a filha, e que, então, desde os 4 meses ela frequenta uma escola de período integral.

Continuei a observação, mas os pais cometeram graves erros, e vou comentar aqui com vocês aquele que mais me chamou a atenção: A menina parou diante de uma vitrine onde as roupas colocadas nos manequins eram todas amarelas. Ela apontava e dizia “malelo, malelo, malelo”. Com a pouca idade, dizer “malelo” ao invés de amarelo é normal, mas não foi isto que me chamou a atenção. O pai dizia: “Não! É azul!” E quando ela apontava outra peça, ele dizia que era vermelha. Bem, isto acabou confundindo a menina, fazendo-a dizer pensativa: “malelo ou azuu; malelo ou vimeio...” ...ou seja, ao invés dos pais incentivarem e ajudarem a criança no acerto ou na aprendizagem das cores, eles mais confundiam a cabeça da criança, talvez pensando em vê-la questionar, reivindicar, enfim, não posso afirmar o que os levava a ter tal atitude.  Apenas pude observar que o pai assim fazia, achava graça e a mãe, por sua vez, ficava conivente com o pai, rindo das confusões que a filha fazia com as cores! 


Pais, por favor, não tenham esta atitude! Em primeiro lugar, porque a criança está em fase de rico aprendizado e vocês deveriam ficar orgulhosos e satisfeitos de sua filha ─ com apenas 2 anos e sete meses ─ conseguir identificar e distinguir as cores. Isto demonstra que ela é capaz de realizar essa distinção, de memorizar a cor juntamente com o nome, mesmo que ainda não consiga pronunciar com clareza, devido à imaturidade de seu aparelho fonoarticulatório; mas ela já demonstra um nível cognitivo bastante satisfatório para sua pouca idade. Então, o que tenho a lhes dizer, pais, é: Não confundam, e sim, reforcem dizendo à sua filha: “Sim, esta blusa é amarela! Parabéns! Você é inteligente, e aprendeu direitinho! Que linda!”. Olhem a diferença de conduta entre atrapalhar ironizando, e ajudar estimulando o desenvolvimento integral e integrado da criança. São os pequenos gestos que precisam de elogio para que ela cresça com segurança e, consequentemente, autoestima. 

Um comentário:

  1. Imagina a confusão da cabecinha dela... tadinha... Ao invés de os pais incentivarem, estão atrapalhando tudo...

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