Estava
em um restaurante quando presenciei esta cena: um menino de, aproximadamente, 4
anos de idade, estava comendo macarrão espaguete com muito molho e almôndegas
(por petas). Ele tentava enrolar no garfo o macarrão, mas não conseguia; sua
mãe resolveu, então, cortar o macarrão para facilitar, mas foi pior porque o
menino não conseguia nem enrolar o macarrão no garfo, e nem espetar!
Bem,
o garoto não conseguia se alimentar sozinho e sua mãe, preocupada, começou a
dar a comida na boca do filho. Nada de anormal já que, dependo do macarrão, do
molho, da anatomia do prato, do garfo... nem nós, adultos, conseguimos comer
direito, quanto mais uma criança de 4 anos que estava com garfo de adulto,
sendo que sua mão nem conseguia segurar direito. Ou seja: havia, na cena, uma
série de erros cometidos pelo adulto, e não pela criança em si!
Mas,
como se não bastassem estes erros seu avô verbalizava o tempo todo, em alto e
bom tom: “Você fica mimando este menino demais! Com 4 anos ele já tem que comer
sozinho; ele precisa aprender a ser homem”! Eu estava na mesa ao lado, e só
observava a cena. Quanta ignorância deste avô! Se o menino não conseguia comer
porque o garfo era maior que sua mão, o macarrão estava escorregadio demais
devido à quantidade de molho... o que há de errado no fato de sua mãe facilitar
esta refeição dando de comer à criança? Pior ainda, no meu questionamento, o
que isto poderia afetar na masculinidade do menino? Em nada, claro! Este avô
estava deixando o neto se sentir envergonhado, expondo-o ao ridículo em
público. Então, eu pergunto: se não pode
ajudar a construir um ser humano, por que não fica quieto e olha para o seu
próprio umbigo? Será que este avô é tão perfeito assim? Já que não existe
perfeição em nada nesta vida, por que exigir de um menino de 4 anos o
comportamento correto de um adulto? Isto
é ensinar? Melhor dizendo: isto é amar?
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