Presenciei um fato, que preciso escrever, para que todos reflitam suas atitudes com crianças pequenas. Estava no aeroporto, na fila de passagens e atrás de mim, uma criança de 5 anos acompanhada de sua mãe. A criança queria o celular da mãe para brincar, ela deu e disse: Brinque agora, porque depois, quando estivermos no avião, o celular ficará desligado. A criança muito esperta, perguntou: Por que no avião não pode ficar com o celular ligado? A mãe respondeu: Porque não pode! Insatisfeita com a resposta, a criança pergunta novamente: Por que não pode? E a mãe, na correria do embarque, responde novamente: Não pode, porque não pode, já falei! A criança insiste. Por que não pode? E a mãe sem saber o que falar, disse assim: Porque o avião cai. A criança começa a chorar e a mãe perguntou por que ela estava chorando. A criança respondeu: Estou com medo, e se alguém deixar o celular ligado sem querer, o avião vai cair! Não vou mais nele.
Vamos refletir juntos... A criança pequena precisa de explicações lógicas. Esta mãe deveria ter tido paciência e ter explicado a lógica do aparelho, que é avisado para que todas as pessoas desliguem os celulares, enfim, deveria ter conduzido esta resposta de outra maneira, isto evitaria o medo e mais transtornos para ela mesma.
Mas a pressa do embarque era tanta, que ela não tinha tempo para responder ao seu próprio filho. A pressa, em algumas situações, vira inimiga, porque a choradeira e a vergonha do escândalo foi maior do que se ela tivesse explicado com coerência, a verdade para a criança. Esta criança estava tranquila e somente perguntando algo de sua curiosidade, e se tivesse sido explicado os fatos de forma objetiva e clara, tudo estaria resolvido.
Os “não pode, não pode, não pode”, e o que é pior, depois dar uma resposta curta para acabar com a conversa, acaba gerando um problema ainda maior. No caso explicitado, a mãe descontrolada ainda ameaçava a criança dizendo que deveria parar e que quando chegassem em casa, ela ficaria de castigo.
Eu via a cena e pensava, a mãe está piorando a situação, cada vez mais, mas também não iria intervir, pois cada um sabe como educar seu filho (a).
Mas o que quero que vocês pensem é que, muitas vezes, uma resposta errada de um adulto é que causa todos estes transtornos no diálogo com a criança. Pergunto-lhes: Quem está certa nesta atitude? Com certeza este conflito poderia ter sido evitado, se a mãe tivesse tido discernimento no momento e respondido de forma real.
Qualquer adulto leigo, com uma resposta dessas, não entraria no avião e ficaria com muito medo. Ainda mais uma criança que não entendeu a lógica dos fatos e nem o porquê do avião cair, caso ele ou outras pessoas não desligassem seus celulares.
Para uma criança, devemos explicar o porquê dos fatos, com lógica e realidade. Dizer simplesmente “não pode, não pode, não pode”, não é explicar à lógica, é muito complicado. Temos que perceber se não são os adultos que causam os conflitos, porque não sabem o que dizer para as crianças, e depois reclamam que o(a) filho(a) faz pirraça e desobedeceu em lugares públicos. Revejam suas ações!
Nenhum comentário:
Postar um comentário