quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Brinquedos simples são eficazes para a aprendizagem?

Uma professora me perguntou como devem ser os brinquedos de sua instituição de ensino, porque ela vive pedindo para comprarem brinquedos novos, mas como sua escola é municipal, quase nunca há dinheiro para isto, e os brinquedos que tem em sua sala são velhos, e muitos estão totalmente quebrados.

Bem, toda criança tem direito a brinquedos de qualidade, mas pensar que somente estes brinquedos comprados são os melhores que propiciam aprendizagens está errado. Um brinquedo pronto, totalmente acabado, não permite às crianças criarem outras brincadeiras com eles porque já foram previamente determinados a uma função. É como se colocássemos uma camisa de força na criança, pois ela não terá como criar, imaginar, fantasiar em algo pronto e acabado.

Não estou aqui dizendo que não deve haver brinquedos prontos e de qualidade, não é isto. Mas o meu objetivo é esclarecer que as crianças brincam com coisas simples, tais como pedaços de madeira, gravetos, pinhas de árvores, caixinhas e latas, enfim, a criança amarra um pano em uma bola de meia e fala que é seu filho, faz uma pilha com caixinhas de fósforos e de medicamentos e diz que o seu edifício ficou pronto, ou seja, coisas que para nós, adultos, parecem impossível de virar brincadeira, e a criança o faz de maneira eficaz e feliz! Todos os objetos podem se tornar ricas aprendizagens para a criança, desde que o adulto permita. Quanto mais simples for um brinquedo, mais a criança se torna ativa, mais ela fantasia, cria e imagina situações que são riquíssimas em novas aprendizagens.


Portanto, professores, lutem sim, por brinquedos novos e de qualidade, mas não achem que precisam somente desse tipo de brinquedo para que seu aluno desenvolva a cognição, o afeto e a parte motora. Pensem em coisas simples e coloquem em suas salas de aula; vocês perceberão ricas brincadeiras entre as crianças que farão uso de coisas do cotidiano de nossas casas como telefones, utensílios domésticos, embalagens, bolsas e estojos... e vocês verão como esses objetos poderão propiciar ricas aprendizagens porque não são brinquedos prontos e específicos, mas sim objetos reais, que convivem com as crianças em seu dia a dia, e que podem ganhar nova face de uso, dependendo da imaginação e da história de fantasia que aquele objeto puder suscitar. Experimentem!

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