domingo, 25 de março de 2012

Não Pode, Não Pode, Não Pode...

Presenciei um fato, que preciso escrever, para que todos reflitam suas atitudes com crianças pequenas. Estava no aeroporto, na fila de passagens e atrás de mim, uma criança de 5 anos acompanhada de sua mãe. A criança queria o celular da mãe para brincar, ela deu e disse: Brinque agora, porque depois, quando estivermos no avião, o celular ficará desligado. A criança muito esperta, perguntou: Por que no avião não pode ficar com o celular ligado? A mãe respondeu: Porque não pode! Insatisfeita com a resposta, a criança pergunta novamente: Por que não pode? E a mãe, na correria do embarque, responde novamente: Não pode, porque não pode, já falei! A criança insiste. Por que não pode? E a mãe sem saber o que falar, disse assim: Porque o avião cai. A criança começa a chorar e a mãe perguntou por que ela estava chorando. A criança respondeu: Estou com medo, e se alguém deixar o celular ligado sem querer, o avião vai cair! Não vou mais nele.
Vamos refletir juntos... A criança pequena precisa de explicações lógicas. Esta mãe deveria ter tido paciência e ter explicado a lógica do aparelho, que é avisado para que todas as pessoas desliguem os celulares, enfim, deveria ter conduzido esta resposta de outra maneira, isto evitaria o medo e mais transtornos para ela mesma. 
Mas a pressa do embarque era tanta, que ela não tinha tempo para responder ao seu próprio filho. A pressa, em algumas situações, vira inimiga, porque a choradeira e a vergonha do escândalo foi maior do que se ela tivesse explicado com coerência, a verdade para a criança. Esta criança estava tranquila e somente perguntando algo de sua curiosidade, e se tivesse sido explicado os fatos de forma objetiva e clara, tudo estaria resolvido.
Os “não pode, não pode, não pode”, e o que é pior, depois dar uma resposta curta para acabar com a conversa, acaba gerando um problema ainda maior. No caso explicitado, a mãe descontrolada ainda ameaçava a criança dizendo que deveria parar e que quando chegassem em casa, ela ficaria de castigo.
Eu via a cena e pensava, a mãe está piorando a situação, cada vez mais, mas também não iria intervir, pois cada um sabe como educar seu filho (a).
Mas o que quero que vocês pensem é que, muitas vezes, uma resposta errada de um adulto é que causa todos estes transtornos no diálogo com a criança. Pergunto-lhes: Quem está certa nesta atitude? Com certeza este conflito poderia ter sido evitado, se a mãe tivesse tido discernimento no momento e respondido de forma real.
Qualquer adulto leigo, com uma resposta dessas, não entraria no avião e ficaria com muito medo. Ainda mais uma criança que não entendeu a lógica dos fatos e nem o porquê do avião cair, caso ele ou outras pessoas não desligassem seus celulares.
Para uma criança, devemos explicar o porquê dos fatos, com lógica e realidade. Dizer simplesmente “não pode, não pode, não pode”, não é explicar à lógica, é muito complicado. Temos que perceber se não são os adultos que causam os conflitos, porque não sabem o que dizer para as crianças, e depois reclamam que o(a) filho(a) faz pirraça e desobedeceu em lugares públicos. Revejam suas ações!

Nenhum comentário:

Postar um comentário