No fim do ano eu estava vendo umas
fotos em algumas de minhas redes sociais, quando me deparei com este título seguido
por uma foto que era a de uma menina no colo do Papai Noel, com o seu presente
na mão. Pensei que em pleno 2015/2016 não existissem mais pais que fizessem
chantagem com seus filhos, por conta de comportamentos que julgam adequados.
Fiquei abismada com essa foto e com a legenda, então resolvi escrever-lhes para
que possamos refletir.
Não sou contra, nem a favor, do
consumismo do Papai Noel; acho que cada família sabe onde e o que deve fazer
segundo as suas tradições e religiões. Porém, fazer chantagem e ─ pior ainda ─
agir desta forma é adestrar comportamentos e não educar, de fato. Não concordo
com chantagens do tipo “faz isto que dou aquilo que você quer”, porque isso é muito
ruim! Não forma pessoas fortes, mas sim fracas, já que quem faz chantagens para
obter algo demonstra que não tem capacidade de merecimento pelo esforço
próprio, e que está sempre querendo tirar vantagem em tudo.
Sei que faz parte de nossa
cultura brasileira a lei da vantagem, do jeitinho brasileiro, mas como fica a
questão da moral e dos bons hábitos, se essas crianças ─ futuros cidadãos de
nosso país ─ forem educados para conseguirem algo só pela chantagem e não pelo
merecimento? Sim, porque quando se educa
pelo merecimento a criança se esforça e aprende a superar os seus obstáculos. A
vitória tem sabor de conquista pessoal. No caso da chantagem, ensina-se que
para se fazer algo bom e construtivo é preciso receber algo em troca! Se
pensarmos que nem sempre as condições financeiras permitem isto às famílias,
imaginem que uma criança passa da fase infantil, vai para a adolescência e
depois à vida adulta aprendendo que se ela se esforçar para ser bonzinho e
adequado poderá pedir um carro de luxo, roupas de grife, celulares e
eletrônicos top de linha... e a família não puder dar? Esse adolescente ─ ou adulto ─ poderá começar
a ter comportamentos inadequados porque cumpriu com a parte do trato, mas a
contrapartida não se efetivou!
Educar pela chantagem é muito
sério porque vicia o indivíduo em uma falsa realidade; no meio disso tudo,
podemos pensar que há coisas que não se consegue nem com todo o dinheiro do
mundo: um amor, por exemplo, uma excelência de reconhecimento na vida
profissional, enfim... Quando se educa pelo merecimento, a criança cresce
sabendo que os limites e os padrões de comportamento não são adestrados, mas
sim compreendidos de forma real. Reflitam sobre seus atos natalinos,
pascoalinos, e os de aniversário também!
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