Estava
em uma festa de casamento e vi a cena que preciso contar para vocês: Um menino
bateu a perna em uma quina de mesa, sem querer, e devia estar doendo muito. Ele
começou a chorar de dor. A mãe foi ver o que tinha acontecido, verificou se
tinha havido alguma lesão mais forte, pediu gelo para o garçom, para colocar no
hematoma, enfim, providenciou os primeiros socorros. Porém, o pai não se mexeu
do lugar, já que a mãe fazia todo o papel de enfermeira. Enquanto ela colocava
o gelo, acabou trazendo o filho para se sentar um pouco à mesa, mas o menino
continuava chorando. O pai, então, verbalizou em alto e bom tom para que todos
ouvissem “Você não é macho, não? Macho não chora! Vê se engole este choro! Você
é homem, ou não é?”
Confesso
que, na hora, senti uma raiva deste pai, mas como sempre, tive que me conter
porque não posso me intrometer na vida alheia. Então, vamos pensar juntos:
Você, adulto, quando bate o pé em algum lugar e sente uma dor danada, muitas
vezes tem vontade de soltar um palavrão para ver se isso alivia! Fica sentindo
a dor, saem lágrimas dos olhos, o coração acelera, enfim, e você tem vontade de
gritar com todo mundo porque parece que gritando a dor sai junto! Agora, por
que o menino da nossa história não podia chorar? O quê esse fato tem a ver com
a masculinidade do garoto? Nossa! Quanta ignorância e preconceito deste pai, em
pleno 2015!
Somos
o que somos e o importante é sermos felizes, cada um com sua maneira própria de
pensar, de sentir e de agir. Preconceitos, sejam eles quais forem, precisam ser
eliminados porque somente as mentes pequenas é quem os têm. Senti muita
compaixão para com este menino: bateu o pé, sentiu dor e ainda foi ridicularizado
pelo pai diante de todos naquela festa! Queria saber se fosse o pai quem
tivesse batido o pé, como é que ele procederia, até porque já deveria estar um
pouco alcoolizado, de acordo com o horário e andamento da festa de casamento!
Será que ele se comportaria com todo um silêncio diante da situação, ou iria
fazer, talvez, uma cena pior que o filho (criança), fez? E mais: já pensaram se
alguém perguntasse para esse pai ─ da mesma forma como ele fez para com o seu
próprio filho ─ se ele era homem o suficiente para se calar diante da dor?
Vejam que absurdo!
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