Quando vamos a algum casamento,
percebemos entre o novo casal juras de amor eterno, companheirismo, alegria
infinita. Pena que muitas vezes isto não dure para sempre! Se aquela emoção do
dia do casamento durasse todos os dias, as famílias seriam bem mais felizes!
Mas vamos lá, todo casal tem um desgaste natural na relação, mudam as
preferências, os gostos, as influências, enfim, situações cotidianas que se não
forem resolvidas vão detonando a relação. E nisto tudo existem os filhos (as)
que estão presentes neste dia a dia, sofrendo com as intempéries desta relação.
Conheci um casal que, a partir de
um determinado momento da vida, a mulher passou a ganhar mais que o marido,
fazendo com que a relação dos dois mudasse completamente a dinâmica da família.
Brigas e competições começaram a surgir; a mulher queria se separar, mas em
função dos filhos e da falta de vontade de lidar com esse aspecto diante das
famílias, acabaram não o fazendo, dando continuidade à falsa vida de casal; e
assim, foram levando, com os filhos no meio daquilo tudo. Embora já não existisse diálogo e
companheirismo entre os dois, fizeram o possível para manter as aparências de
um casal feliz diante dos filhos, parentes e amigos. Certo ou errado, cada um
sabe onde aberta o calo do sapato! O problema começou a ficar mais gritante
quando, sem perceber, a mulher passou a oferecer para os filhos viagens e
passeios muito acima da condição que o pai poderia lhes oferecer; pior ainda,
era o fato de que este não participava de mais nada em relação à vida dos
filhos, sendo solicitado, apenas, que os levasse ou buscasse no aeroporto dia
tal, hora tal! Era apenas um comunicado que a filha fazia ao pai, demonstrando
que já não havia união, troca de contatos e de experiências, conhecimento de
mundo e da vida. Agora o pai passava a ser apenas alguém que faria o transporte
de um lugar a outro, como se fosse um mero taxista, sem a menor participação na
vida de seus filhos nesses momentos. Pois bem: a família já não estava mais
unida em torno do ideal ou do desejo de uma família de verdade!
Esta situação perdurou por muito
tempo e cada vez mais a distância do relacionamento do casal e da competição da
mulher com o marido ia aumentando. Não se podia mais dizer que eram uma
família, mas dois adultos estranhos tentando sobreviver por trás das aparências,
tudo para não deixarem os filhos lidarem com a situação real da separação do
casal, seus pais!
Pois bem: os adultos que leem
este texto e que, por algum motivo, passam por uma situação parecida com esta
em suas vidas, sugiro que avaliem o significado da palavra “família” e, mais
que isso, que vejam o que realmente querem que seus filhos sejam: pessoas de
verdade ou pessoas que sobrevivem pelas aparências? Conheço muitas famílias que
vivem de aparência para mostrar para os outros que são felizes quando, na
verdade, estão se matando uns aos outros, deseducando seus filhos, falsificando
suas vidas! Então, quando isso acontece, o melhor a se fazer é buscar ajuda em
uma terapia, ou até mesmo partir para uma separação, agindo com respeito,
verdade e até mesmo com amizade! Agora, fazer dos filhos motivo de competição e
disputa de poder não é nem amar a si mesmo nem aos que tanto dizem que amam:
seus filhos (as).
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