Filhos nascem e são considerados
bebês, depois crianças, adolescentes, adultos e, ao longo da vida se tornam idosos.
Esta é a lei da vida, se não for interrompida em alguma etapa. Porém, vejo
muitos pais se dirigirem aos filhos como se fossem crianças, mesmo estes tendo
mais de vinte anos. E por conta desta situação, observo que muitas atitudes
destes filhos acabam sendo bastante infantis, embora tenham idade de adultos.
Alguns pais não preparam seus
filhos para a vida como ela é. Escondem fatos, superprotegem seus sentimentos como
se seus filhos ainda fossem bebês; escondem verdades de sua vida conjugal, ou
seja, não explicam que é possível, muitas vezes, não se gostar mais de uma
pessoa e querer passar a conviver com outra. É muito comum o fato de todos
saberem ─ ou sentirem ─ que o casamento já não existe mais, porém, para não
magoar os filhos, ou para que eles não sofram decepções e frustrações, manterem
uma aparência e uma imagem social. A
vida não é assim.
Existem momentos de dor, de
raiva, de separação, de alegria, de guardar dinheiro para conseguir um desejo,
de viajar, de passear, etc. A vida é o que ela é. Agora, querer poupar os
filhos e tratá-los como bebês, ou crianças, não é prepará-los para saber
enfrentar as diversidades e dificuldades que a vida apresenta. E elas são
tantas na vida adulta!
Pais, vocês precisam entender que
não são eternos, e que a vida é uma grande surpresa; não se sabe se amanhã
vocês estarão vivos, por isso, é preciso ensinar seus filhos na idade correta
para cada coisa. Conheço um casal, cujos filhos tem 25 e 27 anos, sendo que a
filha ─ que é mais velha ─ não sabe cuidar de si em termos de compras e
escolhas de roupas, de decisão sobre questões de trabalho e de amizades, porque
sempre foi poupada pela mãe, sempre recebeu prontamente as decisões e
definições pelas quais deveria traçar sua vida. Com o filho, idem. Aliás, na
minha opinião, com o filho ainda é pior, porque além de caçula, é homem e a mãe
sempre deixou claro que ele não sabia fazer escolhas por si mesmo, nem mesmo
sobre o curso superior que ele iria fazer ─ que se tornaria a sua futura
profissão! Pois bem, por circunstâncias de uma fatalidade, a mãe faleceu em um
acidente automobilístico, e os filhos se viram perdidos, inseguros, sem saber
como lidar com o pequeno patrimônio construído pelos pais ao longo dos anos. O
pai, por sua vez, já separado da mãe há 4 anos, está em um segundo casamento,
morando em outra cidade, e começa a ver que seus filhos, embora maiores de
idade perante a lei, não sabem fazer o básico para sobreviver porque sua mãe
sempre os poupou de tudo. Afinal, estamos educando para a vida, ou tratando os
filhos sempre como crianças?
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