sexta-feira, 22 de maio de 2015

Boa noite!

Uma aluna me contou que todas as noites encontra com o mesmo rapaz na portaria do prédio onde mora, que ele mexe, brincando, com sua filha de dois anos e meio, e diz assim batendo na cabecinha dela: “Boa noite!” A menina, por sua vez, não responde e a mãe acaba ficando sem graça com o rapaz. Perguntei a ela se a filha sabia o que significava “boa noite” e ela me respondeu que a garota sabe o que é noite e o que é dia. Continuei minha indagação: mas ela sabe o que é “boa noite” e “bom dia”?   Ela me respondeu que boa e bom ela não sabe. Pois é: nós, adultos, achamos que as crianças com dois anos e meio sabem tudo e não é bem assim.

Essa menina, ainda por cima, leva um tapinha na cabeça todos os dias e deveria responder de maneira educada para este adulto? É óbvio que ela não deve gostar do tapinha e, além do mais, não sabe/não entende o que o rapaz lhe está desejando! Para os adultos esta cena é muito comum, mas para a criança, que não entende nem uma coisa e nem a outra, com certeza não é!  


Imagine você, adulto, levando um tapinha na cabeça todas as noites de alguém que lhe deseja um boa noite!  Vocês não acham que entre o tapa e a frase tem alguma coisa de antagônico?  Fazemos coisas que até Deus duvida e depois queremos que as crianças sejam educadas em uma situação como esta! Criança é espontânea e se ela sente que não está bem, não vai responder, mas como os adultos não sabem o que fazer, esperam que as crianças sejam gentis com quem lhes dá um tapinha em sua cabeça, à noite, quase na hora de dormir! Pode isto?

Nenhum comentário:

Postar um comentário